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História Next To You - Segunda Temporada - Its Gonna be Yes or No ( Nota de Esclarecimento)


Escrita por: CortezComZ e lvtocabeyo

Notas do Autor


QUERIDOS DO MEU COREZINHO! TUDO BEM COM VOCÊS?
Então, eu sei que eu disse que eu não iria demorar, mas muita coisa acabou acontecendo nesse mês e, infelizmente, fugiram do meu controle. Minha rotina tem estado extremamente apertada e infelizmente algumas decepções bateram à porta, fazendo com que eu tivesse que me ausentar da escrita.
SEM MAIS DESCULPAS, VAMOS AO QUE REALMENTE INTERESSA.
Se puderem dar uma atenção especial as notas finais, eu ficaria realmente agradecida.
Deleitem-se, meus queridos.

Capítulo 33 - Its Gonna be Yes or No ( Nota de Esclarecimento)


Sophie

Chovia fracamente do lado de fora do presídio e era praticamente impossível ouvir os pingos de chuva. O clima continuava um pouco gélido, mas isso em nada prejudicava nossos treinamentos, que começaram a ocorrer para que não caíssemos no completo tédio e estivéssmos cada vez mais preparadas para enfrentar os apodrecidos quando saíssemos daquele lugar. Era óbvio que eu não esperava que ficássemos por lá muito mais tempo e, embora não tivessem deixado me participar da reunião para discutir o plano de fuga, eu sabia que algo grande estava sendo planejado.

Rapidamente desvio de um soco de Zara, segurando sua mão, torcendo-a e empurrando-a rapidamente, fazendo com que a loira escorregasse alguns centímetros para trás com um sorriso debochado no rosto. As gotículas de suor porejavam sua pele e era possível ver as juntas de seus dedos arroxeadas, devido ao frio.

– Devo admitir, está melhorando bastante – disse a loira, sorrindo e puxando uma faca do coldre.

– Você também não está de todo ruim – respondi com nariz empinado, fazendo questão de pegar o bastão que estava jogado no chão e rodeá-lo em minhas mãos.

A amizade entre eu e Zara havia crescido consideravelmente. Provavelmente pela nossa idade próxima – ou por sermos as únicas a entender completamente uma a outra – compartilhávamos pensamentos, segredos e o mais importante, treinávamos juntas. Eu conhecia cada movimento que Zara estava prestes a fazer, assim como ela conhecia os meus, o que nos fazia a dupla perfeita para a sobrevivência. Confíavamos uma na outra, mais até do que posso afirmar.

Talvez por ela ter me salvado, ou por ter demonstrado que entendia o meu pequeno caso com Brad, apesar de tudo. Eu sentia que os olhos azuis e os braços fortes daquela loira poderiam facilmente ser meu ponto de paz.

Obviamente, viajei demais em meus pensamentos, pois no momento seguinte Zara sorria vitoriosa enquanto a lâmina de sua faca encontrava-se contra o meu peito.

– Parece que foi para o mundo das nuvens e esqueceu da luta, ruiva.

– Pensamentos fluindo, sabe como é – sorri enquanto empurrava sua mão para longe do meu peito. – Eu sempre tive vontade de lhe perguntar algo, mas eu nunca achei a coragem necessária para tal.

– Pergunte – Zara sorriu, deixando a faca na cintura e apertando a bandana em sua testa.

– Como você sabia tudo aquilo sobre o Subterrâneo? Quer dizer, você nunca chegou a entrar lá. Como pode ser possível que saiba da história de cada pessoa? – deixei o bastão no chão enquanto desamarrava o casaco da cintura e o colocava em meus braços.

– Se eu contar, terá de prometer que não ficará brava comigo.

– Fala logo, frescurenta.

– Depois não diga que eu não avisei – ela suspirou, deixando que o ar condensasse ao sair de sua boca e dirigiu os frios olhos azuis para mim. – Jackie.

Cruzei os braços sobre o peito, sentindo meu coração apertar-se à menção do nome de minha melhor amiga. Deus – se é que ele existia – sabia o quanto a menina fazia falta em minha vida, e ainda, sabia que eu daria tudo que pudesse para tê-la de volta.

Deixei uma interrogação estampada em minha face, dando espaço para que Larsson continuasse a explicar.

