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História Nicest Thing - Between the Bars


Escrita por: vausemessy

Notas do Autor


Oi, meninasss! Voltei! Juro que tentei postar antes, mas né, vários impedimentos, bloqueios, enfim... Nem vou prometer mais, não quero que vcs criem expectativas e nem me frustrar por não conseguir seguir meu "cronograma" mental hehe.
Bom, já que tá tudo junto, eu quero expressar aqui a minha felicidade com essa notícia de que dona Laura Prepon está esperando um bebê. Obviamente to preocupada com a nossa Vause, mas espero que dê tudo certo e corra tudo bem nessa gravidez, certo? (Ainda não acredito que minha baby vai ter um baby SOS) :P

Enfim, curti muito esse capítulo não, acho que esse foi um dos principais motivos da demora dele, mas tá ai, me esforcei e espero que vcs curtam. Beijos <3

Capítulo 14 - Between the Bars


“Ninguém escreveu um romance sobre um personagem cujo característico maior é ser sadio”
Moacir Scliar – O idioma da saúde

 

- E então nós fomos ao McDonalds e a mamãe me deixou comer tudo que eu quis! – Christine contava empolgada durante o café da manhã.

- Amor, você sabe que esses alimentos não são saudáveis... – Larry respondeu calmo, dando uma olhada rápida para Piper que apenas arqueou as sobrancelhas como um aviso de que era melhor ele ficar “na dele”.

- Mas foi só uma vezinha, papai! – Falou, manhosa.

- Ok, mas eu não quero que se torne um hábito, tudo bem?

Chris apenas assentiu com a cabeça, tomando um gole do suco de melancia, o seu favorito.

- E quando eu terei o prazer de conhecer a tia Alex? – Larry questionou olhando para as duas, Piper se sentiu incomodada na hora, aquilo era muito perigoso.

- A mamãe disse que vai ser outro dia, a tia Alex também é ocupada porque ela trabalha com roupas! – Chris respondeu com sua empolgação habitual.

- Roupas? Como assim? – Ele perguntou curioso enquanto garfava um pedaço de seus ovos mexidos.

- A Alex é empresária... Ela trabalha para uma... Uma marca – Piper tentou falar, ligeiramente nervosa. Ela mexia nos cabelos e desviava do olhar de Larry.

- Oh, isso é interessante – ele parecia convencido. – E quando essa amizade cresceu tanto? Você não comentou nada sobre isso – disse olhando para a loira.

- Ah, não é nada de mais – ela sorriu, sem graça. – Nós temos conversado, ela é divertida, a Chris gosta dela, não tem... Muito o que dizer – terminou de falar e virou um gole do suco.

- Isso é ótimo, querida, você sabe que eu sempre te incentivei a fazer novas amizades que não sejam dentro do ambiente hospitalar, eu fico feliz por isso – ele sorriu. Percebeu alguma irritação em Piper, mas não a relacionou ao assunto que era abordado.

Piper apenas sorriu para ele.

- Papai, você precisa conhecer a tia Alex! Ela é muuito legal, e também é muito linda! Ela é bem alta, mais que a mamãe!

- Sério, meu amor? Se você diz, eu acredito – Larry respondeu satisfeito pela empolgação da filha, pelo menos sua ausência havia sido bem suprida.

- Sim, ela tem o cabelo bem pretinho igual ao da branca de neve – parou alguns segundos, parecendo pensar em algo – na verdade ela parece a branca de neve, agora eu vou chamar ela assim, mamãe – disse para Piper que sorriu, querendo que o chão abrisse abaixo de si.

- Bom, já que é assim, eu mal posso esperar para conhecer a branca de neve que conquistou as mulheres da minha vida – Larry disse sorrindo, Piper abaixou a cabeça e desejou que aquilo fosse um pesadelo.

***

 

- Quando você vai assumir?

- Eu não tenho nada para assumir – Piper disse concentrada à tela a sua frente.

- Eu sei que você está transando com a gostosona, amiga – Polly insistia.

- O que te faz pensar isso? Eu mal tenho falado na Alex durante os últimos dias – ela dizia, tentando parecer convincente.

- Exatamente isso! – Polly sorriu. – Você falava dela o tempo todo e do nada é como se não existisse mais ninguém. É óbvio que vocês estão juntas!

Piper lembrou de Alex a dizendo o tempo todo que elas estavam juntas naquilo.

- Não tem nada de óbvio, nós resolvemos dar um tempo, pensar em tudo... Sem a presença uma da outra – focou os olhos azuis na amiga.

Polly sorriu de um jeito que revelava que ela sabia de algo.

- E esse tempo acabou quando? Quando vocês levaram a Christine para um passeio em família? – Perguntou, sarcástica.

Piper a fuzilou com o olhar. É claro que Christine havia contado tudo para a querida tia Polly.

- Eu vou matar a Christine – ela disse fechando os olhos e o punho.

- Não diga isso, você sabe que a sua filha é espontânea e não esconde nada.

- O que ela te contou? – Questionou com tédio.

- Bom, contou que vocês foram ao planetário, que foi tudo muuuito legal e que a tia Al ficou o tempo todo com vocês, tão prestativa – apoiou os cotovelos na mesa do consultório de Chapman e apoiou o queixo nas mãos, sorrindo abertamente.

- Ok, a Alex foi conosco ao planetário. Nós estávamos com a minha filha, não me lembro de nada que possa acusar que nós estamos... Transando – olhou com ironia para Polly.

- Realmente, não. Mas eu sei, eu te conheço melhor do que qualquer pessoa, eu vejo nesses seus olhinhos irritantemente azuis que você está finalmente transando com uma mulher.

