1. Spirit Fanfics >
  2. New Stage >
  3. Danger zone.

História New Stage - Danger zone.


Escrita por: Liilyca e monogatari

Notas do Autor


~Monogatari

Boa madrugada meus amores! Então tipo assim sabe, meio que eu e a Lily esquecemos de postar o capítulo HAHAHA, foi muito sem querer eu juro!! Não nos matem :x, prometemos recompensá-los com esse capítulo lindo :3

E então? O que será que aconteceu depois do beijo? Será que finalmente vamos ver algum avanço ou alguma explicação dos dois sobre o beijo? Aliás, que beijo em HAHAHA. Boa leitura <3

~Liilyca
Olá amores!!! Então agt é meio doida e esquecemos mesmos de postar antes hahahah
Não nos matem!
Mas aqui estamos para postar mais um cap recheado de emoções para vocês!!
Espero que gostem e mais uma vez obrigada por tudo 😉

Boa Leitura !

Capítulo 6 - Danger zone.


Fanfic / Fanfiction New Stage - Danger zone.

Que porcaria eu tinha acabado de fazer? De tudo que deveria fazer, beijá-lo era a ultima coisa que tinha que ter feito.

Nossos corpos ainda estavam próximos um do outro e Percy ainda me encarava. Não conseguia decifrar o que estava sentindo. Parecia estático e sem saber o que fazer.

Eu deveria me sentir totalmente mal com o que tinha feito ou até mesmo assustado, porém meu coração acelerava e pude sentir uma pitada de felicidade tomar conta do meu corpo. Eu queria mais e isso era absurdo.

Eu não apenas beijei outro homem, fiz isso com meu irmão que é compromissado.

Cavei minha própria cova.

- Nico... – finalmente Percy sussurra algo. Conseguia ver a surpresa em sua feição agora.

Não deixe o clima pior do que está Di Angelo.

- Me desculpa... Percy me desculpa. – começo a falar desesperado. – Eu não...

- Nico... Você sempre...? – ele começa a falar, porém não termina a frase. Eu podia deduzir o que queria falar.

- Eu... – começo a falar, mas meu nervosismo tambem não deixa que eu termine a frase.

Não espero ele pensar em falar algo e já afasto nossos corpos. Tinha que sair daquela zona de perigo, ficar perto do Percy iria só piorar a coisas e eu ficaria mais atraído ainda. Somos pólos opostos, e não podia deixar a gente se atrair.

Agindo contra meu movimento ele começa a se aproximar de mim. O que estava fazendo?

- Não se aproxima. – Digo firme.

Percy apenas para de se aproximar de mim e fica me encarando confuso. Não estava sendo lidar com a situação.

- Nico, eu... – diz ele ainda em processo de organização da situação.

- Fica longe... – digo sério. Tinha que tentar manter as coisas firmes.

Não espero de novo ele fazer algo e apenas me afasto mais dele e saio de lá e indo até meu quarto trancando a porta. E apenas fico grato por ele não vir atrás de mim.

Apoio minha cabeça na porta e deixo meu corpo se arrastar até que acabo sentando no chão, colocando depois minhas mãos em meu rosto.

Maldição Nico, você foi longe demais dessa vez.

Se antes eu estava me sentindo estranho, agora as coisas estavam piores ainda. Deveria ficar desesperado ou até mesmo ficar questionando o motivo de ter feito aquilo, mas tudo o que sentia era o gosto de querer mais.

Não queria ter parado de tocar naqueles lábios. Se pudesse, gostaria de ter sentido mais o calor do seu corpo.

Fecho os meus olhos e volto na cena que tinha acontecido há alguns minutos atrás.

Meu coração ainda estava acelerado e sentia meu corpo tremeluzir. Minha mente estava uma bagunça. Alternava em culpa tremenda à pura felicidade e satisfação.

Céus... Ele beija muito bem.

Acorda Nico! O que você ta pensando? Tem noção do que acaba de fazer?

