História Night Changes - Norminah - Déc. Primeiro Capítulo

   DINAH'S POINT OF VIEW

  Miami, Flórida - 08 de Maio de 2016

  Abri os olhos preguiçosamente mas assim que me dei conta de que alguns raios de sol emitiam claridade pela brecha da janela, fechei meus olhos imediatamente.

:-Ai, droga! -Reclamei quando senti minha cabeça latejar, levei as duas mãos às minhas têmporas e iniciei uma massagem.

  Levantei cambaleando e resmungando de dor mesmo, pois eu precisava com urgência de um banho.

  […]

LIGAÇÃO ON

:-Chancho, eu tentei... Mas hoje não vai dar mesmo, ok? Eu estou sentindo como se uma carreta tivesse passado por cima de mim.

:-China, mas hoje nós temos uma reunião importante com um fornecedor antigo e...

:-Eu sei, eu sei. -Revirei os olhos. -Mas hoje não dá.

:-Tudo bem. -Pude ouvir um suspiro do outro lado. -Melhoras para você, Cheechee. Mais tarde eu passo aí?

:-Certo. -Assenti, como se pudesse me ver -Olha, você sabe que pode me representar nessa reunião, não é? -Senti uma pontada na cabeça e resmunguei de dor.

:-Chan, você está bem? -Perguntou preocupada e eu fiz um som nasal -Isso é sério? Tem certeza?

:-Claro, Chancho! Eu confio demais em você. -Sorri espontâneamente -Aliás, eu confio muito mais em você do que em mim mesma.  -Ouvi sua risada mais parecida com o grito de uma hiena e fui contagiada. Ficamos rindo durante alguns minutos.

:-Ah, eu acho que você vai querer saber disso... Eu ouvi a Lern falar com a Ally algo sobre a Normani sair pra almoçar com alguém hoje! -Fiquei estática no mesmo instante -Chancho?

:-Huh? Er... Tipo um encontro? -Indaguei baixinho. Eu não certeza se queria saber.

:-Tipo um encontro. -Percebi que ela estava hesitante em falar.

:-Eu estou indo para a empresa agora mesmo! -Rosnei e me levantei em supetão.

:-CHINA! -Pude ouvir o grito histérico da Latina antes de encerrar a ligação e andar pisando duro até meu closet.

   LIGAÇÃO OFF

Procurei por um conjunto de roupas que passassem a imagem de empreendedora, porém que fossem ousadas também. Optei por uma saia branca com traços horizontais vermelhos e pretos, uma blusa preta com um decote generoso, um cinto preto marcando minha cintura e nos pés saltos pretos.

A maquiagem não era extravagante, e o batom era nude. Deixei meus cabelos soltos, eles formavam ondas loiras fatais. Eu estava pronta para exercer meu cargo!

  Peguei meu celular e guardei em minha bolsa que se encontrava em cima do criado-mudo, ao lado da cama. Coloquei meus óculos escuros e saí daquela casa decidida a pegar aquela negra maravilhosa de jeito. (N/a: HUASHUASHUA NORMINAH É O OTP SUPREMO EVEEERRRR) 

   […]

:-Allyson, isso é não um pedido! -Gritei impaciente enquanto andava em de um lado para o outro.

:-Senhorita, eu não posso lhe dar uma informação como essa. -A mulher mais baixa lamentou -E se continuar assim vai abrir um buraco no chão!

  Parei de andar no mesmo momento e me virei para fitar a mulher loira mais baixa que tinha seus olhos levemente arregalados. Ela estava com medo de mim?

:-Allyson, eu preciso saber...-Travei meu maxílar -Onde a Normani está, e com quem? -Suspirei e deixei meus ombros tombarem para frente.

:-Sen...-A fuzilei com os olhos -Dinah, por favor, eu não posso. -Ela estava sendo tão paciente e estava tão calma que eu me praguejei por assustá-la -Sinto muito. -Assenti enquanto fitar o chão.

:-Pode se retirar, Allyson. -Murmurei baixo. Eu pensava em chamar a Lauren na minha sala e ameaçá-la, mas eu sabia que ela também seria fiél a sua amiga.

  Caminhei desanimada até minha mesa, sentei em minha cadeira e afundei meu rosto em minhas mãos que estavam previamente apoiadas sobre a mesa.

  Onde ela estaria? O que ela estaria fazendo? E se... Não!

:-Não! -Gritei à plenos pulmões e levantei de sobressalto. Meu coração batia descompassado e minha respiração estava falha.

:-Chee, tá tudo bem? -Ouvi a voz da minha melhor amiga e fitei-a. A porta estava entreaberta e apenas sua cabeça era visível.

:-Eu preciso saber onde ela está para ir atrás dela, Chancho. -Choraminguei. Ela entrou completamente em minha sala e fechou a porta atrás de si.

