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História Nictofilia - Frigidum


Escrita por: Earth_Gravity

Notas do Autor


Acontece que eu estava vendo uma confissão da Página do Facebook Segredos Vergonhosos do Kpop, e tinha uma confissão com uma história bem legal de um sonho que a menina teve, que o Chanie seguia a menina e que somente ela o via, então me inspirei nela e fiz a história.
Teve algumas pessoas que me pediram o link pelo face, mas eu perdi, sorry
Tô torcendo pra elas acharem essa história, faz um bom tempo, lá pro dia 10 que eu vi a confissão

Titulo do capitulo: Frigidum - Frio em latim
Então... Thanks por ler S2

Capítulo 1 - Frigidum


Fanfic / Fanfiction Nictofilia - Frigidum

  Nictofilia

Capitulo 1 — ​Frio

Sempre me achei uma pessoa estranha, bom, tirando o fato que eu vejo um homem ruivo me acompanhando para todos os lugares que eu vou, sou completamente normal. Moro numa cidade longe da capital, ela é cercada por vários bosques, que dá um ar misterioso a ela, tornando-a um ponto turístico para aqueles que gostam de acampar ou então da natureza.

 Nunca fui boa com amizades, troco uma ou duas palavras com algumas pessoas na escola. Mas nunca intendi o por que de não se aproximarem de mim. Parecia que algo os repelia, juro que já tentei socializar, mas depois de um dia eles se afastavam novamente.

 Por isso resolvi desistir dessas coisas e ser como eu realmente sou. Uma leitora fanática e fascinada pela noite. De algum modo, ela me acalmava. Sempre preferi ler meus livros de noite, na varanda do meu quarto, onde nada nem ninguém me atrapalharia. Somos somente, eu, meus livros e o meu "amigo" ruivo.

 Que aliás, está sentado na minha cama, me olhando dali. A porta da varanda do meu quarto fica do lado da minha cama, e dá uma boa visão dela quando aberta. Às vezes acho que ou ele é folgado demais ou acha que me conhece.

 Minha varanda tem um tapete e diversas almofadas espalhadas nele. Com certeza, esse é o meu lugar preferido. A luz da lua e das estrelas brilhavam fortemente, dando a luz perfeita para a leitura. Por algum motivo, sempre consegui enxergar bem no escuro, então por isso não me incomodo.

 Volto a minha atenção ao romance de Nicolas Sparks, me aprofundando em cada palavra escrita por ele. Já estava no quinto capítulo, mas um barulho me chama a atenção.

 Ele bate na porta da varanda e aponta para o pulso, dizendo que já estava a hora de dormir. Sempre o obedeci, não sei por qual razão, mas sempre.

 Acho que é por quê só há dois momentos que eu posso ouvir a sua voz, nos meus sonhos e na hora em que ele me acorda. Momentos únicos, que quando ocorriam, eu queria me apegar aquilo.

 Levantei do chão e andei até meu quarto, trancando a porta. Coloquei meu livro no criado-mudo, tirando o meu óculos e colocando ali. Me deitei na cama, me cobrindo e fechando os olhos.

 Por algum motivo, o ruivo estava sempre sorrindo, no começo, eu fiquei assustada. Ele me seguia para todos os cantos, se eu me olhava no espelho, ele estava lá, se eu estava na escola, ele estava ao lado do meu professor. Somente quando eu tomava banho que ele não estava lá, pelo menos é educado, sendo alucinação ou não. Tudo começou na minha infância e desde então, ele faz parte da minha vida.

 Tenho o hábito de ficar pensando qual seu nome ou idade. É até divertido, torna meus dias menos entediantes.

 Abri os olhos mais uma vez, certificando-me que ele ainda estava lá. O ruivo está sentado no chão e inconstado na parede a minha frente, sorrindo e velando meu sono. Dou um mínimo sorriso e me aconchego nas cobertas, esse foi o primeiro sorriso que eu direcionei a ele. Nunca conversei de fato com ele, somente quando era uma inocente criança.

 A primeira vez que o vi, estava em um parque. Brincando sozinha no balanço, até que ele caminha lentamente em minha direção, sorrindo como sempre. Eu fiquei com medo, muito medo, queria sair dali, mas meus pés não se moviam. Ele ficou a minha frente e se ajoelhou, ficando da minha altura. Ele vestia uma calça jeans de lavagem escura, com uma blusa social branca e uma jaqueta preta.

  Quem é você? Nada respondeu, somente levantou e se sentou do meu lado.

 Simplesmente sorrindo e me encarando enquanto eu brincava no balanço.

 E desde então tem sido assim. Ele vela por tudo na minha vida e eu simplesmente não posso fazer nada.

 Rendo-me ao sono lentamente. Enquanto sinto seu olhar sobre mim.

°•°•°

'Acorde'

 Sua voz rouca me causa arrepios desde que eu me lembre. Ela é diferente das outras, toca o fundo da sua alma e te trás sensações que você nunca sentiu. Essas seis letras são repetidas as exatas seis da manhã, nunca entendi o motivo. Só acordo, sem reclamar. Mesmo nos sábados e domingos.

