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História Nicest Thing - Algo que precisa dizer


Escrita por: JoyceSantos e LikaPeluso

Notas do Autor


Pessoas!
(Morreu não, Joyce?) To viva, gente!
Desculpem a demora para postar. Minha vida tá mais corrida que a corrida da são Silvestre. Minha co-autora também parece que está correndo na fórmula 1, então já imaginam. Tá foda.
Esse capítulo ficou enorme e nem tem tudo que pensamos em colocar nele. Desculpem se não tiver ficado bom.
Enfim...
Chegamos com mais capítulo!

Enjoy :3

Capítulo 52 - Algo que precisa dizer


Fanfic / Fanfiction Nicest Thing - Algo que precisa dizer

Castiel... Acorda...

Ele conseguiu escutar a voz dela como se ela estivesse ali, falando em seu ouvido, e quase que imediatamente ele atendeu ao pedido. Ele abriu os olhos e se arrependeu um pouco de ter feito isso rápido demais. A luz do quarto que ele estava era tão clara que o fez se sentir como um vampiro olhando para o sol. 

Depois de se acostumar com a luz, ele teve mais um problema. Seu corpo inteiro doía. Sua cabeça, em especial, latejava. Ele tentou se acostumar com a dor ao mesmo tempo em que as lembranças dos últimos acontecimentos passavam por sua cabeça. Ele olhou para a cadeira vazia ao lado de sua cama e suspirou.

- O jantar esfriou... – Ele disse.

- Sinto em dizer que não apenas o jantar, o café da manhã e o almoço também esfriaram... – A voz de um homem que parecia vir do outro lado da cama que Castiel estava deitado o chamou atenção e o fez se virar – Que bom que acordou... – O senhor de cabelos grisalhos, olhos azuis, rugas no rosto e um sorriso gentil olhava para Castiel, vestido com seu jaleco branco e segurando uma prancheta nas mãos – Não fique triste pela cadeira vazia, ela estava aí. Ficou aí o tempo todo...

- Onde ela está? – Castiel tentou se levantar um pouco, mas a dor que sentiu o fez deitar na cama de uma vez antes que conseguisse se sentar.

- Não tenha pressa em se levantar, você teve um acidente e tanto... – O médico se aproximou da cama deixando sua prancheta em uma mesa pequena ao lado.

- Preciso saber se ela está bem... – Castiel disse de olhos fechados por causa tontura que começou a ter de repente.

- Está tão preocupado com ela que não quer saber do seu estado? – O médico perguntou, mas não parecia ter curiosidade. Parecia já saber a resposta.

- Você não entenderia... – Castiel abriu os olhos e encarou o teto reclamando por dentro mais uma vez por causa da luz.

- E se eu dissesse que entendo? Ficaria surpreso das coisas que eu sei. Entendo sua preocupação com ela, mas primeiro vamos falar de você. Você carimbou o vidro de um carro ganhando um corte enorme na testa, está com hematomas pelo corpo todo e quebrou o braço direito. Não foi tão grave, você teve sorte... – O médico caminhou até um dos armários e começou a tirar algumas coisas de dentro – Vou trocar seu curativo. Sua cicatrização é boa, vai melhorar rápido. Seu corpo vai parar de doer em alguns dias, o que vai demorar mais é o braço...

- Não acredito que quebrei o braço... – Castiel disse olhando para seu braço engessado.

- Pense em tirar algo bom disso. Seus amigos vão poder escrever no seu gesso, é divertido... – O médico foi trazendo as coisas que pegou no armário para a mesa ao lado da cama de Castiel aos poucos – Eu já escrevi uma frase... – O médico conseguiu ver Castiel revirando os olhos ao ler “válido até Janeiro” escrito no gesso em seu braço.

- Pode pelo menos me dizer onde ela está? – Castiel perguntou ao médico que tinha acabado de puxar uma cadeira e se sentar ao lado da cama de frente para Castiel.

- Provavelmente ela está com a amiga que deu à luz... – Ele respondeu começando a desfazer o curativo na testa de Castiel. Ele parou o que estava fazendo quando percebeu o olhar confuso dele – Acho que você perdeu muita coisa enquanto estava desacordado...

- O que mais eu perdi? – Castiel fez uma careta quando o médico voltou a desfazer o curativo e logo em seguida começou a passar remédio no seu ferimento.

