História Nina in London - Six months

Coloquei meu casaco e me olhei no espelho. Não me arrumei muito. Vamos apenas ao cinema. Saí do closet revisando minha bolsa, e encontrei Harry na minha cama mexendo no celular. Ele se levantou assim que me viu, foi até mim e me deu um selinho. Ele sabe que estou meio nervosa, e não estou afim de conversar agora.

Entramos no carro e peguei meu celular logo após colocar o cinto. Tinha uma chamada da minha mãe e logo liguei para ela, enquanto observava Harry, que olhava atentamente para a saída do condomínio. Coloquei minha mão na sua, que estava em sua coxa, para mostrar para ele que está tudo bem. Ele sorriu de leve e logo voltou sua atenção para a estrada.

Logo minha mãe atendeu nervosa, aborrecida, puta da cara com Lúcio. Eu não entendo, se eles estão se dando cada dia pior, por que diabos ela continua persistindo na história do casamento? Fiquei o caminho todo em direção ao shopping escutando a minha mãe xingar Lúcio e depois que eu disse que eu e Harry estávamos indo comemorar nosso aniversário de seis meses, ela começou a falar sobre métodos contraceptivos:

- Mãe nós já... Ah, chegamos. Tchau! – desliguei a chamada e guardei o celular na bolça.

Harry terminou de estacionar o carro e saímos do mesmo. Ele passou o braço por meus ombros e rodei meu braço por sua cintura. Senti ele beijar o topo da minha testa e ficar me olhando enquanto saíamos do estacionamento:

- Ainda está nervosa comigo? – neguei – Então me dá um beijo? – ri e o dei um selinho, enquanto subíamos a escada rolante – Só isso?

- Sim... – eu ri de novo.

Fomos em direção ao cinema. Pelo incrível que pareça, nenhuma fã surgiu quando estávamos na fila do cinema, mas eu vi um monte delas pulando euforicamente por ver Harry, e outras olhando feio para mim, mas eu ignorei. São meses, desde que apareci com meu pai, que as pessoas olham assim para mim. Quando eu e Harry começamos a namorar, tudo piorou. Tinha tenta gente que me odiava sem sentido que eu cheguei a varias vezes ficar bem para baixo, o que fez Harry, indignado, falar sobre o assunto nas redes sociais, principalmente numa vez, que uma fã me abordou na rua e me ameaçou.

Entramos na sala de cinema e nos sentamos num lugar bom para assistirmos ao filme. Poucas pessoas optaram por aquele filme, talvez por que a noite teria outra sessão. Não pegamos a sessão da noite, porque planejamos jantar e nós mesmos fazermos a janta... Tenho a impressão que isso vai dar muito errado...

Logo o filme começou. Harry sabe que não gosto da ideia de namorarmos no cinema, mas ele ariscou me beijar de vez em quando. Admito que em um momento me deixei levar, e quase subi no colo dele, mas logo me liguei que estávamos no cinema. Ele riu quando viu minha cara de desespero.

Saímos do cinema quando eram quase sete horas, e diferente de quando entramos no shopping, fomos abordados por fãs, e paparazzi. Acho isso extremamente chato, eles sabem que é nosso aniversário de namoro, será que pelo menos dessa vez eles não podem nos deixar em paz?

Conseguir entrar dentro do carro foi um sacrifício e um alívio. Sair do shopping também foi meio difícil, principalmente por que havia paparazzi cobrindo nosso caminho, e Harry precisava cuidar para não atropelá-los. Não demorou muito para chagarmos a casa de Harry, e lá fomos nós, fazer o jantar.

[...]

Depois de quase morrermos para fazer o jantar, que incrivelmente ficou bom, Harry teve a ideia de fazermos uma Twicam. Fomos para o quarto e sentei-me no colo de Harry, e coloquei o notebook no meu colo. Harry avisou no Twitter dele e eu avisei no meu. Mal começamos a Twicam e já tinha mais de cem mil pessoas assistindo.

Ficamos respondendo algumas perguntas, ignorando as maldosas e as constrangedoras. Até que estava sendo legal, retirando as brasileiras que me xingavam em português justamente para Harry não entender. Os braços de Harry rodavam minha cintura e ele tinha o queixo pousado no meu ombro, enquanto eu mexia na tag que criaram no Twitter, para eles nos fazerem as perguntas, já que pelo chat da live não estava dando nada certo:

- ‘Por que estão fazendo uma live no dia do aniversário de seis meses?’ – depois que li, apenas me virei um pouco e olhei para ele. Ele riu.

- O que foi?

- A ideia foi sua! – eu ri.

- A gente tinha acabado de jantar... – eu voltei a olhar para a tela para procurar mais perguntas – Que no caso nós fizemos! – ele sorriu orgulhosamente, de uma maneira engraçada.

- E não colocamos fogo na cozinha! – eu disse e rimos.

- Acabamos acertando de primeira o jantar e dai ainda estava muito cedo, nem nove horas, e então pensei ‘por que não fazer uma live’. Mas foi só isso mesmo. – ele começou a ler as perguntas junto comigo – ‘Impressão minha ou Nina está no colo do Harry?’

- Sim, estou. – eu ri – Está ficando frio...

Harry parou de me abraçar e pegou uma coberta que estava perto de nós. Passou ela por trás de seu corpo e me abraçou, envolvendo nós dois dentro da coberta. Voltamos a responder algumas perguntas e eu fiquei rindo durante um bom tempo de alguns comentários. Terminamos a live quando era quase dez e meia:

- Foi divertido. – escorei minhas costas no peitoral de Harry, apreciando o calor de seu corpo.

Ligamos a TV e ficamos assistindo. Eu estava começando a me interessar pelo programa que passava, quando Harry começou a beijar minha nuca. Virei-me para ele e o beijei. A coberta descobriu nossos corpos e o abracei mais forte para me aquecer. Notando minha ‘friagem’, Harry nos colocou debaixo nas cobertas fofas da cama. Mesmo com nossos corpos cada vez mais aquecidos, as cobertas não nos faziam suar. A temperatura havia baixado tanto, que era necessário o uso das cobertas para nos livrarmos das nossas roupas e não sentirmos frio.

Era uma sensação diferente sendo debaixo dos cobertores. Não era ruim, muito pelo contrário, eu me senti mais livre para toca-lo e para deixar ele me tocar. Não conseguíamos ver os nossos corpos, mas conseguíamos senti-los, e isso com certeza é mil vezes melhor:

- Eu te amo... – ele disse depositando beijos leves no meu colo.

- Eu também te amo...

Eu vou te amar, até meu corpo dormir e nunca mais acordar.