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História New Stage - Past buried


Escrita por: Liilyca e monogatari

Notas do Autor


~Liilyca

Olá amoreees!!
Quem é que ta segurando firme o forninho!?
Porque precisam viu??? suhahusauhsa
Devo alertar que quem tem problemas de saúde principalmente coração deve ter cuidado ao ler esse cap ;)
Caso não postemos o cap no sábado já que é natal, então um ótimo natal a todos ;*
Boa leitura !!!

~Monogatari

HEY MEUS LINDOS! Estamos aqui para trazer mais alguns tiros, porque lógico que não acabou c:

Queria pedir desculpa por não estar respondendo aos comentários de vocês, eu leio todos ok? Só que não estou tendo muito tempo para responder com atenção, como essa semana tá tudo mais calmo vou tentar responder todos ok?

Desde já peço desculpa pelo capítulo grande :x

Ao capítulo agora \o/

Capítulo 35 - Past buried


Fanfic / Fanfiction New Stage - Past buried

Ninguém falou com a gente o caminho todo e eu não me importei com isso, minha mente estava dominada com o que tinha acabado de presenciar.

Jason o informante. Quando eu imaginaria isso? Sei que a sua intenção nunca foi das piores, mas o que ele fez acabava com qualquer confiança que eu tinha nele, como agiria agora? Coloquei novamente Percy em perigo, meus pais e Hazel...

A pergunta final é: o que foi que eu fiz?

Agora a vingança contra meu pai não parecia atraente. Colocar os sequestradores e os homens que mataram minha mãe atrás das pessoas que eu amava não despertava um senso de justiça. Nada disso é mais algo que eu queria, a partir do momento que isso colocou a vida das pessoas ao meu redor em perigo aquelas ideias ficaram bobas.

Vivi do passado, da minha cicatriz do passado e me esqueci das pessoas do presente. Como fui tão fútil a esse ponto? Não posso manter todos seguros ao mesmo tempo e nem concluir o que tinha acabado de fazer, senão ficarei nessa corrida sem fim até alguém morrer. E dessa vez eu sabia direito quem seria.

Pense Nico, você precisa pensar logo antes que algo pior aconteça.

Sinto o carro parar e um movimento no carro. Uma presença se forma do meu lado e sinto um pano sendo colocado no meu rosto causando sonolência em mim, não demorou muito para apagar.

(...)

A dor de cabeça é a primeira coisa que sinto quando recobro a consciência. Meus olhos ainda não estão abertos e apenas ouvia um bip apitando no local.

O que exatamente aconteceu?

Forço meus olhos a se abrirem e logo a luz do ambiente incomoda fazendo eu os apertar. Os outros sons do local começam a ficar mais auditáveis e meus olhos começavam a se acostumar com luz.

Assim que os abro totalmente observo onde estava: um quarto de hospital, é claro. Ao meu lado via os aparelhos e uma agulha no meu braço provavelmente de soro. A minha frente via duas poltronas vazias. Uma cortina me dividia de alguém. Não via nenhum curativo nos meus braços ou qualquer vestígio de ferimento grave.

Começo a me nortear mais e com isso os pensamentos viam juntos.

Jason. Percy. Cadê eles?

Mexo-me na cama fazendo um pouco de barulho que parece chamar atenção de alguém do outro lado da cortina.

- Nico! – não consigo me mover mais, pois dois braços me envolviam impedindo. Aquele abraço caloroso e seguro, o abraço de uma mãe. – Que bom que acordou! Fiquei tão preocupada com você. Teve uma confusão na vinda de vocês para cá e mandaram você e  Jason para outro lugar no hospital. Estou tão feliz que esteja aqui agora!

Mais uma pessoa que você deixa preocupada pelas suas besteiras, só que dessa vez as coisas estão piores.

- Cadê o Jason e o Percy? – não ia conseguir me acalmar até ouvir a confirmação que ambos estão bem.

- O Jason está bem já, acordou antes de você e foi para a ala de curativos, parece que torceu o pulso. O doutor disse que não é nada grave e o Percy... – essa pausa me matou por dentro. – Ele está aqui do lado.