- Seu amigo quase teve um ataque cardíaco quando eu disse que você estava morrendo e precisaria de um rim. Ele se ofereceu para te doar um antes que eu pudesse dizer que era apenas uma brincadeira... – Ele disse fazendo Castiel sorrir por um instante – Sua namorada... Você sabe que deu um susto enorme nela. Acho que ela é o tipo de pessoa que deve evitar ‘fortes emoções’, como ver o namorado sendo atropelado. Então eu sugiro que você tome mais cuidado...

- Por que acha isso? – Castiel já sabia muito bem disso, mas na hora, não pensou nas consequências que teria o seu acidente para Dressert. Na verdade, tudo o que ele conseguiu pensar na hora é que, se fosse com o Lysandre, ele não teria tanta sorte quanto Castiel. Sem falar que ele já esquece das coisas com a cabeça boa, imagina se batesse com ela. Com certeza resultaria em amnésia.

- Porque eu a conheço... – Ele finalizou o curativo e ficou pensativo por alguns instantes – A conheci de um jeito que nenhum médico gostaria de conhecer uma pessoa tão jovem... – Ele se levantou arrumando as coisas que tinha pego no armário para guardá-las de volta.

- Você cuidou da Dressert quando ela tentou suicídio? – Castiel perguntou só para confirmar o que já tinha em mente.

- Eu já tinha um tempo de carreira, já era o melhor médico do hospital, nunca tinha perdido um paciente. Mas apesar de tudo isso, quando eu vi aquela garota na emergência, foi a primeira vez que eu tive medo de perder alguém, mesmo ela querendo morrer. Eu a conheci quando o pai dela ainda estava vivo, ela vivia entrando na minha sala, escondida, só para ler os meus livros. Fiquei encantado pela inteligência e determinação dela, nunca tinha visto alguém tão jovem e sem muita afinidade com o assunto compreender tantos termos médicos com tanta facilidade. Ela buscava uma cura para o pai dela e enquanto isso, esqueceu de cuidar dela mesma e nem percebeu que estava morrendo com ele. Eu senti que a veria à beira da morte mesmo depois de ver ela lutando diariamente pela vida do pai, mas não acreditei em mim mesmo. Ela conversava comigo todos os dias e eu não consegui fazer nada para evitar o que aconteceu. Eu sinto tanto por ela... – O médico desabafou esquecendo que deveria manter aquilo para ele mesmo.

- Mas você trouxe ela de volta, não trouxe?

- Sim. Acho que fiz um favor ao mundo. É bom ver que agora ela está bem e está seguindo em frente. E ela me disse que vai mesmo ser médica. O pai dela deve estar orgulhoso. Em alguns anos, se for atropelado de novo, vai ser salvo por uma bela mulher de longos cabelos loiros e olhos azuis ao invés de um velho que fala demais... – Ele guardou tudo o que precisava no armário e jogou algumas coisas fora – Bem, eu volto mais tarde. Se caso eu encontrar a garota bonita, vou pedir para que ela venha vê-lo...

- Espera, eu que... – Castiel ia falar, mas o médico já tinha saído do quarto – Deixa para lá...

Castiel não aguentou ficar dentro daquele quarto parado nem por cinco minutos. Ele deu um jeito de se levantar aos poucos até conseguir se sentar na cama. Deixou sua cabeça parar de rodar um pouco antes de tentar ficar de pé e começou a sentir cada parte do seu corpo que estava dolorida doer ainda mais quando apoiou os dois pés no chão. Foi quando se deu conta que estava descalço. E ainda estava vestido com uma camisa e uma calça de moletom cinza, ambas escolhidas por alguém com muito mal gosto. 

Ele cambaleou um pouco antes de dar o primeiro passo, quase caiu quando foi dar o segundo, mas se estabilizou no terceiro. “Até parece que eu vou ficar parado aqui nessa merda”, ele pensou saindo do quarto sem que ninguém o visse. 

Ele começou a caminhar pelos corredores se escorando nas paredes até chegar perto do refeitório. Avistou o médico que o atendeu sentado em uma mesa conversando com uma enfermeira. Ele pensou em se aproximar para pedir um lanche já que estava morrendo de fome, mas resolveu se esconder um pouco para que o médico não o visse quando conseguiu escutar um pouco da conversa.

- Ela é a garota que você fala tanto? – A enfermeira perguntou.

- Sim, é ela... – Ele respondeu com animação.

- E ela ainda diz que quer ser médica?

