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História New Stage - Past Alive


Escrita por: Liilyca e monogatari

Notas do Autor


~Monogatari

Boa noite meus amores. Sim, os capítulos de sábado vão sair mais ou menos desse horário, mas sempre vai ter \o/

Enfim, vocês viram a ousadia do Nico capítulo passado? Como é que vai ser a conversa com a Sally? Se bem que é ela né? Mãezona. E toda mãe já percebe tudo antes mesmo de você rs.

Está um amor esse capítulo, misturado com fortes emoções. Se acalmem que a calmaria logo logo vai chegar.

Boa leitura <3

~Liilyca

Olá amores!!! Como estão?
Aqui estamos de novo para trazer emoção no final de semana de vocês hahaha
Estão preparados? O.o
Então segurem firme e apertem s cintos que essa viagem é turbulenta ;P
Boa Leitura! ;*

Capítulo 24 - Past Alive


Fanfic / Fanfiction New Stage - Past Alive

Aquilo realmente não poderia estar acontecendo.

O silencia ainda permanecia na sala. Meu olhar estava vidrado em um lugar distante e não conseguia raciocinar direito o que tinha acabado de acontecer.

Esperava que o feriado fosse diferente, mas nunca achei que seria tão revelador.

- Nico, desculpa... Eu sei que você não estava preparado para isso tudo, mas não tinha muito o que fazer. – diz Percy quebrando o gelo.

Não sabia se me sentia mal por ele estar se desculpando ou se batia nele por ter me induzido a beijá-lo naquele momento. Se não tivesse feito aquilo nada teria acontecido, mas quando eu vi ele dando as costas e indo embora meu corpo agiu sozinho e quando percebi já estava entregue a ele.

- Não precisa se desculpar, eu que agi errado naquela hora e também estava na hora deles saberem. – digo suspirando.

Ao falar aquilo, decido finalmente encarar dele depois daquela conversa e fico surpreendido quando vejo em seu rosto um sorriso enorme se formando.

- E você sorri com toda essa confusão? – Digo não entendendo mais nada.

- É que você me pegou de surpresa lá em cima. Não esperava aquele beijo. – Diz ele com um sorriso tímido.

Droga, e tinha isso ainda. Tudo o que você tinha que fazer era ficar longe dele Nico, como isso foi terminar em um beijo?

- Não entenda errado, eu... Eu não sei o que deu em mim, mas isso não vai se repetir. – digo sem olhá-lo, se fizesse isso ele poderia ver o quão inseguro estava.

- Eu sei disso Nico. – sua voz estava mais próxima de mim – Porque da próxima vez eu que vou ter a iniciativa.

Um arrepio se forma em meu corpo ao ver como ele estava perto de mim.

- Quem garante que não vou te bater por isso? – digo firme.

- Eu sei que não vai. – diz ele soltando uma risada.

- Você é muito convencido Jackson. – digo dando um leve empurrão nele, mas ele me segura no meu pulso e me puxa para perto dele.

- Você sabe que não vai recusar mesmo. – diz ele passando a mão no meu cabelo, mas eu reprimo o seu carinho e me afasto dele.

- Não brinca com isso, já disse que aquilo não vai se repetir.- digo indo em direção a escada.

- Nico, temos que fala com a mamãe ainda. – diz Percy agora mais sério.

- Eu sei disso, mas só mais tarde. Vamos acabar com isso o quanto antes. – são minhas últimas palavras antes de deixar ele sozinho na sala.

Vou direto para o quarto e me jogo na minha cama.

Por sorte ninguém me perturbou no resto da noite e eu apenas fiquei perdido em meus pensamentos até perceber que um sorriso se formava em meu rosto.

Beijá-lo era muito bom.

(...)

Sou acordado com algumas batidas insistentes na porta. Obrigo meus olhos a abrirem devagar e percebo que estava sozinho no quarto e a casa estava um silencio.

Aonde todos foram?

- Nico? – ouço a voz do Percy atrás da porta.