:-Hey, tá tudo bem... -Aproximou-se e apertou minhas mãos, novamente me trazendo aquela sensação de estar protegida. -Ela já deve estar voltando, e vocês vão poder conversar, ok? -Apenas assenti. Ela me abraçou e eu gemi baixinho em satisfação. Eu amava quando ela cuidava de mim. E ela sabia que se fosse ao contrário, eu faria o mesmo.

  NORMANI'S POINT OF VIEW

  Miami, Flórida -08 de Abril de 2016

  Levantei naquela manhã sentindo-me leve como uma pluma. Eu estava fisicamente bem mas psicológicamente exausta. Eu não conseguia evitar sentir falta dela!

  Tomei um banho rápido pois queria chegar cedo na empresa. Vesti uma calça social branca que continha linhas brancas nas laterais, uma camisa também social com estampa de onça e um cinto externo vermelho. Coloquei saltos vermelhos de bico fino e por último, meu óculos de graú.

  Fiz uma maquiagem básica pois não queria ficar parecendo um carro alegórico. Apenas ousei passar um batom vermelho para destacar meus lábios. Soltei meus cabelos e deixei-os cair livremente sobre meus ombros. Eu sentia que devia caprichar no visual mais do que o costume!

   […]

  O dia estava sendo corrido naquela empresa, pois à tarde nós teríamos uma reunião importantíssima e tínhamos que adiantar o trabalho. Eu estava à todo vapor tentando criar novos modelos quando meu celular começou a vibrar encima da mesa de vidro.

   LIGAÇÃO ON

:-Alô?

:-Olá, bom dia, luz do dia. -Levei alguns segundos para reconhecer aquela voz, mas assim que o fiz, sorri.

:-Zendaya, que surpresa! -Pude ouvir sua risada do outro lado da linha -Bom dia. -Completei.

:-Eu estava pensando... Você não quer almoçar comigo hoje?

:-Hum, é claro... Eu adoraria! -Sorri.

:-Combinado então! Mas tarde eu passo aí pra buscar a donzela. -Eu podia apostar que ela estava sorrindo. Nos despedimos e eu encerrei a ligação.

   LIGAÇÃO OFF
 

Zendaya era uma mulher interessante e cativante. Eu a havia conhecido por acaso quando estava fazendo minha caminhada diária pela Orla da praia. Ela corria na direção contrária à minha,  nós estávamos distraídas com coisas aleatórias e acabamos nos esbarrando. Nos desculpamos e ela me convidou para tomar um suco, eu aceitei e trocamos nossos números antes de irmos embora.

:-Mani, o que você tanto pensa? -A voz da mais baixa me tirou de meus devaneios.

:-Não é nada... Eu só estava....-Revirei os olhos -Não é nada, Allyson! -Ela riu baixinho me deixando levemente intrigada. -Estou trabalhando!

:-Ah, claro... Continue! Não quero atrapalhá-la. -Ela estava prestes a se retirar mas eu precisava dar o troco.

:-Não pense que escapou, hm? Nós ainda vamos conversar sobre seu encontro com esse tal de Troy. -Bufou -Preciso aprovar. Ou não. -Pude ouví-la resmungar algo antes de sair pisando duro. Gargalhei.

  Voltei a tentar produzir algo até que chegasse a hora do almoço.

  […]

:-Nossa... Você está tentando me impressionar ainda mais, mádame? -Maneei a cabeça negativamente e dei de ombros.

:-Saiba que eu estava vestida assim antes mesmo de você ligar, querida. -Debochei e entrei no carro assim que a morena mais baixa abriu a porta para mim.

  Só então me permiti analisá-la. Ela estava linda com aquela jardineira jeans, tênis e seus cabelos estavam curtos. Diferente da última vez que a vi.

:-Você cortou o cabelo? -Indaguei quando ela se acomodou no banco do motorista e começou a manobrar o carro.

:-Quê? Oh, não... É peruca! -Franzi o cenho -Eu gosto de inovar, sabe? -Assenti.

:-Quando vou saber se você está usando seu cabelo de verdade? -Soltou uma risada nasal e me olhou de relance -Meu cabelo é castanho e longo. Aquele que você viu.

:-Oh! Ele é bonito. -Ela sorriu como forma de agradecimento e eu retribuí. Fomos o resto do trajeto em um silêncio confortável.

:-Chegamos! -Zendaya exclamou em excitação. Ela havia estacionado e eu não tinha percebido.

:-Onde nós chegamos? -Eu estava um pouco perdida. Ela me olhou como se eu tivesse três cabeças. -Ah! No restaurante!? -Sorri sem mostrar os dentes. Aquilo havia sido uma pergunta disfarçada.

  Ela assentiu, destravou o cinto e saiu do carro. Deu a volta e abriu a porta para mim. Como a boa cavalheira que ela era.

  A mais baixa pegou minha mão direita com delicadeza e depósitou um beijo sobre a mesma. Sorri sem jeito e ela entrelaçou nossos dedos enquanto caminhávamos para dentro do restaurante. Eu não podia negar. Eu estava desconfortável.

  Ela não era Ela!