- Você não vai desistir?

- Jamais, minha cara – cruzou os braços na altura do peito.

Piper levantou-se, dirigiu-se até a porta de correr e a fechou, trancando.

- Piper, o que você vai fazer comigo? – Polly perguntou fingindo estar com medo.

- Sanar a sua dúvida, oras, você não quer tanto saber? – Perguntou enquanto voltava ao assento.

- Quero, mas você está me deixando assustada. Você matou a Alex? – Perguntou séria.

Piper a olhou fazendo uma careta. Polly era completamente maluca.

- O que eu te contar aqui, não poderá sair daqui, ok? Nenhuma outra pessoa no mundo pode saber disso, muito menos o seu marido – a loira falava firme.

- Piper, esse não é o tipo de coisa que você precisa pedir para mim! – Falou irritada. – Está me estranhando?

- Polly, essa não é mais uma das coisas comuns que acontecem no dia a dia que eu te conto. É algo sério!

- Amiga, eu te conheço há quantos anos mesmo? – Deu uma pausa. – Quantas vezes eu já contei algum segredo seu? – Arqueou a sobrancelha. – Confie em mim!

Piper assentiu. Se não confiasse em Polly, não poderia confiar em mais ninguém.

- Ok – respirou fundo, apoiando as duas mãos na mesa. – Eu não tenho orgulho e nem acho que tenho razão em fazer o que eu estou fazendo – falava sem olhar nos olhos de Polly. – Mas eu não posso controlar o que eu sinto, e de sentir, eu não tenho vergonha – olhou finalmente. – Apesar do seu incentivo, eu não sei se você vai me apoiar nisso, mas você é a única pessoa para quem eu posso contar essa loucura que está acontecendo na minha vida – terminou e fixou o olhar em Polly.

A amiga retribuiu o olhar. Olhou-a compenetrada, parecendo pensar, Piper não sabia ler o que se passava por sua mente naquele momento.

- Isso é realmente sério? – Foi a primeira pergunta de Polly.

- Bom, eu não sei o que você considera “realmente sério”, mas eu estou com a Alex e eu não pretendo “não estar” com ela – riu nervosamente.

Polly observou-a. Ela sempre soube que Piper não era exatamente a mãe de família que havia interpretado por todos aqueles anos. Ela sabia que uma hora a bomba iria explodir. Parece que o momento tinha chegado.

- Você acha que o Larry desconfia disso?

Piper fez sinal de negativo com a cabeça baixa.

- E... Você pretende resolver isso de alguma forma? – Polly falava em um tom de voz sério, nada parecido com o humor casual da melhor amiga de Piper.

- Eu não sei, Pol – Piper respondeu com uma voz de choro. – Eu sei que deveria pensar nisso, mas por enquanto só estou vivendo o momento, sabe? – Nesse ponto, as lágrimas já percorriam seu rosto.

Polly suavizou um pouco a postura ao ver a amiga daquele jeito.

- Pipes...

- Desculpe – a loira pediu esfregando as mãos nos olhos.

- Não precisa se desculpar – Polly balançou a cabeça. – É que eu não achei que isso fosse realmente para frente, sabe? – Dizia olhando nos olhos de Piper. – Eu tenho medo do que pode acontecer com você, com todos envolvidos nessa história... – Franziu a testa.

- Eu sei – Piper assentiu. – Eu sei que estou errada, mas eu não consigo evitar, entende? Eu não quero abandonar o que eu tenho, mas ao mesmo tempo eu sinto que ela me faz tão bem, entende? Parece errado não dar uma chance a isso! – Dizia com a voz chorosa.

- Como você vai dar conta dessa vida dupla? Na verdade, como está conseguindo?

- Você sabe que o meu marido não é a pessoa mais presente do mundo, certo? – Sorriu sem graça. – Além disso a Alex é muito compreensiva, nós nos vemos quando dá e tentamos aproveitar ao máximo – sorriu ao lembrar de Alex.

- Você está tão ferrada – Polly disse com seu olhar avaliador, balançando a cabeça negativamente.

- Eu sei – disse manhosa fazendo um biquinho.

- Não, amiga, não faça essa cara, não fica legal – Polly falava movimentando as mãos. Piper revirou os olhos e levantou o dedo do meio para a amiga.

- Esse dedo você guarda para a Alex – piscou.

- Eu estou com tanta saudade dela – Piper pronunciou com tristeza.

- Sem melação lésbica para cima de mim, ok? – Piper fez uma careta. – Como você lida com isso, Pipes? Assim, a Alex não é uma mulher comum...

- Bom, eu tento não lembrar disso com muita frequência. Além do mais, a minha Alex não é a Alex que faz... Isso – sorriu.

- Eu queria ter a sua mentalidade. Eu não seria uma pessoa normal sabendo que a pessoa que eu amo dorme com várias outras por aí – Polly replicou com sua sinceridade peculiar.

- Primeiro, amor é uma palavra muito forte – Piper repreendeu a amiga. – Segundo, é claro que isso me incomoda, eu não queria que fosse assim, que nada fosse assim! Mas eu acabei de entrar na vida da Alex, eu não posso exigir que ela mude por mim. Na verdade, ela nem tem condições de fazer isso, e eu não quero fazer imposições.

- Você é uma pessoa bonita, Piper – Polly sorriu. – Posso fazer uma pergunta?

- Você nunca pediu a minha permissão para isso.

- Ok. Como é essa questão do sexo? Sei lá, não é meio que perigoso? Eu sei, eu sei que posso soar preconceituosa – aumentou o tom de voz. – Mas eu realmente me preocupo.

