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História New Stage - Revelations


Escrita por: Liilyca e monogatari

Notas do Autor


~Monogatari
Boa noite meus amores. Desculpa a demora para postar o capítulo, tive que dar uma saidinha e digamos que ela demorou demais rs. Mas, venho aqui postar o próximo \o/

Estão vivos ainda? Não abandonem a gente viu!! Sei que está uma loucura essa fanfic, mas tudo tende a ficar bem, certo? Vamos ver como vão ficar as coisas com o Nico voltando para a casa.

Boa leitura <3.

~Liilyca

Olá amores! Td bem?
Ainda estão vivos depois de tanta bomba? sahuhshusa
Pois é!

Espero que estejam gostando tanto quando nós 😘

Boa leitura

Capítulo 20 - Revelations


Fanfic / Fanfiction New Stage - Revelations

1 semana depois...

Logo após aquele incidente desagradável consegui receber alta sem problemas, apenas com as devidas recomendações médicas assim como um novo psicólogo, onde eu recusei a ajuda.

Não precisava de tratamento, ver todas aquelas pessoas preocupadas comigo já me fez “acordar” para a realidade.

Você foi destruído no passado Nico, mas agora você com quem ficar e lutar.

Não demorei muito depois da alta ir à faculdade e trancar a minha matrícula assim como pedir minha demissão no trabalho.

Tive que aguentar horas ouvindo calado Reyna brigar comigo sobre a minha internação e o motivo dela. Ás vezes ficava em dúvida se brigava comigo ou apenas demonstrava preocupação. Senti-me mal por ter escondido tudo a ela, tanto dos remédios como as consultas, apenas que foi tudo corrido e queria envolver o menor número de pessoas nisso.

Hazel ficou do meu lado o processo todo, como estava longe dos pais de vez em quando dormia no apartamento do Jason para se manter perto de mim. Tivemos uma conversa séria quando as coisas se acalmaram e a mesma me assegurou que iria falar com seu padrasto sobre começar uma pequena investigação. De início ela não concordou muito com isso, com a minha insistência em achar o nosso pai (se é que posso chamá-lo assim), mas aos poucos a convenci de que aquilo seria o melhor para mim. Estava na hora de passar a limpo tudo o que tinha acontecido e o fazer pagar por seus crimes.

Sally e Poseidon haviam ficado em um apartamento perto de onde estava e já tinham organizado a minha viagem de volta para casa. Não contestei muito sobre isso, ali ficaria mais viável para remoer meu passado e ficar longe daquela cidade iria me fazer bem... Ficar longe dele seria o melhor.

Aliás, não vi Percy durante todo esse tempo que ainda permaneci em NY. Soube que não falou com ninguém depois da discussão no hospital sobre a minha mudança. Apesar do rancor que ainda levava dele, não conseguia esconder a minha preocupação quanto a isso. Odiava a minha fraqueza quando o assunto era Perseu Jackson.

Agora estava aqui, em frente ao prédio onde morei por alguns meses, colocando as minhas malas dentro do táxi.

- Não acredito que você vai me deixar Nico, como pode fazer isso comigo? Quem vai me acompanhar nas saídas depois da faculdade? – diz Reyna me ajudando a colocar as malas no carro.

- Do mesmo jeito que você fazia antes de mim. É só por um tempo e vai ser melhor assim.  – digo desviando meus pensamentos para os problemas que estava passando.

- Você está de total acordo com isso mesmo? Tipo... Tudo? – diz ela colocando a última mala e me encarando.

- Estou sim. Não tem nada mais aqui para mim nessa cidade. – digo suspirando.

- Não fala assim. – diz ela me dando um leve soco no braço – Está me magoando, você está me deixando Di Angelo.

- Desculpa se feri seus sentimentos senhorita Ramirez – digo sorrindo para ela.

Ela ainda me encarava com aqueles olhos profundo quando me surpreende em um abraço forte.

- Vou sentir a sua falta baixinho. – diz ela apertando mais o abraço.

- Vou sentir a sua falta também. Obrigado por tudo Reyna, mesmo. E desculpa por tudo aquilo... – digo ainda arrependido.

- Ah deixa disso, já foi e já briguei contigo. Só toma cuidado viu? Sei o principal motivo de você estar indo para lá, então... Qualquer coisa é só ligar para mim que vou correndo te ajudar. – diz ela se afastando de mim e em uma sincronia fazemos um pequeno toque com as mãos.