Não beijou qualquer pessoa. Percy é seu irmão, e para piorar você mora com ele. Como iria encarar todos os dias agora? Será que vai conseguir conversar com ele de novo? E quanto a Annabeth?

- Porcaria. – sussurro para mim mesmo.

Fugir ou sumir? Era o que eu mais queria.

Pela primeira vez a proposta de morar com Jason ou voltar para casa se tornaram tentadoras.

Porém, eu não poderia sair assim. O clima daqui já ficaria tenso e esquisito, se saísse e morasse com Jason apenas pioraria não só a minha situação, e sim de todos.

O que eu mais queria nesse momento era evitar olhar para a sua cara agora. Com certeza estava sentindo nojo do que havia feito.

- Parabéns Nico. – resmungo de novo comigo.

Levanto de onde estava e vou até a minha escrivaninha e pego meu remédio para dormir. Era o que mais precisava naquele momento: dormir. E realmente esperava que nada e nem ninguém perturbasse meus sonhos.

Penso primeiramente em tomar duas doses do remédio para capotar de vez, mas desisto ao perceber que se algo desse errado apenas traria mais problemas.

Por fim, tomo apenas o necessário e deixo meu corpo ser tomado pela cama e caio no sono.

(...)

Por sorte tenho uma noite tranquila de sono, continuaria tendo se a claridade no meu quarto não tivesse atingindo diretamente meus olhos

Sou obrigado a abrir meus olhos lentamente e percebo que acabei dormindo com a roupa do dia anterior e sinto de leve uma dor nas costas por estar em uma posição não muito confortável.

Que horas eram?

Levanto meu corpo aos poucos e gradativamente vou me ajeitando para ter uma visão ampla do meu estado.

Vou até o banheiro e sou obrigado a me olhar no espelho. Estava deplorável.

Meus olhos estavam inchados e minha cara amassada. Parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim a noite.

Ia começar a raciocinar sobre o que teria que fazer para melhorar aquela cara quando sou novamente pego pelos meus pensamentos me levando para o que tinha acontecido a noite passada.

Teria que enfrentar aqueles olhos verdes hoje novamente.

Apenas tente não piorar a situação Nico, aja normalmente como se nada tivesse acontecido. Foi um erro, apenas peça desculpas e certifique-se que não acontecerá de novo.

Isso, eu preciso fazer isso. Mas... Por que eu ainda sim, no fundo, nego? Não quero fingir que nada aconteceu.

Pela primeira vez eu senti vontade de não ser irmão do Percy e ter nascido mulher. Será que assim as coisas seriam mais simples?

Estava difícil me encarar no espelho. Guardar aquilo para mim apenas me consumiria mais e mais. Precisava colocar para fora aquilo e saber como parar. A favor ou contra a minha vontade eu tinha que parar de sentir aquilo.

Respiro fundo e pego algumas roupas para tomar um banho e ver se conseguia aliviar um pouco a tensão que estava. Ainda teria um dia cheio pela frente.

Tomo um banho gelado, visto minhas roupas e arrumo a minha mochila.

Por favor, que ele esteja dormindo ou tenha ido para a faculdade já. Encarar aqueles olhos logo de manhã não ajudaria em nada.

Saio do meu quarto e vou andando lentamente até a cozinha, porém quando chego tudo o que esperava aconteceu diferente.

No cômodo, preparando alguma coisa estava Percy. Ele parecia não ter percebido ainda a minha presença. Vestia o seu blusão branco que destacava seus olhos, seu cabelo estava ainda um pouco molhado indicando que tinha saído do banho algum tempo atrás.

Era bonito...

Não consigo dizer nada ou me mover, parecia uma estátua olhando-o.

- Oi Nico... Bom dia. – sou tirado do meu transe quando aqueles olhos tomam meu campo de visão me encarando.

- Ãn... Bom dia. – digo desviando meu olhar.