- Eu sou a médica da Alex, Pol – Piper recostou-se à cadeira e sorriu. – A saúde sexual dela está em perfeito estado.

- Verdade, eu esqueço disso. Vocês já transaram aqui? – Perguntou olhando para os lados com naturalidade.

- Claro que não, Polly! – Piper respondeu horrorizada. – Esse é o meu local de trabalho!

- E daí? Vocês não têm aquelas fantasias de médica e paciente? Sei lá, acho que eu teria – falou tranquila.

- Nós não somos homens, Polly! Pelo amor de deus, tenha modos! – Piper ainda estava indignada.

- Tudo bem, Pipes, é só uma pergunta! – Levantou as mãos. – Você está feliz? – Questionou.

- Eu tenho vários sentimentos dentro de mim nesse momento, mas com certeza felicidade é o maior deles – sorriu.

- Eu temo por você, acho que alguém vai sair machucado nessa história, mas irei cumprir o meu papel de melhor amiga e te apoiar, o que mais eu poderia fazer? – Levantou os ombros.

- Eu também temo por mim, mas pelo menos sei que você vai estar lá quando tudo der errado – segurou nas mãos da amiga e deu um beijo.

- Eu espero que você também seja minha cúmplice quando eu arranjar o meu amante gostosão – disse séria.

Piper sorriu. – Você nunca vai arranjar um amante, além do Pete ser o amor da sua vida, você não teria coragem.

- Tá me desafiando, Piper Chapman? – Questionou.

- Não, não mesmo – a loira respondeu rápido. – Já temos problemas demais por enquanto.

- Agora eu preciso ir – Polly disse olhando no relógio. – Minhas queridas pacientes me esperam – deu ao volta na mesa. – Beijos, lésbica, se cuide e me mantenha atualizada – disse dando um beijo no topo da cabeça de Piper. – Eu te amo.

- Eu também te amo – Piper sorriu ao receber o abraço da amiga.

***

 

 - Esse é o telefone de uma doutora linda, loira e muito sexy? – A morena rolava na cama ao falar no telefone.

- Bom, loira ela é, agora o linda e sexy fica por sua conta – Piper sorriu ao ouvir a voz grave de sua Alex.

- Certo, como fica por minha conta, eu reafirmo – Alex replicou. – Como está sendo o seu dia?

- Corrido, como sempre. Peguei uma folguinha entre uma paciente e outra para ouvir a sua voz, estou com muitas saudades – acentuou a voz delicada de Piper.

- Eu também, Pipes, quando poderemos nos ver? – Alex dizia olhando para o teto e mexendo em uma mecha de cabelo.

Piper olhou para os lados. Aparentemente ninguém por perto.

- O que você vai fazer hoje? – Falou baixo.

- O que você quiser – Alex sorriu.

- Não, Alex, eu não quero que você desmarque os seus compromissos por mim – Piper a repreendeu.

- Meu anjo, eu faço a minha agenda, e eu decido que a minha prioridade, no momento, é ver você.

Piper sorriu, era bom se sentir como prioridade na vida de alguém.

- Então, talvez eu possa te ver hoje no começo da noite – observou o movimento ao seu redor novamente. – O Larry vai ficar até tarde no hospital e a Christine foi convidada para uma festa do pijama – sorriu – então eu acho que talvez sobre um tempinho para nós.

- Isso seria ótimo, Pipes – Alex logo se animou. – Por favor, diga que vai dar certo!

Piper sorriu, quase gargalhou.

- O que foi? – Alex perguntou acuada.

- Não é nada – respondeu ainda sorrindo.

- Fala, Piper!

- É que é engraçado uma mulher do seu porte, com essa voz, ficar tão fofa e animada com algo assim – disse descontraída.

- Ei, isso é importante para mim, ok? A não ser que você não queira vir – falou um pouco mais séria.

- Uau – Piper sorriu. – Acalme-se, baby, tudo que eu mais quero é estar com você. Eu só acho graça desse seu jeitinho fofo.

- Eu não sou fofa – Alex disse com raiva.

- É sim, muito fofa, não vejo a hora de lhe apertar – Piper fez uma voz infantil.

- Eu não irei deixa-la me apertar – continuava séria.

- Ah é? E morder? Eu sei que você gosta quando eu faço isso.

- Isso, muito menos – a morena estava irredutível.

- Então eu acho que terei que partir para os beijos – Piper fez uma voz mais sensual, até mordeu o lábio.

Alex sorriu. – Você quer saber o que eu estou vestindo? – Perguntou, provocante.

- Sim, porque não? – Piper respondeu rápido.

-No momento, nada.

Piper paralisou. Aquele não era bem o momento.

- Pare, Alex, eu não quero mais saber – falou firme.

- Tudo bem, eu estava brincando.

- Sério?

- Não – sussurrou. Piper sentiu como se ela estivesse do seu lado.

- Droga, Alex! Não faça isso, eu estou no hospital!

- Ok, doc, talvez eu te mande uma foto para comprovar que não estou mentindo – Alex continuava a provocar.

- Você não ouse! – Piper disse autoritária.

- Você precisa me conhecer melhor, loirinha.

- Eu te mato, Alex Vause – Piper séria Chapman afirmava.

- Oh – Alex gemeu. – Mal posso esperar – falou com o tom de voz mais vulgar que conseguiu.

- Eu te odeio – a loira dizia brava e desconcertada.

- Eu também te odeio, mal posso esperar para sentir todo esse ódio mais tarde.

- Você não sabe o que lhe aguarda, darling.

- Estarei aqui esperando. Nua, diga-se de passagem.