Então Sally vai até a cortina que me separava de alguém e a arrasta mostrando o outro lado. Meu coração acelera assim que visualizo o seu rosto sereno dormindo. Os cabelos negros caindo sobre o travesseiro, pequenos cortes no rosto, seu lábio um pouco inchado, mas nada que impedisse a sua beleza de se destacar. Por conta do sono profundo, não conseguia ver aqueles olhos nos quais eu sempre me perdia, desejava tanto poder vê-los para mandar todas as minhas preocupações.

Dessa vez não, preciso encarar elas.

Via uma pequena tala em seu braço esquerdo, de resto parecia normal. Mas, ainda a preocupação se instaurava em mim.

É minha culpa, eu o coloquei nessa cama de hospital. Sabe-se lá o que faria se algo pior acontecesse a ele ou aos meus pais.

Nisso, a sede de vingança aumenta.

Eles mexeram com as únicas pessoas que não deveriam e eu não posso deixar isso por nada. Vou colocar cada um atrás das grades sem piedade.

- E como ele está...? – digo ainda encarando seu rosto sereno.

- Os médicos falaram que ele apenas torceu o braço e teve alguns arranhões no rosto, nada grave também. Como estava sentindo muitas dores nas costas por causa da pancada, deram um remédio para aliviar e por isso continua dormindo, falaram que o efeito só vai passar mais a noite.

- Licença? – ouço duas batidas na porta do meu quarto e me viro para ver quem é. Lógico que a surpresa é nada boa. – Poderia falar a sós com o Nico? Sou a Bianca da delegacia e queria tirar o depoimento dele.

- Ah... – Sally me olha confusa e eu apenas aceno com a cabeça tranquilizando ela. – Vou chamar uma enfermeira, ela me pediu para avisar quando você acordasse. – ela se inclina e deposita um beijo na minha testa. – Não se esforce demais meu querido.

Quando vejo Sally sair do quarto encaro Bianca com seriedade e desprezo.

- O que você quer? – digo com a voz seria.

Ela não responde nada e apenas fecha a porta do meu quarto, antes certificando que não havia muito movimento no corredor. Após isso, ela vai até Percy verificar se ele realmente estava dormindo.

- Não encosta nele. – digo firmo novamente.

- Acordou nervosinho em? – ela finalmente olha para mim e se senta na poltrona que ficava a frente da minha cama. – Um acidente de carro logo depois de ter falado com você, coincidência essa não?

- Vai ficar fazendo esses joguinhos ou vai me dizer o que quer? – estava me arriscando demais com aquelas palavras duras.

- Acha que é esperto Di Angelo? – ela levanta da poltrona e se aproxima de mim. – Esqueceu que eu tenho tudo na palma da minha mão? Ou você obedece e seja bonzinho ou seu amado aqui do lado pode sofrer um acidente, só que dessa vez não vou garantir que volte vivo.

Cerro meus punhos para conter a raiva e não começar ofendendo ela de todos os nomes possíveis.

Mantenha a calma Nico, qualquer passo falso você coloca todos os perigo de novo.

- Bom menino. – ela sorri e fica feliz por saber que está no comando. – Eu falei com ele e marquei o seu encontro, apenas avisando que será exatamente do jeito que eu mandar, entendeu? Sem gracinha ou esperteza. Eu tenho meus homens que ficaram de olho se algo de errado acontecer.

Continuo encarando ela sem falar nada e esperando a sua próxima fala. Bianca se aproxima de mim e logo enrijeço o corpo como defesa, mas ela apenas se aproxima do meu ouvido.

- Escute bem que vou falar apenas uma vez. – ela sussurra e diz a localização de onde deveria encontrar Hades. – e não esqueça Nico: qualquer passo em falso e você vai se arrepender amargamente. Ah e tiramos o rastreador do seu celular, então trate de deixar ele aqui.

- Eu não vou fazer nada. – falo soando firme. Precisava mostrar isso para ela, qualquer suspeita contra é o fim.

- Foi bom conversar com você Nico. – ela sorri de novo e sai de perto de mim. – E lembre-se: foi você que procurou tudo isso.

Eu sei disso e será meu carma.

Não demora muito e ela sai do quarto e eu mordo meu lábio inferior para conter as lágrimas.