Ele iria me perturbar dia e noite agora?

- Hmmm? – murmuro.

- Posso entrar? – diz ele.

- Pode. – digo ainda acordando aos poucos.

Assim que dou permissão ele entra no quarto e não consigo evitar os pensamentos viram como uma avalanche em minha mente.

Ele estava usando o seu tradicional moletom azul, uma calça jeans preta e seus cabelos estavam levemente molhados caindo sobre o seu rosto.

- Nosso pai quer que a gente fale com a mãe agora. Ele mandou o Jason levar todo mundo para passear e conhecer a cidade. – diz ele calmo.

Afundo a minha cabeça no travesseiro ao ouvir aquilo. Confusão logo de manhã só podia ser o pior jeito de começar o dia... Tinha me esquecido como Poseidon era impaciente.

- Eu já desço. – digo abafando minha voz no travesseiro.

- Não precisa ter pressa, ela ainda não sabe de nada. Te espero lá em baixo. – diz ele saindo do quarto.

Deuses, me dêem força nesse dia.

Respiro fundo e levanto da cama indo direto para o banheiro tomar um banho e me preparar para a avalanche chamada Sally Jackson.

Não que eu estivesse com medo de falar para ela, conhecia minha mãe muito bem e sabia que jamais julgaria a gente por isso. Tinha medo do que poderia acontecer depois e quais seriam suas palavras ao saberem que os dois filhos dela estavam juntos.

Não era mais questão de sermos irmãos de sangue ou não, ainda éramos familiares e isso querendo ou não era estranho de se ver.

Onde eu estava com a cabeça em começar tudo isso?

Tomo um banho quente e visto minhas roupas casuais: uma calma jeans preta, uma blusa cinza e um blusão marrom.

Depois disso desço as escadas e vejo a mesa de café da manhã ainda posta à mesa, Poseidon sentado na poltrona na sala, Sally tomando café junto ao Percy.

Assim que eles percebem que eu estou descendo as escadas me encaram e me recepcionam com um “bom dia” coletivo, mas meus olhos são direcionados direto ao meu pai e eu indico que iria fazer aquela conversa acontecer naquele instante.

Ele percebendo minha ação, levanta da poltrona e comigo se sentar a mesa.

- Mãe, precisamos contar uma coisa você. – digo tentando ser o menos preocupante possível.

- O que aconteceu meu amor? – diz ela com toda calma do mundo.

Abro minha boca umas duas ou três vezes, mas nenhum som consegue sair dela. Eu não sabia como começar aquela conversa.

Deveria jogar tudo de uma vez ou dar aquela enrolada clássica?

-Mãe, lembra que eu disse que gostava de alguém? – diz Percy tomando a iniciativa.

- Sei sim, o que isso tem a ver com a conversa? – diz ela começando a ficar preocupada.

- Eu estava falando do Nico. É ele quem eu amo. – diz Percy sendo direto.

Não consigo evitar abaixar a cabeça para esperar um “O que?! Ele é seu irmão Perseu”. Porém, nada se ouviu de imediato.

- Sim filho, disso eu sei. – diz Sally calma – Era meio difícil não perceber depois daquele jantar de Natal, e eu sempre desconfiei disso. Você sempre olhou diferente para o Nico.

Ao ouvir aquilo levanto minha cabeça e encaro Sally. Eu acho que ela não tinha captado as coisas direito.

-Acho que você não... – digo tentando desfazer logo o mal entendido.

- Eu entendi sim meu amor. – agora ela estava sorrindo – De fato é um pouco estranho pensar nisso, aliás vocês são irmãos... Mas eu já disse isso aos dois e repito: a felicidade de vocês é que importa. Se estão juntos e bem com isso, saibam que eu ficarei também.

Se estão juntos.... Ela ainda acha que eu e o Percy estamos juntos.

- Não estamos mais juntos mãe. – digo já cortando suas alternativas.