Parabéns Nico, é desse jeito mesmo que você vai fugir de um clima estranho.

- Vai querer panquecas? – diz ele tentando manter algum tipo de comunicação.

- Vou tomar um café só. – digo.

Eu ainda estava nervoso com o que tinha acontecido noite passada, encarar ele e fingir que nada ocorreu era bem difícil.

- Você precisa comer algo ou vai ficar nessa magreza para sempre. Parece que passa fome. – diz ele sorrindo.

Ele realmente estava se esforçando em manter o clima o mais tranquilo possível, tinha que fazer o mesmo.

- Como se não estivesse. – digo brincando.

- Assim eu me sinto culpado. – diz ele rindo e bagunçando meus cabelos como sempre fazia de manhã.

Meu corpo se enrijece ao sentir o seu toque. Novamente as batidas do meu coração se aceleram e sinto meus olhos vidrados na bancada na minha frente.

Percy pareceu perceber o que tinha acontecido e imediatamente afasta sua mão de mim e olha para baixo pensativo.

- Nico... Sobre ontem... – diz ele tentando achar palavras.

- Esqueça aquilo Percy. Desculpa pelo que fiz... – digo tentando aliviar a tensão. Ele não tinha culpa que tinha um irmão problemático.

- Mas eu... – diz ele parecendo surpreso.

- Não, é sério, me desculpa. Aquilo não vai acontecer de novo. – digo desviando meu corpo do dele e pegando uma garrafa termina que deveria ter café.

Não podia deixar ele ver o meu estado. Com certeza estava com uma cara deplorável e podia sentir algumas lágrimas se formarem no meu rosto.

Segure elas Nico, o que aconteceu ontem foi apenas um erro que você deve aprender com ele.

- Eu tenho que ir agora. Combinei com a Reyna de passar no departamento de estágio de manhã. – minto ainda não o encarando.

Pego a garrafa térmica e vou indo em direção a porta, mas sou impedido de continuar quando sinto meu braço sendo segurado por alguém.

- Eu realmente quero conversar sobre ontem. – ouço Percy com uma voz desesperadora.

Eu não quero lembrar daquilo, com certeza não quero.

- Esqueça isso... – digo triste livrando meu braço e saindo pela porta o deixando atordoado dentro do apartamento.

Agradeço-o por não vir atrás de mim. Aperto o portão do elevador e apenas entro nele sendo consumido novamente pelos meus pensamentos. Coloco meu fone de ouvido e deixo que meus sentimentos sejam derramados naqueles versos.

 

You've got a hold of me

Don't even know your power

I stand a hundred feet

But I fall when I'm around you

Você me tem nas mãos

Nem sabe o tamanho do seu poder

Eu me posto como um gigante

Mas caio quando estou perto de você

O dia tinha começado agora e tudo parecia desmoronar. Eu teria que começar a pensar em como conviver ao lado dele. Não podia manter aquele clima estranho, mas também não queria relembrar a porcaria que tinha feito ontem. Esquecer era a melhor solução, não é como se fosse se repetir. Agi por impulso e deixei por me levar por sentimentos confusos.

Era compreensível, tinha acabado de voltar a morar com ele de novo e logo de surpresa descubro que estava namorando. Lógico que foi um abalado, Percy e eu sempre fomos grudados um com outro, praticamente todo lugar que eu estava ele vinha atrás.

Fui mimado pela sua proteção e sempre me senti dependente dele. Agora as coisas tinham mudado, não tinha mais nove anos e ele não era obrigado a me proteger de tudo também. Ainda estava agarrado as coisas do passado, e agora chegou a hora de me desapegar.

Isso, o que aconteceu ontem foi apenas medo de estar perdendo algo que eu sempre prezei ser a coisa mais importante para mim. Um medo que não se repetiria.

