NORMANI'S POINT OF VIEW
Miami, Flórida -10 Fevereiro de 2017
Nessa época do ano eu estava habituada a acordar cedo todas as manhãs para correr, mesmo que eu pudesse fazer isso todos os dias do ano em qualquer estação que fosse, eu estranhamente só o fazia durante o verão. Para manter o corpo pelo restante do ano, eu apenas fazia alguns exercícios de manhã e dançava vez ou outra, quando estava sozinha. Eu sempre gostei muito de dançar, mas poucas pessoas sabem sobre minha paixão. Poucas pessoas se resumem a meus pais, minhas melhores amigas e Dinah. Mas eu ainda não me sentia a vontade para dançar na frente das pessoas, dança para mim era um prazer pessoal,íntimo.
Na noite passada antes de adormecer Dinah pediu-me para que a acordasse, há algumas semanas desde que comecei a correr todas manhãs ela vinha se esforçando para me acompanhar, mas sempre algo dava errado. Dessa vez eu podia ver por sua expressão facial que ela estava cansada, então eu a daria mais tempo para descansar até levantar para ir trabalhar.
[...]
:— Mani, o que você acha de fazermos uma festa do pijama na casa da China? –Camila surgiu na minha sala, tirando totalmente meu foco das imagens na tela do notebook.
Eu estava escolhendo alguns acessórios para complementar os looks que eu havia escolhido para a modelo usar no photoshoot que faríamos para promover e divulgar mais a nossa marca. Contratamos Tinashe, uma ex integrante de girlgroup que atualmente estava fazendo sucesso como cantora solo.
:— Como assim uma festa de pijama, Mila? Não acha que somos muito velhas pra isso? –Perguntei agora fechando o notebook encima da mesa e dando-lhe total atenção.
:— Eu não. Você é? –Questionou da forma mais cínica possível. Rolei os olhos. —Além do que você já dorme na casa dela todos os dias, só que essa noite vocês terão companhia então se planejavam transar loucamente terão que adiar.
:— Claro que você quer empatar a foda alheia, isso é puro recalque já que você e a Laur não transam.
:— C-como? –Arregalou os olhos e por um momento sua expressão era de pura incredulidade. Mas logo se deu conta de que estava falando com uma das melhores amigas de sua namorada. — Urgh! Eu ia dizer que chegaria mais cedo pra ajudar a arrumar tudo, mas agora vou deixar que se virem.
Gargalhei da reação da latina. Camila era sem dúvida a maior figura que eu conhecia, e talvez a ideia dela fosse realmente muito boa pois juntaria nosso squad. Nesses últimos dias temos trabalhado muito e estamos muito dispersas, precisamos de um pouco de ação.
Depois de deixar bem claro sua indignação, Camila saiu pisando duro da minha sala. Suas narinas inflavam devido a sua respiração forte.
Com certeza ela estava indo tirar satisfações com Lauren. Pouco me importava.
. . .
Entrei na sala de Dinah sem bater dessa vez pois ela mesma vinha insistindo para que eu o fizesse, mas eu sempre acabava esquecendo por causa do hábito.
Minha namorada estava completamente distraída em seu notebook, usava um óculos de descanso que a deixava duplamente sexy. Fiquei admirando-a por um instante e me perguntando se ela era realmente real ou apenas um delírio meu.
Seus lábios bem preenchidos estavam entreabertos e cobertos por um batom claro, quase da cor de sua boca, os cabelos loiros e muito bem tratados recaíam sobre seus ombros. Cada detalhe contribuía para que eu que perdesse a noção do tempo que fiquei ali.
Dinah usava um terninho azul com uma grande abertura na frente em formato de 'V' que permitia que vissem sua camiseta branca por dentro, e seu decote volumoso. Terno e óculos eram a mais perfeita forma de ficar a cara de uma verdadeira executiva sexy que ela era.
:— Por quê você está parada aí me encarando, Mani? –Estremeci com o pequeno susto e rapidamente ruborizei por ter sido pega.
:— Estava pensando no quão linda você é, meu amor. – Dinah abriu um lindo sorriso que quase instantaneamente foi retribuído. As marquinhas em suas bochechas eram meu ponto fraco.