– Antes de ser recrutada para a Agricultura, Jackie era incursora, como você deve saber – aquiesci. – Em uma dessas incursões, ela me encontrou. Havia acabado de enfrentar alguns zumbis e confesso que estava bastante machucada. Foi quando ela segurou meu tronco e puxou-me contra si, levando-me em direção à caminhoneta.

– Tá, mas...

– Sim, eu não fui aceita para entrar no Subterrâneo. De alguma forma isso foi até positivo, pois sem mim, vocês estariam todos mortos – debochou, fazendo com que eu lhe desse o dedo médio em resposta. – Naquela noite, havia apenas ela e Leon fazendo uma ronda noturna, então o chefe de vocês logo proibiu, dizendo que eu já deveria estar infectada e que o suprimento de cura era pouco – tirou a faca de sua coxa e começou a rodá-la habilidosamente entre os dedos, suspirando enquanto parecia procurar as palavras certas. – Jackie foi contra a palavra de Leon, então encontrou aquela cidade abandonada, onde você e seu namoradinho consumaram o amor de vocês.

– Foco, Zara. Pelo amor de Deus – gargalhei notando o nojo em sua última frase.

– Jackie roubava mantimentos e roupas. Eu não havia sido infectada, então ela apenas fez alguns curativos improvisados. Não tardou para que nos apaixonássemos – engoli em seco. Zara e Jackie namoravam? – Então, todas as noites, ela fugia para o casebre ou eu fazia questão de encontrá-la na saída do subterrâneo, apenas para que pudéssemos... sabe... amar – os olhos de Zara marejaram-se e a faca rodava com mais rapidez contra sua mão. – Jackie sempre desconfiou das atitudes de Leon, e não tardou para começar a me contar toda e qualquer história sobre os sobreviventes, o modo como vocês viviam, como lutavam... Ela passou a me informar toda a história do Subterrâneo, para que se algo acontecesse, eu pudesse ajudá-la a salvar vocês. Infelizmente, ela foi a única que  não consegui salvar.

– Está querendo me dizer...

– Sim, ela era minha namorada. Sim, ela era uma espécie de informante e sim, a última vez que a vi viva foi na noite anterior à sua fuga.

– Aquela maldita... – sussurrei sorrindo e negando com a cabeça, sabendo o quanto a perda de Jackie havia me custado caro. Talvez esse era o preço que eu estava pagando por ter agido de uma maneira tão imatura em um passado que eu gostaria de poder esquecer. – Você tinha uma informante, então.

– Linda, por sinal – os olhos de Zara caíram e ela respirou profundamente. – Nunca havia sentido por ninguém que senti por ela. Bom, pelo menos eu achava que não havia sentido.

– Oi? – perguntei confusa com suas palavras.

– Nada – sorriu fracamente, segurando o bastão e entregando-me novamente. – Espero que não viaje nos seus pensamentos novamente.

– Na verdade, irei viajar com as porradas que você vai levar – girei o bastão em minha mão, preparando-me para o primeiro ataque de Zara.

– Só vem, ruiva. Só vem.

[...]

O treinamento havia acabado e eu estava caminhando pelos corredores escuros, com uma tocha empunhada em minha mão direita. Admirava as paredes pixadas e perguntava-me como deveria ter sido a ocupação daquele lugar após o início do apocalipse. As teorias rondavam minha cabeça, e eu podia ver as pessoas correndo, os tiros sendo desferidos e todas as pessoas trancando as portas com medo de um vírus que não podiam controlar.

Seriam só as quatro mulheres no início? Haviam mais pessoas? Qual era a verdadeira história do lugar? E se...

– É feio bisbilhotar em lugares onde a sua presença não foi requisitada – disse uma voz em meio a escuridão e assutei-me, dando um pulo e virando-me de costas, vendo a amazona aparecer diante das chamas. Seu rosto sendo iluminado gradativamente e a severidade cravada em seus rijos olhos verdes.

– Eu, eu só... Eu estava...

– Andando por um lugar onde não deveria nem estar – a mulher respondeu, os braços cruzados sobre o peito fazendo sua pose parecer ainda mais intimidadora. Os olhos tingidos pela tinta negra esquadrinhando cada pedaço de mim. – O que faz aqui, Jauregui?

