História Nina in London - My mother in London

Minhas costas estavam levemente doloridas. Os braços fortes de Harry agarravam minha cintura. Virei-me e dei de cara com ele dormindo. Sorri, e lhe dei um selinho leve, com cuidado para não acorda-lo. Peguei meu celular para ver se conseguia falar com Cloe, Chris ou Ruth para espera-lo acordar, porém não tinha sinal algum na área em que estávamos.

A temperatura havia caído bastante. Puxei mais uma coberta e me aconcheguei melhor nos braços de Harry para conseguir me esquentar. Normalmente quando durmo com o cabelo molhado, acordo no dia seguinte com uma forte dor de garganta, porém hoje, acordei bem. Talvez o calor do corpo de Harry tivesse me mantido aquecida o suficiente durante a noite.

Harry não levou muito tempo para acordar, porém eu estava quase pegando no sono, quando seus lábios derem um leve beijo em minha testa. Ergui a cabeça sorrindo e trocamos um beijo caloroso. Eu estava morrendo de fome, então resolvemos logo nos vestir. Se vestir com Harry por perto não lá a melhor coisa do mundo, então me vesti rapidamente e prendi o meu cabelo que estava bem esquisito por eu dormir com ele molhado.

Depois de tomarmos um belo café da manhã no mesmo lugar que jantamos ontem, recolhemos as nossas coisas e voltamos para a casa da mãe do Harry. Se posso dizer que foi de boas olhar para as duas, é mentira. Eu sentia o olhar malicioso de Gemma em nós dois, e por mais que eu tentasse ignorar, eu não conseguia parar de pensar que as duas sabiam o que nós havíamos feito nesse tempinho que estivemos fora.

[...]

Nós já estamos quase em Londres. Gemma, Harry e eu estamos no carro de Harry, já Anne e Robin estão no carro deles logo atrás de nós. Quando eu chegar a casa, vou tomar um belo de um banho e ir buscar a minha mãe no aeroporto.

Cheguei a casa, e me despedi de Harry apenas com um selinho. Nesses dias que passei na casa dos pais de Harry, descobri que não me sinto muito a vontade o beijando na frente de um familiar dele. Sei lá, é uma sensação muito esquisita.

Entrei dentro de casa correndo para o meu quarto e fui direto para o banho. Eu tenho que me apressar para ir buscar minha mãe no aeroporto. E vem só ela! Nada de Lúcio ou Gabi! Se esse for meu presente de Natal já estou muito mais do que satisfeita. Melhor coisa do mundo: depois de anos, não ter que suportar Lúcio e Gabi no Natal.

Depois de um banho quente e uma troca de roupa que eu nem se quer me prestei a combinar alguma coisa, eu saí de casa. Meu deus... Que saudade de dirigir. Com a insistência do meu pai eu trouxe um segurança comigo também. De acordo com ele, eu posso ser ‘atacada’ no aeroporto enquanto espero minha mãe chegar, mas é chato andar com um segurança. Eles ficam parados com a coluna reta, usando um óculos escuros e parecem um edifício de tão altos que são.

Quando cheguei ao aeroporto, tentei ser o mais discreta possível, mas aquela muralha atrás de mim entregou que eu era... Eu, e logo o efeito zoológico estava acontecendo. Pessoas tirando fotos minhas de longe, e juro que notei algumas olhando para os lados, provavelmente a procura de Harry. Algumas pessoas tentam relacionar minha presença com a de Harry, as não as culpo. Nós andamos muito por aí, e muitas vezes onde eu estou ele está e vise versa.

Logo o avião da minha mãe pousou e ela apareceu carregando sua mala de rodinhas. Apreciei bem aquela cena. Pelos meus planos, vou vê-la apenas duas vezes ano que vem. No meu aniversário que ela virá aqui, e no dia do casamento dela, que vai acontecer daqui a mais ou menos um ano. Ela ainda me parece firme e forte com a ideia do casamento, pelo menos em alguns momentos. Minha mãe já conversou comigo várias, vezes e disse que já pensou em desistir de se casar, mas não por não ama-lo, mas por medo. Lucio tem comportamento possessivo e agressivo muito seguidamente.

Eu teria muito mais que medo no lugar dela.

Rezei todas as orações que eu sabia, em português e em inglês, para mamãe não fazer o escândalo típico dela de quando não vê uma pessoa a muito tempo e a reencontra. Mas ela fez. Quase caí no chão quando ela praticamente se jogou em cima de mim. Não acho que minha mãe está ficando velha para essas coisas, afinal, ela só tem trinta e dois anos, nem surgiram os fios brancos ainda, mas é tão estranho ter uma mãe que age como se fosse adolescente.

Durante todo o trajeto, eu contava para minha mãe o que Harry havia preparado para o nosso aniversário de três meses de namoro. Não entrei em muitos detalhes, afinal, o segurança estava no banco de trás. Eu costumo contar muita coisa para minha mãe, mas quando eu contei para ela que perdi a virgindade com Harry, ela começou a chorar e falar ‘meu bebê não é mais um bebê’ e eu me segurei pra não xingar ela.

Provavelmente a cena de minha mãe me ver dirigindo seja bastante cômica, mas o que posso fazer? De acordo com ela, está surpreendida por eu não ter batido o carro ainda. Eu mesma me surpreendo, por que ela não se surpreenderia.

Ter minha mãe aqui em Londres é bem estranho, mas não posso discordar que é uma sensação gostosa. Pena que não é pra sempre...