- Ela me confirmou isso ontem, estou realmente contente por ela. Logo vocês terão alguém para assumir o meu lugar, quem sabe. Vamos torcer por isso... – Ele disse com um sorriso nos lábios e um olhar de alguém que está orgulhoso.

- Ela aceitou a proposta de estudar fora do país? – A enfermeira perguntou também animada com o assunto.

- Bom, ela ficou sabendo que o pai dela deixou tudo o que ele tinha para ela estudar fora a pouco tempo... – Ele respondeu, seu sorriso se desfazendo aos poucos.

- Então ela ainda não tomou uma decisão? – A enfermeira percebeu que o médico se desanimou um pouco sobre o assunto e seu sorriso foi se desfazendo também.

“Estudar... fora do país... A Dressert vai... Não pode ser... Ela não me disse nada...”, Castiel pensou enquanto ouvia a conversa e sentia um nó se formando na garganta.

- Ela já tomou uma decisão, e é não... – O médico respondeu um pouco triste, mas conseguiu voltar a se animar segundos depois – Mas ela é inteligente e determinada, isso não será um problema. Eu acredito nela, ela é a melhor conquista de toda a minha carreira. Sou jovem até hoje graças à ela, posso dizer que aquela garota me deu esperança...

- Mas por que ela diria não? – A enfermeira perguntou curiosa, o que faria uma jovem tomar uma decisão como essa sobre seu futuro?

Castiel saiu de lá antes do médico dizer para a enfermeira sua teoria. Ele caminhou um pouco desorientado pelo corredor sem saber para onde estava indo. Antes de virar para a direita e seguir em frente, ele escutou risadas de crianças vindo do lado esquerdo. Ele foi em direção ao som das risadas e conseguiu, sem estar tentando, encontrar quem procurava.

Dressert corria atrás das crianças com câncer do hospital enquanto brincavam em uma sala grande cheia de brinquedos. Depois dela tropeçar e cair, as crianças se jogaram em cima dela enquanto riam sem parar junto com ela. Castiel sorriu ao ver a cena e quando estava pensando em sair dali, Dressert o viu e ficou olhando para ele sem reação.

- Ele é seu namorado? – Uma menininha perguntou entre risadas.

- Ele é muito bonito! – A outra disse, também entre risadas.

- Ele me dá medo... – Um garotinho disse se encolhendo atrás de Dressert – Parece que ele se envolveu em uma briga de rua...

- Talvez ele seja o guarda costas da Dressert... – A primeira garotinha disse com animação.

- Talvez ele seja um agente secreto! – A segunda garotinha disse com mais animação do que a primeira.

- Vamos escrever no gesso dele? – O garotinho disse com um giz de cera na mão.

- Eu tenho que ir agora, pessoal... – Dressert disse se levantando. Ela se afastou das crianças sorrindo para elas e depois olhou para Castiel ao se aproximar dele.

- Eles vão se beijar? – A primeira garotinha perguntou cochichando para a segunda.

- Acho que eles vão se beijar... – A segunda garotinha cochichou para o garotinho.

- Eca, eles vão se beijar! – O garotinho disse fazendo Dressert rir.

- Nós vamos nos beijar? – Castiel perguntou para Dressert sugestivamente.

- Na frente das crianças? – Ela perguntou levantando uma sobrancelha, mas com os olhos se enchendo de lágrimas.

- Elas já viram coisa pior na Peppa pig... – Ele brincou tentando fazê-la rir.

Ela riu antes de subir quase na ponta dos pés, levando as duas mãos até o pescoço dele e fazendo ele sentir o gosto de suas lágrimas em seus lábios quando se tocaram. Os comentários das crianças “Eles estão se beijando! Estão se beijando!” fez com que eles parassem antes que o beijo se aprofundasse.

- Como se sente ao dar um exemplo ruim para as crianças? – Castiel perguntou. Dressert mal se afastou dele, o abraçou pela cintura com todas as forças e afundou seu rosto no peitoral dele.

- Dressert... Eu estou um pouco dolorido... Parece que uma anaconda está me apertando... – Castiel disse tentando respirar por causa da dor.

- Eu fiquei com tanto medo... – Ela o apertou ainda mais.

- Eu sei que te preocupei, desculpe... Mas agora... – Ele começou a fazer caretas por causa da dor e as crianças começaram a rir dele.

- Você poderia ter morrido... – Ela o apertou mais.

- Eu ainda posso morrer... – Ele disse arregalando os olhos.

- Não faz mais isso comigo, por favor... – Ela pediu com a voz suave. Esse momento seria fofo se Castiel não estivesse ficando branco.