- Eu percebi que algo estava diferente mesmo quando eu fui para NY, o que aconteceu entre vocês dois? – diz ela

Droga, deveria ter ficado quieto. Como vou explicar a ela o motivo dos nossos desentendimentos e porque não estávamos mais juntos?

- O Percy vai ser pai. – digo direto, naquela altura do campeonato eu não sabia o que estava pensando mais.

- O que?! – diz Sally e Poseidon surpresos demais. Acho que não deveria ter falado aquilo.

- Eu não engravidei ninguém. – diz Percy firme.

Não consegui evitar um sorriso sarcástico em meu rosto. Até quando ele iria negar aquilo?

- Vai ficar negado isso até quando? – digo com um pouco de irritação na voz.

- Alguém pode me explicar direito o que está acontecendo aqui? – pude perceber a alteração na voz de Poseidon com isso.

- Nico... – Sally pega na minha mão e só então percebo que estava com elas fechada reprimindo todos meus sentimentos – Você...

- Não foi nada disso que aconteceu. Eu não engravidei ninguém e você sabe que aquela história e muito estranha Nico. Tem que acreditar em mim! – diz Percy com desespero em sua voz.

- Percy chega! Você dormiu com ela e agora ela está grávida! Vai ficar até quando negando isso? – digo furioso e me levantando da cadeira.

Não queria reviver todas aquelas cenas de novo, doía ainda saber que ele ia ser pai, que havia me traído e quebrado qualquer confiança que ainda tinha nele... Doía saber que o que vivemos foi jogado no lixo com toda aquela mentira.

- Nico... – Sally me olhava preocupada, o que me deixou um pouco mais irritado. Não queria a pena de ninguém.

- Estou bem mãe. Na verdade estou bem demais, só vim aqui mesmo te falar isso, não queria mais esconder. – digo não olhando diretamente para ela.

- Nico eu sei que você não está bem com isso. – diz ela com toda calma do mundo.

- Eu estou bem sim. Não sei por que estamos falando disso ainda... Aquilo passou e pronto. Vai ver só confundimos as coisas. O fato é que não temos mais nada. – digo me virando e deixando a mesa da cozinha.

- Nico espera aí! – ouço Percy me chamar mais ignoro o seu pedido.

- Perseu você fica aqui e explica isso direito! – ouço Poseidon sendo autoritário.

Agradeci por ele ter ouvido o nosso pai e ficado por lá e também por ninguém ter vindo atrás de mim. Queria mergulhar nos pensamentos e tentar ao máximo enterrar aquilo tudo.

Dessa vez tudo tinha se esclarecido e poderia finalmente deixar o passado onde ele deveria ficar... Mas por que isso era tão difícil?

Fecho a porta do meu quarto e deito na cama sentindo as lágrimas já surgirem no meu rosto.

Odiava tudo aquilo. Por que ainda não odiava ele? Por que o beijei noite passada? Como pude ter esquecido naquela fração de segundos o que tinha feito comigo?

Precisava lembrar para assim não ser consumido pelos sentimentos que ainda tinha por ele.

Era inaceitável ele surgir assim do nada e bagunçar todas as coisas, justo agora que tinha conseguido não sofrer tanto por conta daquilo.

- Maldição... – digo entre meus pequenos soluços e fecho os olhos para ver se conseguia me entregar aos sonhos de novo.

(...)

Sou acordado com algumas batidas na porta do meu quarto.

Droga Percy, eu não quero conversar com você.

- Nico? Eu sei que você ta aí? – me surpreendo ao ouvir a voz da Hazel do outro lado.

Forço meus olhos a se abrirem mais rápido e vou em direção a porta.

- Haz, aconteceu alguma coisa? Pensei que você estava com o pessoal. – digo abrindo a porta e dando passagem pra ela entrar no quarto.

- Eu fiquei um pouco com eles, mas meu pai ligou pra mim e tive que ir com ele. – disse ela entrando e me encarando preocupada.

Será que eu estava com cara de choro?

- Nico eu... Eu preciso te contar uma coisa. – diz ela dizendo calmamente.

