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História Next To You - Segunda Temporada - Don't You Give Up


Escrita por: CortezComZ e lvtocabeyo

Notas do Autor


~chegando de barquinho na praia abandonada de Next To You e tirando as teias de aranha da ficzinea~.
FALA MEUS LINDOS, TUDO BEM COM VOCÊS? SOCORRO COMO EU TAVA COM SAUDADE DE ESCREVER NESSE QUADRINHO DO AUTOR, CARALHO! PUTA QUE PARIU QUE SAUDADE DA UM ABRAÇO AQUI!
Primeiro, abaixem essas pedras e paus e chinelas e seja lá o que mais vocês tem pra dar cassetada na autora. Eu demorei? Não muito. Rsrsrs. Mentira eu demorei pra caralho e eu só queria me desculpar por isso. Eu precisei focar totalmente a minha atenção no Enem e nos vestibulares que fiz então não sobrou nenhum tempo pra que eu pudesse escrever, e eu prefiro ficar sem postar do que postar um capítulo meia boca que depois eu vou me arrepender de ter postado e enfim vocês me entenderam. Não vou prometer datas pra atualizar nem nada, mas a tia não vai mais demorar. E isso a tia garante.
DIGAM PRA MIM, VOCÊS TAMBÉM ESTAVAM COM SAUDADES DE NEXT? PORQUE O NEGÓCIO VAI FICAR LOUCO.
O capítulo de hoje, é um capítulo ponte para que possamos nos dirigir para os grandes acontecimentos. Já vou salientar que estamos em um apocalipse, ou seja, podem haver algumas mortes aí nessas curvas... Aproveitei o Black Friday e comprei muitas caixinhas de lenços, só falar comigo que negociamos por um precinho justo.
SEM MAIS DELONGAS - porque já tivemos muitas nessa notinha - ENJOY!

Capítulo 34 - Don't You Give Up


Lauren

Há quem diga que os momentos de raiva são reveladores para o ser humano. Você conhece muito sobre as pessoas ao seu redor – e até sobre si mesmo – quando passa por momentos de raiva e tensão. As palavras parecem escapar com mais facilidade, assim como você sente-se propício a fazer qualquer coisa para provar que sua raiva tem fundamento. Começam-se as autoexplicações, as mãos esvoaçando no ar, seus batimentos aceleram consideravelmente, seu corpo todo parece em combustão e você gesticula assiduamente para que todos entendam o grau de emoção que sua raiva carrega.

Em outras palavras, há quem afirme que a raiva revela muito sobre o que as pessoas pensam de você e vice-versa. Tal sentimento tem o poder de revelar atitudes que uma determinada pessoa não tomaria em seu estado emocional normal, e isso nos faz questionar até onde nós conhecemos as pessoas que nos cercam. Seriam elas, confiáveis? Bons amigos? Bons amantes? Poderia a raiva revelar aspectos destas pessoas que nos fariam recuar amedrontados?

Por isso, eu afirmo: Se você nunca passou por um momento de raiva – ou tensão – com uma pessoa de seu círculo, você não a conhece inteiramente. Não que a raiva vá revelar tudo que esta pessoa pode ser capaz de fazer, mas ela vai revelar como são as reações da mesma quando as coisas fogem de seu controle. E todos sabemos que lidar com coisas fora de nosso controle é uma dádiva conquistada com anos de paciência.

Mas o grande ponto aqui, era que a minha raiva estava revelando-me uma assassina. Poderia eu ser julgada por tal crime em pleno mundo destruído, quando leis se fazem desnecessárias?

– Mama, ela está vermelha – disse Sophie, apertando a mesa com força. Seus olhos verdes estavam amedrontados e pediam, silenciosamente, socorro à Camila.

Eu sabia, naquela manhã, quando ela havia nos chamado para contar uma coisa – o sorriso não abandonando seus lábios por um segundo – que não viria nada agradável. Sophie sabia ser travessa como Camila, e o pior, era que as minhas reações lhe causavam certo deleite. Eu poderia esmurrá-la ainda, certo?

– Amor – chamou Camila, interrompendo meus constantes monólogos violentos. A latina estava sentada entre minhas pernas, o corpo apoiando-se contra o meu e suas mãos constantemente corriam por minhas coxas, como se ela soubesse que seus carinhos eram como tranquilizantes – Sophie ainda espera uma reação sua.