Piper sorriu de leve, Alex agia, às vezes, como uma criança mimada. – Então vá se vestir e preparar algo porque eu chegarei com muita fome – sugeriu.

- Eu sempre estarei aqui para matar a sua fome, baby – provocou.

Piper bufou. Alex era completamente impossível!

- Tchau, Alex – desligou o telefone e olhou o aparelho por um tempo, como se ali estivesse a mulher que roubava uma nova parte de seu coração a cada dia.

 ***

 

Piper terminava de se aprontar. Já havia preparado Christine, dado todas as orientações, explicado que nem todas as pessoas tinham a mesma paciência para explicações como seus familiares tinham, e que ela deveria ser uma garotinha bem comportada. A menina prestara atenção em tudo, parecendo compreender muito bem a explicação da mãe. Aquela era a segunda – ou terceira – vez que ela ia para as famosas festas do pijama. Piper ainda ficava apreensiva em deixar seu bebê dormir fora de casa, mas entendia que fazia parte do crescimento da menina, então permitia.

Ela terminava de dar as últimas borrifadas de perfume quando ouviu o barulho da porta. Achou estranho, Christine não estava em casa, Larry estaria no hospital até tarde da noite, Taystee não deixou nenhum aviso de que passaria por lá. Decidiu verificar quem era, e empalideceu na mesma hora que viu o marido adentrar a porta carregando uma sacola com bebidas dentro. O que diabos ele fazia ali àquela hora? Como ela justificaria estar arrumada e, pior, o que diria para Alex?

- Oi, amor, surpresa! Consegui uma folga do hospital, talvez tenha que voltar mais tarde, maaas – falou chegando perto da loira – estou aqui, totalmente disponível para você – deu um beijo em sua bochecha. Piper não conseguiu esboçar uma reação.

- Trouxe uma cerveja para nós, não sei porque, me deu vontade de beber hoje – ele dizia da cozinha enquanto Piper permanecia parado no corredor, tentando formular alguma resposta.

- Isso é... Ótimo – ela disse num tom baixo, como se falasse só para si.

- Não vai vir aqui? – Ele perguntou sorrindo.

- Claro – ela retribuiu o sorriso, sem graça, e aproximou-se dele, dando um gole na bebida.

- Por que essa roupa, baby? Você ia sair? – Perguntou enquanto a abraçava de lado pela cintura.

- Não – foi rápida. – Não é nada de mais, só me troquei rápido para levar a Chris – sorriu desconfortável.

- Tão bonita assim? Até com maquiagem? – Ainda estava desconfiado.

- Sim, Larry. Algum problema? – Decidiu atacar.

- Não mesmo. Na verdade, fico muito feliz em ver a minha esposa ainda mais linda – deu um beijo no pescoço de Piper.

- A reunião de hoje foi cancelada? – Sondou.

- Yeah, o cirurgião não pode vir, problemas que nós conhecemos – virou mais um gole da cerveja. – Mas acho que ainda vou ter que voltar por parte da noite, quero aproveitar esse tempo com você – sorriu para a loira.

Ela retribuiu.

***

 

Enquanto isso, Alex Vause preparava o jantar improvisado. Dois potes de chicken wings, Piper com certeza odiaria a opção, mas ela sabia como driblar a loira. Ela vestia uma camiseta folgada, shorts confortáveis e os cabelos presos em um coque frouxo – o que não era usual – e esperava ansiosa pela chegada de Piper. A vida de Alex havia mudado desde que a loira havia se tornado presente. Ela se sentia mais leve, mais alegre, até mais bonita. Parecia que tudo ao seu redor era mais brilhante, feliz. Até o que era desagradável em sua vida passara a ser menos desconfortável. Apesar de tudo, ela tinha alguém com quem compartilhar a vida, alguém que se interessava pelo que ela tinha a dizer, alguém que fazia-a sentir-se um pouco menos inútil ao mundo.

Sentada em uma cadeira após terminar de preparar sua mesa – com velas e tudo o que tinha direito – foi despertada por alguma notificação no celular. Olhou rápido e viu o nome de Piper, não pode evitar em sorrir, pelo menos até ver o conteúdo da mensagem.

Ao ler, sentiu o corpo estremecer: Piper não iria. Não quis continuar lendo. Entendia os motivos, entendia que aquilo aconteceria várias vezes, mas nunca deixaria de se sentir profundamente triste ao ter a presença da loira negada a si. Soltou os cabelos, andou pela casa, sentou-se no sofá e chorou. Parecia que tudo no mundo que lhe fazia feliz era colocado praticamente na casa do impossível. Felicidades impossíveis, sonhos impossíveis, amores impossíveis. Estava sendo positiva, queria fazer com que aquilo “desse certo”, mas doía saber que a pessoa que ela tanto estimava estava a essa hora com outra, vivendo outra vida que não a incluía, talvez nunca incluísse. Foi como se um choque de realidade a abatesse, avaliou-se estúpida por se envolver tão rapidamente naquilo. E se não fosse retribuída? E se Piper percebesse que aquilo era um erro e desistisse de uma hora para outra? Respirou fundo, colocou as mãos na cabeça e sentiu um suor de leve. Não queria fazer aquilo, não era o certo, não era o que ela queria, não era o que Piper aprovaria, mas ela não era forte, não ainda, para resistir.

***

 

Enquanto Larry estava no banho, Piper tentava ligar para Alex. Uma, duas, três vezes e nada, já começava a se preocupar, Alex não era de ficar por muito tempo longe do celular. Várias coisas se passavam por sua cabeça e nenhuma delas parecia boa.

- Estou com saudades de você – sentiu o corpo do marido encostar o seu, enquanto ele depositava um beijo em sua nuca.

