História Ninfomaníacos - Capítulo 3

Narradora

– Zayn, né? – Barbara o alcançou. Malik ficou a encarando. Tinha certeza de que era ela.

– Uhum – respondeu anasalado.

– Então, quando vai querer fazer o trabalho? Estava pensando em fazer na sua casa, a minha é cheia de loucuras e... Pois é! – se recuperou ao lembrar do inferno que sua moradia era.

– Hã... Quando você estará disponível?

– Hoje?

– Claro! Quer o meu endereço?

– Sim – riu e entregou seu celular. O garoto colocou seu número e no contato, seu endereço. Tirou uma foto deles juntos rapidamente e entregou o telefone de volta para ela. Ao olhar para o contato, seu sorriso se alargou. Colocou o nome como 'Zen' e salvou – Até mais tarde, querido – deu um beijo na sua bochecha e saiu para suas amigas, que riam descontroladamente. Foi até seu Maybach Exelero e se despediu de seu 'bando' com dois beijinhos nas bochechas de cada uma. Arrancou o motor e saiu da área escolar cantando pneus.

Ao chegar em seu apartamento luxuoso no Upper East Side, subiu pelo seu elevador particular e partiu para a cobertura. Jogou sua chave de casa e do carro na mesinha ao lado da porta principal, sua bolsa e seu sobretudo pararam no sofá.

– Cheguei – gritou e logo apareceu Malia, a governanta, com uma respiração pesada e carregada de medo.

– Senhorita – fez um sinal com a cabeça – Estão todos lhe esperando na sala de jantar.

– Tudo bem, leve minhas coisas lá para meu quarto – a mulher assentiu e Barbara foi até onde sua família estava. Deparou-se com uma cena nada agradável – Mama, papa, pirralho e... Derek... – falou com nojo. Derek Palvin, irmão mais velho dos Palvin's, que havia ido para Londres, aparentemente estava de volta. Os dois irmãos tiveram um grande desentendimento no passado, trazendo assim, ódio para ambos.

– Babi – falou ironicamente – Estávamos lhe esperando... Sente-se e nos acompanhe.

Contra sua vontade, assim Barbara fez. Sentou-se ao lado esquerdo de seu pai, que estava na ponta, com a mãe ao lado direito do mesmo. Derek sentado ao lado da mãe, ficava de frente para Isaac, o irmão mais novo. O almoço foi totalmente silencioso. O clima entre os mais velhos não eram dos melhores.

Ao finalizar, Barbara falou que tinha que ir fazer um trabalho e se retirou. Indo até seu quarto, tomando um banho congelante e indo até o quarto/closet que possuía. Chamou seu estilista particular, maquiadora e cabeleireiro. A produziram e então saiu de sua casa, indo até o endereço passado. Nada mal, pensou ao chegar no casarão meio antigo. Estacionou o carro e tocou a campainha. Esperou, esperou e esperou, tentou ligar para o garoto, porém, o mesmo não atendeu.

Depois de longos minutos, um homem de cabelos escuros e olhos encantadoramente cinzas, de terno, atendeu a porta.

– Ah... Finalmente, olha, para um empregado você demora muito, céus – jogou seu casaco e bolsa para o homem, que a encarou de cenho franzido.

– Eu não...

– Cadê o Zayn?

– E...

– Grey! – exclamou Malik – Desculpa por isso, tio – frisou a última palavra, fazendo Barbara arregalar os olhos.

– Ai, céus... Desculpa – pegou suas coisas e começou a rir. Reparou o homem atentamente e viu que o mesmo era jovem e encantadoramente sexy, mordeu o lábio inferior imaginando como ele seria na cama, o homem apertou os punhos ao ver o ato da garota, antes que pudesse fazer algo em relação à isso, Zayn interviu.

– Vem, vamos para meu quarto – puxou a mão da menina e a guiou.

– Seu tio é um gato! – exclamou. O jovem ficou com uma certa... raiva, ao escutar aquilo.

– Vamos fazer logo a merda desse trabalho – exclamou de cara fechada.

Após horas de pura chatice, os jovens conversavam. Barbara e Zayn estavam no chão, fitando o teto e compartilhando informações.

– Meu irmão voltou hoje... e... argh, eu o odeio tanto – fungou. Malik percebeu que isso afetava a garota, virou seu rosto e encontrou o dela.

– Eu não imaginava que você era tão inteligente – mudou de assunto.

– Por que? – Palvin virou o rosto, também encarando o outro.

