Não, não posso deixar isso acontecer. Juntei minhas patas sobre seu peito e comecei a massagear.
Eu sou egoísta demais para aceitar a ida dela. Pressionava rapidamente e em intervalos nada regulares tentava encher seus pulmões.
Eu poderia ficar ali horas, dias e até mesmo anos para ter, nem que fosse a menor, mas apenas uma chance de tela novamente. Sentia os músculos dos braços queimarem, mas quem se importa?
_Eu me importo.- Disse uma voz fraca em meio a mais uma pressão no peito. No mesmo instante fiquei paralisado e quando percebi o que havia ocorrido não me contive, a levantei sobre mim e a abracei por um longo tempo, até que minha amada disse:_ Você tem que parar de falar o que pensa.- seguido de uma leve riso.
Eu olhei para ela e disse com meus olhos cheios de lágrimas:_ Por você, meu amor, qualquer coisa.
Ela me olhou desentendida, mas logo compreendeu e se esticou para encostar seu focinho no meu.
A levantei em meus braços e comecei a pensar em um jeito de sair dali. Teria que ser por lá, mas o corpo mutilado de do irmão de Douglas estava perto e eu não queria que ela visse aquilo.
_Preciso que você fique de olhos fechados- Disse a ela em tom sério, mas ela com toda a doçura do mundo me respondeu.
_Eu sei o que você fez Nick e só para constar, eu estava levemente desmaiada e não morta, além disso você acha que eu não faria o mesmo por você?
_Mesmo assim, não é algo que me orgulha.- Não queria que ela visse aquilo... Mas teriamos que passar por ali.
Descemos por um bote que havia na lateral do navio e eu fui remando para longe, querendo que quando chegássemos em terra firme já estivéssemos bem longe da área delimitada.
Remava, remava e remava. Via que ela sentia frio, então tirei minha camisa e a cobri com ela. Continuamos assim por pouco tempo, eu já estava esgotado devido aos acontecimentos daquele dia, então paramos na praia.
_Nick, você precisa ir à um hospital, sua nuca está sangrando.- Disse ela em tom preocupado e urgente, mas eu sabia que ela também não estava bem.
Fomos andando, exaustos até a viatura que havíamos deixado perto do limite civil. Entramos no carro e fomos para o hospital.
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_Vai lá que eu vou logo depois.- Eu disse quando uma enfermeira levou ela à sala de exames, mas ainda havia trabalho a ser feito.
Se Douglas fosse esperto, quando ouvisse que o irmão morreu já estaria longe, então não havia tempo a perder.
Cheguei no prédio onde Johnny morava, subi direto pelas escadas e quando encontrei em seu apartamento toquei a campainha até que ele abriu a porta.
_Você não vai acreditar.- Eu disse entregando a caneta-cenoura a ele.
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"O agora ex-prefeito Douglas foi preso acusado de incentivar o caos, formação de quadrilha e colaborar diretamente com os criminosos para tomarem a cidade. Repórter da LM para o jornal da tarde."
_É, parece que conseguimos, cenourinha, finalmente conseguimos.- Eu disse a ela enquanto me ajeitava na maca. Pelo que entendi nós dois ficamos extremamente desnutridos e fadigados, contundidos e bom... Mal.
_Como você pode duvidar que não conseguiríamos?- Disse ela fingindo estar ofendida.
_Me perdoe, minha querida, na próxima te ouço com mais atenção.- E então começamos a rir como crianças.
"Agora o chefe do DPLM vai se pronunciar: Nois damu tudo de si e viramu o jogo. Digo isso em homenagem aos dois policiais que se arriscaram para solucionar o caso, os oficiais Nick Wilde e Judy Hopps, que fizeram o indescritível para tornar nossa cidade pura da corrupção e conseguiram não somente isso, mas também expulsar os criminosos. Hoje eu oficializo o fim do toque de recolher."
_Para falar a verdade eu fiquei com medo de ele não dizer aquilo, mas parece que sou bem convincente.- Eu disse me virando para Judy.
_Foi você que pediu para ele falar aquilo?
_Mas é claro que sim.- Disse a ela com um sorriso que a fez rir.
_Sabe, acho que gosto mais dele como chefe.- Disse Judy me olhando.
_E você ainda tem dúvida?
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ANOS DEPOIS
_Chegamos crianças, podem ir brincar.- Disse aos nossos filhos, um raposo e uma coelha.
_Como eles serão quando crescer?- Perguntou Judy com um tom de orgulho e carinho na voz.
_Só espero que não sejam igual a mim, o que você acha, senhorita Wilde?- Disse também sonhando acordado com o futuro de nossos filhos.
_Fico pensando no dia em que teremos que contar que eles são adotados. Como eles reagirão?
_E porque temos que contar?- Disse olhando no fundo de seus olhos violeta.
_Você é terrível, sabia?- Disse Judy rindo. Era lindo ver ela assim.
_Você sabe que eu sei.- Então rimos juntos e eu uni meu focinho ao dela em um calmo beijo.
Que esse momento jamais tenha fim.
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