Sophie. Zara. Sophie. Zara. Beijos. Tato. Sophie. Zara.

Beijos.

Tato.

As mãos dela, na minha menina. A língua dela, marcando a boca da ruiva. Eu sabia que a minha filha não era mais inocente – afinal não havia puxado apenas as travessuras de Camila –, mas receber um ato desses, que confirmava de vez as minhas suspeitas, me fizera perder o chão. Qual é, eu não estava preparada para o impacto. Literalmente.

– Vocês sabem que a raiva pode modificar um ser humano pacífico e fazê-lo ficar revolto, não sabem? – ambas aquiesceram e eu podia sentir minhas veias fervendo. – Ótimo, já estão preparadas então.

Quando fiz menção de levantar, Camila caiu na gargalhada, segurando meus braços e passando-os por volta de sua cintura, predendo-me ao banco. Sophie era esperta e sabia que se contasse para mim, sem Camila junto, não haveria nada que me impedisse de estrangular a loira de olhos azuis. A ruiva tinha um sorriso presunçoso em seus lábios, ainda esperando uma resposta madura de uma mulher já formada pelas batalhas da vida.

– Quando foi que isso aconteceu? – perguntei, minha voz saindo um pouco mais alta do que o necessário. – Por que, até onde me lembro, vocês se odiavam.

– Eu... Não sei, mãe – respondeu a ruiva, suas mãos cruzando-se em seguida. – Quando dei por mim, estava acontecendo. E céus, foi bom.

– Sophie, detalhes não. Por favor – disse Camila, ela parecia fazer força para conter a gargalhada. – Já levamos sorte em sua mãe não esmurrar a loira, não vamos abusar, certo?

– Francamente, isso é um complô contra mim. Camila, como você ousa? – ouvi um murmúrio baixo da latina quando acertei seu braço com um leve tapa.

– Lo, você realmente quer que eu tente impedir? Não se esqueça do resultado catastrófico que foi quando tentamos impedir. E, além do mais...

A fala de Camila foi cortada pelo grito animado de Zara. O sorriso estava estampado em sua face e eu poderia jurar que o deboche estava presente em seus olhos azuis. A loira iria usar de todo o sarcasmo presente em sua personalidade para conseguir alguma zoação comigo, e embora eu apreciasse todo o senso de humor que nosso grupo tinha, eu não estava nada preparada para aquele enfrentamento.

E isso só piorou quando ela se sentou ao lado de Sophie e escorou-se no corpo da jovem de olhos verdes. Os cabelos loiros de Larsson estavam presos em um rabo de cavalo e uma bandana preta estava amarrada em sua cabeça, na altura da testa. O dedo indicador direito pousou em seus lábios e, antes que eu pudesse sequer me pronunciar, ela estalou a língua, olhou-me sorrindo diabolicamente e disse:

– Bom dia, sogrinha – minha boca caiu em descrença enquanto Camila gargalhava alto. – Bom dia, outra sogrinha – a gargalhada de minha esposa cessou imediatamente, enquanto Sophie passava os braços pelo pescoço de Zara e a puxava contra si, a deixando entre suas pernas e rindo baixinho – Ou eu deveria dizer sogrinha albina e sogrinha mamasita? O que você acha, Sophie?

Imediatamente mais risos foram ouvidos no refeitório e não foi preciso muito para discernir a gargalhada de Veronica e o riso contido de Lucy. Ambas estavam de mãos dadas e olhavam sorrateiramente para mim, esperando apenas que o show começasse, afinal, sabiam que eu não iria esperar nem mais um segundo para ao menos ensinar boas maneiras para a loira. Dirigiram-se até a mesa para pegar algumas frutas e eu podia ouvir os murmúrios baixos de Veronica apostando em mim.

Prontamente levantei, tendo minha ação copiada por Camila, que parou ao lado oposto de Zara com as narinas inflando e os braços descruzados. Eu estaria mentindo se não dissesse que tinha uma ponta de divertimento por ver o estado da latina. Ela estava rindo de mim inicialmente, e havia voltado para ela. O karma nunca decepciona, afinal.

– Como é que é, pirralha? – perguntou a latina. – Está querendo morrer?