Você deveria ter sido esperto Nico, você tentou brincar com eles, mas se tornou o brinquedo que agora tinha uma bomba relógio. Pense logo em como acabar com tudo isso.

Me pego de novo olhando para o Percy do meu lado e dessa vez não consigo segurar as lágrimas e deixo algumas rolarem.

Qual o preço da vingança?

- Licença. – enxugo rápido minhas lágrimas. – Vim te examinar Nico.

A enfermeira de cabelos loiros se aproxima de mim e começa a olhar para os painéis anotando coisas em sua panfleta e fazendo exames básicos em mim.

- Assim que o soro terminar você pode se retirar Nico, teve sorte que nada de pior aconteceu contigo. Aquela estrada é muito perigosa, é comum acidentes lá.

-Nem todos tiveram sorte... – digo baixo e logo ela entende o que eu quero dizer.

- Não se preocupe, assim que o efeito do remédio passar vamos examiná-lo e logo vamos liberá-lo. O seu outro irmão – ela olha na panfleta – Jason, ele já passou pelos curativos e disse que quer te ver. Tem uma sala reservada para visitas nesse andar, se quiser eu te levo lá.

Jason... O que vou sentir quando encarar seu rosto também e perceber tudo o que fez. Sei que essa raiva vai passar e que ela é resultado de muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas o fato dele ter traído a minha confiança e ter piorado a situação não sai da minha cabeça.

Eu tenho um plano, um que vai acabar com tudo isso. Mas, é arriscado e isso o colocaria em perigo novamente. Não quero achar que essa é a única maneira de resolver tudo: colocando todos na minha família em mais perigo, mas estou ficando sem escapatória. Vou ver Hades pela madrugada, o encontro foi adiado o que dificulta eu conseguir pensar em outras coisas.

Eles pensaram em tudo mesmo.

Você só tem esse jeito Nico.

- Ah claro, preciso ver ele. – digo por fim.

- Deixa eu te ajudar então. – ela me ajuda a levantar da cama e me locomover com o soro ainda preso em meu braço. Antes de sair da sala, olho para trás e digo a mim mesmo que acabaria com isso essa noite.

A enfermeira me guia até uma sala pequena que havia no mesmo andar e que não é muito longe do quarto onde estava. Assim como disse, é reservado onde apena encontro quatro poltronas, uma pequena tv, uma mesa de centro e algumas revistas nela. Sento-me em uma das poltronas e espero a moça chamar Jason.

Por sorte, junto às revistas havia também tinha um conjunto de canetas azuis. Pego uma delas e alguma revistas e começo a escrever nela da forma mais legível que conseguia.

- Pronto Senhor Jason, qualquer coisa chamem. – diz a enfermeira abrindo a porta e levo um choque ao ver meu irmão junto a ela.

É parece que esse sentimento não vai embora tão cedo.

Apenas aceno para ela agradecendo e vejo a porta sendo fechada.

É agora ou nunca Nico, seja esperto e torça para não ter ninguém vigiando.

Reparo que o Jason ia começar a falar, mas impeço-o levantando a mão indicando para ele esperar e logo ergo a revista onde nela estava escrito: eu tenho um plano, mas aja naturalmente. Podem ter colocado uma escuta na gente.

Ele me olha incrédulo e eu apenas sustento o olhar, não podíamos arriscar sermos ouvidos. Eles nos apagaram antes de nos deixar sóbrios no hospital, sabe-se lá o que podem ter feito com a gente.

Depois de alguns segundos ele relaxa o corpo e senta na poltrona na minha frente.

Aja naturalmente Jason, como se estivéssemos brigando.

- Eu não acredito que você fez aquilo comigo. – digo de uma forma fria que até ele se surpreendeu comigo. – Por que Jason? Será que não percebeu o que isso poderia ocasionar?

- Nico... Eu... – ele hesitava em casa palavra, nossa conversa poderia estar sendo forçada, mas cada palavra que eu dizia é a mais pura verdade, só não pensei que falaria isso tão cedo.

- Você traiu a minha confiança Jason. – digo novamente no mesmo tom, só que dessa vez ele parece perceber o que estava tentando fazer e entra na atuação.