 

Please have mercy on me

Take it easy on my heart

Even though you don't mean to hurt me

You keep tearing me apart

Would you please have mercy

Por favor, tenha misericórdia de mim

Vá com calma com o meu coração

Mesmo que não seja sua intenção me machucar

Você está sempre acabando comigo

Por favor, tenha misericórdia

-Nico? – ouço alguém me chamando de longe.

Já tinha saído do elevador e estava agora na portaria do predio. Quando desvio meu olhar do chão para ver quem me chamava, surpreendo-me percebendo que era Reyna.

- Reyna?! – digo confuso. – O que ta fazendo aqui?

- Eu estava passando aqui perto, então decidi vir aqui para irmos à escola juntos. Você esta bem? – diz ela me olhando preocupada.

Minha cara deveria estar horrível.

- Estou sim, só não tive um bom começo de dia. – digo suspirando.

- Bom, temos uma longa caminhada pela frente. – diz ela sorrindo o que fez parte de mim cogitar contar a ela o que tinha acontecido. – Percy não vai para a faculdade hoje?

- Não sei... – desvio meu olhar involuntariamente.

- Ah... Entendi. Bom, vamos indo ou vamos chegar atrasados. – diz ela pegando minha mão e me guiando pelas ruas.

(...)

Ficamos boa parte do caminho conversando sobre coisas aleatórias. Reyna sabia como não forçar as coisas e esperar que elas fossem até ela. A ideia de contar para ela realmente estava sendo quase considerada, ela conseguiu conquistar a minha confiança em pouco tempo e também havia aquela frase que tinha me dito: “Cuidado com isso que você ta sentindo”. Será que ela já desconfiava de alguma coisa?

Felizmente as aulas foram calmas e consegui prender a minha atenção todas nelas. Estava lotado de trabalhos e apresentações para fazer, o que eu realmente estava agradecido. Isso deixaria minha mente ocupada e poderia usar isso como desculpa para ficar longe de casa.

Ficar longe...? Eu ia mesmo evitar o quanto pudesse ele?

Na saída como de costume, Reyna estava esperando na porta da sala para me acompanhar até lá fora. Eu conseguia ver no olhar dela a esperança e expectativa para que eu contasse algo.

Confie em alguém Nico, nem todas as pessoas são ruins.

- Reyna, queria contar algo para você. – digo no caminho até o corredor.

- Pensei que não ia falar nunca. – diz ela sorrindo. – Vamos lá fora que está mais calmo.

Então, ela pega novamente minha mão e me leva para fora da faculdade, onde na frente havia um pequeno jardim. Nos sentamos debaixo de uma árvore e ela não inicia a conversa, pelo jeito esperava que eu me acalmasse e achasse as palavras certas.

- Eu acho que cometi o pior erro da minha vida. – digo sendo dramático.

- Não deve ter sido tão ruim, o que aconteceu Nico? – diz ela me olhando transportando confiança.

Respiro fundo e olho para o nada. Na calçada da faculdade via o nosso grupo de amigos, ou o que eu achava que era: via Hazel acompanhada pelo asiático musculoso. Leo rindo e provavelmente provocando alguém. No meio de frente para a minha visão estava Percy e Annabeth. Pareciam distantes e ele estava forçando um sorriso com as palhaçadas do Leo (acreditem, eu reconheço quando ele não está se sentindo bem).

No meio período que fico encarando aquela cena nossos olhos acabam se encontrando. Por um breve momento penso em sorrir para ele no intuito de ver ele sorrir de verdade, mas infelizmente faço o contrário e desvio de novo meus olhos do dele.

- Eu beijei o Percy ontem. – digo quase sussurrando. Torcia para que ela tivesse escutado o que tinha falado, admitir aquilo era realmente difícil.

Esperava muitas reações de Reyna: ela surpresa, perguntando se eu estava louco ou que merda que tinha feito, estava realmente aguardando uma avalanche de julgamentos.

- Então isso realmente aconteceu. – diz ela com uma voz suave o que acabou me surpreendo muito. – Eu pensei que iria demorar um pouco mais.