– Oh não, não tenho essa intenção, sogrinha – frisou Zara, dando um beijo no maxilar de Sophie. – Estou apenas aproveitando e lhe chamando pela denominação certa. Eu sou uma excelente nora, você verá.

– Não tenho tanta certeza disso – respondi, já estralando meu pescoço para puxar a loira pelo colarinho de sua camiseta. – Afasta essa boca da minha filha se não quiser perder os dentes.

– Não seja ciumenta, mãe – rebateu Sophie, o lábio inferior preso entre seus dentes e o divertimento estampado em seu cenho. – Zara, não seja tão abusada. 

– O que temos aqui? – perguntou Jovovich ao entrar o reifeitório com um conjunto de moletom cinza. Os cabelos curtos estavam úmidos indicando o banho recente e a expressão estava suave. Incrivelmente, após a nossa recepção conturbada, ela parecia feliz em nos ter ali.

– Não interrompe, temos um encontro de família acontecendo – disse Veronica, mordendo uma maçã e apertando Lucy contra si. – Eu aposto minha faca que a Lauren sai sangrando.

Ignorei por completo o comentário da mulher que eu ousava chamar de melhor amiga e só então percebi que Larsson também já tinha levantado. O ar de deboche jamais deixando sua expressão e o brilho de divertimento deixando seus olhos ainda mais azuis. Naquele momento eu poderia facilmente me arrepender por ter deixado-a entrar em meu acampamento, e o fato de ela ter salvo nossas vidas já não era tão gritante assim. Talvez se nós a usássemos para distrair alguns andantes poderíamos ter paz por alguns dias antes de prosseguirmos com o plano de fuga.

E ainda poderíamos escapar facilmente. Uma ótima isca.

– Vamos nos acalmar certo, projeto de Barbie? – rebateu Camila, fazendo a boca de Zara cair em descrença e Veronica dar uma gargalhada extremamente alta.

– Puta que pariu! – grunhiu Lucy, não se aguentando e começando a rir junto da esposa, as duas escoradas uma na outra e com as mãos sobre a barriga. O riso escapando alto de deus lábios e as lágrimas já se alojando no canto de seus olhos.

Abracei a minha latina por trás, fazendo questão de rir diabolicamente na direção de Zara, vendo a mesma ser acolhida pelos braços de Sophie, que tentava – inutilmente – segurar a gargalhada. O clima descontraiu-se tanto, que nem percebemos quando Larter entrou correndo desesperadamente na cantina e somente o eco das portas batendo fez o som das risadas cessarem. O cenho da ruiva estava esbugalhado em desespero e uma fina camada de suor cobria sua testa, fazendo com que alguns fios vermelhos grudassem em sua pele.

– Veronica eu preciso... Da sua ajuda – disse ofegante, resfolegando em busca de mais ar.  A médica parecia ter corrido uma maratona.

– O que foi Ali? 

– É a Brooke – respondeu Larter engolindo em seco. Todas congelamos naquele momento e, pela expressão da ruiva, o estado de nossa amiga não era em nada favorável. – Ela entrou em trabalho de parto.

 Tudo parecia em câmera lenta. Camila enrijeceu em meus braços enquanto Veronica corria junto com Larter para a enfermaria, ambas sendo seguidas por Jovovich e Lucy. O sorriso no rosto de Zara dera lugar para uma expressão completamente preocupada e receosa, assim como Sophie carregava um semblante indecifrável enquanto seu olhar estava perdido em um canto qualquer. Em minha mente, eu só conseguia pensar em seguir até a pequena para que pudesse de alguma forma ajudar. Eu não deixaria mais ninguém morrer sob minha proteção, o tempo de perdas havia acabado.

Senti os braços finos de Camila rodearem minha cintura e me puxarem para um abraço reconfortante. Minha esposa sabia o quanto a possibilidade de perda me afetava, ela sabia que eu carregava a responsabilidade de manter aquela família nada convencional viva, mesmo que essa responsabilidade não precisasse ser minha. Eu as amava mais do que qualquer coisa, e Camila sabia que eu daria a minha vida por todas elas sem pestanejar.

– Amor, Ally é forte. Ela vai sobreviver – sussurrou em meu ouvido, só então senti que Sophie e Zara estavam perto de nós. A ruiva tinha os olhos marejados e sua mão acariciava meu ombro com ternura. – Confie.