- Minha vez. – ouvia Hazel se aproximar agora – Você sabe que isso não é um adeus né? Procurei você por muito tempo, não vou te deixar fugir de novo.

- Eu nem pretendia fazer isso. – digo abraçando ela agora. – Obrigado por ficar comigo Haz, você é a melhor irmã que poderia ter.

- Digo o mesmo Nico, não poderia ter coisa melhor. Se cuida viu, eu vou te visitar lá quando as aulas acabarem. Precisamos resolver muita coisa ainda. – diz ela se afastando do abraço – Tudo vai ficar bem.

- Eu sei que vai. – digo dando um beijo em sua testa.

- Assim eu fico com ciúme. – vejo Jason falar nos encarando.

- Quanto exagero. – O encaro de volta.

Jason desde que saí do hospital vem com um cuidado maior sobre mim. Vejo claramente que ele se sentiu arrependido pelo que tinha me acontecido mesmo eu negando tudo.

- Nico eu... – diz ele falhando a voz no final.

- Jay, já disse que não é culpa sua. – digo indo em sua direção e o abraçando forte – Pare de se culpar por tudo isso.

- Você estava sob a minha responsabilidade e olha o que aconteceu... Desculpa Nico. – diz ele retribuindo o abraço.

- Vou começar a ficar irritado se você continuar com isso. – sorri ao dizer aquilo e seguro ao máximo minhas lágrimas – Você cuidou muito bem de mim e sem dúvida é o melhor irmão de todos.

- Nico, vamos indo? O nosso vôo é daqui a duas horas, precisamos ainda enfrentar o trânsito dessa cidade. – diz Sally com a sua voz suave.

Solto dos braços do Jason e involuntariamente percorro meu olhar em volta.

- Nico, eu vou cuidar dele, não se preocupe. – meus pensamentos são invadidos pela voz do Jason.

- Hã...? – digo confuso.

- Bom, vamos lá. – diz Poseidon indo se despedir de Jason.

Mais uma vez percorro meus olhos ao redor tristes e então entendo as palavras do Jason.

Percy não estava ali se despedindo como todos. Não podia acreditar nessa persistência dele em ficar com raiva da decisão de Sally de me tirar daquela cidade, ao contrário dele, ela estava pensando no meu melhor. Então como podia não vir se despedir da sua própria mãe? E de mim...?

Balanço minha cabeça afastando aqueles pensamentos e mais uma vez abraço todos ali entrando no carro, logo depois Sally e Poseidon fazem o mesmo e falam o nosso destino ao taxista.

- Não acredito ainda que o Percy não veio se despedir da gente. – ouço Sally dizer triste.

- Você sabe como ele é. Deve estar com raiva ainda por estarmos fazendo isso, sabe como ele estava ansioso pela chegada do Nico aqui. Percy sempre dizia como queria o Nico perto dele. – diz Poseidon me surpreendo. Ele nunca era muito de falar sobre isso.

- É... Eu sei... Mas demos a chance a ele para isso. Espero que um dia entenda. – diz Sally suspirando e encerrando a conversa.

Inclino minha cabeça no vidro do táxi e começo a encarar a cidade movimentada mesmo durante o dia.

Os vultos haviam sumido assim como as vozes dentro da mina cabeça. Não sonhava mais, mesmo não tomando os remédios. Era como se elas estivessem apenas esperando que eu recordasse de tudo para me deixassem em paz... Durante a semana agradeci por isso, perturbar a minha mente com aquelas vozes poderia ameaçar a minha sanidade.

- Que linda Nico... Quem te deu? – ouço Sally do meu lado tocando o meu pulso.

Sem entender o que ela estava falando direciono meu olhar para onde seus dedos me tocavam e então percebo que em meu pulso continha a pulseira na qual Percy havia me dado no dia dos namorados.

Sim, eu não conseguia me livrar dela mesmo que quisesse.

Durante os dias que passei com Jason ela não estava em meu braço, olhá-la apenas fazia me lembrar do que tinha acontecido, mas quando fui arrumar minhas coisas e a vi jogada na gaveta não consegui resistir e com uma pequena desculpa boba justifiquei meu ato de estar a usando.

Dia após dia me amaldiçoava por isso.

- O Percy me deu... – digo encarando o objeto.

Sally pareceu perceber a tristeza em minha voz e me abraçou acariciando meus cabelos sem dizer nada.

Apenas consigo fechar os olhos e reprimir todos os meus sentimentos que apareciam toda vez que lembrava daquele par de olhos verdes me encarando dia após dia.