- O que?! Espera... Você esperava por isso? – digo incrédulo.

- Eu já tinha percebido isso o que? No segundo dia. – diz ela me olhando.

- Hã? Que loucura você esta falando? Reyna, eu beijei meu irmão! Quem em sã consciência esperaria por isso? – digo confuso. Aquela garota estava fora de si.

- Ele não é seu irmão de sangue. – diz ela me olhando séria.

- Você só pode estar ficando doida. – digo sorrindo não acreditando no que estava ouvindo. – Acho que você não entendeu direito o que aconteceu.

- Eu entendi muito bem Nico, e não estou ficando doida. – diz ela mantendo a loucura. – Por que você acha isso tão absurdo?

- Por que?! Ele é meu irmão Reyna, de sangue ou não ele continua sendo meu irmão. E não é só isso, eu beijei um homem e isso... – digo não entendo mais a situação.

- Ele ser homem realmente te incomoda? – diz ela ainda calma.

Aquilo realmente não me incomodava.

- Isso não vem ao caso. O que eu fiz foi um erro. Confundi as coisas e acabei agindo por impulso. Quer dizer... Eu fiquei um bom tempo longe dele, éramos muito apegados quando criança. Ai quando eu cheguei e vi que estava namorando fiquei com medo... É, foi medo só. – digo me conformando daquilo.

- Você realmente não entendeu ainda o que está acontecendo. Pode ser tudo, menos medo – diz ela me confundindo mais ainda.

Ia questioná-la de novo quando minha visão é interrompida com uma menina de pele morena e cabelos cacheados na minha frente.

- Nico né? – diz Hazel em pé me olhando.

Assento a sua pergunta e vejo um sorriso se formar em seu rosto.

- Posso conversar com você a sós? – diz ela.

- Depois a gente conversa Nico, mas oh, pare de achar desculpas. – diz Reyna bagunçando meu cabelo e deixando eu e Hazel sozinhos.

- Aconteceu alguma coisa? – diz ela se sentando do meu lado e me olhando preocupada.

- Não. – digo tentando tranquiliza-la.

- Se precisa de ajuda, posso ver o que consigo fazer. – diz ela sorrindo o que me faz retribuir o seu sorriso. – Na verdade, queria conversar com você sobre algo. Não consigo tirar da minha cabeça que eu te conheço de algum lugar, você já esteve em Nova Orleans?

Aquele nome não era estranho para mim, na verdade fazia eu me sentir nostálgico.

- a verdade eu nasci la pelo que sei...  Por que? – digo curioso olhando para ela.

- Ah, é que foi onde eu passei boa parte da minha infância antes de vir morar aqui em NY. –diz ela parecendo se lembrar no passado.

- Entendi. É que eu não tenho lembranças da minha infância, então se te conheci lá, não lembro. Desculpe. – digo me surpreendo com a minha honestidade.

- Como assim? – diz ela me olhando confusa.

Eu não entendi muito bem o que estava sentindo naquela hora, não era de confiar muito nas pessoas logo de cara, mas estar com Hazel fazia-me sentir que podia contar tudo a ela. Era como se só de olhá-la eu pudesse depositar toda minha confiança nela.

Sendo assim, respiro fundo e conta para ela a história confusa de como eu tinha sido adotado e o que me lembrava antes disso.

De primeiro ela não me interrompeu nenhuma vez e apenas ficou escutando tudo o que eu falava, não disse todos os detalhes. Pensei em resumir tudo para ver se tornava as coisas menos confusas.

- Você nunca ficou curioso em saber quem são seus pais verdadeiros? – diz ela parecendo ter escolhido as palavras certas para não me magoar.

Aquilo realmente não me incomodava muito, não saber quem era meus pais verdadeiros. Lembro que quando fui adotado pelos Jackson’s, Sally me perguntava se eu lembrava de algo deles ou se gostaria de sabe quem era. E eu sempre recusei alegando que eu já tinha uma família agora.