– Na minha antiga escola, as patricinhas, populares eram extremamente burras.

– Não sei se levo isso como um elogio ou uma ofensa – respondeu divertida.

– Nem eu... – após um segundo de silêncio, ambos caíram em uma gargalhada – Gostei de você, Palvin.

– Gostei de você, Malik – trocaram um riso de canto e voltaram a fitar o teto.

[...]

Já havia passado uma semana depois do dia em que Barbara e Zayn fizeram o trabalho. Ambos ficaram mais próximos, virando amigos de verdade, sem nenhum 'benefício', algo que Palvin nunca imaginara ser possível. Praticamente todo dia Barbara ia para casa dele, onde faziam os deveres juntos, comiam e conversavam.

Uma vez ou outra, ela via o tio do garoto saindo sempre de um mesmo quarto acompanhado de uma mulher. Ela queria transar com o mesmo, não se importando se ele tivesse uma namorada ou algo do tipo, isso nunca a impediu antes.

Estava na hora do intervalo, sentada na mesa das populares enquanto pensava no belo ser de olhos cinzas quando ouviu alguém chamar sua atenção, Gigi. Se virou em sua direção e perguntou, friamente, o que ela queria.

– Sabe, eu to cansada de você sempre ficar com todos os meninos dessa escola – falou olhando em direção de Malik – Você é nossa amiga, deveria deixar um para nós, não queremos ficar com os restos.

– Eu não fiquei com todos dessa escola... – falou de cenho franzido.

– Ah, não? Tirando os nerds e os horríveis. Me diz UM nome que você ainda não pegou e transou – falou a encarando. Todo o resto do grupo estava espantada com a ação da menina. Porém a líder nem se importou. Deu de ombros e pronunciou o nome:

– Malik – e colocou a comida que estava no talher em sua boca, a encarando com uma sobrancelha erguida e um sorriso cínico no rosto.

– O que? – perguntaram todas juntas.

– Meu senhor – falou Candice.

– Como assim? – perguntou Stella.

– Explica melhor essa estória, você vai todo o dia pra casa dele e ainda não pegou ele? Aquele Deus Grego? Quanto desperdício – Sara. Gigi ficou calada, de olhos arregalados. Não acreditava que isso estava mesmo acontecendo.

– Simples, ele é meu amigo – o grupinho caiu na gargalhada.

– Oh! Se tem uma coisa que nós sabemos é que Barbara Palvin não tem amizades masculinas sem ter algum benefício – comentou Candice.

– Pois a partir de agora tem – respondeu com desdém – Agora calem a boca, quero comer em paz – e assim fizeram. Todas ficaram caladas até o final do horário. Todas em puro choque da informação que acabaram de receber. Isso era algo épico. Algo desse tipo não acontecia desde Herny, um assunto que ficou enterrado a sete palmos da terra. Quando o sinal soou, avisando que estava na hora de voltarem às suas respectivas salas, ele apareceu.

– Hey, angel – disse o apelido que ele havia criado para ela, dando um beijo em sua bochecha. As meninas o encararam totalmente descrentes.

– Zen! – falou animada.

– Você vai lá pra casa hoje, né?

– Claro, eu vou com você, estou sem carro – ele assentiu logo indo para seu grupo.

Zayn cada dia ia ficando mais zangado pela garota que ficava com todos não querer nada com ele. Malik simplesmente tentava todo dia atacar de alguma maneira, mas Barbara nunca notava as indiretas. Ela todo dia falava sobre garotos e suas diferentes fodas, dava nota de 0 à 5, fazendo o garoto ficar com mais vontade de tê-la e transar loucamente com a mesma.

Todo dia Harry perguntava a Zayn qual era a dele com Barbara, e o mesmo sempre respondia a mesma coisa. Nada. O que era obviamente uma mentira. Porque por debaixo daquele ser tímido e gentil, tinha um homem bruto e denominador, que amava transar e ser o liderante. Ele já tinha até pensado em como pegar o lugar de Styles, mas no momento ele tinha outra preocupação. Comer ela de todas as maneiras com ele dominando.

Talvez tivesse sido por isso que a garota chamou a atenção dele. Aquela mania dela de querer mandar em tudo e todos. Zayn queria mudar aquilo, queria colocá-la em seu devido lugar, sendo submissa à ele, algo que aos olhos de todos era impossível, menos para ele.