- Acho que vou desmaiar se continuar me apertando assim... – Ele disse como se fosse a sua última frase antes de partir dessa para melhor.

- Desculpe, eu tinha me esquecido que estava machucado! – Ela o soltou rapidamente e o olhou com preocupação – Você tem que se deitar...

- Eu vou... Mas antes... A Rosalya... – Ele ia perguntar antes de ver o sorriso de Dressert.

- Ela é linda... Você precisa vê-la...

Dressert segurou na mão de Castiel e os dois começaram a caminhar juntos pelo hospital até chegar na maternidade. Em um dos quartos estava Rosalya e Leigh, Lysandre estava sentado em uma cadeira do lado de fora. Ele se levantou quando viu Castiel e correu para abraça-lo. Castiel sentiu sua cabeça virar como se um urso tivesse acabado de atacá-lo. Sua cabeça foi parando de girar aos poucos logo depois que Lysandre o soltou.

- Me perdoa, a culpa é minha... – Lysandre pediu perdão de cabeça baixa.

- Só vou perdoar você porque se um dia eu precisar de um rim, eu já tenho um doador... – Castiel riu da cara de sem graça que o Lysandre fez.

- O médico te contou, não foi? Esse médico fala demais... – Lysandre olhou para Castiel e depois olhou para a porta do quarto onde estava Rosalya e Leigh. Seu rosto ficou triste, mas ele parecia estar forte – Ele desmaiou na hora do parto. Da para acreditar? Eu tive que entrar e ficar com ela até acabar. Eu sou Tio agora... – Ele sorriu e voltou a olhar para Castiel – Ele chorou quando a pegou nos braços e pediu perdão para a Rosalya. A paternidade realmente muda algumas pessoas, quero poder sentir isso algum dia...

- Não diga isso perto de garotas solteiras, o útero delas pode tentar engolir você... – Castiel disse dando tapinhas nas costas do amigo.

Dressert bateu na porta e Rosalya deu permissão para que os três entrassem.

- Castiel, é bom ver você de pé... – Leigh, que estava sentado em uma cadeira ao lado da cama de Rosalya disse sinceramente.

- O motorista que te atropelou me trouxe para o hospital no seu lugar o mais rápido possível já que era melhor você vir para cá de ambulância. Eu acho que eu tenho que te agradecer por ter sido atropelado... – Rosalya disse segurando sua filha nos braços.

- Ah... De nada? – Castiel não sabia muito bem como encarar esse agradecimento de Rosalya.

- Eu diria para você pegá-la no colo, mas você não pode usar o seu braço direito... – Leigh disse.

- Só por um tempo... – Ele ficou pensativo por um instante - Vocês querem escrever no meu gesso? – Castiel perguntou, mas ninguém respondeu de imediato – Eu sei, foi uma pergunta idiota...

- Eu quero... – Os quatro disseram ao mesmo tempo. Castiel revirou os olhos, o médico estava certo. Todo mundo parece achar isso divertido. Todo mundo, menos Castiel.

- Por que não se senta um pouco? Deve estar com dor... – Dressert disse enquanto caminhava em direção à pequena que estava nos braços de Rosalya.

- Sim, só um pouco... – Castiel caminhou lentamente até a cadeira vazia mais próxima e se sentou.

- Agora... – Dressert pegou a pequena nos braços e depois caminhou até Castiel – Você quer vê-la mais de perto?

- Acho que sim... Você pode se sentar... – Castiel estava falando quando Dressert começou a ajeitar a bebê no colo dele – Está louca? Eu só tenho um braço para segurar!

- É o suficiente... – Dressert disse se agachando na frente de Castiel enquanto ele tentava arrumar uma maneira de deixar a pequena mini Rosalya confortável em seu colo – Olha para ela, ela é linda...

- Tem cara de joelho e se parece com o Lysandre... – Sobre a cara de joelho ele falou sério. A parte do Lysandre foi para provocar Leigh.

- O Lysandre se parece comigo, então o correto a dizer é que ela se parece com o pai... – Leigh disse sem ficar irritado com Castiel.

- Tanto faz... – Castiel disse fazendo todos rirem.

Foi a primeira vez que Castiel pegou um bebê no colo. Os bebês geralmente choravam só de olhar para ele, então ele nunca tinha tentado. Mas por alguma razão, a pequena mini Rosalya não chorou. Pelo contrário, ela sorriu fazendo Castiel corar e se sentir estranho. Ele estava tentando descobrir que sensação era aquela antes de mais alguém entrar no quarto.

