História Nictofilia - Vivam!

Nictofilia 

Capítulo 25 — Viva! 

Os rumores de uma guerra circulavam os mundos, no Reino das Fadas, as criaturas místicas já preparavam suas armas, sabe-se lá quando e quem iria invadir o reino, principalmente depois da saída da Cherry. O tártaro estava agitado, as almas condenadas ficaram agitadas, assim como no céu, os anjos murmuravam coisas entre si, tendo como foco Loretta e SuHo, ambos muito poderosos e com certo ódio por parte de Loretta. Na terra, os lobisomens, vampiros e dentre outras criaturas começavam a se movimentar, escolhendo um lado.  

 Em meio a essa confusão toda, o grupo de peças principais disso tudo se reunia no antigo prédio do conselho dos caçadores. Era em Seul, numa passagem subterrânea abaixo da Casa Azul (residência oficial do presidente da Coreia do Sul), depois, eles mudaram a sede para um prédio na superfície. Ao redor da grande mesa de reuniões de madeira, Junmyeon, JongIn, BaekHyun, Hana, MinSoo, Minseok, JongDae, Melissa, Natasha, Samantha, Elizabeth, JungKook, ChanYeol e Namjoon. Loretta ainda não tinha chegado e provavelmente demoraria.  

 — Quando a porta da dimensão que segura a MAMA for aberta, ocorrerá um desequilíbrio no mundo. O que é do mal virará do bem, as árvores irão murchar, o mar vai se revoltar contra a humanidade e várias fendas dimensionais irão abrir ao redor do mundo. — Melissa, com sua magia, explicava por meio de uma espécie de holograma. Ela movimentava os dedos e as cenas iam acontecendo e mudavam. Quando falava sobre tsunamis, uma onda enorme se formou e começou a varrer o litoral de Busan. — Inclusive, a dimensão que guarda Lúcifer e os seus cavaleiros. Ou seja, se ela sair, estaremos mortos. O céu não poderá mandar tantos arcanjos em tão pouco tempo sem preparação, afinal, eles irão se espalhar por outras dimensões. 

 — Há um jeito. — Natasha tomou a palavra, desenhando uma runa na mesa. — Meu clã tem uma forma de fechar fendas dimensionais, mas talvez seja difícil segura-las por tanto tempo porque é possível abri-la pelo outro lado. — Quando terminou de falar, um pequeno buraco negro apareceu em cima da runa, de lá, saiu uma borboleta feita de energia pura, ela era totalmente azul, com detalhes em dourado.  

A borboleta pousou nos cabelos de Melissa e ficou lá, parada. 

 — Mesmo que consigamos fazer tudo isso, ainda poderão abrir outras. Precisamos fechar a tal porta primeiro, e deter Hyuk. É o método mais simples. — Hana se pronunciou, apertando a espada em sua cintura.  

 — Acontece que a segunda chave se perdeu, já faz algum tempo. — BaekHyun falou olhando para baixo, afinal, lembra-se muito bem do fatídico dia em que sua irmã morrera. 

 Eles estavam juntos, quando a outra resolveu sair de perto dele por um momento. Um minuto foi o necessário para que algum demônio a matasse. Ela não tinha percebido a presença do inimigo e por causa do seu descuido, acabou sendo atingida. Uma parte de sua alma foi junto com a chave para o corpo de Hana, pois, o corpo dela era mais resistente para manter a chave em segurança, apesar de ser somente uma criança na época. Quando BaekHyun a encontrou, somente sua casca estava lá, ChanYeol chegou no mesmo instante, pois sentiu algo ruim e foi verificar o que era. O anjo acabou colocando a culpa somente no ruivo, esquecendo-se da missão que BaekHee estava. O Byun implorou para Deus trazê-la de volta, mas ele não poderia fazer nada, já que a chave estava conectada diretamente a alma dela e ele sabia a onde estava, mas não  poderia contar. 

 — Não seja por isso. — A voz despreocupada de Loretta soou atrás de Hana, a japonesa levantou num susto e Loretta reagiu rápido. A mão da híbrida começou a brilhar e ela apertou a barriga da caçadora. Dentro da alma de Hana, BaekHee foi puxada novamente para fora, um suspiro alto foi ouvido. Viera de ambas. Uma sombra amarela saiu do corpo da menor, a alma da Byun caiu de joelhos no chão e Hana foi segurada pela Averoff. — Olá, BaekHee. — A grega sorriu do jeito dela. 