Será que agora que eu ficaria longe conseguiria apagar o que tinha passado aqui?

(...)

1 mês depois...

Minha volta na cidade foi mais tranquila do que imaginava. Ainda não tinha pensado em voltar a estudar ou a trabalhar.

Sally concordava comigo quando dizia que precisava de um tempo para descansar a mente e me adaptar de novo aquele lugar, diferente de NY aqui era muito mais calmo e menos barulhento.

Assim que cheguei andei pela cidade inteira em busca de resquícios das minhas lembranças. No começo não tinha muito sucesso, mas conforme ia adentrando nela um sentimento de nostalgia foi tomando meu corpo. Não consegui reconhecer nenhum lugar pelo qual passava, meu único ponto de referência era um pequeno parque no qual meu pai me levava para jogar bola.

Mas, infelizmente parecia que aquele parque estava apenas na minha mente.

Mantinha ainda um forte contato com Hazel. Ligava para ela praticamente todos os dias para saber as notícias e detalhar o que estava procurando por aqui. A garota também me passava o que estava investigando de longe. No meio dessas conversas ela insistiu para que eu fosse conversar com o padrasto dela, assim ele compreenderia melhor o que estava acontecendo.

Confesso que no começo fiquei nervoso quanto a isso, o padrasto dela era policial, sendo assim não sabia como me comportar perante ele e o que poderia falar. O meu maior medo era que o sentimento de responsabilidade dele superasse o de me ajudar, não deixando que déssemos continuidade a isso.

Porém, depois dela insistir muito, fui ao encontro dele o que me surpreendeu muito em como nossa conversa foi calma e ao mesmo tempo séria. De primeiro ele ficou surpreendido quando me identifiquei, mas parecia que Hazel já havia falado sobre ao meu respeito. Contei tudo a ele sobre o que lembrava e queria descobrir. De inicio ele apenas escutava calado todos os meus relatos, mas logo começou a me contar o que sabia sobre o caso.

Disse que na época a polícia ficou sabendo da morte de uma mulher dentro de casa o que apontava para assassinato. Entretanto, eles não tinham muitas provas sobre o caso. Pelo visto o corpo da mulher foi encontrado jogado em um mato depois de três dias da sua morte.

Através de testes de DNA conseguiram a identificar: Maria Russo Di Angelo. 25 anos. Casada com Hades Di Angelo e filha do imobiliário da cidade.

Ele ainda disse que procuraram pelo meu pai, mas nenhuma informação sobre ele foi encontrada, assim como a do filho deles... Os policiais investigaram por um tempo para tentar achar o paradeiro da criança, porém como nada foi encontrado imaginaram que eu estava refugiado com o meu pai.

O caso não teve muita repercussão na cidade pelo motivo da família de Maria querer deixar isso apenas entra a polícia e em segredo. Isso respondia muito o motivo de eu ter circulado com o meu nome de registro e ninguém ter estranhado.

Depois de seis meses revirando o caso, a polícia como os familiares decidiram arquivar o caso e esquecer tudo aquilo.

Pelo que entendi o pai da Hazel não participou diretamente do caso, o que ele sabia era apenas os boatos que rolavam na delegacia. Então ele não soube declarar para mim em qual cemitério estava enterrada a minha mãe.

Confesso que no começo receber todas aquelas informações foi incomodo, mas tinha decidido a mim mesmo que iria até o final para descobrir o paradeiro do meu pai e colocar na cadeia os dois caras que haviam matado a minha mãe.

Pedi, ou melhor, supliquei ao padrasto da Hazel para que me ajudasse nisso e ele disse que iria rever os arquivos do caso para ver o que conseguia. Agradeci a ele pela gentileza e assim se seguiam nossas conversas apenas com informações trocadas.

Para não matar meus pais de preocupação eu apenas contava a eles os detalhes sobre o que fazia e o que queria. No começo foi bem difícil convencer principalmente a Sally, mas pareceu que depois de uma conversa séria dela com Poseidon cedeu.

Além deles, mantinha Jason também informado de tudo. Ligava para ele sempre que tinha tempo e me mantinha informado sobre tudo o que acontecia por ali. Era bom ligar para ele, pois conseguia me desviar dos problemas e do meu passado. Normalmente nossas conversas se desviavam sobre as loucuras da cidade e sobre o casamento dele que, por mais que não tivesse data, já tinha começado a pesquisar sobre algumas coisas.