Mas, recordando disso agora e Hazel me fazendo aquela pergunta uma curiosidade se formou dentro de mim. Não que eu quisesse de algum jeito voltar para onde eu tinha vindo, porém... Eu queria saber o motivo do por que fui abandonado e não lembrava do meu passado. Gostaria de saber como eu era quando crianças e das coisas que aprendi. Será que sempre fui essa pessoa antissocial?

- Nunca pensei nisso... – digo confessando.

- Eu posso te ajudar se quiser. – diz ela me encarando. – Meu padrasto é policial e eu conheço alguns advogados que podem te ajudar.

Ia responder a sua pergunta, porque eu estava curioso do motivo dela querer me ajudar com tudo aquilo.

- Ajudar ele com o que? – meu corpo gela ao ouvir aquela voz.

Levanto meu olhar e vejo na minha frente Percy nos encarando. Seus olhos parecem um furacão que iria devastar qualquer um que os encarasse... Parecia nervoso.

- Hazel estava falando em me ajudar a saber quem eram meus pais. – digo a verdade logo de cara. Não vi motivos para esconder aquilo, era inofensivo.

O que não esperava era a reação de Percy. Ele olhou nervoso para Hazel como se quisesse que ela negasse aquilo, nunca tinha visto aquele olhar dele antes... Era assustador.

- Ele não precisa de ajuda nenhuma. Já tem uma família. Vamos embora Nico. – diz ele fazendo menção de ir embora.

Aquilo foi rude e não parecia com ele. Sabia que era estranho Hazel querer me ajudar a encontrar meus pais, mas era apenas gentileza dela. Não havia motivo para tratá-la assim, sabia que não tinha falado por mal.

- Percy! – digo me levantando e encarando ele. – Isso foi rude.

- Não... Tudo bem Nico, ele tem razão. – diz ela sorrindo parecendo magoada. – Fui intrometida demais.

- Viu Nico? Ela sabe que esta errada. – diz Percy ainda com a voz firme.

- O que?! – digo ficando irritado, aquela atitude dele estava sendo ridícula. – Ela não fez por mal, estava sendo gentil! Você tem que se desculpar com ela.

Percy não diz nada e apenas continua nos encarando, não parecia voltar atrás com a sua decisão.

- Vamos embora Nico. – são as únicas palavras que saem da boca dele.

- Não posso acreditar nisso... – estava ficando abismado com a sua atitude.

- Tudo bem Nico. – ouço a voz da Hazel tentando me acalmar. – Me desculpa.

- Você não precisa se desculpar com nada. Percy! – digo me levantando para encarar ele, porém sou impedido com Hazel segurando meu braço.

- Espera... Esse anel... – diz ela encarando a minha mão.

As moças do orfanato me disseram que quando eu fui deixado lá, além de uma carta eu tinha pendurado em meu pescoço aquele anel que estava em meu dedo. Ele era prata e desenhado, rodeando, estavam anjos negros. Desconfiava que dali tinham tirado o meu nome. Desde então, como era a única coisa que havia me sobrado da minha vida antiga, guardei comigo e Sally nunca pareceu se importar com aquela ação.

- O que tem o anel? – ouço Percy invadindo a conversa.

- Eu... qual seu sobrenome? – dizia ela assustada me olhando.

- Di Angelo. – respondi simples a olhando confuso. A menina pareceu ter levado um soco no estomago, sua expressão era quase de horror.

- Vamos indo Nico. – sou pego pela mão e arrastado para longe de Hazel.

O que ela poderia saber sobre o meu anel? E o que isso tinha haver com meu sobrenome? Será que realmente a gente tinha se encontrado quando crianças? Aquilo martelava na minha mente.