Enquanto ele ainda gaguejava com suas palavras eu ia escrevendo em outra folha da revista com abreviações o meu plano. Garantia que ninguém nos via do lado de fora pois a cortina cobria onde eu estava sentado e não via nenhum vestígio de câmeras na sala. Tenho que confiar nisso.

- Eu fiz tudo isso no intuito de proteger vocês e conseguir aliviar essa dor e você age contra mim. – coloco a revista na mesa e indico com meu dedo para ele ler – Você sabe como achar meu pai é importante pra mim, ele matou minha mãe Jason. E agora eu não vou poder fazer do jeito que planejava...

Posso estar sendo dramático demais, porém precisava fingir o máximo possível para inibir as falhas na voz do Jason. Então, apenas continuo com o meu discurso de ter sido traído pelo irmão.

Percebo que ele havia acabado de ler assim que seus olhos se arregalam e o vejo negar com a cabeça e eu apenas sustento o olhar.

Confie em mim Jason, por favor.

- Não posso te deixar sozinho com aqueles caras. – ele me diz e sei a ambiguidade da sua frase.

- Você não tem que deixar nada, é a minha vez de resolver isso. E acho que chegou à hora de Hades pagar pelo que fez. Não me atrapalhe Jason, apenas passe esse recado para eles. – me levanto da poltrona e digo o local do meu encontro com Bianca.

- E como eles vão acreditar em mim?

- Fale que a dívida será paga. – digo e pela primeira vez não é encenação, sabia que se tudo saísse errado, a dívida seria paga de qualquer jeito, com a garantia dessa vez.

Antes de sair totalmente da sala faço uma linguagem labial indicando que ele gravasse o que estava na revista e logo depois que a jogasse fora. Assim que fecho a porta atrás de mim inclino minha cabeça nela e fecho meus olhos. Respiro fundo e me preparo para o próximo passo, tudo está acontecendo tão rápido que a chances de dar certo podem acabar a qualquer hora. Preciso confiar na pequena porcentagem.

Sigo para o meu quarto e dou de cara com a Hazel vindo em minha direção e me envolvendo em seus braços.

- Eu pensei... Eu pensei... – ela não conseguia formular nenhuma frase completa. Tão frágil e não sabia de quase nada.

- Não se preocupe Haz, estou bem. Foi só um susto. – digo tentando confortá-la. Não podia deixar nenhuma fraqueza ser passada pela minha voz.

- A Bianca me passou seu relato e tudo o que aconteceu Nico, vamos investigar o caso. – ouço a voz de Otto ao fundo. – Fico feliz que esteja bem, descanse por agora.

- Obrigado Otto. – tento esbanjar um sorriso confiante no rosto.

- Vem, eu te ajudo a deitar. – Hazel pega na minha mão e me guia até minha cama de novo me ajeitando e o soro. – Não posso ficar muito, parece que o horário de visitas já acabou.

- Não se preocupe, vou ficar bem. Logo vou ter alta. – a puxo para um abraço forte, um que não me lembrava de ter dado nela ainda. – Fica bem Haz, e eu te amo.

- Eu também te amo Ni, fica bem ok? Sem loucuras! – ela me repreende e acabo sorrindo.

Quantos problemas eu trouxe pra ela?

Despeço-me de Otto novamente e logo fico sozinho no quarto de novo. Me falaram que Sally e Poseidon estavam na recepção arrumando as papeladas, e parece que Otto ficaria um pouco no hospital ainda para falar com o Jason. Todos aqui, é o mais seguro, espero que Jason cumpra com o que eu mandei, sem erros e sem heroísmo.

Puxo uma revista e abro-a nas palavras cruzadas para dar continuidade ao meu plano, não podia falar nada e muito menos pegar meu celular, isso apenas aumentaria as suspeitas. Tenho que agir naturalmente, como se esperasse o horário para receber alta e me encontrar com Bianca.

Passam-se algumas horas e logo a enfermeira vem verificar o meu soro. Ela o tira do meu braço e faz as últimas pequenas confirmações e me da alta falando que apenas teria que tomar cuidado com novas emoções durante alguns dias e que deveria manter o repouso.