O que era estranho é que sempre no fim das conversas ele me passava um “relatório” sobre como estava o Percy mesmo eu não pedindo isso. Era engraçado como o Jason conseguia me decifrar mesmo por telefone e ficava meio difícil esconder meu interesse sobre aquele assunto.

Pensei que vindo para cá e ficando longe do Percy eu poderia enterrar meus sentimentos, mas não achei que ficar longe dele fosse tão perturbador. Era inevitável esconder que eu ainda o amava, porém sabia que a tarefa de esquecê-lo seria longa.

Nesse exato momento eu estava no aeroporto em pé de frente ao carro da viatura do padrasto da Hazel. Como as férias da faculdade haviam chegado e Jason tinha conseguido tirar algumas semanas também do trabalho, eles decidiram passar algum tempo aqui comigo para matarmos a saudade, mas principalmente agilizar as coisas.

Seria bom tê-los aqui comigo, sentia-me sozinho. Podia reclamar da agitação da cidade de NY, mas ela me deixava distraído.

- E... Senhor Levesque, sem querer ser grosso, mas precisava mesmo ir buscar eles de viatura? – digo incomodado com os múltiplos olharem que se direcionavam a gente.

- Desculpa por isso – diz ele sorrindo – Mas é que vamos a um lugar depois e seria melhor ir com ela – diz ele calmo.

- Que lugar? – digo confuso.

- Nico! Pai! – minha atenção é desviada com os braços da pequena menina morena me puxando pelo braço abraçando eu e o seu padrasto ao mesmo tempo – Que saudade de vocês.

- Haz meu amor, você está me enforcando – diz o pai dela.

- Desculpa – diz ela rindo.

Estando os dois agora juntos, eu conseguia ver como se pareciam, acho que apenas os olhos do pai dela eram diferentes.

- E o meu abraço? – sorrio ao ouvir aquelas palavras.

- Oi Jason – digo indo abraçar ele.

- Que saudade de você – diz ele retribuindo o abraço.

- Digo o mesmo – falo sorrindo e apertando o nosso abraço.

- Bom vamos sair daqui logo. Essa viatura ta chamando muito atenção – diz o Otto, padrasto da Hazel.

- Vamos logo, temos que mostrar algo ao Nico – diz Hazel animada colocando sua pequena mala dentro do carro acompanhada por Jason.

Assim que entramos no carro e seguimos viagem Otto começa a me explicar onde estávamos indo.

- Lembra que eu disse que iria abrir o caso da sua mãe de novo Nico? – diz ele me olhando pelo retrovisor do carro – Então, depois de procurar muito e entrar em contato com umas pessoas, consegui descobrir onde era a sua casa. Parece que o pai da sua mãe como é imobiliário conseguiu os diretos sobre casa, foi me informado que ninguém entra lá desde que o caso foi fechado. Mas, eu consegui depois de insistir muito, tive autorização para adentrar lá.

Ao ouvir aquilo fico em choque. Eu procurei pela minha casa duas semanas seguida sem sucesso e agora, finalmente, iria poder ver o local no qual eu via só em sonhos e alucinações.

- Mas... – digo ainda tentando achar palavras.

- Se não quiser ir Nico, a gente entende. Pegamos você de surpresa – sinto as mãos de Hazel segurarem as minhas.

- Não, eu quero ir o mais rápido possível. Só ainda não caiu a ficha sobre tudo isso – digo ainda raciocinando direito.

- Aliás Nico, acho que você deveria procurar o seu avô. Ele ainda tem esperanças que pode te reencontrar – diz Otto.

Apenas sorrio com aquela informação. Meu avô... Eu não tinha sequer uma lembrança dele e de como era. Sei que deveria procurar por ele, mas decido arquivar isso e decidir depois.

O caminho se seguiu calmo. Jason e Hazel falavam de como tinha sido a viagem e como estavam as coisas em NY. Deram-me notícias sobre Reyna que parecia estar tentando ainda superar a minha ida. Conversava com a garota também por telefone, não podia negar que sentia falta dela.

Conforme íamos andando os sentimentos de nostalgia percorriam meu corpo de novo. Parece que aos poucos eu ia lembrando onde estava.

Foi então que passamos por um parque. Não era um parque qualquer, era aquele parque no qual me pai me levava para brincar. Ao vê-lo fico estático e as lembranças aos poucos iam invadindo mais e mais a minha mente.

Como se fosse automático, os vultos começaram a surgir de novo.