- Você está me deixando preocupado Hazel, o que aconteceu? – digo preocupado.

- É que... Eu não sei como te falar isso. Vem cá, senta aqui e vamos conversar. – diz ela sentando na cama, mas eu permaneço em pé.

- Tudo bem, pode começar a falar, eu aguento. – digo suspirado.

- Então... Lembra que meu padrasto disse que ele iria pegar os arquivos do caso da sua mãe e investigar de novo? – diz ela respirando fundo.

- Sei... O que tem isso? Ele achou algo?! – digo já agitado.

- Achou, mas calma, não é nada relacionado à Hades. – diz ela já percebendo o motivo da minha agitação.

- O que ele achou Haz? – Estava realmente torcendo para não ser algo impactante demais e que traria mais problemas.

- Meu pai ele... – diz ela pausadamente. Isso estava só piorando minha curiosidade – Ele achou onde a sua mãe foi enterrada.

Aquilo foi um soco no meu estômago.

Cambaleio um pouco para trás e arregalo meus olhos.

Eu tinha escutado aquilo mesmo? Eles conseguiram achar onde a minha mãe havia sido enterrada...?

- Onde...? – Digo ainda processando tudo.

- É no cemitério da cidade vizinha. Parece que é onde o seu avô mora, ele exigiu que ela fosse enterrada naquela cidade para ficar mais perto dele. – diz ela analisando minha reação.

Uau. Eu realmente estava ansioso para poder desvendar tudo e achar o quanto antes a minha mãe, mesmo morta eu queria poder me “despedir”. Mas saber que haviam descoberto onde o seu corpo estava enterrado foi a gota d’ água para acabar com todas as minhas esperanças que, possivelmente, ela poderia estar viva e todos estivessem enganado.

As memórias não mentem Nico.

- Eu preciso ir lá Hazel. Agora. – digo sentindo meu coração agitado demais.

- Calma Nico, calma. Podemos ir agora, meu pai está esperando lá fora, mas... Você tem certeza? – diz ela se levantando da cama e vindo até mim – Nico, é uma boa ideia isso mesmo? Tipo, ir agora?

- Como assim Hazel? Eu fiquei mais de 10 anos sem saber quem era a minha mãe ou se ela estava viva, eu preciso ver onde ela esta... Precisamos ir agora. – digo direto para não ter contradição.

- É disso que tenho medo, você ir do nada lá e nesse estado. É melhor você descansar um pouco antes e pensar, não precisa de pressa Nico... – diz Hazel. Eu queria poder retrucar e dizer que ela estava doida, mas eu sabia como aquilo a preocupava. Nem eu tinha noção do que sentiria ao chegar lá.

- Por favor, Haz... Eu preciso ver a minha mãe. – digo jogando toda minha emoção nela.

- Eu concordo com ele Hazel. – meu corpo gela ao ouvir uma voz vinda da porta.

- Percy?! O que você está fazendo aqui escutando a conversa? – digo irritado.

Quem ele achava que era para poder ouvir a conversa dos outros?

- Não foi minha intenção se você pensou isso, vocês falam alto demais. Escutei do corredor. – diz ele me encarando – Ele precisa ir Hazel.

Não brigo com ele pois naquele instante estava me ajudando.

- Tudo bem. – diz ela suspirando, mas ainda preocupada – Vamos indo então, o cemitério fecha mais cedo dia de domingo. Mas Nico, você tem que me prometer que não vai querer entrar lá sozinho.

- Não se preocupa, eu vou com ele. – diz Percy.

- O que?! Você não vai comigo. Isso não é da sua conta. – digo grosso.

Ele continua me encarando, mas dessa vez chegando mais perto de mim cada vez mais até ficar a poucos centímetros de onde estava.

- É algo relacionado a você, lógico que é da minha conta. Não vou te deixar sozinho nessa. – diz ele sério e sustentando o olhar.

- Agora você está pensando em mim? – digo cutucando o nosso passado de novo e aquilo pareceu feri-lo mesmo.

