História Nick e Judy, a História Continua - Como tudo aconteceu - 3

_Tenho algo importante para vocês e vou ser franco, estou muito preocupado compado com isso. Vocês vão para o porto.- Disse Johnny quando entramos.

_A área do porto é aquela em pior situação, não é?- Perguntou Judy um transparecendo preocupação.

_É sim... Então, vocês terão que descobrir o que exatamente a máfia está fazendo lá e porque tanto interesse no porto. Como vocês são novos na cidade e como quase ninguém os conhece será mais fácil para não levantarem suspeita. Tomem cuidado.

_Entendo. Haja astúcia para isso...- Eu disse com um leve sorriso, afinal eu sou uma raposa e astúcia é comigo mesmo.

Johnny riu e então respondeu: _Que bom que esta animado, senhor Wilde. Como vai sua família Hopps? A última vez que ouvi você comentar a situação não era boa.

Judy ficou surpresa com a pergunta, mas respondeu: _Eles estão bem. A infestação  foi controlada e as plantas sobreviveram, então acabou tudo bem.

_Fico feliz com isso. Bom, vocês devem ir lá.

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_Eu acho que isso é estranho.- Eu disse ao ver um local um tanto deserto, nunca tinha visto uma parte da cidade sem ninguém, até mesmo a noite você encontra alguns animais por aí, mas sem ninguém? Nunca.

_Não estou com um bom pressentimento.- Disse Judy enquanto andávamos indo em direção a um navio cargueiro. Já estávamos no porto, mas não havia simplesmente nada.

_Ouviu isso?- Ela me perguntou pondo o braço na minha frente para mim parar. Eu sabia que a audição dela era melhor que a minha, mas parecia que tudo havia sido abandonado.

Estava começando a entardecer e o céu já alaranjado me preocupava. Continuamos andando até que de repente uma sombra rápida passou por entre os containers. Judy, percebendo minha parada repentina começou a recuar e eu atrás dela, mas simplesmente senti algo na nuca e cai.

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_Nick, Niiick!- Chamava Judy e eu não reagia.

_Nicholas.- Ela apenas pronunciou meu nome e eu acordei. Estávamos em algum lugar escuro, acho que dentro de um container e Judy ficou feliz e preocupada quando ouviu meu gemido de dor da pancada que havia levado.

Ela estava amarrada em mim, de costas... minhas garras estavam presas de forma que eu não pudesse usa-las senão poderia ferir Judy. Eu estava assustado e ela estava quase em pânico.

_Ai Nick, ainda bem que você acordou. Precisamos sair daqui e agora!

_Sério? Me conta uma novidade.- Eu não disse por querer, mas tinha que voltar a mim mesmo antes de tentar qualquer coisa.

_Que bom que você está bem, agora vamos, nos tire daqui, eles podem voltar a qualquer momento.

Eu tinha que distrai-la para conseguir cortar a corda que prendia nossos punhos, sabia que era necessário, mas ela iria se machucar.

_Então Judy, percebi que você está, como posso dizer? Me dando umas indiretas ultimamente.- Mesmo de costas eu percebi que ela havia ficado sem graça.

_ É que Nick, na verdade eu...- Sabia que ela iria falar algo importante, mas vi a oportunidade e aproveitei. Ela apertou meu antebraço com força e eu sabia aquilo deveria estar doendo demais.

Na verdade eu não sabia exatamente onde havia a acertado, mas pelo o que ela se contorceu... Quando consegui nos soltar eu apenas virei e a abracei. Ouvi ela chorando baixinho e eu não sairia dali até passar.

Quando a dor pareceu amenizar eu a ajudei a levantar e vi o estrago que fiz. O meio de suas costas estava  lacerado e eu me senti extremamente mal pelo que fiz... Me sentia ferido também por ela.

Eu me ajoelhei, fiquei de frente para ela e quando fui falar ela me disse: _Tudo bem.- Deu uma leve fundada e continuou._ Sei que você não queria fazer isso.- Ela terminou a frase e eu a abracei de novo, tomando cuidado para não apertar a parte ferida.

_Vou tirar você daqui.- Eu disse com a voz um pouco rouca numa promessa e então, como tinha uma visão melhor no escuro, comecei a procurar uma saída.

Achei em um canto do container, uma parte mais fraca por causa da ferrugem e então comecei a me bater contra aquele local. Não foi fácil, mas a ferrugem cedeu nos dando um pequeno buraco pelo qual conseguimos passar.