Andando na calçada via Hades segurando em seus ombros um garoto de cabelos negros que segurava uma bola de futebol americano. Enquanto passava por eles, ambos se viraram para mim e me direcionavam uma expressão de reprovação. De início me espanto com aquilo.

- Nico, tem certeza que quer continuar? – diz Jason me olhando.

Não digo nada apenas assentindo com a cabeça.

Adentramos mais no bairro e conforme íamos fazendo isso mais lembranças invadiam a minha mente. Conseguia agora me recordar daquele lugar, das casas e dos pequenos comércios.

Era naquela loja que eu comprava meus doces... Aquela era a escola no qual eu fiquei por um tempo quanto minha mãe trabalhava... E aquela padaria tinha os melhores doces que tinha provado.

Seguro as minhas lágrimas ao encarar tudo aquilo. Era horrível e ao mesmo tempo bom.

- Chegamos – sinto o carro parar em frente a uma casa simples.

Descemos do carro e me peguei encarando a pequena construção.

A casa era simples, mas bonita do lado de fora. Sua fachada era de uma cor salmão. Havia duas janelas de frente para a rua, ambas de madeira e antigas. Antes da porta principal via-se uma grade cinza que demarcava o território da casa.

- Aqui está a chave – diz Otto me entregando elas – Vou ficar aqui fora para vigiar as coisas, sintam-se a vontade, mas podemos ficar só meia hora aqui.

- Obrigado, de verdade – digo sorrindo – Vocês se importariam se...

- Pode ir Nico, a gente te espera aqui – diz Jason sorrindo.

Retribuo o sorriso e abro a pequena portinha que tinha na grande adentrando no pequeno quintal de frente da casa. Na porta principal via-se uma faixa grande indicando que era propriedade da polícia aquele lugar.

Respiro fundo e insiro a chave na fechadura virando a mesma. Assim que escuto a tranca se desfazer sinto um ar gélido passar pelo meu corpo. Finalmente estava voltando ao meu passado.

Assim que coloco meu corpo dentro da casa uma avalanche de lembranças começam a surgir na minha mente. Estava agora no local dos meus sonhos, como neles via agora a pequena cozinha, seguida ao lado por uma sala.

No interior dela via uma cozinha simples e logo a frente uma sala. Ambos os cômodos estavam quase sem móveis. As paredes eram pintadas com uma cor branca gélida e podia ver em suas paredes alguns quadros vazios e resquícios de panos pendurados tampando algo. Ao redor conseguia ver três portas e um corredor onde se encontrava mais algumas portas. Reconhecia algumas. As de perto da sala eram as quais eu ficava escondido quando minha mãe pedia.

Olho ao redor com mais atenção e no ambiente agora se formava a cena que mais me aterrorizava: a morte da minha mãe. Via os dois homens me tirando de perto da minha mãe e logo em seguida dois tiros sendo disparados sobre ela.

Não aguentando toda aquela pressão deixo meu corpo seu levado pela emoção e fico de joelhos no chão deixando que as lágrimas invadissem o meu corpo. Era uma dor terrível.

Tudo o que eu havia passado naquela casa agora se passava em minha mente e no ambiente de uma forma rápida, desde as vezes que minha mãe era agredida até os momentos de afeto e carinho do meu pai com a gente.

Como ele havia mudado tanto...?

- Por que você não foi me procurar pai...? – digo entre os soluços.

- Nico? – ouço uma voz suave se formar no ambiente.

Mais uma vez meu corpo gela ao ouvir aquilo e aos poucos levanto meus olhos para encontrar a pessoa que possuía a voz.

- Mãe...? – digo encarando aqueles olhos negros.

- Meu amor, não chore – diz ela se agachando perto de mim – O que você faz aqui?

- Eu precisava ver isso... – digo encarando uma cena no fundo.

Lá estava se materializando uma das discussões entre meus pais onde Hades agredia a minha mãe.

- Você tem que ir embora Nico – o vulto da minha mãe ainda me encarava – Não precisa reviver isso.

- Por que mãe...? Por que você aguentou tudo isso? Ele fez tudo isso...Por causa dele você morreu. – digo ignorando o seu pedido e começando a me irritar.

- Nico feche os olhos e lembre-se do seu primeiro natal – diz ela firme.

- Mas eu... – digo relembrando das poucas memórias que tinha.

- Apenas se lembre – diz ela ecoando em minha mente.

Faço o que ela manda, mas assim como esperado não me lembro de nada.

- Eu não lembro de... – digo abrindo meus olhos, mas parado no meio da frase ao me deparar com a minha visão à frente.