Sally e Poseidon estavam no momento conversando com Jason e pedindo mais informação sobre o acidente. Então, este momento é o mais apropriado para dar continuidade em tudo.

Faltava apenas vinte minutos para me encontrar na frente do hospital com Bianca e torcia para que Jason tivesse dado o recado para a gangue. Visto a minha jaqueta e me aproximo da cama onde Percy estava. Esse tempo todo eu havia ficado na poltrona o observando e vagando em meus pensamentos.

Pego a revista de palavras cruzadas que estava na minha mão e deixo-a aberta ao lado de sua cama, se tivesse sorte penas ele repararia nela a ponto de dar uma atenção especial. E também tinha que ter a fé de que acordaria hoje à noite a tempo de concluir o plano.

É arriscado? Demais, mas eu tenho que ter esperança.

Aproximo-me do seu rosto e dou um beijo em sua testa. Ainda permanecia com o seu calor.

- Eu volto mais tarde ok? – encosto minha testa dele e fico encarando suas pálpebras impedindo que eu visse seus olhos verdes. Queria tanto ter essa visão antes de ir embora. – Confie em mim Percy, vamos sair dessa, juntos. Então não faça nenhuma besteira.

Acaricio sua bochecha com o meu polegar e sinto uma dor no peito por ter que deixá-lo ali. Aproximo meus lábios do dele e deposito um singelo selinho em sua boca resseca e gelada.

- Eu te amo, se eu não voltar quero que se lembre disso sempre. – esbanjo um sorriso solitário e de saudade em meu rosto e saio do quarto.

É agora ou nunca Nico.

Olho para as laterais assegurando que ninguém que eu conhecia estava perto e começo a andar até a recepção quando vejo que o local é seguro. Faltava agora apenas 10 minutos para meu encontro com a Bianca, o tempo que restava até caminhar ao local.

O vento gélido logo de cara incomoda meu corpo e me aconchego mais na minha jaqueta e começo a andar até o fundo do hospital. Meu coração batia forte com a decisão e o medo ainda percorria meu corpo.

Respire fundo Nico.

O que perturba a minha mente agora não é o fato do plano der errado e sim de estar a poucos minutos de encontrar meu... Meu pai. Sentia nojo de falar isso. Como será que está depois de tanto tempo, ainda me reconheceria? Estou parecido com ele? Vai me receber com aquele mesmo olhar rígido ou montou um discurso de desculpa por ter assassinado a minha mãe e me abandonado quando criança?

Não importa, com ou sem desculpas esse ser passou a ser menosprezível para mim. Sentia arrepio de pensar que um dia o tinha considerado um familiar ou o ter esperado quando criança.

Assim que viro a esquina avisto um carro preto parado. Sabia que era ela.

Respiro fundo e abro a porta do passageiro a vendo no banco do motorista encarando a rua.

- Vamos acabar com isso logo. – ela espera eu fechar a porta e dá partida no carro.

Não trocamos nenhuma palavra o caminho todo e eu preferia ficar perdido em meus pensamentos.

Estava de noite já então não conseguia ver muito da estrada. Quando estávamos adentrando mais em uma parte afastada da floresta, Bianca me pede para vendar os olhos. Não queria arriscar que eu voltasse lá um dia ou desse alguma pista a polícia. E eu apenas faço o que ela manda.

Não sei se demorou ou apenas estar vendado dava a impressão de ser perto ou longe. Apenas senti que havíamos chegado quando o carro desacelerou e parou. Minha respiração se acelerava e o nervosismo ficava mais intenso no meu corpo.

Cerro meus punhos que estavam no bolso da minha jaqueta. Falta pouco.

Ouço a porta de o carro abrir e ela me tirar de dentro de lá. Sou conduzido o caminho todo com a sua ajuda. Escuto duas ou três vozes diferentes no ambiente e a Bianca mandando em todos.

Quando escuto uma porta sendo aberta sou desvendado e a luz do ambiente me incomoda um pouco.

Estava em uma biblioteca onde as paredes eram revestidas de estantes com milhares de livros. Havia uma mesa de escritório com mais livros e algumas poltronas preenchendo alguns espaços em branco. Na parede a minha esquerda, tinha um quadro onde conseguia ver duas mulheres, uma reconhecia por ser Bianca e a outro provavelmente sendo a mãe dela. Minha única vontade naquele momento era de pegar aquilo e rasgar.

