Misha havia acabado de estacionar sua moto na garagem do Hotel de Portland. Cansada, fechava os olhos ouvindo a música calma do elevador. 3º andar, 7º andar... As portas do elevador abriram e um sujeito pálido entrou.
─ Boa noite – sussurrou ele, seus olhos escuros caíram sobre a garota. Apertou o botão do térreo.
A garota deu alguns passos para trás, encostando-se à parede do elevador. Ela havia quase pego dias atrás o vampiro, havia visto sua aparência e não se parecia nada com aquele. Seu andar havia chegado. 12º andar.
“Se ele morder a isca...”
Dito e feito! O suspeito desceu junto, alguns passos atrás. O corredor de quartos estava vazio. Ele andava calmamente atrás dela, que desde quando o suspeito entrou no elevador estava com seu celular em mãos.
“Trouxe companhia!” mandou em sua mensagem para Sandy, que permanecia no quarto do hotel, pesquisando sobre o caso.
Ela parou de frente para a porta, olhando de lado a criatura andando tranquilamente em sua direção. Deu-lhe um sorriso de lado e entrou no quarto, deixando a porta totalmente aberta. Rapidamente, em um piscar a criatura estava parada na porta do quarto sentindo-se ganha, não por muito tempo.
Sandy, um homem de meia idade e cabelos curtos brancos, o esperava com uma espécie de espingarda caseira. No mesmo instante atirou em seu peito, não uma bala, mas uma seringa de metal cujo tubo se desenroscava rapidamente, fazendo o líquido vermelho escuro que continha na seringa adentrar sozinho na vitima.
A criatura olhou incrédula para ambos, cambaleando para frente e retirando a seringa já vazia de seu peito. Misha se aprontou para fechar a porta enquanto Sandy pegava as chaves de sua van e uma grande mala vazia.
Meia hora depois, Misha e Sandy estavam na traseira da van onde era como um pequeno escritório. Uma das paredes havia mais de 4 tvs, com imagens de câmeras ao vivo de diversas partes de Portland. Na bancada dois laptops, um com o mapa da cidade e no outro “Lendas: Vampiro”. Restos de lanches também estavam por lá.
Misha acendeu as luzes, as lâmpadas eram diferentes, bem mais vivas e calorosas. A criatura semicerrava os olhos não gostando muito. Estava amarrada firmemente por correntes em uma mesa de madeira.
─ Finalmente eles aceitaram o nosso convite – disse Sandy, puxando uma cadeira e se sentando próximo do vampiro, que logo mostrou os dentes afiados.
– Que sorriso lindo – murmurou Misha de braços cruzados, mais distante.
– Vão se ferrar – rosnou a criatura. – Vocês não sabem com o quê estão mexendo.
– Ah, nós sabemos – apressou-se Sandy. – Você é novo, não? Porque para um vampiro você é burro demais. Já podemos descartar que você é o autor dessa confusão toda.
– Tem mais quantos de vocês? – perguntou a garota.
O vampiro permaneceu em silêncio.
– Sabe, esta van tem tudo – suspirou Sandy. – Eu realmente a amo. Tem TV, frigobar, o meu rádio amado... – virava sua cadeira rotativa para Misha. – Câmeras, espuma a prova de som... – no mesmo instante Misha avançou no vampiro afundando sua lâmina na palma da mão do monstro.
Ele urrou de dor tentando tirar a faca mas ela estava afundada nos braços da cadeira também.
– É bom você não contrariá-la – disse Sandy, bem próximo do vampiro. – Responda!
– Tudo bem, tudo bem – dizia ofegante, segurando a faca. – São 8.
– 8? – repetiu Sandy.
– Eu jurava que eram 3... – sussurrava Misha.
– Quantos desses 8 são novatos?
O vampiro resmungava de dor. Mais uma lamina afundou em sua coxa, próxima do joelho. Ele urrou novamente, revirando o rosto.
– Eles vão me matar então que dane vocês – berrou o vampiro com lagrimas nos olhos.
– O que é melhor? – perguntou Misha. – Ser morto por nós ou pelos seus?
O vampiro se curvou ofegante durante um tempo, logo se ergueu e começou a falar.
– São seis... Bem, agora cinco. Fomos transformados à pouco menos de 2 meses...
– O mesmo tempo em que as garotas começaram a desaparecer – sussurrou Misha para Sandy.
– Então dois são os originais? – perguntou Sandy.
– Eles querem criar um ninho novo. Querem parceiras... As que eles vêem que não prestam eles... Livram-se.
– Por que todas têm a mesma altura, o mesmo cabelo...?
– Fetiche de vampiro – o vampiro sorriu as presas ao responder a garota. – Aliás você daria uma ótima parceira pro meu chefe. Eu seria bem recompensado se te levasse...
– Onde fica o novo ninho? – perguntou Sandy.
O vampiro riu.
– Vocês querem demais, não acham? – ouviu o barulho de uma nova lamina desencapada. – Não, não. Por favor... – se sobressaiu. – isso eu não posso dizer, eu juro. Eu não... – Sandy fez sinal para Misha, que lhe arrancou a cabeça rapidamente.
Sandy suspirou cansado.
– Odeio isso – disse se levantando da cadeira rotativa. – Dialogar com monstro... É cansativo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.