Aquiesci fracamente e repousei minha cabeça no ombro da latina, deixando que meu peso fosse sustentado por seus braços, que apesar de finos, carregavam consigo a força para segurar meu mundo quando este estava prestes a desabar. Naquele momento, sentindo o sabor amargo da incerteza inundar minha boca, eu podia sentir a força que emanava daquela mulher que arriscou a vida em uma motocicleta para me salvar, e depois de tanto tempo, aquela mesma coragem ainda conseguia me manter de pé e me fazer enfrentar todos os meus medos.

Se eu não tinha desabado e desisitido depois de todo esse tempo, era por causa dela.

E isso só ficou mais evidente quando apertei meus braços ao redor da latina, deixando as lágrimas rolarem livremente por meu rosto enquanto escutava o primeiro grito sôfrego de Ally ecoar por aquele silencioso e gélido presídio.

Ally Brooke

 

Eu podia ver a preocupação no rosto das mulheres presentes naquela sala. Sabia que a situação não era das mais favoráveis, afinal, Veronica não estava fazendo suas costumeiras piadas sobre qualquer assunto banal e Lucy parecia que iria desmaiar a qualquer momento. O engraçado disso era que eu tinha plena consciência da dor que percorria meu corpo, do suor que o ensopava, dos gritos que rasgavam minha garganta à cada nova contração e, principalmente, da poça de sangue que havia se formado no chão.

Mas então, contradizendo toda essa montanha-russa de acontecimentos, fez-se silêncio. Tudo que eu conseguia processar, era o agonizante som do silêncio que preenchia meus ouvidos fazendo meus sentidos ficarem desfocados. Os tremores percorriam todos os meus músculos e eu sentia-os normalmente, entretanto meus olhos pareciam procurar outra coisa que não fosse o meu filho. Eu via Larter colocar uma lanterna em meus olhos, checando se eu ainda estava aqui e podia ouvir seus murmúrios baixos, mas ainda assim, era silêncio tudo que ecoava em meus tímpanos.

E então – após o cansaço me forçar a tombar a cabeça para o lado – eu o vi. Escorado na parede, os braços cruzados sobre o peito e as pernas também cruzadas. Uma roupa branca e limpa cobria seu corpo e a pele parecia branca demais, porém parecia saudável. Nenhum machucado, nenhuma preocupação em seu cenho sereno, nada que pudesse me dizer que ele havia morrido de maneira tão trágica. O cabelo loiro bem ajeitado, os olhos azuis calmos como o mar na época de verão e o sorriso reconfortante, bem como eu me lembrava.

Troy sempre fora um homem lindo, e agora eu tinha mais certeza do porque havia apaixonado-me tão perdidamente por ele.

– Troy... Troy... – murmurei perdida, ainda olhando para a figura escorada na parede. – Nosso filho...

– Ela está febria, delirando e perdendo muito sangue – murmurou Larter, ainda nervosa. – Veronica aplique uma dose de morfina no catéter na veia dela. O bebê está enrolado no cordão umbilical.

– Não me diga que você...

– Vamos ter que  fazer uma cesárea de emergência, ela está debilitada demais, não tem como pedir para que force – respondeu rapidamente, levantando-se e procurando pelos instrumentos necessários, tudo não passando de um borrão para mim.

Troy parecia despreocupado com o que assistia, e apenas levou seu indicador até os lábios em um mudo pedido para que eu me calasse. Seus olhos corriam de Lucy para Vero, assim como de Jovovich para Ali, um carinho imenso transbordando. Era quase como se ele estivesse ali apenas para cumprir a promessa – que havia feito dais antes de morrer – de que não me deixaria passar pelo nascimento de nosso filho sozinha.

Lentamente desencostou-se da parede, a movimentação ao meu redor parecendo aumentar rapidamente, e começou a caminhar em minha direção. Uma espécie de toalha verde foi erguida em frente aos meus olhos para que eu não pudesse ver o que Ali planejava fazer e foi então que o desespero começou a correr por minhas veias. Eu precisava do meu filho comigo, precisava do único pedaço de Troy que havia me restado em meio a esse inferno.

– Amarra os pulsos dela. Ela pode ter alguma reação nervosa que precisamos evitar – disse Larter, suspirando enquanto colocava uma máscara  que cobria seu nariz e sua boca. – Precisamos começar.