- Fique aqui, vou avisar que você chegou. Não mexa em nada, estamos de olho. – ela aponta para uma câmera que ficava perto da porta. Apenas confirmo com a cabeça e a vejo sair da sala.

É Nico, o que você tanto queria acaba de acontecer, vai ficar cara a cara com o homem que desgraçou a sua vida e da sua mãe. O que vai falar para ele? Palavras de ódio ou aumentar a sua culpa pelas merdas que havia feito? Haveria algo para ser falado? O importante: você realmente quer isso?

Tudo será mudado com a minha vinda aqui? Não, eu sei que não vai. Mas, algo dentro de mim sentia a necessidade de encarar os olhos dele e fazer apenas uma pergunta: o motivo. Por que fez aquilo?

- Eu me lembro desse anel. – meu corpo gela quando escuto essa voz. O mesmo tom frio e rígido. Aquela voz rouca que você escuta assim quando alguém acaba de acordar. O pior não é isso, e sim como ela se parecia com a minha.

Cerro meus punhos de novo e me xingo por ainda guardar o anel. É um presente da minha mãe, mas acima de tudo foi um presente que ele tinha dado a ela.

Conto até dez e decido me virar para encará-lo.

Meus olhos ficam vidrados assim que vejo a sua silhueta. Não mudou nada, continua o mesmo que me lembrava das minhas sessões. O mesmo cabelo negro, os olhos ônix e opacos. A mesma pele branca como o mármore e os lábios finos rosados. A mesma expressão séria e brava.

Tudo o que havia pensado em falar sumiu da minha mente e apenas a raiva dominava o meu ser. Lembrava-me das cenas dele batendo na minha mãe, pedindo dinheiro para ela e da sua forma grosseira de me usava para tirar dinheiro dela.

- Como você cresceu. – diz ele me encarando.

Desgraçado.

No mesmo instante a adrenalina toma conta do meu corpo e eu avanço para ele. Agarro a gola da sua blusa com força e o impulsiono para traz fazendo bater as costas em uma das estantes de livros.

- Seu desgraçado. – digo firme e seco. – Como pôde?

- Foi pra isso que veio me encontrar? Pra jogar na minha cara a crueldade que fiz com você? – nossos olhos entram em uma disputa de escuridão.

- Como se estivesse arrependido. Eu jurei que iria te ver e te matar.

- Mas você não vai. – ele se livra da minha mão e me empurra para trás. – Sabe o por quê? Eu sou seu pai Nico, você não teria coragem.

- Eu tenho nojo de ser seu filho! Você é um assassino! – começo a gritar e só depois percebo que algumas lágrimas já tomavam o meu rosto.

Droga, não queria me mostrar fraco.

- Você sabe muito bem que aquilo foi necessário. Você não entende Nico? Era eu contra uma gangue inteira. – ele diz aquilo com uma tranquilidade.

Eu tentava manter a minha respiração calma para não me descontrolar, mas quanto mais tentava, mais tinha vontade de avançar em cima dele. O que acabou acontecendo.

- Necessário?! – digo assim que reparo que havia dado um soco em seu rosto. – Matar a minha mãe foi necessário?! Me largar com a gangue e me deixar como garantia era necessário?! Que tipo de doente é você?

Não o deixo se recuperar do soco e logo pego na sua gola de novo.

- Primeiro comigo e depois com a Hazel. Que merda você fez?! – meus gritos ficavam mais altos e eu não pensava em parar. E em nenhum momento ele parecia surpreso com a minha atitude.

- O que você queria que eu tivesse feito?! Morresse? Ah meu querido filho, eu tinha muito que viver ainda. – ele esbanja um sorriso satisfatório no rosto.

- Cala a sua boca ou te mato agora mesmo. – digo pausadamente.

- Mate então e faça o mesmo que eu fiz com a sua mãe. – não aguento e dou outro soco em seu rosto.

Eu sei que nada disso mudaria ou resolveria as coisas, mas a cada soco que dava nele uma satisfação no meu corpo aumentava. Eu o faria pagar por tudo.