- Saudades? Eu estou aqui, Larry – sorriu desconfortável, situação comum nos últimos dias.

- Você sabe do que eu estou falando.

- Eu sei. Me desculpa, tudo tem sido bem corrido ultimamente – ela se virou e falou olhando para baixo, sentindo-se culpada.

- Não precisa pedir desculpas, a culpa não é só sua – ele beijou-a na bochecha e seguiu para o closet. – Você pode abrir um vinho para nós, baby? Sinto que estamos precisando relaxar um pouco – Larry piscou.

Na sala, Piper servia o líquido arroxeado em duas taças. Não tirava o olho do celular, tentou ligar mais duas vezes para Alex enquanto Larry estava no quarto, e nada. Percebeu que precisava do número de Nicky urgentemente, já começava a se preocupar e não podia simplesmente sair para verificar se algo havia acontecido.

- O que tem de tão interessante nesse celular, meu bem? – Larry chegou, novamente, de surpresa.

- Ah, nada, é só estava verificando se a Chris está bem – mentiu.

- Meu amor, claro que ela está, não precisa ligar a todo momento, deixe o nosso bebê crescer – ele dizia com um sorriso no rosto enquanto se sentava no sofá, dando uma batidinha para que Piper se juntasse a ele.

- Você está certo – ela pegou as duas taças e sentou-se ao lado dele.

 

Uma, duas. Essa havia sido a quantidade de vezes que Alex Vause aspirara a substância. Era como um reencontro com uma velha amiga. Era uma relação abusiva, ela a prometia o mundo, fazia tudo parecer mais divertido, empolgante, colorido, mas se passavam alguns minutos e ela lhe tirava tudo aquilo abruptamente, dando espaço à tristeza, paranoia, ansiedade e medo.

Ela andava pela casa, sentindo as mãos tremerem a ponto de não responderem a seu comando. A agitação não lhe deixava ficar parada, precisava andar, movimentar-se, sua mente não esquecia nada: pensava em Piper, no quanto amava e odiava estar com ela, pensava no cliente da última noite, pensava em sua mãe. Sentia tanta falta dela. Queria poder ter lhe dado o conforto que ela merecia. Olhou para a mesa que havia preparado para Piper e ela. Tão inocente, tão estúpida.

Abriu a janela, sentiu a brisa fria da noite envolver sua pele. O formigamento. Parecia que pequenos insetos andavam em sua superfície. Nem se incomodava mais com eles. Aquelas luzes eram todas tão bonitas. Ela era tão poderosa. Vivia tão cercada de luxos desnecessários, a Alex de alguns anos atrás não estaria orgulhosa. Era tão fraca, tão volátil. Riu. Descontroladamente. Piper a mataria quando descobrisse aquilo. Foda-se Piper, foda-se todo mundo. Apoiou as mãos na janela e olhou para baixo. Provavelmente morreria se pulasse dali. Como seria morrer? Ela não poderia dizer que não havia experimentado a sensação de quase estar lá. Não entendia porque nunca havia ido, de fato.

Tristeza. Ela não era prioridade para ninguém, nunca havia sido e provavelmente nunca iria ser. Sua vida era tão vazia quanto os encontros que tinha diariamente. Aqueles homens, tão nojentos. Sentia nojo de todos eles, todos tão idiotas, o chão em que ela pisava vinha de seus bolsos nojentos, sujos.

Outra. Precisava de outra.

***

 

Piper terminava de assistir a um filme que Larry havia escolhido. Ele havia dormido com 10 minutos de filme e ela o deixou, ele precisava descansar e ela precisava do menor tempo possível ao lado dele. Alex continuava sem atender. Imaginou que ela tivesse encontrado outro programa, ficou triste ao pensar no que ela poderia estar fazendo, era o preço que pagava por aquela relação proibida.

- Desculpe, amor, eu dormi – Larry acordou, passando as mãos nos olhos e falando com a voz rouca.

- Não tem problema, você merecia esses minutinhos de sono – sorriu.

Ele não respondeu. Passou a mão singelamente pelo rosto de Piper enquanto se aproximava. Ela não o impediu, fazia tempo que evitava as investidas dele, já estava ficando sem desculpas. O homem beijou-a com cuidado, ternura, quase com medo. Não era ruim, mas também não era bom como costumava ser.

Quando o beijo se aprofundou, cheio de mãos e respirações ofegantes, Piper se sentiu mal. Não por Alex, mas por ela mesma, ela e seus sentimentos mais internos, sempre ali quando ela não desejava. Larry percebeu o recuo e afastou-se.

- Não se preocupe, eu só queria dar um beijo na minha mulher – falou baixinho.

- Não estou preocupada – ela disse sem olhá-lo nos olhos.

- Não vai acontecer nada que você não queira.

- Eu sei – olhou-o profundamente. Ele odiava todas as vezes em que aquele azul encarava-o assim.

- Bom, acho que já chegou a minha hora – desconversou olhando para o celular.

- Já? Achei que só iria pela madrugada – Piper respondeu.

- Não, infelizmente – ele se levantou. – Você vai ficar bem?

- Claro! – Ela respondeu sem muita empolgação.

- Não gosto que te deixar aqui sozinha.

- É por pouco tempo, e logo irei dormir – sorriu.

- Certo – abaixou-se e deu o um beijo na testa dela. – Irei me vestir.

Piper assentiu, esperou que ele deixasse o cômodo e mandou mais um das mil mensagens para Alex. Nada. Ela realmente estava preocupada, algumas horas haviam se passado e nem sinal da morena, aquilo não poderia ser bom.