Ele parou ao meu lado, os olhos esquadrinhando toda a situação e o sorriso calmo jamais deixando seus lábios. Era quase como se ele soubesse o que iria acontecer e, mais ainda, soubesse que eu iria precisar dele. Sua mão esquerda pousou acima de minha barriga enquanto seus olhos fixaram-se nos meus, transmitindo através do olhar todas as palavras que não poderíamos proferir um para o outro. No fim das contas, tudo aquilo que te disseram sobre o amor é verdade: Você não precisa verbalizá-lo para demonstrá-lo.

Em uma realidade paralela, teríamos tido uma casa enorme no campo, com um gramado extremamente verde e um parquinho para as crianças no jardim. Teríamos um haras, pois esse sempre fora o sonho dele: andar à cavalo com os filhos. Não precisaríamos segurar arma nenhuma e, ao invés disso, seguraríamos os livros das histórias que leríamos para as crianças antes de dormir, sentados ao pé de suas camas. Toda noite, tomaríamos uma taça de vinho, sentados na varanda após o jantar, apenas apreciando o gélido vento da natureza enquanto conversaríamos sobre nosso dia. Depois iríamos nos entregar um para o outro em nossa cama, refazendo todas as juras de amor que para nós jamais iriam cair na mesmice. Juras essas que nunca cansaríamos de repetir.

Em uma realidade paralela, eu seria dele pela eternidade dos batimentos do meu coração e jamais precisáriamos dizer adeus tão cedo.

Seus olhos marejaram-se rapidamente, ao mesmo passo em que o meu coração parecia apertar-se dentro do peito. Eu poderia jurar que ele tinha os mesmos devaneios que os meus naquele momento. Novamente sorriu, como se dissesse que tudo ficaria bem dali em diante e, de repente, começou a se dissipar levemente, sua figura ficando cada vez mais turva para mim,  como se o vento tivesse o poder de levá-lo para longe de mim. E por mais que eu tivesse me obrigado a acostumar-me com a dor de perdê-lo para a morte, aquilo foi como um soco direto em meu estômago, fazendo-me esganiçar de dor. Dor da perda, dor da saudade.

Dor da ilusão.

– Troy... Não... Troy...

– Ela vai apagar – disse alguém que não consegui identificar.

– Rápido, coloque compressas de água fria e aplique... 

E então tudo começou a escurecer, como se Troy tivesse vindo buscar o último resquício de sua luz em minha vida. Eu conseguia ouvir os gritos de Lucy e Veronica, assim como pude ouvir uma bandeja sendo derrubada ao longe e longos braços me segurando, mas de repente nada disso importava. Tudo que eu queria era ir com ele, era estar com ele.

E talvez, pelo menos hoje, eu poderia fazer isso. [n.a. Sim, eu sou piranha e parei aqui. Me odeiem]

[...]

Dinah Jane

Pela primeira vez eu não senti frio ao acordar.  Aquele presídio conseguia ser mais gelado do que um iglu, mesmo quando eu sabia que o sol estava irradiando lá fora. Porém, dessa vez, eu estava quente. Eu sentia o calor de minha pele nua contra o cobertor, assim como podia sentir os músculos de minha face reclamando por estarem contraídos em um sorriso por tanto tempo.

Pisquei os olhos com força dando uma leve risada. Poderia jurar que o sonho que tive onde eu e Normani... nos esfregávamos, havia sido tão real que parecia que tinha acontecido de verdade. Esses sonhos lúcidos são, de fato, realistas.

Suspirei pesadamente – estranhando o peso sobre meu corpo – e, ao virar meu rosto, qual não foi a minha surpresa ao ver as roupas de Normani jogadas exatamente ao lado das minhas. Engoli em seco virando meu rosto lentamente, não contendo o espanto ao ver  um emaranhado de cachos negros ao meu lado, assim como um par de pernas entrelaçadas com as minhas e uma mão segurando minha cintura possessivamente.

A pele negra extremamente macia em contraste com a minha e, assim como eu, ela também estava nua.