Agora o ambiente via meu pai brincando comigo do lado de uma grande árvore de Natal, e na mesa que não deveria existir na minha frente, vejo minha mãe arrumando para a ceia de Natal.

Se me perguntassem como era aquela família eu sem dúvida falaria que era a mais feliz de todas.

Era uma pena que tudo aquilo não passava de uma lembrança perdida no passado se materializando na minha frente

- É disso que você tem que se lembrar Nico – o vulto ainda estava presente em minha mente.

- Mas eu... – digo ainda sentindo uma dor imensa no peito.

- Meu pequeno, você precisa esquecer tudo. O passado se foi e nada vai fazer isso mudar, por favor... Não vá atrás dele Nico – diz ela triste.

- Você não entende... Eu preciso ir! Ele tem que pagar por isso – digo me alterando.

- Nico, não vá – ouço agora a voz de Liz na minha mente.

- Nico, ele é perigoso – ouço a voz de uma pessoa velha que não reconhecia.

Tampo os meus ouvidos e fecho os meus olhos ao ouvir aquelas vozes. Façam elas pararem....

- Nico, fique longe – ouço a voz de Hades agora.

- Seu... – sussurro nervoso.

- Nico – paraliso ao ouvir aquela voz, não era possível... Até ele?

Abro meus olhos calmamente e a minha frente vejo Percy ajoelhado ao lado da minha mãe me olhando.

- Por favor Nico... Não vá atrás dele – diz ele me olhando suavemente.

- O que você... – digo estático.

- Nico? Tá tudo bem ai? Temos que ir... – ouço a voz de Jason no ambiente e então percebo batidas vindas da porta.

Assim que minha atenção é desviada as imagens na minha frente começam a desaparecer e os vultos a minha frente ficarem mais transparentes.

- Só queremos te proteger pequeno – ouço ecoar no ambiente a voz de Maria e de Percy antes que suas imagens se perdessem assim como as outras.

Agora eu estava sozinho no ambiente onde apenas o som do meu choro se fazia presente.

Eu não podia desistir agora...

(...)

Depois daquilo, eu esperei alguns minutos até me recuperar e saí de dentro da casa. Logo que fiz isso senti os braços do Jason me envolver em um forte abraço. Deveria estar horrível...

Por sorte eles não perguntaram muito sobre como tinha sido encarar aquela casa depois de tanto tempo ou de como sentia. Agradecia por me entenderem.

Otto dizia que falaria com os delegados da cidade para reabrirem o caso e eu concordei com isso. Por mais que minha mente martelasse sobre o que as vozes haviam em dito eu não podia desistir agora. Tinha que encontrar meu pai e encarar ele cara a cara e fazê-lo pagar por tudo. Não podia deixar barato depois de ele ter destruído a minha vida e da minha mãe.

Quando chegamos a casa, Hazel havia decidido ficar com seu pai, e Sally junto com Poseidon não estavam o que agradeci internamente, se me vissem naquele estado certamente faria uma tempestade em copo d’ água.

Assim que cheguei, fui direto para um banho onde me deixei ser entregue a água quente do chuveiro. Precisava de um tempo sozinho com meus pensamentos...

Estava grato pelo Jason me dar esse espaço e não me encher de perguntas. Na verdade esperava isso dele. Sabia a hora certa para as coisas.

Depois do banho, fui direto para o meu quarto e como já estava exausto pelo dia, consigo pegar em um sono rápido.


Notas Finais


~Monogatari
Eitaaa que as coisas já começaram a ficar tensas!! O que acham dessa reabertura do caso? Coisa boa não pode dar certo?
Não bastava o Nico ver a mãe e o pai, agora ele está vendo o Percy!! LOUCURA LOUCURA MINHA GENTE!!
Parece que agora mais do que nunca ele vai querer ir atrás do pai dele e se vingar. Consigo ouvir o coral "vai dar merda, vai dar merda".

Ah deixa eu fazer aquele jabá básico: saiu segunda temporada da minha outra fanfic Solangelo \o/, quem quiser o link é esse https://spiritfanfics.com/historia/solangelo-coracoes-entrelacados-6858164 <3

Vejo vocês nos comentários viu. Obrigada por todos, mesmo!! Eu fico muito muito feliz com isso *oo*

~Liilyca

Eitah laskeira!!! Nico Nico o que faremos com você?

Gente estou meio que de saída então não vou comentar muito.
Espero que tenham gostado e até Quarta 😘


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