 Me levanto sonolenta, esfregando os olhos. Estico meu corpo, tentando tirar aquela moleza do corpo. Depois pego meu uniforme no guarda roupa, indo direto para o banheiro do meu quarto. Coloco a roupa em cima do balcão e começo a tirar a roupa, deixando-a no chão mesmo. Abro o box e ligo o chuveiro. A água quente me faz despertar por completo.

 Termino meu banho e visto o uniforme, já recolhendo o pijama do chão e colocando no cesto de roupa suja. Penteio meu cabelo em frente ao espelho, e olho o reflexo dele me olhando, sorrindo minimamente. Nem me importo mais com isso.

 O uniforme da escola consistia em uma saia cinza plissada, blusa social branca com o símbolo dela no peito, um blazer cinza com o simbolo da escola também e uma sapatilha preta.

 Termino de me arrumar e pego minha bolsa no canto do meu quarto. Saio do quarto, me certificando que não havia esquecido nada e sigo em direção a cozinha.

 Minha tia preparava o café da manhã, o cheiro invadia as minhas narinas, me fazendo ficar com mais fome.

 — Bom dia, Hana. — Ela me comprimentou quando cheguei no cômodo.

 — Bom dia. — Beijei sua bochecha e me sentei na mesa, enquanto ela servia um bolo quentinho.

 — Fiz seu preferido. — Piscou e se sentou a minha frente.

 Bolo de chocolate é meu preferido, aliás, tudo o que tem chocolate eu amo.

 — Obrigada. — Agradeci e cortei um pedaço, colocando-o no meu prato.

 Minha tia me serviu um suco de laranja e eu comecei a comer. Como sempre, uma delícia. Cortei um pedaço generoso e coloquei na boca.

 — Vai com calma. — Ela ri. Sorrio e bebo um pouco do suco.

 — Isso é divino, ainda não entendi o por que de você não virar confeiteira profissional. — Respondi engolindo o pedaço que coloquei na boca.

 — Tive que cuidar da empresa aqui na Coréia e agora estou cuidando de você também. — Se levantou e beijou o topo da minha cabeça, depois se distanciou e começou a arrumar a mesa.

 Após o acidente, minha tia ficou com a minha guarda definitiva. Ela trabalha na filial da empresa da família, mas essa filial fica numa cidade, um pouco mais de 300km daqui. Ela é a gerente e todo o dia, menos os sábados e domingos, faz esse percurso. Apesar de ser ocupada, não me importo, ela é uma boa tia.

 — Melhor, vira a minha confeiteira particular. — Fiz um coração com as mãos e apontei para ela, que fez a mesma coisa.

 — Pensei que já era. — Riu e colocou a louça na pia.

 — Só para reforçar. — Pisquei e terminei o meu bolo.

 Coloquei o prato na pia e fui escovar os dentes. Corri até a sala e peguei a minha bolsa, dando um tchau pra ela e saindo de casa.

 Suspirei profundamente, ajeitando a alça da bolsa nos meus ombros. Ele me observava sentado no gramado do nosso pequeno jardim. Por algum motivo, hoje ele não estava sorrindo. Me pergunto o que aconteceu. Dei ombros e segui meu caminho até a escola.

 Podia até ser uma cidade pequena, que quando as pessoas olham dizem que é atrasada. Muito pelo contrário, a maioria das casas é feita de madeira, num estilo simples, mas ainda sim moderno. As casas possuem jardins, as ruas pavimentadas, quase não há prédios. Temos internet, e tudo mais. É calmo, as crianças vão a escola sozinhas, é quase perfeito.

 Quase.

 Nosso maior e único problema é o bosque. Dizem que é mal assombrado e quem entra lá não volta. Muitas pessoas já se perderam lá, outras foram encontradas, algumas não tiveram tanta sorte assim e nunca foram encontradas.

 Há uma regra simples para quem mora aqui. Ela é passada à muito tempo entre as famílias daqui.

 "Nunca, jamais, em hipótese alguma, entre na parte escura do bosque se quiser viver. Por que de lá, você não volta."

 A parte escura do bosque fica ao sul da cidade, o resto é tranquilo, famílias vão até as outras partes dele e fazem piqueniques e etc. Só a parte escura que é o real problema.

 Avisto a minha escola no final da rua. É um prédio de 3 andares, com um jardim de tamanho médio em volta. Me apresso e entro antes do sinal bater. O ruivo continua me seguindo, como sempre. Entro na sala 2-B, me sentando na última fileira, na cadeira ao lado da janela.

 A sala estava mais ou menos cheia, aos poucos os estudantes chegavam e se sentavam nas cadeiras, conversando entre si. Me pergunto se eles sabem que eu existo, é como se eu fosse uma sombra ao redor deles. O sinal toca e o professor de artes entra na sala dois minutos depois. O silêncio é total, eu gosto disso. O ruivo se encontrava sentado na mesa do professor, folgado nem um pouco.