– Eu só queria conhecer o lugar – confessei, apontando com a tocha para o resto da escuridão.

– Não há motivo para isso, não ficaremos por muito tempo aqui – a mulher virou-se, como se dissesse implicitamente para que eu a seguisse sem fazer nenhuma pergunta.

– Lexa?

– Vamos, seu lugar não é aqui – respondeu rígida, fazendo-me correr para alcançá-la.

– Você estava aqui desde a ocupação? Sabe como tudo aconteceu? – perguntei, sem conseguir conter minha curiosidade. A mulher parou os passos bruscamente, fazendo com que meu corpo se chocasse contra suas costas.

– Por que a curiosidade? – ela virou-se novamente para mim, o rosto parecendo mais aliviado conforme a culpa mostrava-se em cada poro do meu ser.

– Eu... gosto de elaborar teorias sobre as coisas. Digamos que eu só goste de imaginar – respondi rapidamente, atrapalhando-me nas palavras.

– Milla ocupou este lugar, junto com Ali e... Clarke – a mulher respondeu, parecendo amarga ao pronunciar o último nome. – Com certeza poderão responder essa pergunta melhor do que eu. Agora, vamos.

A mulher sumiu por entre o corredor, fazendo-me correr atrás de si para que eu não infrigisse mais nenhuma regra. Seu corpo parecia mais tensionado do que antes e não pude deixar de perceber que sua respiração havia encurtado-se. Quem quer que seja esta Clarke, com certeza significava muito para Lexa.

Virei em direção à enfermaria, surpreendendo-me ao ver Veronica e Ali conversando animadamente enquanto tomavam algum líquido fumegante em suas xícaras. Ambas usavam um jaleco branco e pareciam atirar dardos em um alvo que estava posicionado na parede oposta. Lucy estava sentada em uma cadeira ao lado da maca onde Ally estava deitada, imersa em um sono profundo com uma manta grossa cobrindo-lhe até o pescoço. O estado da pequena era crítico, o que fazia com que todas nós ficássemos apreensivas por sua saúde, visto que ela entraria em trabalho de parto em poucos dias.

Rapidamente suspendi-me em uma maca, sentando-me rapidamente e deixando que meus pés balançassem-se livremente. Uma grande lufada de ar escapou por meus lábios enquanto meus olhos se prendiam as mulheres que integravam o grupo que eu aprendi a chamar de família. Olhando por tudo que havíamos passado juntas, por todas as lutas e momentos de alegria, eu não poderia estar mais orgulhosa por poder vê-las vivas.

Eu havia lutado pela pessoa errada. Havia deixado de ser quem eu era, para agradar e viver pela pessoa errada. Eu havia jurado lutar e havia prometido confiar na pessoa errada e, no fim das contas, tudo não passou de uma doce ilusão onde acabei decepcionada por deixar o meu eu se perder entre minhas vontades, e a pessoa errada, acabou morta.

Pelas minhas mãos.

– No mundo da Lua, pequena Jauregui? – Veronica estalava os dedos na frente de meus olhos, acordando-me rapidamente do breve devaneio, fazendo-me ver os três pares de olhos pousados em mim. – Você estava absorta mesmo, ein.

Apenas assenti, sorrindo amarelo e cruzando as pernas em um “estilo de índio”, apoiando meus cotovelos em minhas coxas e deixando minhas mãos apoiando meu rosto.

– Como ela está? – perguntei, referindo-me à Ally.

– Ainda sedada e exausta. Estou preocupada com esse parto, para ser sincera. As chances de perdermos o bebê, ou ela, ou os dois, são enormes.

– Ally é uma guerreira, Vero – respondeu Lucy, colocando-se ao lado da esposa e beijando-lhe a têmpora esquerda. – Ela vai conseguir.

– O que me faz lembrar – minha madrinha rapidamente sacou uma pequena lanterna de seu bolso e apontou em direção ao meu olho esquerdo. – Como está a sua lesão?

Suspirei pesadamente enquanto abaixava a cabeça. Desde que havia perdido parcialmente a visão do olho esquerdo, tudo havia se complicado em meus treinamentos. O senso de direção e profundidade havia sido realmente prejudicado, sem falar que constantemente eu sentia tonturas por forçar demais a minha visão.