- Você sabe que sempre pensei em você... Não deixa eu cometer o mesmo erro Nico. – diz ele triste – Quero poder te ajudar nisso também.

- Percy, já disse que...

- Só uma chance, deixa eu te mostrar que eu mudei Nico. Por favor. – diz ele colocando a sua mão no meu queixo e levantando meu rosto – Quero saber do passado da pessoa que amo.

- Esse passado não te interessa mais. – digo tirando sua mão do meu rosto e saindo de perto dele, ficando de costas.

Argh Nico, pare de ser idiota. Ele quer te ajudar.

- Vamos logo antes que o cemitério feche. – digo.

- Ok... – ouço Hazel se aproximando de mim.

- Você não vem? – digo encarando o Percy de novo que me olhava surpreso pela minha mudança de atitude. Tinha que tratar essa minha bipolaridade, mas ver aquela atitude dele fez uma ponta de confiança nascer em mim.

Ele, por sua vez, sorri e me acompanha na saída do meu quarto.

Sim, eu tentava manter a distância dele ou fazê-lo perceber que não queria mais ficar tão próximo, mas era uma tentativa em vão. Desde que ele chegou aqui eu fiquei dependente da sua presença.

Tivemos sorte por não ter ninguém em casa além de nós três. Jason, Piper e Reyna ainda não haviam chegado e meus pais pelo jeito foram visitar algumas pessoas ou provavelmente estavam no mercado.

Apenas deixei um bilhete na geladeira indicando que iria sair, mas que logo voltaria e que estava com o Percy e a Hazel.

Logo entramos no carro do padrasto da Hazel, que ainda bem não era a viatura, e fomos em direção ao local.

Quando eu cheguei aqui a alguns meses atrás tinha procurado nos cemitérios da cidade na esperança de encontrar em qual deles minha mãe estava, mas não tive sucesso em nenhuma das tentativas. Agora, finalmente eu poderia encontrar e dizer aquilo que não consegui naquela noite.

- Sr. Otto, não é querendo abusar, mas será que o senhor poderia parar ali naquela esquina por favor? – diz Percy educadamente no banco da frente.

- Claro, vai ser rápido? – diz Otto.

- Ah sim, rapidinho – diz Percy sorrindo de lado.

Na esquina dali...? O que ele iria aprontar?

Não podíamos parar agora, tínhamos que chegar o quanto antes lá. Porém, depois de andar poucos metros, Otto para o carro em uma esquina e imediatamente Percy se vira para mim.

- Vem comigo. – diz ele saindo do carro não esperando minha resposta.

Como a curiosidade era grande, não questionei e apenas fui com ele.

Assim que dobramos a esquina me deparo com uma floricultura grande e Percy já estava entrando nela.

- O que viemos fazer aqui? – digo baixo para ele.

- Comprar flores, não é óbvio? Não quer visitar sua mãe de mãos vazias né? – diz ele sorrindo e passando a mão em meus cabelos e indo até o vendedor.

Estava tão distraído e ansioso por aquilo que nem passou pela minha cabeça comprar flores para levar ao seu túmulo. Ele, como sempre, pensou em tudo...

Não consigo evitar e vejo em meu rosto se formar um pequeno sorriso.

Disperso meus pensamentos e vou até onde ele estava.

Passado alguns minutos saímos da loja com um pequeno buquê com um arranjo de rosas brancas misturada com uma flor que não sabia o nome, mas era linda e roxa. O vendedor disse que ela significava saudade, e era exatamente isso que sentia naquele momento: saudade de tudo.

Entramos no carro e logo sou recebido com elogios da Hazel sobre o buquê. Otto, por outro lado, agradeceu com a voz baixa a Percy e logo voltou a dirigir.

No caminho não conseguia disfarçar o meu nervosismo... Como será a minha reação ao ver na minha frente o local onde o corpo da minha mãe esta enterrado? Eu sempre imaginei o dia em que eu a abraçaria e fazia mil perguntas do que havia acontece e do motivo de ter me deixado no orfanato. Porém, eu estava indo em direção ao seu corpo sem vida...