Larry logo voltou, despediu-se e saiu, Piper não esperou nem que ele entrasse no carro direito e já seguiu para a rua, também. Necessitava ver Alex.

***

 

Sentia a queimação nas narinas enquanto se sentava ao chão e via alguns itens se mexerem. Nem tinha mais graça, na verdade. Nem entendia porque fazia aquilo, os efeitos já não eram mais os mesmos que os das primeiras vezes, quando era apenas uma jovem perdida nas ruas escuras de New York.

Precisava sair dali, ligaria para Daniel ou qualquer outro homem que vivia a seus pés, pegou o celular mas não conseguiu sequer desbloquear, a tremedeira das mãos impedia os movimentos mais sutis. Jogou longe, com raiva. Gritou. Andou pela sala e parou frente ao espelho, as pupilas dilatadas junto ao grau de miopia impediam um pouco a visão, mas conseguia ver a forma de seu corpo refletida. As pessoas falavam que ela deveria “se cuidar”, adotar hábitos mais saudáveis. Para que? Um corpo tão sujo e cheio de marcas não precisava de todo esse cuidado. Retirou a camiseta folgada e ficou só com os shorts, não usava sutiã. Chegou mais perto do espelho, conseguiu se enxergar com um pouco mais de clareza, arrastou os dedos no espelho como se estivesse se tocando... Barriga, seios... Tudo tão vulgarizado. Arrastou os olhos para cima e deu de cara com o quadro em preto e branco de sua cantora preferida. Cantou, cantou e gargalhou.

Batidas na porta. Droga, Nicky iria mata-la com requintes de crueldade. Sem se importar com as roupas, tentou concentrar a atenção nas mãos e abriu a porta. Não era Nicky.

- Alex? – Piper exclamou com pavor, olhando para a mulher com os cabelos desgrenhados, olheiras e semi nua.

Alex respondeu sorrindo, gargalhando.  Óbvio que era Piper.

A loira entrou no apartamento e fechou a porta atrás de si. Viu a blusa de Alex jogada, as almofadas todas fora do lugar e logo a frente uma mesa posta.

- Alex, que porra é essa? – Dizia desviando das almofadas, Alex ainda ria como se algo muito engraçado tivesse acontecido.

- Oi, Pipes – disse com sua voz rouca, ainda rindo.

- “Oi, Pipes”? Que porra você está fazendo? – A loira ainda estava horrorizada.

- Shhh, fala baixo! – Alex ordenou, logo após se jogou no sofá.

Piper analisou a mesa. Dois lugares. Velas derretendo na madeira do móvel e, mais no cantinho, dois pinos com restos do pó branco dentro. A loira sentiu fraqueza ao ver aquilo. Parecia que tudo ao seu redor estava rodando. Pegou as embalagens e virou-se para Alex. A morena estava deitada abraçada a uma das almofadas em uma cena deplorável.

- Alex... – Falou baixo. Alex provavelmente não ouviu.

- Alex! – Falou mais alto, chegando mais perto da mulher que se encolhia cada vez mais.

- Por que você fez isso? – Falou com a voz chorosa.

Alex olhou para cima, também trazia lágrimas nos olhos, toda a euforia havia passado, agora só sentia tristeza e o corpo cansado dos espasmos e da agitação. O olhar de decepção de Piper a atingiu em cheio.

- Porque eu quis! – Respondeu ainda agressiva.

- O que você quer? Se matar? – Piper gritou.

- Isso não dá certo para mim, e pode acreditar que eu já tentei – Alex respondeu sentida.

A loira deixou uma lágrimas escorrer. Nunca havia imaginado ver Alex naquela situação, tão frágil, tão vulnerável, queria poder carrega-la no colo e lhe levar para algum lugar melhor.

Desistiu de conversar, nada devia fazer sentido na mente de Alex naquele momento. Tocou-a no braço e a morena logo saiu do toque, como se Piper fosse machuca-la. Aquilo doía, aquela mulher não era a sua morena linda, sexy, bem humorada e maravilhosa que ela conhecia.

- Alex, por favor, venha comigo – pediu.

Não obteve resposta, então retirou a almofada de seu abraço e encontrou um rosto vermelho, coberto pelas lágrimas.

- Vem aqui – abriu os braços. Alex a olhou por um tempo e cedeu. Abraçou a loira com vontade. Ela era tão linda, não merecia tudo aquilo, toda a sua estupidez.

Piper a acomodou em seus braços e passou as mãos pelas costas nuas da mulher. Aquela pele lisa, macia e quente nem parecia pertencer a alguém com tantas conturbações e percalços.

- Deixa eu cuidar de você – Piper falou baixinho, finalizando com um beijo no pescoço de Alex.

Ela assentiu fraquinho.

Piper desfez o abraço e seguiu com Alex para o banheiro. Ela estava triste, abatida quase sonolenta. A loira retirou o resto das roupas que sobravam na parceira, tratando-a com a delicadeza de quem trata com uma boneca de porcelana. Alex não reagia aos toques sutis, era entorpecida pela vergonha.

A loira guiou-a até o box e ligou o chuveiro, Alex não se importou com o jato frio e entrou logo, sentindo a água bater em suas costas. Piper retirou o vestido e ficou apenas com a lingerie, entrou no box e passou as mãos nos cabelos de Alex, alisando-os com carinho. Não quis pensar em muita coisa, só aproveitou o contato, tentando transmitir, de alguma forma, segurança para aquela mulher que não tinha nada daquilo. Retirou as peças remanescentes e abraçou Alex por trás, com força. Sentia o corpo trêmulo da mulher. Alex, por sua vez, só aceitou, não conseguia retribuir.