– Está aí, oras. Geralmente ela sai pra passear quando eu durmo – respondi irônica, recebendo um tapa na cabeça de Veronica enquanto a mesma deixava a luz da lanterna contra minha íris.

– Que lesão? – perguntou Ali, ficando ao lado direito de minha madrinha, olhando minuciosamente os movimentos de meu olho esquerdo.

– Sophie sofreu um acidente e perdeu parcialmente a visão do olho esquerdo – respondeu Lucy.

– Como foi o acidente? – perguntou Ali, colocando a ponta dos dedos em volta de meu olho. – Algo caiu em sua cabeça?

– Sim, uma viga de madeira. Estava tendo um incêndio. Por que? – expliquei sem entender muito bem o que estava acontecendo.

Ali examinou-me – sacando sua lanterna após pedir permissão e receber o olhar avaliativo de Vero em resposta –. Seu cenho estava franzido e eu sabia que alguma solução havia passado por sua cabeça no momento em que seu dedo transcorreu por meus olhos e ela me pediu para segui-lo.

– Talvez eu possa dar um jeito nisso – ela respondeu, sorrindo fracamente ao desligar a lanterna e guardá-la em seu bolso novamente.

– Como é? – gritou Veronica, olhando atônita para a mulher de cabelos vermelhos como o vinho.

– Há duas possíveis respostas: Sua córnea levemente danificada ou um coágulo que se formou e está pressionando sua retina, fazendo com que sua visão fique parcialmente escurecida. Se a segunda alternativa for a resposta, e se  eu conseguir colocar uma seringa e drenar o coágulo, sua visão volta ao normal. No entanto, é um procedimento arriscado, vendo que você pode perder completamente a visão do olho e não temos como saber exatamente a posição do possível coágulo. Teríamos que confiar na agulha.

– Mas por que...

– Veronica não é uma médica de trauma, é normal que ela não tenha inclinação à esse tipo de teoria – Ali suspirou, olhando diretamente para uma Veronica estática e uma Lucy completamente pálida. – Pense sobre isso, tudo bem?

                                                  [...]

A bolinha verde que eu havia encontrado em algum lugar do presídio era jogada contra a parede e voltava rapidamente para a minha mão, sem parar, enquanto minha mente vagava pelas possíveis possibilidades que haviam sido colocadas em minha frente. Eu poderia arriscar o pouco de visão que tinha, ou poderia recuperá-la totalmente. Não havia condições para fazermos sequer um exame profundo, no entanto, eu não tinha mais nada a perder. Nem sabia se estaria viva no dia seguinte.

A pior coisa sobre o fim do mundo é que você não precisa ter medo das consequências de seus atos, e isso faz com que sua mente fique ainda mais confusa sobre o que fazer.
Deixei que um pesado suspiro escapasse por meus lábios ao ouvir os passos pelo corredor. Logo Zara entrava na sela que dividíamos – separadas de Lauren e Camila – e a vi enxugando os cabelos com uma camiseta velha, enquanto seu corpo era coberto apenas por uma calça de moletom grossa e um top apertado, que levantava seus seios e deixava as inúmeras cicatrizes expostas por seu abdômen definido.

– Está tudo bem? – perguntou ela, pendurando a camiseta e olhando em minha direção, ajeitando os fios louros molhados. – Ouvi você grunhir.

– Está. Apenas estou com  a cabeça cheia – sorri e virei para encará-la, notando um pequeno corte em sua sobrancelha direita. – Ei, o que foi isso?

– Ah – ela sorriu com o canto dos lábios, levando os dedos até o ferimento e apertando-o levemente. – Estava treinando com a sua mãe, digamos que ela tem uma excelente mira.

Levantei-me rapidamente, rasgando um pedaço de minha camiseta e sorrindo enquanto aproximava-me da loira. Precisava pedir para que minha mãe diminuísse suas investidas nos treinos – fingindo que não sabia o motivo ímplicito em suas ações –. Retirei os dedos de Zara de sua testa e calmamente pressionei o tecido contra o pequeno sangramento, fazendo questão de limpá-lo lentamente enquanto imaginava a cena das duas brigando e Lauren aproveitando-se para mandar um recado.