Naquele meio de pensamentos não consegui evitar lembrar-se do meu pai e de como havia sido um covarde com as suas duas famílias. Abandou a minha e levou minha mãe consigo, e logo em seguida abandou a Hazel.

Onde você está Hades? Preciso encarar seus olhos e te colocar atrás das grades.

A viagem durou no máximo meia-hora. A cidade vizinha não era tão longe.

Assim que Otto estacionou na frente do cemitério meu corpo gela e paralisa.

Era agora... Se acalme Nico.

- Nico, acho que você vai querer espaço para esse momento. Vou te indicar onde é o túmulo e vai poder ficar a vontade, ok? – diz Otto me olhando pelo retrovisor.

- Obrigado... – digo ainda tentando criar coragem.

- Vamos então? Temos só quarenta minutos até ele fechar. – diz Hazel pegado na minha mão – Você não está sozinho.

- Eu sei que não. – digo sorrindo para ela e respirando fundo – Vamos lá.

Saímos do carro e fomos adentrando no cemitério.

Muitas pessoas têm medo de lugares como ele, mas como? É tão lindo e delicado.

No cemitério em que estávamos a sua entrada via-se um grande portão metálico e logo acima o nome do lugar. Logo mais adentro se podia ver a uma grande extensão verde e repleta de flores.

Respiro fundo de novo e fico encarando aquela paisagem. Dezenas, centenas de lápidas repletas de flores, objetos e lembranças.

Estava ficando mais nervoso e não sei se teria coragem de enfrentar aquilo.

- Nico? Está tudo bem. – diz Percy do meu lado.

Ia apenas concordar com ele, mas me surpreendo ao pegar minha mão livre.

Uma onda de arrepio percorreu meu corpo e eu o encarei pronto para questionar sobre o que estava fazendo.

- Se acalmou? – diz ele me encarando.

Abri minha boca para reclamar, mas assim que parei pra pensar vi que a áurea do lugar não me afetava mais. O sentimento de medo foi substituído pelo arrepio por estar de mãos dadas novamente com Percy.

Desvio meu olhar percebendo que deveria estar corado e apenas consigo ver de relance um sorriso sair do seu rosto.

Ele adorava brincar comigo desse jeito, mas no fundo estava agradecido por isso.

Andamos mais um pouco até que Otto para na nossa frente e me fala que três fileiras adiante estava o túmulo da minha mãe.

- O nome dela está Maria Russo, seu avô quis deixar seu nome de solteira. – diz Otto – Pode ir lá Nico, vamos ficar aqui.

- Obrigado Otto, mesmo. – digo sorrindo para ele de lado.

- Vamos estar aqui Nico, qualquer coisa é só vir até nós. – diz Hazel me abraçando.

- Haz... Obrigado. – digo.

- Será que você... – digo agora olhando para o Percy, ele no começo ficou confuso, mas logo percebeu que nossas mãos ainda estavam juntas – Poderia vir comigo?

Ele me olhou surpreso, e acredite, até eu fiquei surpreso com o que tinha dito.

- Tem certeza? – diz ele me encarando.

- Aham. – digo ainda constrangido com o que tinha falado.

Ele apenas sorri e continuamos andando até a lápide de minha mãe.

Percorremos os olhos por cada uma, até que meu foco ficar em uma que se destacou pelo nome: Maria Russo.

Minha respiração começa a ficar acelerada e meu corpo tremer um pouco. Ela estava na minha frente agora.

Na sua lápide além do nome via-se a frase: “o anjo negro que protegeu a todos até o ultimo momento”. No mesmo momento lembro-me do meu colar com o anel e das palavras que ela havia me falado quando me entregou ele.

Então aquela metáfora do anjo era conhecida por outros.