- Eu jamais vou ser como você. – largo a sua gola e o deixo no chão.

Provavelmente voltaríamos a discutir se a porta da biblioteca não tivesse sido aberta grosseiramente.

- Ora, ora. Finalmente te achamos Hades. – eles chegaram.

Entrando na sala via cinco homens. No meio deles estava o que haviam matado a minha mãe naquele dia. Os outros seguravam como reféns as pessoas que provavelmente estavam lá embaixo e lógico com a Bianca no meio. A única pessoa que não portava ninguém é o que havia falado e provavelmente o comandante.

- Como você...? – pela primeira vez vejo a expressão de surpresa no rosto de Hades.

- Tal pai, tal filho. Eu vim pegar o que é meu. – o homem de cabelos castanhos sorri e tira uma arma na sua calça. – Onde está o dinheiro?

- Seu desgraçado! Como pôde entregar ele assim?! – Bianca gritava se debatendo para ser solta.

- Ainda atrás disso?! – via o desespero na voz de Hades.

- Dinheiro é dinheiro meu amigo, e eu nunca vou esquecer. Onde está? – o comandante falava grosseiramente.

- Você sabe que não tenho esse dinheiro. Preciso de um tempo!

- Mais tempo? Esperei demais Hades, o quero agora ou você sabe o que vai acontecer com você.

- Um ano, me dê um ano e você terá todo o seu dinheiro. – Hades olha pra mim e depois para a Bianca. – Leve os dois como garantia.

- Pai! – Bianca diz perplexa.

Ele realmente não mudou nada. Cerro meus punhos e direciono um olhar mórbido a ele.

Não Hades, dessa vez você não vai se safar.

- Levem-no daqui. – ordena o homem e um caro entra na sala.

-Não! – Bianca grita. – Deixem ele!

Então a sala se tornou em uma sinfonia de gritos. Bianca pedindo misericórdia para o pai, enquanto esse há poucos minutos havia oferecido ela como garantia. Hades pedindo mais tempo e os outros reféns gritando para serem libertos.

- Silêncio! – o comandante diz e atira para o alto fazendo todos se calarem.

Agora o que emanava do meu corpo era medo. Isso não ia acabar bem.

- Para onde vocês vão levá-lo? – Bianca ainda insistia na conversa.

- Ora, para onde ele merece. Se tem o dinheiro deixamos ele ir, senão... – ele coloca a arma em sua cabeça e simula um tiro.

Vão matar ele, com ou sem dinheiro.

Por um motivo que eu não sabia explicar um desespero se formou em mim. Não podem matar ele ainda, precisa se julgado e incriminado pelo que tinha feito. Tenho perguntas para serem feitas, preciso saber.

- Você não pode levar ele agora. – por fim digo.

- Como é? E por que não posso? Vai me dizer que quer dar um abraço no seu pai? – o comandante começa a rir. – Besteira moleque, ele matou a sua mãe.

- É por isso que eu ainda não acabei. – digo me mantendo firme.

- Ok, se é assim. – o comandante vai até ao homem que segurava Hades e o traz para perto de mim. – Pergunte o que você quer.

Fico sem palavras com essa atitude e fico encarando aqueles olhos que eu havia herdado. O mesmo desespero que senti no meu passado e no que ele havia causado.

Pergunte Nico, você não vai ter essa opinião de novo.

- Acabou o tempo. – o homem o tira de perto de mim. – Você tem ou não o dinheiro?

Olho para os lados tentando achar algo que resolvesse a situação, sabia que o levariam, mas não que fosse tão rápido. Ele não pode ir embora agora que eu tinha perguntas para fazer, precisava ouvir da sua boca aquelas palavras.

- Eu não... – Hades ia começar a falar, mas é impedido.

Um estrondo se forma na sala e só consigo ouvir os gritos da Bianca. Um zunido perturba meu ouvido a ponto de ter que tampá-los. Só depois de alguns segundos que consigo abrir os olhos e ver o que havia acontecido.

No chão, estirado com um tiro na cabeça via Hades sem o brilho aterrorizante em seus olhos.