Estava tão absorta em meus pensamentos que não percebi a mão de Zara pousada em minha cintura, assim como nossa proximidade perigosa. Seus olhos azuis brilhavam no escuro e dividiam sua atenção entre meus gestos e meus lábios, fazendo meu coração dar solavancos dentro do peito. Sua respiração estava curta e seus lábios estavam entreabertos, como se fosse necessário para que seu corpo se acalmasse.

Deixei que minha mão pousasse em sua nuca, enquanto meus olhos captavam a intensidade de sentimentos presente nas enormes bilhas azuis. A língua de Zara umedeceu seus lábios e senti quando sua mão fechou-se lentamente contra a minha pele, fazendo com que nossa distância fosse diminuída em alguns centímetros.

– Você... Eu... Zara...

– Shh... – ela sussurrou, sua outra mão indo de encontro à minha nuca, fazendo um leve carinho naquela região.

Naquele momento, o pedaço de pano levemente ensanguentado já havia caído de minha mão e perdido-se entre a penumbra.

– Eu não sei se... – os lábios de Zara pousaram em minha bochecha, deixando um singelo e calmo beijo em minha pele, fazendo todos os pelos de meu corpo eriçarem-se por sentir a quentura de sua boca contra a frieza do meu corpo.

– Esse é o objetivo – sussurrou ela, suas mãos puxando-me para mais perto. – Que não saibamos de nada...

– Mas você... Jackie...

– Está feliz por nós estarmos vivas, onde quer que esteja – respondeu, encostando-me levemente contra a beliche. – Agora, deixe apenas – seu dedo indicador encostou em meu peito, na altura do coração. Zara sorriu e eu podia jurar que ela havia sentido a frenecidade de meus batimentos – fluir.

Assenti minimamente, fazendo Larsson dar uma gargalhada baixa e recostar-se mais à mim. Suas mãos fortes agarraram minha cintura e puxaram-me novamente com força, fazendo com que um suspiro escapasse de meus lábios. Seu nariz roçou calmamente no meu, enviando correntes elétricas por meus músculos, fazendo com que minhas unhas deslizassem levemente em sua nuca. As gotículas de água caindo levemente em meu braço, deixando-me arrepiada.

E então seus dentes capturaram meu lábio inferior em uma mordida proveitosa e não muito intensa. Deixei que outro suspiro escapasse, levando a mão livre até a lateral do rosto da loira e puxando-a levemente, fazendo nossas bocas finalmente encontrarem-se em um selinho demorado, que não tardou para ser aprofundado, quando pedi passagem com a minha língua.

Beijar Zara era totalmente diferente do que beijar Brad. O toque era firme, porém acalentador, carinhoso e delicado. A boca não era ávida, era paciente e curiosa. Não havia nenhuma culpa ou nenhum medo de ser pega beijando Zara, o extremo oposto de quando eu saia para encontrar-me com Brad.

Suspirei abraçando-a mais fortemente, sentindo necessidade de mais de seus lábios, de seu beijo, de seu gosto. Empurrei-a fortemente contra a parede, vendo seu corpo colidir e a confusão subir para seu olhar. Caminhei com passos pesados até ela e ergui seus braços contra o concreto frio, capturando seus lábios em um beijo mais intenso e desejoso. Eu precisava sentir tudo que eu sabia que ela estava disposta a me proporcionar.

Tudo que não havia sentido com ele.

Zara era mais forte que eu, não tardou para que suas mãos escapassem do meu aperto e fossem para minhas coxas, suspendendo-me contra seu corpo, fazendo com que minhas pernas rodeassem sua cintura e minhas costas fossem de encontro à parede. O misto de emoções fazia meu peito arder por ar e precisei sorrir quando nossos lábios desgrudaram-se pela rapidez de suas ações.

– Meu deus...

– Não, somente Zara Larsson – sorriu de canto e deixou um selinho plantado em meus lábios. – Sophie, eu...

– Shh... – coloquei o dedo indicador em seus lábios, segurando seu queixo em seguida e puxando-a novamente contra mim. – Não diga nada, apenas me beije.