- Eu sabia que você estaria aqui... – O médico disse de braços cruzados – Deveria ter amarrado você naquela cama, Castiel. Procurei você por todo o hospital.

- Deveria... – Castiel disse e depois fez sinal para Dressert pegar a mini Rosalya de seus braços. Depois que ela a pegou, Lysandre ajudou Castiel a se levantar – Então... Eu acho que vou indo...

- Nos vemos daqui a pouco... – Dressert disse para ele antes dele sair.

Castiel guardou a imagem de Dressert segurando a pequena mini Rosalya em seus braços e ficou analisando enquanto caminhava pelo corredor. Lysandre o ajudava a caminhar, então dessa vez ele não precisou se apoiar nas paredes. Quando chegaram no quarto, Castiel se deitou na cama e bufou já ficando entediado mais uma vez com aquele lugar.

- Que olhar era aquele? – Lysandre perguntou.

- Que olhar? – Castiel perguntou de volta.

- Aquele olhar... – Lysandre respondeu.

- Eu não entendi... – Castiel disse confuso.

- Ele está falando do jeito que você olhou para aquela criança que estava no seu colo... – O médico disse enquanto separava alguns remédios para Castiel tomar.

- Que jeito? Eu só olhei! – Castiel disse ainda sem entender.

- Parece que sua relação com a Dressert é muito séria... – O médico disse fazendo Lysandre arregalar os olhos – Isso explica o olhar...

- A Dressert está grávida? – Lysandre perguntou.

- Mas é claro que não, Lysandre! Vira essa boca para lá! – Castiel respondeu ficando nervoso.

- Ela pode não estar grávida, mas talvez ele esteja pensando na possibilidade de ter um filho com ela... – O médico disse confundindo ainda mais Lysandre e deixando Castiel mais irritado.

- Você quer ter um filho com ela? – Lysandre perguntou com as duas mãos no rosto sem acreditar.

- Claro que não! Quer dizer, agora não! Quer dizer... Eu não sei! Está muito cedo para pensar nessas coisas! Parem com isso! Que doideira! – Neste momento Castiel já estava bem estressado.

- Desconfie do que o seu amigo diz, jovem. Eu sou velho, eu sei das coisas. Ele está escondendo suas intenções... – O médico pareceu estar se divertindo com os dois.

- Sim! Eu também acho que ele está escondendo alguma coisa, senhor... – Lysandre fez pose com a mão no queixo enquanto pensava.

- Chega, vão embora, já me encheram o suficiente... – Castiel não precisou dizer duas vezes e os dois saíram.

Mas eles saíram apenas para testarem suas teorias sobre o Castiel um com o outro. Um tempo se passou e a barriga de Castiel roncou, não tinha comido nada desde a hora que acordou. “Devia ter pedido comida para aqueles dois idiotas antes de mandá-los embora...”, pensou. Ele já estava tentando se levantar, mencionando a meretriz que pariu algumas vezes por causa de seu corpo dolorido quando Dressert apareceu na porta do quarto segurando algumas sacolas.

- O que está fazendo?  - Ela perguntou.

- Eu? – Ele se deitou na cama de uma vez – Estou testando o colchão... – Ele disse tentando disfarçar.

- Ah... Achei que fosse andar pelo hospital de novo... – Ela disse desconfiada.

- Até parece... – Ele mentiu. Ela percebeu, mas achou melhor não comentar – O que você tem aí?

- Comida... – Ela respondeu fazendo Castiel se sentar rapidamente na cama – As mesmas coisas que você comprou para o jantar. Só está faltando o bolo... 

- Você deve estar muito triste por isso...

- Não, nem um pouco... – Ela colocou as sacolas em cima da mesa ao lado da cama – Antes de comer, eu quero te devolver isso... – Ela enfiou a mão no bolso e tirou o colar que tinha dado de presente de aniversário para Castiel – Eu demorei para achar, mas consegui... – Ela se sentou na cama ao lado dele, de frente para ele.

- Eu o perdi no acidente. Achei que tivesse o perdido para sempre... – Castiel estava usando o colar todos os dias desde quando ela o deu de presente.

Ele se sentou e então ela se aproximou para colocar o colar no pescoço dele de volta. Seus olhos não se perderam um do outro nem por um segundo. Depois de colocar o colar, ela tocou a miniatura da guitarra de Castiel que estava pendurada nele. Ele segurou a mão direita dela com a mão esquerda e aproximou um pouco mais seus olhares.