– PUTA QUE PARIU! – gritei o mais alto que pude, movimento esse que não foi calculado corretamente porque Normani acordou em um solavanco e, em seguida, eu estava estirada no chão de barriga para baixo. – É um sonho, você está sonhando DJ – murmurei como uma oração fervorosa e esfreguei fortemente meus olhos. Soltei uma lufada de ar e novamente virei-me para a cama, vendo os olhos castanhos de Normani encarando-me com curiosidade e surpresa à medida em que ela puxava o lençol para cobrir sua nudez. – AAAAAAAH! MEU DEUS! NORMANI!

– Sim, é meu nome – respondeu indiferente, ajeitando os cachos revoltos atrás da orelha. – Agora posso saber por que você está gritando?

– É VOCÊ! – respondi levantando rapidamente e enrolando-me em uma toalha de banho. – E E-EU... SE VOCÊ ESTÁ AQUI, ASSIM... E EU ESTOU AQUI, ASSIM... SIGNIFICA QUE NÃO FOI...

– Sonho? Eu acho que não.

– SANTO CRISTO O QUE A GENTE FEZ?!

– Dinah você poderia por favor, parar de gritar? – pediu gentilmente, suas mãos massageando suas têmporas lentamente. Ela soltou um longo suspiro e abriu os olhos novamente, me fitando com divertimento e uma pose superior. – Eu não sei o que você fez, mas eu gozei a noite toda.

Minha boca caiu em uma perfeita circunferência. O riso debochado da mulher apenas deixando a situação ainda mais sem sentido. Conforme a bela negra retirava o lençol de seu corpo, levantava calmamente e começava a vestir suas roupas, a minha ficha começava a cair realmente. Oh céus, nós havíamos feito muitas coisas. Sim, muitas coisas.

Ponto para você, Hansen. Não contente com o marido – que está morto, por sinal – precisou experimentar a esposa também.

Kordei juntou a faca que estava jogada no chão e colocou-a no cós da calça. Eu ainda estava petrificada e de toalha, o que arrancou uma nova gargalhada da mulher que aproximou-se de mim rapidamente e pousou o indicador sobre minha clavícula. Olhei para seus olhos e foi impossível não viajar para a madrugada onde tudo que eles traduziam era um misto de luxúria e raiva.

– Nada mal para uma traidora – sussurrou baixinho, mordendo levemente o lábio inferior e puxando o nó, deixando que a toalha caísse no chão. Normani caminhou lentamente pela cela e, quando parou nas grades que a fechavam, retirou a faca de sua calça e passou a lâmina pelas barras de metal. – Nada mal mesmo – sorriu, piscando o olho direito para mim após dar uma bela analisada em meu corpo.

E se foi, assim como a noite se vai para o dia nascer.

Balancei a cabeça ainda não acreditando no que havia acabado de acontecer.  Susprirei começando a procurar e vestir as roupas da noite anterior, ainda com as dúvidas que corriam por minha mente enevoada. Ela havia entrado naquela cela para me matar e tinha acabado nua, em minha cama. E de certa forma havia me matado sim. Porém de outro jeito.

Eu sou horrível com palpites, mas dessa vez eu tinha certeza que meu palpite era certeiro: Agora as coisas iriam ficar interessantes, e não era no sentido bom da palavra. 


Notas Finais


Jesus chega eu até to emotiva por estar de volta, vocês não tem noção de como fiquei por demorar tanto pra atualizar. Banhada na lama das lágrimas estou.
MAS ENFIM, VAMOS FALAR DO QUE REALMENTE INTERESSA.
Cês gostaram? Não? Talvez? Riu muito em alguma parte? Tá com o furico na mão? Comenta aqui pra que eu saiba o que se passa nessa mente maravilhosa aí do outro lado da tela.
Relembrando que ainda temos o grupo do Whats. Se alguém se interessar, basta me mandar o número por mensagem direta aqui.
Novamente eu queria agradecer a todos vocês pela paciência. Eu sei como foi chato ficar sem atualização e só tenho a agradecer por respeitarem esse meu tempo e não abandonarem a fanfic. Não abandonarem a história e nem a essa autora doida que vos fala. Vocês são incríveis. Sério mesmo, beijo na bochecha de vocês, seus lindos.
Eu volto antes mesmo do que vocês imaginam... rsrs.
Um abraço!

Att, Alana.


PS. Siga em frente, olhe para o lado, pegue sua arma e atire no mortificado.


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