E, eu não podia mentir, ela não só beijou-me, como amou-me. {n.a. FINALMENTE MINHA RUIVA, AGORA VAI, CARALHO}

                                                       [...]

 

Normani

Os cachos louros estavam espalhados pelo travesseiro e a respiração estava ritmada, calma, indicando um sono profundo. Estaria ela sonhando com algo bom? Um mundo onde não precisou trair a todos que amava por um motivo tão egoísta? Uma realidade paralela onde ela conseguia o filho que tanto desejara?

Parando para pensar, quem deseja um filho em meio ao apocalipse? Acredito, que apenas as pessoas que se sentiam seguras.

A incapacidade tornara-se uma amiga fria e persistente, que estava constantemente ao meu lado monstrando-me como eu havia sido incapaz de perceber todos os sinais de que tinha um psicopata como marido. Deixando explícito o quão cega eu havia estado para não perceber que pessoas haviam sumido, e pior ainda, mostrando diante de meus olhos como eu não tinha conseguido salvar um abrigo estável onde poderíamos estar felizes e seguros agora.

Eu não recusava a culpa que recaía sobre meus ombros. Eu era uma das líderes daquele lugar, o mínimo que eu poderia ter feito era salvá-lo. Mas, como a vida aparentemente gosta de nos ensinar lições com situações opostas às que almejamos, aqui encontro-me, com uma enorme faca afiada enquanto velo Dinah dormir.

Caminho devagar em direção a sua cama. A simples manta cobre seu corpo parcialmente, deixando seu rosto livre de qualquer obstáculo para que eu possa terminar o que havia começado no acampamento, quando Lucy interrompeu-me. Eu havia esperado pacientemente por esse dia, e agora eu julgava que a oportunidade havia chegado.

Ajoelho-me diante de sua beliche. O sorriso malicioso já ocupa meu rosto enquanto rodo a  lâmina militar em minhas mãos. Dinah se remexe um pouco, provavelmente sentindo o frio que aquela madrugada proporcionava no momento. Sua respiração ficou ritmada novamente enquanto eu erguia a lâmina e apontava em direção à sua garganta. Um corte na árteria seria suficiente para deixá-la agonizando até morrer.

Eu poderia me sentir culpada por não salvar o Subterrâneo, mas sabia que deveria acabar com a última do grupo dos traidores. Eu devia isso aos sobreviventes.

Fechei os olhos e inspirei calmamente, aproximando a lâmina lentamente. Quando estava com a ponta à um centímetro de sua pele, senti sua mão agarrar-se ao meu pulso, fazendo um estalo ecoar pelo quarto. Os olhos castanhos de Dinah me encaram com fúria enquanto sua mão aperta-se ainda mais contra meu pulso.

– Eu nunca achei que você fosse desistir – sussurrou ela, o sorriso presunçoso surgindo em seu rosto. – Pelo visto eu estava certa.

Rapidamente sua outra mão agarrou a faca, girando-a entre meus dedos e arrancando-a de minha mão. Dinah empurrou-me contra a parede da cela, levantando de sua cama em seguida. Seu rosto adquiriu uma coloração avermelhada e as pupilas estavam dilatadas pela raiva. Logo ela estava desviando de meus socos e chutes, enquanto eu defendia seus golpes. Uma longa batalha travada entre os dois lados da mesma moeda.

Dinah segurou minhas mãos e colocou-me contra as grades da cela, fazendo um estrondo ecoar pelo corredor vazio. Algumas gotículas de suor escorriam por seu rosto e sua respiração estava descompassada. Eu não era diferente, estava exausta. Não sabia que Dinah havia melhorado tanto em tão pouco tempo.

Sorri ao ver a faca que antes pertencera a mim, no bolso da calça de Dinah. Nossos corpos estavam próximos e o calor percorria todo o recinto, deixando o ambiente antes gélido, parecido com o inferno.

– Faça. Eu sei que você quer enfiar aquela faca no meu peito – falei ofegante, sorrindo maliciosamente para ela. – Essa é a hora.

– Qual seu problema, Normani? – ela suspirava, parecia se controlar para não deixar que seus instintos a guiassem. – Não basta o que o Leon fez, agora teremos que lidar com você?

– Você não merece estar viva, Jane. Não depois de tudo que fez – rebati, forçando meus pulsos contra seus braços.