Ela levantou de sua cadeira e deu a volta na mesa, me dando a visão completa daquela perdição que ela chama de corpo. Eu já tinha a visto vestida assim antes de virmos para a empresa, mas ela usar tiras de pano velho e ainda assim ela seria a mulher mais linda do mundo. E eu a mais sortuda.
Sem conseguir deter meus instintos, me aproximei dela que agora estava recostada em sua mesa. Envolvi seu pescoço com meus braços de forma possessiva porém carinhosa e aproveitei para tocar seu cabelo macio, ficando com um braço apoiado em cada um de seus ombros. As mãos de Dinah automaticamente agarraram minha cintura antes do toque de lábios que eu tanto ansiava minutos antes finalmente acontecer.
[...]
Quando as meninas chegaram juntas, Dinah e eu estávamos na cozinha preparando alguns quitutes para comermos já que sabíamos bem as esfomeadas que nossas amigas eram, especialmente Lauren.
:— Vocês fizeram pizza? –Os olhos de Camila brilhavam quando falavam de seu grande amor, e esta não era Lauren.
:— Não fizemos, Chancho. Mas podemos pedir uma se você quiser. –A expressão de descontentamento que havia se formado no rosto da descarada sumiu tão rápido quanto apareceu.
:— Pizza de banana! –Exclamou animadamente.
:— Oh, meu deus! O que eu fiz pra merecer isso? –Ally que até agora estava quieta finalmente se manifestou. —Primeiro eu sou praticamente obrigada a vir para uma festa do pijama onde ninguém além da Camila, está realmente usando um pijama, ainda tenho que passar a noite com dois casais de sapatonas e agora vocês vão me dar pizza de banana pra comer?
Todas nós olhávamos atônitas para Ally.
:— Não, Ally. A pizza é para ela comer sozinha. –Dinah quebrou o silêncio, já levantando para pegar seu celular e fazer a ligação. —Nós temos muita comida aqui, podem ir comendo se quiserem, eu volto já.
:— Essa daí não cresce... – Ally comentou se referindo a Camila, que mostrou a língua para ela, fazendo com que ela arregalasse os olhos e em seguida semicerrasse os olhos em desaprovação àquele ato.
Lauren e eu trocamos olhares antes de explodirmos em uma gargalhada alta. As duas crianças — Camila por causa da infantilidade e Ally por causa do tamanho— continuaram a trocar alfinetadas.
Quando Dinah voltou a se juntar a nós, já estávamos conversando como se nada tivesse acontecido. Era ótimo tê-las ali, as pessoas mais importantes da minha vida e saber que podia contar com elas. No momento minha vida estava perfeita e eu não tinha nenhuma reclamação a fazer.
:— Não tem bebida alcoólica nessa festa? –Lauren indagou. É claro que ela seria a primeira a perguntar.
:— Tem todo tipo de bebida ali na estante, vai pegar. –Disse como se a casa fosse minha e depois encarei Dinah que sorria em minha direção, novamente a acompanhei.
Lauren levantou e fez como eu tinha dito.
Quando a pizza de Camila chegou nós decidimos que era hora de comer e assim o fizemos.
Mais tarde fizemos karaokê e eu descobri que podíamos até formar um grupo, já que todas podíamos cantar e tínhamos harmonia. Camila acabou se empolgando demais e se mostrou uma ótima cantora solo também, e enquanto Lauren e Ally pareciam incomodadas com isso, Dinah sorria totalmente encantada e orgulhosa de sua melhor amiga. Ela a amava e achava lindo o jeito extrovertido da amiga pois sabia que aquilo era natural dela, ela era daquele jeitinho. Sorri observando as duas porque eu sabia que sou do mesmo jeito com Ally e Lauren.
. . .
Depois Lauren propôs que jogássemos Wars UNO, o que levou um tempo até que todas entendêssemos como o jogo funcionava. E era o seguinte: os jogadores devem descartar as cartas e contarem a partir de um até nove e começar novamente, quando o número da carta coincidir com o número da contagem, todos os jogadores devem colocar a mão sobre a carta, e o último a fazê-lo deve ficar com todas as cartas. Com isso Dinah demonstrou que tinha um lado totalmente competitivo e talvez a forma como ela queria ganhar sempre à qualquer custo fosse um tanto quanto assustadora.
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