Mais acima continua uma pequena foto. Uma mulher linda... Era do jeito que eu me lembrava dela: cabelos negros, olhos castanho escuros quase pretos, uma pele branca e as bochechas rosadas. Na foto ela sorria... Que saudade eu tinha de vê-la daquele jeito.

- Oi mãe... – digo baixo e vejo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Solto da mão do Percy e passo a mesma na foto dela, um ato de carinho por uma pessoa que me protegeu até ao fim.

- Finalmente te achei. – digo sorrindo e me ajoelhando na frente do túmulo – Senti tanto a sua falta... Eu me lembrei de tudo como você tinha pedido... Não sei se você gosta dessas flores, mas elas de um jeito me lembram você.

Pego o ramo de flores e coloco perto da sua lápide.

Eu estava nervoso. Uma avalanche de sentimentos preenchia meu corpo naquele momento: tristeza, saudade, amor, raiva, angustia e arrependimento.

Sabia que não iria ser fácil, mas nunca achei que fosse tão difícil.

- Sabe mãe... Foi horrível não lembrar de você esse tempo todo, mas agora que consegui eu jamais vou te esquecer. Ainda me lembro daquele natal e do dia que você me entregou esse anel... Eu o guardei com todo o carinho. Anjos negros protegem dos piores males, certo? Então... – respiro fundo – Por que eu não consegui te proteger mãe? Você me desculpa por não ter ficado dentro do quarto...?

Deixo mais lágrimas se derramarem em meu rosto e começava a sentir a dor em meu peito aumentar. Eu queria poder voltar e dizer a ter protegido do meu pai, daqueles homens...

- Oi mãe do Nico, Maria certo? Nome bonito – ouço a voz do Percy – Eu sou o Percy, o irmão do Nico. Adotamos ele naquela época. Só queria dizer a você que estamos cuidando muito bem dele... Uns mais do que outros... No começo ele deu bastante trabalho, mas foi uma questão de tempo até ele conseguir se abrir. Você tem um filho incrível... Pode ficar tranquila que cuidamos dele com todo amor viu?

Sorrio com aquelas palavras dele e apenas consigo sentir mais uma avalanche de sentimentos virem. Não conseguia dizer nada... Não sabia o que dizer para ela, teria algo pra falar?

- Nico, acho que ela vai gostar de saber o que aconteceu com você nesse tempo todo. – diz Percy me encarando e segurando a minha mão depois.

Sorri novamente para aquele ato. Ele sabia como estava sendo difícil para mim encarar todo meu passado de uma vez, e para não deixar que eu ficasse corroendo todas as minhas decepções na frente da minha mãe, ele estava dando um impulso.

- Do começo então? – digo olhando pra ele.

- Você não vai fugir da história do dia pulou o muro de casa. – diz ele rindo baixo e eu o acompanho na ação.

Então, começo junto a ele a contar sobre como eu conheci a família Jackson e como tem sido meus dias com eles. Também contei sobre ter ido morar em NY e sobre meus amigos que conheci lá. Não podia deixar de lado Reyna disso tudo. Gastei um bom tempo falando sobre Jason e Hazel, apenas omiti a parte que remetia a lembranças tristes. Sobre Percy eu apenas... Preferimos, em uma sincronia, não dizer tudo.

Foi uma conversa agradável e descontraída. No começo quando cheguei havia pensado em apenas pedir desculpas e lamentar sobre tudo o que ela tinha passado. Iria contar a ela sobre as minhas lembranças e de como iria encontrar Hades para me vingar, mas depois de começar a contar a história de como eu fui adotado e até hoje percebi que era isso que gostaria que minha mãe soubesse: em como o que ela tinha feito por mim não tinha sido em vão.

Você me protegeu aquele dia mãe e hoje eu pude conhecer todas essas pessoas.

- Gostaria que você estivesse aqui comigo para poder te contar tudo isso pessoalmente... – digo por fim – Ainda quero que você conheça Jason, Hazel, meus pais, a Piper, Reyna e o Otto... Também tem a Liz... Vou achar ela assim como te encontrei.