Após alguns minutos naquela posição, Piper soltou-a e lhe deu um banho de verdade, com o cuidado que usava com a própria filha.

Desligou o chuveiro, alcançou uma toalha e se secou, logo após pegou outra e secou o corpo de Alex, envolveu-a em um roupão e a levou para o quarto.

Alex logo deitou na cama, Piper arranjou um pijama da morena e se vestiu, deitando-se ao seu lado.

Alex evitou o olhar de Piper e olhou para cima, séria.

A raiva de Piper já havia passado, ela só queria entender o porquê daquilo. Aproximou-se e deu um beijo na bochecha de Alex, que não expressou reação.

- Fala comigo – disse com a voz falhando, olhando para o rosto perfeito e tenso de Alex.

- Desculpe – pausou. – Você não merece isso, não precisa ficar se não quiser.

- Eu disse que iria cuidar de você e eu vou – falou firme.

Alex finalmente a encarou. – Eu sou fraca, Piper, eu sou muito fraca.

Piper negou. – Você é a pessoa mais forte que eu conheço. Esse é um dos motivos que me faz querer estar com você, você é forte demais – sorriu. Alex quis chorar ao ver o sorriso da loira. Na verdade, deixou cair uma lágrima. – Por que você fez isso? Foi por minha culpa?

- Não! – Alex se apressou. – Não é culpa de ninguém, só minha.

- Mas você estava tão bem – afinou a voz.

- Sim, eu achei que estava, mas aí... – Parou.

- Mas aí...?

- Mas aí você disse que não viria e eu enlouqueci! Não sei por que fiz isso, eu não queria ter feito! – Dizia enquanto as lágrimas percorriam seu rosto.

- Você fez isso só porque eu disse que não viria? – Piper questionou com cuidado para não parecer incisiva.

- Não, Pipes! – Protestou. – Isso só desencadeou algo dentro de mim, entende? Eu tive medo. Eu tenho medo! Medo de que você perceba que isso é um erro e desista de tudo!

- Alex, eu já te falei um milhão de vezes que eu não quero e não vou desistir de você, e se eu fosse fazer isso, não seria por meio de um SMS! – Piper se alterou um pouco, ficando sentada na cama.

- Eu sei, mas é difícil entender isso, todas as outras pessoas desistiram – olhou com piedade para Piper. A loira aproximou-se e lhe beijou, não conhecia maneira melhor de mostrar que estava ali e não iria embora.

Alex finalmente retribuiu, sentindo o gosto dos lábios tão saudosos.

- Eu estou aqui, ok? – Piper disse ainda grudada na boca de Alex.

Ela assentiu, fechando os olhos.

- Você comprou isso ou já tinha aqui? – Piper perguntou, voltando a se deitar.

- Eu já tinha – a morena respondeu desviando o olhar.

- E tem mais? – A resposta foi positiva.

- Você tem costume de usar isso?

- Eu estava limpa há uns dois meses – respondeu sem empolgação.

- Eu não vou deixar você se destruir. Não agora que você é minha.

Alex encarou-a surpresa.

- Você está fazendo acompanhamento psicológico? – Continuou.

A morena negou.

- Então eu mesma irei marcar, você só tem que comparecer. Eu também preciso do telefone da Nicky, você não me respondeu e eu fiquei desesperada. Não sem motivos, não é mesmo?

- Desculpe – Alex jogou seu charme arrependido.

- Eu irei desculpar se você me prometer que vai fazer de tudo para melhorar – Piper falava como se estivesse conversando com Christine.

- Eu prometo – Alex segurou a mão de Piper, entrelaçando os dedos.

Piper fez uma cara de “tô de olho em você” e Alex puxou-a para cima de si. Beijaram-se, apaixonadas, sentindo lábios, línguas e a temperatura cada vez mais alta. Piper mordeu com força o lábio de Alex que gemeu.

- Porra, Pipes, isso é alguma punição? – Disse fazendo careta e passando o dedo no lábio, que doía, mas não estava cortado.

- Hum hum, você vai ser muito bem punida por essa atitude de bad girl – levantou uma sobrancelha.

Alex sorriu. – Bom, você também atrasou muito hoje, acho que essa atitude é passível de punição – disse agravando a voz e percorrendo o olhar pelo corpo de Piper.

A loira sorriu e ameaçou levantar da cama, Alex desceu pelo outro lado e correu, segurando-a e encostando na parede. As duas gargalharam e depois se beijaram, cheias de vontade e paixão, tesão. Alex segurou firme na cintura de Piper enquanto a loira segurava seu rosto, como se ela fosse fugir dali.

- O meu pijama ficou muito bom em você – Alex dizia enquanto sentia os lábios de Piper beijarem, sem muita coordenação, o seu pescoço. – Mas vai ficar melhor ainda se você tirar – prosseguiu, sacana.

Piper respondeu dando uma mordida na pele sensível do pescoço de Alex que gemeu novamente.

- Pipes, já chega, você quer tirar sangue de mim – disse, sentida.

Piper sorriu e retirou a parte de cima do baby doll, dando um olhar sugestivo para a mulher a sua frente que logo voltou o olhar aos seus seios.

Alex voltou a atacar, levando Piper de volta para a cama, onde terminou de retirar as peças que faltavam. Montou em cima de Piper e beijou-a novamente, de alguma forma, a sensibilidade que seu corpo apresentava em consequência da droga deixava tudo ainda mais gostoso.

