LUNA POV ON *
- Então, eu invadi o puteiro em que o mais novo casalsinho estavam enfiados e a cena era ridícula – Joker fez uma pausa enquanto sorria, se deliciando em mais uma de suas memórias sangrentas e pelo sorriso eu a julgava como a mais prazerosa ao seus olhos – Ele estava sentado no sofá assistindo algo na televisão e ela aparentemente na cozinha, eu vi pela bancada que separava os cômodos.
- O que há de ridículo nisso ? – perguntei interessada, afinal era algo normal até para os vilões, não ? Digo, quantos gangsters e traficantes não andam engravatados de manhã, agem por baixo dos panos a tarde e voltam pro sofá de casa com a família a noite ? Joker riu escandalosamente e finjiu enxugar lágrimas enquanto suspirava recuperando o ar.
- Arlequina e Pistolinha – seu tom era divertido e o sarcasmo escorria por suas presas, prontas pra rasgar a garganta de qualquer um que discordassem de sua lógica – Dois dos loucos mais procurados de Gotham, agindo como se fossem um casal – disse com nojo – normal. Tentando fugir da vida em que escolheram ter, sabiam que era e sempre será um caminho sem volta, baby. Uma vez que se escolhe o lado negro, pode se misturar o branco, azul, o que for : será cinza, mas ainda estará sempre danificado por um traço de escuridão que não se pode ser apagado – filosofou de maneira calma, mantendo um sorriso nos lábios – após alguns minutos de conversa agradável, eu a matei e ele, quase. Ele ao menos tentou salvar Harley quando ela estava ensangüentada, eu atirei e ele saiu esburacado e sangrando por sei lá onde. Após um tem fui pego e... aqui estou eu! – Joker abriu os braços ainda sorridente e deixou seu corpo boiar na piscina.
O efeito do LSD já era fraco, pois passamos o ápice da droga trocando saliva da forma mais pornográfica possível até rolarmos pelo chão e cairmos na água. Eu gostava da maneira como ele falava, era detalhista, calculista, frio. Eu era parecida, mas como eu não devia satisfações a ninguém, poupava os detalhes pra mim, ninguém precisava saber.
A musica ainda tocava mas eu não dava mais atenção a isso, meu corpo estava lento ainda sob o efeito mesmo sendo fraco e eu pensava se Joker não havia ficado nem um pouco chateado, até concluir que : Ele é e sempre será um perfeito sociopata, seu maior prazer é a dor e seu passa-tempo preferido é o caos, nada mais teria sua atenção por muito tempo.
- No que tanto pensa, pirralha ?- Joker perguntou me fazendo voltar a órbita. Ri baixo sem motivo algum e mergulhei, tentando ignorar o frio que eu sentia naquela água extremamente gelada então comecei a me agitar para esquecer que o frio existia.
- Engraçado, estávamos quase transando e de repente eu voltei a ser pirralha do nada ? – murmurei com o máximo possível de sarcasmo e sorri junto ao mesmo, como sempre, de forma irônica.
- Então ainda se lembra que isso aconteceu ?
- Eu estou chapada, palhaço, penso e lembro de várias coisas...
- Do que está se lembrando ? – perguntou parecendo estar interessado, Coringa tentava arrancar informações de mim a todo custo da forma mais discreta possível, mas eu sempre percebia. Ele aprendeu bem com Harleen, mas não o suficiente. Sabia que apesar de estar sendo legal comigo e trocando favores, ele poderia me foder pelas costas a qualquer momento, ele ainda sim, é o Coringa.
- Não te interessa, a curiosidade mata, palhaço.
- Eu também mato, criança – Joker revirou os olhos mas riu, então com receio de morrer afogada ali, me empurrei até a borda e sentei na mesma, deixando apenas os pés na água – Com medo ?
- Não, apenas sei que apesar de estar sendo um bom fornecedor, você não deixa de ser você, Coringa.
- Garotinha esperta...Hm – Coringa voltou a olhar para o nada e sorriu imensamente. Aí tem. – Você seria muito, muito útil.
- Fico lisonjeada, palhaço...- murmurei sem dar muita importância e estiquei o braço, peguei um pino e despejei no chão, cheirando as fileiras todas de uma vez enquanto o homem de cabelos verdes assistia a cena e batia palmas assim que cheirei a ultima fileira.
Joker saiu da água e apanhou um de meus doces, o devorando com ignorância, como se estivesse mastigando a carne do pescoço de alguém e veio até mim, me levantou do chão com violência e tomou meu rosto entre as mãos. Coringa me encarou nos olhos por cerca de mais alguns minutos e me beijou novamente, eu ri e retribui na mesma dose de violência, que era o toque peculiar que seus lábios carregavam quando se juntavam aos meus.
- 4 dias, criança – Coringa murmurou sério e acariciou meu rosto com o polegar três vezes, se afastou e saiu sem olhar pra trás após apanhar o celular no chão.
Maluco. Retirei os resíduos e provas quaisquer que houvessem sobrado ali e voltei pro meu quartinho, retirei as roupas encharcadas e coloquei o uniforme extra que me foi dado, caindo na cama em seguida.
(...)
Acordei com uma sirene extremamente alta tocando e suspirei, que diabos está acontecendo ? Me levantei da cama e me aproximei do vidro de minha cela e vi guardas correndo de um lado para o outro, uma voz robotizada ecoou por altos falantes que ficavam no corredor do lado de fora.
“ Um paciente do Nível 4 fugiu, todos os quartos serão revistados e após o processo de investigação, voltaremos a rotina normal. Permaneçam no canto a esquerda de seus quartos virados para a parede, começaremos pela revista de cômodo por cômodo”
Fodeu.
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