- Dressert... – Ele demorou para continuar o que ia dizer, não sabia se era a hora certa para falar sobre aquilo.

- Sim? – Ela sorriu aproximando ainda mais o rosto do dele.

- Você... – Ele queria perguntar, mas sua respiração já estava fora do normal e seus lábios estavam muito próximos para conseguir evitar o efeito magnético que eles tinham.

Então ele fechou os olhos se entregando a uma força que era maior que ele, mas antes que seus lábios pudessem se encontrar eles foram interrompidos.

- Senti cheiro de comida... – Lysandre disse olhando para dentro do quarto pela porta.

- Lysandre... – Castiel olhou para ele como se fosse matá-lo.

- Que medo. Tudo bem, eu vou embora, não estou com fome mesmo... – A barriga de Lysandre roncou alto antes dele conseguir dar um passo.

- Poder vir comer com a gente... – Dressert disse de um jeito meigo.

- Não pode não, morra de fome... – Castiel disse.

- Obrigado, Dressert... – Lysandre pegou uma cadeira e se sentou perto dos dois ignorando o que Castiel disse. Ou talvez ele só tenha  escutado o “pode vir comer com a gente” que a Dressert falou e não tenha ignorado Castiel. Tem mais chance de ser a segunda possibilidade.

Dressert separou um pouco de comida para os três, Lysandre pegou alguns talheres do hospital e Castiel apenas ficou emburrado o tempo todo.

- Você não pode usar o seu braço de direito, deixa que eu dou comida para você... – Lysandre disse com um garfo de comida já indo na direção da boca de Castiel – Diga “A”... – Ele continuou aproximando o garfo, mas Castiel não abriu a boca. Ele ainda continuava com seu olhar assassino para Lysandre. 

- Tira esse garfo de perto de mim ou vou deixar o seu braço igual ao meu... – Castiel disse já com uma veia saltando de um lado de sua testa, o lado que não estava machucado precisamente.

- Grosso... – Lysandre disse voltando a comer.

- Eu tenho dois braços, lembra? – Castiel disse tentando usar o garfo para pegar a comida com a mão esquerda e acabou derrubando tudo em cima dele mesmo – Quer saber, eu quebrei o braço por sua causa, então você vai me dar comida sim!

- Ah, agora você concorda? Só que agora eu estou comendo... – Lysandre disse rindo. 

- Eu faço isso... – Dressert viu Castiel olhar para ela um pouco sem graça – Já fiz isso antes, lembra?

- Dessa vez... É diferente... – Ele estava mesmo sem jeito.

- É por que ele está muito sério com você ultimamente, Dressert... A minha teoria é que ele está pensando em... – Castiel rapidamente pegou o garfo que ainda estava em sua mão, o encheu de comida e ainda conseguiu colocar a comida na boca de Lysandre mesmo com a sua mão menos hábil.

- Come, Lysandre! Você está com fome! – Ele disse irritado – Devia ter deixado você ser atropelado!

- Que coisa horrível de se dizer. Entendi, vou ficar quieto... – Lysandre reclamou.

Os três comeram em silêncio. Lysandre e Dressert às vezes riam da cara de emburrado de Castiel e ao terminar, conversaram sobre Rosalya e Leigh até Lysandre adormecer na cadeira. Dressert estava quase dormindo junto com Castiel na cama quando ele resolveu finalmente perguntar. 

- Dressert... – Ele a chamou baixinho.

- Sim? – Ela respondeu.

- Você... Tem algo que precisa me dizer? – Ele perguntou.

- Eu te amo... – Ela disse o abraçando, sem apertar dessa vez.

- Não isso... Outra coisa...

- Não tenho... – Ela disse ficando em silêncio – E você, tem algo que precisa me dizer?

- Eu te amo... – Ele disse e a abraçou também.

- Não isso... Outra coisa... – Ela disse o mesmo que ele.

- Não, não tenho...

Os dois disseram que não, mas os dois tinham algo que precisavam falar um para o outro. Era mais do que precisar falar, eles deveriam falar, antes que fosse a hora errada. Ou, talvez, tarde demais.


Notas Finais


Castiel não morreu gente, a Dressert também não (Que bom né, Joyce. Se não você teria morrido também). Mas eles ainda podem se separar, ou não. Quem sabe?

Continua no próximo episódio :3


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