No caminho até o apartamento eu e Percy não dirigimos nenhuma palavra para o outro. Estava realmente irritado com o que tinha feito, não foi educado da parte dele tratar Hazel daquele jeito. Ela apenas quis ser gentil em me ajudar, acho que conseguiu deduzir pela minha voz como eu me sentia mal por não me lembrar do passado.

Pela primeira vez eu tive vontade de bater no meu irmão.

- Você pediu ajuda para ela? – diz Percy me olhando nervoso.

Tínhamos chegado ao apartamento já, eu ainda não conseguia encarar por muito tempo seus olhos. Então, apenas mantenho distância dele.

- Por que você tratou ela daquele jeito? – digo olhando para baixo.

- Você não respondeu a minha pergunta. – diz ele se aproximando, o que me faz novamente cambalear para trás. – Você realmente quer achar a sua família Nico?

Agora a sua voz não estava mais rude, ele parecia triste...

- Qual o problema com isso? Por que não posso querer saber quem eram meus pais? – digo começando a questionar a situação.

- Por que você quer ver eles? Te abandonaram Nico. – sinto um soco no estômago ao ouvir aquelas palavras.

Eles realmente tinham me abandonado... Mas eu nem sabia o motivo disso, e se os sonhos que eu tinha de alguma maneira estava relacionado ao meu passado. Se não fosse isso...

- Lógico. – sorrio sarcástico. – Quem ia querer ficar com uma criança problemática igual eu?

Isso pareceu atingir Percy de um jeito que o fez despertar sobre o que estava fazendo.

- Nico eu... – sua voz estava voltando ao normal. – Não foi isso que quis dizer...

- Não Percy... Foi exatamente o que você quis dizer. – digo segurando algumas lágrimas.

Ele estava se aproximando de mim agora e eu apenas deixei que isso acontecesse.

- Não foi e você sabe disso. – diz ele a poucos centímetros de mim.

Não respondo nada e não resistindo mais deixo algumas lágrimas saírem do meu rosto.

- Nico olha pra mim. – diz ele segurando com suas mãos o meu rosto.

O toque dele... Porém aquilo não foi o suficiente para me fazer encará-lo de novo. Sabia que isso acontecesse não iria me segurar e cometeria o mesmo erro do dia anterior.

- Nico olha pra mim, por que você esta chorando? – dizia ele agora acariciando meu rosto.

Eu não aguentava mais aqueles sentimentos, tinha vontade de sumir ou apagar tudo o que tinha acontecido desde que havia chegado aqui. Não tudo... Eu ainda me recusava a lembrar daquele beijo, pelo jeito seria o meu carma para toda a vida.

Sinto os dedos de Percy passarem no meu rosto limpando as minhas lágrimas.

- Eu não quero te ver chorando Nico. – agora o sentia depositar um beijo em meus olhos.

Aquele ato de carinho... por que comigo?

- Você não tem problema nenhum, é a melhor pessoa que eu conheci. Entendeu? – ele continuava segurando meu rosto no intuito de me fazer olhá-lo. Eu apenas não conseguia e continuei mantendo meus olhos fechados. – Me desculpa por falar aquilo, eu só... Nico, você sente falta dos seus pais?

- O que...? Eu nem sequer me lembro deles Percy. – dizia com meus olhos agora cabisbaixos.

Agora entendia a sua atitude... Ele não foi rude com Hazel, ele estava apenas com medo... Medo que eu fosse embora de novo.

- Eu sei disso... Não quero que te levem daqui Nico. Se você for embora eu não sei... – ele não completa a frase, e nem precisava. Sabia o que estava sentindo.

- Já disse que não vou a lugar algum. Não pretendo sair de perto de você. – digo tentando soar o menos estranho possível.

- Então diga isso nos meus olhos. – diz ele ainda insistindo que eu o olhasse.

Não posso encarar aqueles olhos de novo, não vou resistir.

- Eu não posso... – confesso.

- Por que não? – sinto sua respiração mais perto de mim.

Fique longe, por favor.

