Sangue... Só sangue. E muito sangue.
Tudo manchado de vermelho.
Quer dizer, pintado de vermelho.
A intensa coloração de vermelho naquele cômodo, era berrante. Qualquer um que visse a sala por muito tempo iria sentir-se perturbado pela presença única do mesmo tom de cor. Isso, é claro, se não se incomodasse primeiramente com o cheiro desagradável de carniça podre e já se decompondo, e os corpos pelo quarto.
Haveria de tudo ali, um braço cortado em fatias; um esqueleto de uma perna boiando em meio a um nojento líquido meio marrom, dentro de um balde; pedaços triturados em uma consistência quase que de uma pasta, espalhados no chão e parede; olhos cortados, intactos sendo puxados de uma cabeça, esmagados e até mesmo em uma agulha. Sem contar é óbvio, com a cabeça amarrada atrás da porta.
A cama que um dia estaria ali, já quase desaparecera com o colchão rasgado em pedaços, pelo quarto, e a armada da cama destruída por conta de inúmeros corpos jogados ali.
O silêncio.... Ele mata todo mundo.
Aquela falta de sons faria com que qualquer sobrevivente em meio àquela sala de torturas, fosse a loucura. O breu que sismava em tentar se instalar em meio à meia luz da fraca lâmpada, que lutava tentando iluminar, no meio do local. Entretanto, nunca iria conseguir.
Ao contrário do silêncio. Que foi extinto por um barulho talheres batendo e um engasgar meio atrapalhado.
O maldito monstro, irá voltar...
A mulher levantou-se com dificuldades em meio a pilha de material orgânico. Não bastava o quarto já feder a carne podre, também fedia a dejetos humanos. Vômitos, fezes e urina. Um conjunto enjoativo de cheiros fortes e marcantes.
Porém não tinha tempo para "adimirar" os odores que estaria desfrutando no momento. Tinha que sair dali, e o mais breve possível. Ou se descoberta, iria voltar a sofrer nas mãos daquele maldito animal.
Escorregou ao descer da pilha de corpos, tropeçando em pedaços e ossadas espalhadas pelo chão do cômodo. Isso levava a mulher a pensar o quanto de tempo havia levado para criar uma atmosfera tal como aquela.
"Muito tempo...provavelmente. Além de muitos corpos...."
Reapirou fundo, tentando não se deixar levar pelo cheiro e as terríveis abominações feitas ali. Corpos grampeados na parede; órgãos pendurados no teto; cabeças decepadas algumas até com espinha, dentro de gaiolas. Piedade, não existia naquele lugar.
Nem mesmo Deus.
Um arrepio subiu por sua coluna e seguindo para todo seu corpo, lhe fazendo os seus pelos se eriçarem. O animal já voltara?! Como não percebeu? Havia ficado surda ou apenas fora sua concentração que havia ignorado o som da porta se abrimdo? Não. Se a porta tivesse sido aberta, teria vindo luz de fora. Afinal, mesmo que destruído, o relógio na parede marcava o horário.
Por que me teme? Chama-me de animal, porém és tu que confias nos outros... Não estás surda. Estais muda e cega. Confiando, sem saber a verdade.
Logo, a respiração travou. O silêncio havia voltado após o despejar de palavras do tal monstro. Sendo brevemente morto pela doce e curta introversão do som de carne sendo cortada, seguido de um inspirar forte e um expirar suave.
Se...m.. m...mais... MAIS!
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