– Claro, porque você é Deus e decide quem deve viver ou morrer – respondeu, rosnando novamente antes de dirigir seu olhar para mim. – Eu tomei uma decisão errada, Normani. Uma. Isso não faz de mim uma pessoa ruim – sua boca cuspia as palavras enquanto a revolta crescia ainda mais em meu peito. – Supere. Aceite. Todas seguimos em frente, você deveria fazer o mesmo.

– Você não fala como eu devo agir com a minha vida.

– Você poderia ser um pouco menos mimada e grossa, seria melhor para você e todas nós – respondeu rapidamente, apertando ainda mais meus pulsos.

– Sua idiota.

– Estúpida.

– Egoísta.

– Mimada.

– Mentirosa! – gritei.

– Eu te odeio – respondeu, sua respiração ficando mais acelerada enquanto ela ficava mais próxima.

– Eu te odeio mais – rapidamente soltei minhas mãos de seu aperto e segurei a nuca de Dinah, afundando minhas mãos em seus cabelos e colando nossos lábios em um beijo violento e desejoso.

Dinah não demorou a corresponder, levando suas mãos até minha cintura e puxando-me com força contra seu corpo. Nosso beijo era rápido e intenso, parecíamos querer saciar vontades uma na outra e eu sabia que era recíproco porque a loira não resistiu em nenhum momento.  Pelo contrário, fora ela que começara a me arrastar para a cama enquanto nossos lábios ousavam desprender-se e colarem-se novamente.

Senti o colchão macio contra minhas costas e as mãos de Dinah apoiarem-se ao lado de minha cabeça. Seu corpo quente estava sobre o meu e sua respiração parecia perdida, assim como seu olhar. Havia um misto de sensações presentes nas bilhas castanhas que eu não sabia desvendar no momento, então fiz o que estava ao meu alcance e sanei todas as duvidas da mulher em cima de mim com um beijo mais calmo, enquanto começava a deslizar seu agasalho por seu corpo.

Eu não sabia o que tinha acontecido comigo, mas eu não queria que parasse agora. 


Notas Finais


Bom, vamos lá. Sei que notaram que a capa da história foi trocada.
Eu decidi trocar a capa porque a história demandava uma mudança. Com o surgimento dos novos personagens, e a nova atmosfera onde a segunda temporada está entrando, eu julguei necessário mudar a capa. Espero que tenham gostado.
Sei que irão dizer que está apenas o meu nome lá, sendo que a história, até determinado ponto, foi uma parceria. É por isso que há os dizeres "nota de esclarecimento" no título, para que esse capítulo seja identificado também pela nota que escrevo aqui.
Deixo registrado TODOS os direitos autorais da minha ex-parceira de escrita até o capítulo 26, visto que, no 27, eu já comecei a trabalhar sozinha. Para que não haja nenhum problema, deixo claro que até aquele capítulo, ela tem total direito sobre o que escreveu, e não pretendo tirar nenhum direito veiculado à ela. No Spirit, estou apenas como Co-Autora da história, sendo assim, o nome da minha ex-parceira está veiculado à descrição da história e será mantido.
Também, para o entendimento de vocês, deixo claro que todas as decisões tomadas à partir do capítulo 27 foram tomadas por mim mesma e em nenhum momento usei-me - ou irei usar-me - de qualquer ideia que tenhamos tido enquanto estávamos com a parceria. Ela está com as ideias dela, e eu continuarei aqui com as minhas. Se em algum momento houver coincidências, não passarão disso.
{...}

Espero que tenham gostado do capítulo, meus amores. Não esqueçam de comentar o que estão achando. Adoro ler o que se passa em suas mentes.
Quem quiser conversar comigo, basta me procurar aqui no Spirit ou no Twitter (lvtocabeyo). Estou sempre disposta a conversar com vocês.
Aproveitando a oportunidade, gostaria de convidar à todos para ler meu trabalho paralelo à NTY, chama-se Daughter e seria um prazer ter vocês lá comigo. A história está no meu perfil, sintam-se à vontade.
Por hoje, é isso. Um enorme beijo no coração de todos vocês, espero que possam me perdoar pela demora.
E até o próximo capítulo! <3


Att, Alana.


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