- Não! – Bianca grita com toda força que tem. – Não!

Fico paralisado com a cena. Minha respiração aumentava e sentia meu corpo tremer.

Morto, ele estava morto. Não, não, não. Eu...

- Ah garota cala a boca. – o homem que havia atirado em Hades se aproxima de Bianca e a puxa pelos cabelos. – Olhe para o seu pai morto ali, ele que buscou isso.

- Seu desgraçado!! – Bianca dizia chorando.

- Vai lá se despedir dele. – ele solta os cabelos dela e vejo a menina ir até o corpo estirado do pai no chão, mas antes que dizer algo o estrondo se forma de novo.

Estirada no chão, em cima do corpo do pai via Bianca morta.

Cerro meus punhos com força e vejo a adrenalina tomar meu corpo de novo. De novo duas pessoas mortas por causa de uma merda de dinheiro. Se eu não acabar com isso agora, eles só vão continuar.

- Agora é a sua vez garoto. – vejo a arma sendo apontada para mim.

Fico encarando a saída da bala com atenção e imagens começam a surgir na minha mente. Queria gritar, pedir perdão, chorar, sentir raiva. Mas, a única coisa que consigo sentir é arrependimento. Ter ido atrás do meu pai, descobrir meu passado, colocar todos em perigo, matar uma pessoa inocente e me tornar a pessoa desprezível que era meu pai. Fiz tudo igual a ele.

- Solta a arma! – então, mais uma vez, outro estrondo se forma no ambiente. Só que dessa vez não em mim.

Encolho meu corpo e o impulsiono para trás assim que vejo o homem que estava na minha frente gritando de dor. Alguém o acertou na mão o desvinculando da arma.

- Vai, vai, vai! – eu reconhecia essa voz: Otto. Ele conseguiu.

Então tudo começa a acontecer muito rápido: via policiais entrando no ambiente e rendendo o pessoal da gangue. Otto afastando a arma do chefe deles e pedindo para um homem o algemar.

Minha visão ficava paralisada apenas no corpo de Hades e de Bianca no chão.

Mortos, os dois mortos.

Meu corpo começa a tremer de novo e as lágrimas tomando conta do meu corpo. Encolho meu corpo mais e escondo meu rosto em minhas mãos deixando os soluços tomarem conta de mim.

Maldição, maldição.

A cena do dia do assassinato da minha mãe percorria a minha mente junto com as desgraças de o meu passado. Não vou aguentar, não aguento mais... Minhas mãos tremiam e meu corpo ficava fragilizado. Não sabia o que sentir e qual sentimento dar liberdade para fazer algo.

- Nico, ei. – a voz de Otto fica mais presente perto de mim. – Acabou. Agora tudo acabou.

Sinto seus braços me envolverem e me permito me mostrar fraco para ele. Parecia um bebê recém nascido chorando de fome.

- Chore meu amor, não segure elas. – a voz da minha mãe ecoa na minha mente o que faz o choro aumentar.

Eu precisava perguntar, preciso saber. Ele tem que me dizer: você amou a gente pelo menos alguma vez? Você me procurou quando criança?

Essas perguntas começam a martelar na minha mente, mas a única cena que conseguia ver era do seu corpo no chão, morto.


Notas Finais


~Liilyca

Vivos?
Ao contrario do Hades e da Bianca? HUSAHUHUSA
Sim sou má kkkkkkk
Então que acharam!?
Devo me livrar da culpa e dizer que não sou responsável por nada (sqn) KKKKK
FELIZ NATAL A TODOS E ATÈ MAIS!

~Monogatari

E MEU HAHAHAH VÃO VER SE NO CÉU TE PÃO HUE.

Como um leitor disse: shinigami mono passou por aqui e deixou um presente :*

É meus queridos, Hades e Biancas mortos. Merecido ou não? "Levem os dois" isso foi sacanagem hahaha ele não mudou nem um pouco ou se arrependeu.

Tadinho é do Nico, gente esse menino ainda vai surtar pra valer :c eu nem sei como reagir nesse cap :x

O que acharam dele? Podem ser sinceros rs.

Enfim, se não tiver capítulo sábado já digo: FELIZ NATAL!

Amo vocês <3


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