 Uma ocidental entra na sala. Usava uma blusa branca do Ramones, uma T-shirt preta e uma jaqueta preta. Traços delicados, mas ao mesmo tempo mostravam uma personalidade forte. Tem cabelos castanhos escuros e olhos da mesma cor. Segurava a mochila em uma só alça no seu ombro direito e tinha um lindo sorriso no rosto. Meu "amigo" não gostou dela, eu acho, pelo jeito que a olhava, algo como raiva.

 — Turma, essa é a nova aluna. Ela veio da Grécia e está aqui para fazer um intercâmbio de dois meses. — Ele explica. E toda a atenção é voltada para a novata.

 — Annyeonghaseyo. — Faz uma reverência. — Sou Loretta Averoff. — Sorriu. Com esse sorriso, pude ouvir o suspiro de alguns meninos.

 — Muito bem. A senhorita pode se sentar ao lado da senhorita Ichida, por gentileza? — Ele pede educado. Uma coisa que me admira nesse professor é a sua educação.

 Ela assente e olha para a única cadeira vazia em toda a sala, a cadeira ao lado da minha. A grega sorri e caminha calmamente até o lugar e se senta nele.

 — Oi. — Diz ela me encarando com aquele olhar, que é meio iluminado, mas no fundo dos seus olhos tem um pouco de escuridão.

 Ela podia fazer qualquer um se sentir melhor. Apenas com a áurea que ela exala.

 — Oi.— Respondi, ainda a encarando.

 O homem não gostou nada, olhando com raiva para Loretta. Ela percebe algo e vira o rosto em direção ao mesmo e sorri. Ela podia vê-lo?

 Isso está muito estranho.

 O professor começa a explicar o assunto. Loretta presta a atenção, assim como eu. Apesar de ainda estar com essa dúvida na cabeça.

°•°•°

 Na hora da saída, era a minha vez de limpar a sala. Peguei o esfregão e comecei a limpar o chão. Pensando na cena de hoje mais cedo. Se ela conseguia vê-lo, então sabe quem ou o que ele é. Ou seja, não é uma alucinação da minha cabeça, é real. Aliás, onde ele está? Até agora não apareceu.

 Ouço passos no corredor e a porta se abre, viro meu rosto na direção dela e a novata passa pela porta, com a mochila em seu ombro direito.

 — Ichida... — Diz pausadamente cada sílaba. — Eu finalmente lembrei da onde eu conheço esse nome. — Aproximou-se de mim. Ela não sorria mais, estava séria.

 — É, minha família tem uma grande empresa mundial... — Estranhei o rumo da conversa.

 Me apoiei no cabo do esfregão, colocando minhas mãos na ponta do cabo e meu queixo em cima delas.

 — Não, não, por outra coisa. — Balançou a cabeça negativamente.

 — A onde você quer chegar? — Perguntei sem rodeios, aquela conversa estava estranha e eu odeio ser enrolada.

 — Sobre a sua família... — Começou a falar, mas foi interrompida por alguém.

 — Nem ouse falar mais alguma coisa, Dark. — Uma voz grossa falou atrás de mim.

 Eu conhecia esse timbre, conhecia esse tom rouco. Então essa é a voz dele. Um arrepio correu em meu corpo, fazendo meus pelos ficarem em pé. O ambiente ficou frio, podia sentir a ponta dos meus dedos ficando frias. Meu coração começou a palpitar, o ar me faltou, tentei recuperar tudo em um só fôlego, minhas pernas ficaram bambas. Senti as veias do meu rosto se fecharem lentamente a medida que cada palavra que ele pronunciava. Isso é uma sensação estranha, nunca senti antes.

 Automaticamente, minha mente deduziu. Eu estava com medo, mas com medo de quê?

 Eu sabia que algo ia acontecer entre aqueles dois. Loretta olhava a figura atrás de mim com escárnio. Eu não queria olhar para trás, o medo de que ele abrisse um sorriso psicopata reinava na minha cabeça.

 — Ora, ora, ora. — Tombou a cabeça para o lado, ainda sorrindo com escárnio. — ChanYeol, como vai meu ruivo das trevas preferido? — Seu sorriso quase rasga seu rosto de tão grande.

 Parecia até o coringa.

 Espera, ChanYeol… então esse é o nome dele?

 Eu queria falar esse nome em voz alta. Tinha a plena certeza que seria a coisa mais melodiosa que eu já ouvira em toda a minha vida, mas não consegui.

 O frio se intensificou, minhas pernas cederam e eu perdi o equilíbrio. Rendi-me a escuridão que eu tanto amo.

 Que jeito estranho de morrer. 


Notas Finais


Então... Foi isso, obrigada por lerem até aqui.
E PESSOAS QUE ME PEDIRAM O LINK E ME INCENTIVARAM, SE ESTIVEREM VENDO ISSO, AMO VOCÊS S2


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