Barbara

Já estávamos na casa dele, fazendo nossos deveres e petiscando algumas coisas que os empregados tinham deixado para nós. Cansada daquelas merdas todas, joguei na mesinha de centro fazendo um barulho e chamando a atenção de Malik com o cenho franzido, obviamente se perguntando o que eu estava fazendo. Me levantei e a dúvida continuava estampada em sua cara. Me joguei por cima dele e fiz drama:

– Céus, Zen, eu não aguento mais, acho que eu vou morrer – coloquei a costa de uma das minhas mãos em minha testa e joguei minha cabeça pra trás. Ele começou a gargalhar.

– Você é muito preguiçosa – reclamou.

– Estou cansada – em um movimento rápido ele se pôs por cima de mim, o encarei com o nariz torcido.

– Eu consigo tirar esse seu cansaço em segundos…

– Como, senhor Malik? – e então ele começou a me fazer cócegas, okay, não era o que eu pensava. Comecei a me espernear e pedi que ele parasse, o que não foi cedido. As cócegas ficavam mais intensas e eu me remexia ainda mais sobre o sofá, até que então paramos no chão. Ele gemeu baixinho e eu por cair em cima dele não senti nada.

Nossos rostos estavam a centímetros de distância. Eu intercalava meu olhar entre seus olhos e sua boca convidativa, cheinha  e rosinha. Ele umedeceu os lábios e em um movimento involuntário eu fiz o mesmo. A quem eu queria enganar? É claro que eu queria transar, mas ele era diferente, não sei como, mas era. Entre olhares trocados, Zayn fez uma pergunta que me pegou de surpresa:

– Por que você nunca tentou algo comigo?

– Como?

– Tipo, todos sabemos que você é ninfomaníaca e você nunca tentou algo comigo, por que?

– Não sei, você me parece ser tão inocente e doce, não que eu me importe com isso – revirei os olhos – Mas… não sei, você é diferente – ele riu irônico.

– Você nem me conhece – franzi o cenho.

– Então quer dizer que você não me conta as coisas? – perguntei divertida.

– Mais ou menos isso – acariciei sua bochecha.

– Me sinto traída… – e então nossos rostos se aproximaram mais e mais, nossos lábios se roçavam de leve, quando escutei um pigarreio, estendi meu olhar e vi aquele ser – Grey! – falei de olhos arregalados. Me levantei do colo de Zayn e fiquei em pé, rindo da cena.

– Christian, o que faz aqui? Pensei que só chegaria mais tarde – se levantou do chão. Então esse era o nome do Deus Grego, Christian Grey, nada mal.

– Terminei mais cedo na empresa.

– Ora, você tem um empresa? Que interessante. Sobre o que é? – fingi-me interessada, tudo o que na verdade eu queria era ter contanto.

– Uma empresa de Tecnologia e Comunicação.

– Ah, eu quero me formar em marketing, você poderia me dar umas dicas algum dia – falei brincando com uma mecha de cabelo e mordendo o lábio inferior, um ato que eu sabia que ele odiava, pois toda vez que eu o fazia ele apertava a mão em punho, e foi o que ele fez.

– Claro, por que não? – me entregou um cartão – Liga um dia pra empresa e marca uma visita, posso te mostrar – percebi uma certa… malícia? Assenti e ele subiu para o andar de cima.

– Vadia – murmurou Zayn, em resposta eu revirei os olhos.

– Eu sei, senhor Malik – olhei meu relógio de pulso – Tenho que ir pra casa – suspirei pesadamente – Me leva?

– Claro, vamos…

[...]

Toc. Toc. Toc.

Três batidas na porta tiraram de meus devaneios. Tirei meu fone de ouvido e coloquei o pincel longe da tela. Gritei um “entra” e bufei ao ver quem era. Será que ele não podia me deixar em paz?

– O que você quer, Derek? – falei sem paciência.

– Calma, eu vim em paz – levantou ambas as mãos em sinal de rendimento.

– Você nunca vem em paz. Dá pra sair do meu quarto? Estou ocupada – movimentei as mãos.

– Ah, qual é maninha – sentou-se em minha cama – Por que sempre tão ranzinza? Tudo isso ainda porque eu te fodi e te larguei? Qual é! Pensei que você fosse garota de uma noite só.

– VAZA! – berrei.

– Okay, okay. Tudo bem – se levantou e direcionou-se para a porta – Ah! Uma dica. O boquete, tenta ser um pouco mais rápida, okay? Eu fiquei com tédio da última vez.

– AAAHHH – joguei um pote de tinta nele – IDIOTA!