 Byun BaekHee tem cabelos castanhos claros ondulados, ele chegava até o meio de suas costas. Seus olhos eram castanhos claros, quase caramelados, sua pele é branca e o rosto lembra muito o de seu irmão. Cílios grandes, boca pequena e o nariz um pouco empinado lhe davam um ar leve e suave, como um anjo deve passar. Mede uns 1,72 metros de altura e seu corpo é normal para o padrão coreano normal.  

 — Lotte-ssi, você poderia ter sido mais gentil, não? — A voz da outra estava fraca. Depois de dizer isso, tossiu. 

 A sala encontrava-se em completo espanto. Seus olhos não estavam crendo na cena que acontecera bem diante de seus olhos. BaekHyun foi o primeiro a começar a chorar, ele estava vendo a irmã novamente. ChanYeol arregalou os olhos, seu antigo amor estava ali, na sua frente.  

 — Noona! — BaekHyun gritou e apareceu na frente da mais velha, abraçando o corpo materializado dela. Não era quente, era frio, mais ela ainda estava ali, viva! Ela retribuiu o abraço dele e sussurrou o nome do mais novo. 

 Hana estava recuperando sua consciência aos poucos. Esse processo doía, mas era só momentâneo. ChanYeol balançou a cabeça, recuperando um pouco a noção do que estava ocorrendo e foi até Hana, segurando o rosto dela e perguntando se ela estava bem, a mais nova balançou a cabeça, ainda sem entender.  

 — Eu não acredito no que estou vendo. — JongIn murmurou descrente. 

 — JongIn, Junmyeon! — BaekHee exclamou emocionada. Os dois se entreolharam, sem saber o que dizer para ela. Ela levantou com a ajuda do irmão e ficou apoiada nele. 

 Os outros assistiam tudo calados, a história não lhes convinha. ChanYeol chegou perto dela e tocou levemente a sua bochecha. O corpo estava frio, não era a sua BaekHee de anos trás. A Byun abraçou-o, sem muitas cerimônias, ele retribuiu o abraço também. BaekHyun viu uma cena de muito tempo atrás repetir-se novamente, uma lágrima solitária percorreu seu rosto ele a enxugou tão rápido quanto ela saíra de seus olhos. Palavras não foram ditas, somente pensamentos trocados, ninguém se atreveu a ler os pensamentos de algum dos dois. 

 — Olha, eu odeio interromper o melodrama, mas nosso tempo é curto e logo, logo BaekHee terá que ir definitivamente. — Loretta falou séria. Os dois se separaram e o ruivo foi para perto de Hana e a Byun foi para junto de seu irmão. — Nós precisamos da chave, será que você pode dá-la para nós? — Ela pediu, mudando o tom de voz.  

 A de cabelos claros fecha as mãos e as aperta, fazendo com que uma luz forte saia dali. Ela abre a palma da mão e lá está uma chave dourada, um pouco desgastada e com inscrições em toda a sua extensão.  

 — Aqui está. — Ela estendeu as duas mãos e Loretta pegou o objeto, murmurando um "obrigado". Seu corpo começou a brilhar novamente, agora era a hora dela partir. Hana apertou os punhos, queria fazer algo, mas não sabia o quê. Todos que a conheciam começaram a chorar. 

 — BaekHee, espere! — Hana falou alto, atraindo a atenção de todos. — Você precisa de uma casca para poder continuar aqui por mais tempo, certo? — A outra assentiu. — Pode usar o meu corpo. 

 — Hana! — ChanYeol e BaekHyun gritaram ao mesmo tempo. Hana olhou-os como se os repreendesse. Eles deram dois passos para trás, como se entendessem o recado. 

 — Tem certeza? — BaekHee perguntou e a Ichida assentiu. 

Hana deu alguns passos para frente e a essência de BaekHee entrou novamente no corpo dela, só que diferente da outra vez, agora, ela estava no comando. Os olhos de Hana mudaram, estavam pretos com reflexos amarelos.   

 — Hana? — MinSoo perguntou, aproximando-se da amiga. 

 — Não, é a BaekHee.