Saímos e por sorte o cargueiro estava no porto, porém havia uma quantidade imensa de animais na parte da saída do navio, iluminados por gigantescos holofotes. Eu olhei para cenourinha e quando olhei novamente em direção ao porto Levei um soco de um guepardo que me fez beijar o chão.

Levantei de imediato e antes que ele conseguisse dar o alerta Judy o acertou com uma joelhada no estômago que o fez arfar e eu com um golpe de cotovelo na cara fiz o focinho dele explodir em sangue. Ele caiu inconsciente.

Dei uma cambaleada, depois do êxtase da luta e senti o golpe que levei... não foi fraco. Encostei em um dos containers e me deixei cair. Judy chegou perto, levantou o meu rosto com uma das mãos e viu que não estava muito bom.

Após um curto período fomos pelas sombras até que nos vimos fechados por uma "reunião" que ocorria e aproveiteitando que não sairíamos dali ouvimos:

_Onde estão os tiras?- Perguntou uma doninha a um urso pardo.

_Devem ter fugido... Encontramos um dos guardas nocalteado no chão.

_Tudo bem.- Disse a doninha em um suspiro de insatisfação._ Temos que arrumar tudo aqui, meu irmão já vai chegar e ele ficará muito puto se não estiver tudo do jeito que ele quer.

_Nick, temos que descobrir quem é esse...

_Judy, minha querida, olha nosso estado. Não aguentamos mais nada.- Eu disse tentando ser o mais conveniente o possível, mas ela estava irredutível.

_Nick, precisamos.

Eu apenas aceitei com a cabeça e então fomos seguindo a doninha em meio as sombras. Entramos pela tubulação e conseguimos ficar em uma saída de ar da sala onde a doninha havia entrado.

_Ele já chegou.- Disse uma jaguatirica tentado saber de onde vinha um cheiro que não deveria estar ali.

_Está fazendo o que parado aí que não mandou ele entrar?- Perguntou irritado, o que quebrou a concentração da jaguatirica e saiu rapidamente pela porta.

_Essa foi por pouco.- Sussurro Judy e eu respondi pondo o dedo na frente de minha boca em sinal de silêncio.

Quando a porta de ferro se abriu de novo vimos Douglas, o prefeito, entrando na sala extremamente irritado.

_Como vai Doug, meu mano, tudo bem?

_EU DEVERIA TE SENTAR A PORRADA!- Disse Douglas extremamente agressivo._ EU TE DOU UMA PARTE DA CIDADE, TIRO TODO MUNDO DE LÁ PARA VOCÊ TRAZER TUDO E É ISSO QUE VOCÊ FAZ?! VOCÊ SABIA DA PORRA DO PLANO!!!

_Calma, Calma, Calma... O plano ainda está de pé... Você ainda vai ter a cidade.

_Mas você é burro mesmo... Eu já tenho a cidade... Eu quero controle! Poder!- Disse o prefeito mostrando a raiva mista a decepção.

_As vezes eu me sinto extremamente feliz por sempre estar com aquela sua caneta-cenoura.- Disse eu mostrando a ela que deu uma risada baixa.

_Que barulho foi esse?- Quando ele disse aquilo eu dei um sinal e Judy fui saindo e eu atrás dela.

_Não tente mudar de assunto.- Disse o prefeito._ Eu deveria... Se não cumprir com o plano nós vamos ter um grande problema... Eu sairei do cargo por não conseguir estabilizar o crime e você vai ser pego, eles vão juntar os pontos e pronto. Acabou para mim.

Saímos da tubulação e vimos Douglas sair por uma porta... Eu deveria ter percebido, mas estava pensando na fuga e não percebi ele vindo.

O irmão de Douglas, aquela doninha dos infernos, apareceu de uma porta que eu nem sabia que existia e enquanto eu olhava ao redor ele golpeou Judy que caiu.

O agarrei como pude e o lancei longe... Me atirei em cima dele, o deixando imóvel e o destrocei com minhas garras. Um momento de agonia para ele, um momento de dor para mim.

Voltei alguns metros até o corpo de Judy, fiquei de joelhos próximo a sua cabeça e encostei minha testa na dela. Neste momento eu estava em puras lágrimas.

Foi aqui que vocês me encontraram e foi assim que tudo aconteceu.