Desceu os beijos, explorando a pele que ela gostava tanto, ouvindo os gemidos de prazer que mais pareciam música aos seus ouvidos. Prendeu o mamilo de Piper entre os dentes e deu uma olhada para a loira que fixou o olhar no seu. Sorriu do jeito que só ela fazia e continuou descendo, percorrendo a barriga da mulher que oscilava. Levantou-se e puxou as pernas de Piper até a beira da cama, onde ajoelhou-se. A loira decidiu se sentar, dando um gritinho quando sentiu a boca gostosa de Alex encostar em seu sexo. Respirou fundo, olhando para baixo e vendo a dona dos cabelos pretos que arrastavam em suas pernas dedicar-se ao ato. Sentia a língua dela percorrer seu sexo, concentrar-se em regiões mais sensíveis...

- Al... – Gemeu, manhosa, segurando nos cabelos da mulher que levantou o olhar.

- Eu vou... – não conseguiu finalizar, sentiu o dedo comprido de Alex adentra-la, enquanto a boca habilidosa cuidava do clitóris. Aquilo era demais, então ela anunciou que iria gozar e segurou firme nos cabelos pretos. Alex continuou até que sentiu seu dedo sendo apertado involuntariamente por Piper e seu líquido escorrer.

Saiu da posição e limpou a boca no dorso da mão, sorrindo, safada.

Piper havia se deitado na cama, a sensação era muito boa.

- E então? Estou perdoada? – Alex perguntou deitando por cima dela, dando-a um beijo singelo.

- Isso ajudou bastante – Piper sorriu, relaxada.

- Ainda não foi suficiente? – Fez uma falsa expressão triste.

Piper negou. Recuperando o fôlego, sentou-se na cama. – Deite-se.

Alex negou. Piper estranhou, ela não parecia estar fazendo joguinhos.

- Porque não, meu bem?

- Eu não sei se quero que você me toque assim, Piper – falou olhando para baixo.

- Alex, eu quero te tocar de todos os jeitos, todas as formas, esse incidente não muda a pessoa que você é – falou olhando nos olhos verdes.

Alex pareceu pensar um pouco, depois sorriu.

Piper fez sinal para que ela se deitasse na cama. Ela obedeceu.

Ficando ajoelhada ao lado do corpo de Alex, Piper abriu o laço que prendia o roupão. Lentamente, puxou cada um dos lados, revelando o corpo que habitava seus sonhos. Sentou-se na cintura da morena, passando a mão pela extensão de sua barriga. Alex teve um flash de quando havia se tocado assim no espelho. Seu corpo nem parecia sujo quando era Piper que estava o tocando.

- Olá, garotas – Piper falou divertida quando chegou aos seios da morena. Alex gargalhou.

- Garotas, Piper? Isso não é muito excitante – falou ainda rindo, vendo Piper apalpá-los com carinho.

- Engraçado que eu não me lembro de você reclamar de nada quando eles estão na minha boca – disse, irônica.

- Eu jamais reclamaria – respirou fundo, vendo Piper se aproximar. A loira beijou-a rapidamente, desceu ao pescoço – sem deixar de dar umas mordidas – e chegou até eles. Ela era apaixonada por aquela parte em especial. Sentia um prazer tremendo ao chupá-los, mordê-los, sentir os mamilos ficarem durinhos em sua boca. Alex gemia, alto, observando o trabalho de Piper, aquela boca não era de deus. Quando terminou por ali, foi logo ao sexo de Alex. Ela estava molhada e a loira fez questão de chupar cada partezinha. Subiu uma mão ao seio de Alex e continuou massageando, Alex colocou a mão por cima da mão de Piper e dobrou o outro braço, adorava ver sua médica ali, no meio de suas pernas. Piper estava concentrada, penetrava a morena com a língua, sentindo seu interior quente e úmido. Alex gemia de uma forma que enlouquecia a loira, então ela subiu a língua ao clitóris da mulher e olhou para ela, que tinha a boca entreaberta e a respiração ofegante. Gemeu, mostrando o quanto gostava de estar ali, comendo-a da forma que queria, até que sentiu Alex rebolar de leve, aproveitando para passar a língua em todos os pontos de seu sexo.

- Pipes, eu não aguento mais... – Disse com dificuldade quando segurou os cabelos loiros, aprofundando o contato da boca com seu sexo.

Piper se concentrou no clitóris, lambendo-o de todas as formas, até que Alex anunciou que havia gozado e ela tomou o líquido, satisfeita.

Tirou a cabeça dali e foi direto para a boca da morena, beijando-a com vontade.

- Você é muito safada, doutora – disse passando a mão na boca, sentindo o próprio gosto.

- Não chego aos seus pés.

- Você já passou de mim há muito tempo – Alex sorriu, acomodando-se no abraço de Piper. – Baby, você já dormiu com outras mulheres, não foi?

Piper a olhou desconfiada.

- Só me responde, é uma curiosidade! – Alex disse passando a mão nos fios loiros.

- Já – ela disse rápido.

- Eu sabia! – Alex comemorou, sorrindo.

- Isso te deixa feliz?

- É claro, você já veio preparada, já sabe de tudo – piscou para a loira.

- Acho que ainda tenho muito o que aprender – acomodou-se novamente ao corpo de Alex.

- Nós podemos ensinar uma para a outra, vai dar certo – Alex dizia tranquila, já sonolenta.

- É, nós temos muito o que ensinar uma para a outra – Piper respondeu, dando um beijo na bochecha de Alex e vendo-a adormecer, já que seu sono demoraria bastante a vir naquela noite conturbada.


Notas Finais


Girls, passei boa parte da noite escrevendo esse capítulo, então as letras estão se trocando na minha vista, perdão pelos erros, consertarei depois.
P.S.: Não usem drogas.


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