Continuo estático ainda me recusando a olhá-lo.

Então, sinto novamente uma explosão em meu corpo. De imediato não consigo ainda perceber o que estava acontecendo, porém quando consigo sinto um calor em meus lábios.

Ele estava me beijando...

Totalmente contra a minha vontade e sendo levado pelo momento acabo retribuindo seu beijo. Era quente e deuses... Era muito bom. Sabia conduzi-lo de uma forma calma e podia ver a delicadeza dele.

Quero mais, não ia me satisfazer com isso.

Logo, o beijo fica mais intenso e sinto nossas línguas se tocando e entrando em harmonia.

Minha mente estava em branco e só conseguia sentir uma chama dentro de mim querendo me queimar. Amava o seu beijo, e queria poder ficar ali para sempre.

“Ele não é seu irmão de sangue”. A voz de Reyna ecoa na minha mente.

Quando aquilo vem a minha mente sinto um desespero de formar em meu corpo e interrompo o beijo me afastando dele. Agora, conseguia encarar seus olhos. Será possível que...?

- Por que... Por que você fez isso?! – digo sentindo o pânico em mim.

- Você agora conseguiu me olhar. – diz ele como se tivesse feito a coisa mais normal no mundo.

- O que...? – digo ficando irritado.

Ele tinha noção do que estava fazendo? Queria que eu o olhasse? Infantil, estava sendo totalmente infantil. Não era apenas uma provocação para me fazer te olhar... Realmente não entendia o que aquilo significava para mim.

- Nico...? – diz ele me olhando incrédulo, não tinha percebido ainda o erro que tinha feito em alimentar o que estava sentindo.

Sinto novamente algumas lágrimas se formarem no meu rosto e me distancio mais dele. Zona de perigo, ficar próximo dele me mataria aos poucos.

- Fica longe de mim. – digo soltando o que eu mais estava tentando fazer no dia.

- Nico, você... Eu não queria te magoar... – diz ele parecendo perceber o que tinha feito e tentava agora se aproximar de mim e tocando meu rosto.

- Se afasta de mim! – grito com ele e me afasto do seu toque. Nunca achei que um dia fosse capaz disso. – Você...

Não completo a frase e apenas saio da sala indo em direção ao meu quarto me trancando de novo lá. Sentia-me destruído. Como ele foi capaz de fazer isso comigo... E por que não conseguia afastar aquele sentimento?

“Você realmente não entendeu ainda o que está acontecendo”. A voz de Reyna ecoa de novo na minha mente.

Acho que conseguia entender agora... Mas seria possível isso: eu estar apaixonado por ele?


Notas Finais


Música: Mercy- Shawn Mendes https://www.vagalume.com.br/shawn-mendes/mercy-traducao.html

~Monogatari
(Sim, tinha que ter Shawn Mendes na fanfic HAHAHA, sinto necessidade de enaltecer as músicas e voz desse menino. Desculpa HAHAHA <3)

Eu juro que quero pegar o Percy e dar um sacode nele. Migo, não se faz isso com quem está apaixonado por você! Ele realmente precisa acordar pra vida HAHAHA, o Nico não gostou muito disso não, você precisa tomar mais cuidado com as suas atitudes u.u
Estou realmente com dó do Nico, ele quer tanto esconder o que sente, se sente TÃO culpado por isso e meu amor, não se sinta!!

E esse choque com a Hazel em?! As teorias de vocês estão dando certo? *ooo*, avisando que estou amando saber delas.

Espero que gostaram do capítulo, vejo vocês nos comentários. Ah e como de costume e muito sincero: a tia ama vocês <3

~Liilyca
Vocês surraram como eu!? PORQUE EU SURTEI!!!
Aaah meus deuses alguém me segurara para não roubar o Percy do Nico hahahaha

Nos digam o que estão achando por favor ! Classifiquem os comentes com estrelinhas tb ok? Importa!
Amo vocês sz


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...