- Err Nico... Acho que temos que ir. – diz Percy ainda segurando a minha mão. Durante toda a conversa ficamos assim.

Apenas concordo com a cabeça e respiro fundo para falar minhas ultimas palavras.

- Eu vou voltar mãe, não vou te abandonar mais nenhum dia e nem te esquecer. Não se preocupe que eu estou em boas mãos e sei que você também está. – digo sorrindo e enxugando as últimas lágrimas que desciam – Eu te amo mãe... Sinto tanto a sua falta... Eu vou voltar ok? Seu pequeno ainda vai te proteger...

- Ela sabe que vai. – diz Percy sorrindo.

Eu o encaro e percebo por fim que não queria que mais ninguém estivesse aqui sem ser ele. Não conseguia me ver falando tudo aquilo para ela e sendo forte com outra pessoa, tinha que ser o Percy... Sempre ele, sempre.

- Percy... Obrigado – digo – Acho que eu conseguiria tudo isso sem você. Obrigado e desculpa por mais cedo... Eu não queria...

- Nico, tudo bem. – diz ele sorrindo e então entendi que não precisava mais alongar aquela conversa – Vamos?

- Vamos – digo e levanto do chão – Tchau mãe e feliz ano novo – digo sorrindo e virando de costas para ela.

- Vai indo na frente, eu ainda quero falar algo rápido com ela. – diz Percy ainda sentado no chão.

Olho confuso para ele, mas apenas concordo com aquilo e vou indo em direção para onde Otto e Hazel estavam.

Como tudo poderia ter mudado tão rápido em apenas um ano? A pergunta agora era o que eu deveria fazer? Quando eu estava conversando com ela nenhum sentimento de raiva surgiu em mim. Não lembrava do meu passado horrível e nem do rosto do meu pai. Não lembrava do que Percy havia me causado e de como aquilo doía...

Mas agora, tudo parecia voltar de uma vez.

- Vamos? – diz Percy já do meu lado e passando o braço em volta do meu pescoço.

- O que você estava falando com ela? – digo curioso.

- Só estava dizendo em como vou te reconquistar. – diz ele sorrindo e me olhando.

Ah... Aqueles olhos verdes.

- O que...?! – digo confuso e um pouco irritado, mas logo começo a rir – Você é impossível.

- Sou mesmo – diz ele rindo – Agora vamos que você deve estar morrendo de fome, conheço uma pizzaria por aqui ótima.

Sorrio para ele e continuamos a caminhar até onde Otto e Hazel estavam.

Onde eu apertava para aquele momento parar?


Notas Finais


~Monogatari.

Nico é daquele tipo que não pensou muito quando foi revelar que o Percy vai ser pai HAHAHAH, pareceu aquele irmão x9.
Eu sei que a atitude da Sally pode ter sido bem fantasiosa, mas... É isso mesmo que queríamos que acontecesse rs.

Agora vamos falar sobre essa cena do cemitério: PERCY, CLOSE CERTO MEU AMIGO! MAIS 10 PONTOS.
Acho fofo essa montanha russa dos dois, uma hora brigando outra eles esquecem tudo. E, ter ele do lado do Nico foi algo bem lindo. Alguém tinha dúvida que tinha que ser ele?

Que tudo se ajeite logo para esses dois. Quero mais beijos e cenas fofas :3

Enfim, até quarta amores *-*

~Liilyca

Pois é Percy acho que NINGUÉM esperava aquele beijo hsuahusahuas
Nico chega de cu doce já neh? Porra! (desculpem a boca suja)
Bom, a reação da Sally ja era esperada neh? Afinal ela é um amor de pessoa <3
Mas o Nico contando do Percy diretamente foi o melhor uahsuhashusa
Esse cap foi uma montanha russa neh? Brigas brincadeiras, choros, tudo junto kkkk
Tadinho do niquito </3
Mas pelo menos agora a tensão esta menor entre eles u.u
Espero que tenham gostado! o/
Até Quarta o/


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