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História Ninguém Sabe - 17


Escrita por: ismary

Capítulo 17 - 17


Fanfic / Fanfiction Ninguém Sabe - 17

                        Alguns dias depois

Estava sentada na ponta da cama olhando pros livros da escola que se encontravam ao meu lado. Estava em época de prova então não poderia poupar esforços em relação aos estudos, soltei um suspiro alto e me joguei na cama, peguei meu celular vendo se havia alguma notificação de mensagem ou algo para que servisse de desculpa pras minhas distrações.

               ㅡ Susan? - minha mãe adentra o quarto após dar duas batidas na porta. ㅡ Espero que esteja estudando... - não me movo a deixando me ver perfeitamente largada na cama. ㅡ Susan... - ela reclama.

                ㅡ Mãe... Por favor! - ponho a mão na testa e suspiro frustrada. ㅡ Eu sei dos meus deveres e prioridades. - ela apenas respira fundo e volta para trás.

           Minha mãe havia mudado um pouco depois de um tempo, talvez por estresse do trabalho novo que ela havia arranjado ou sei lá. Na verdade não tinha achado uma resposta coerente pra tudo aquilo! Tyler foi passar uns dias com meu pai e eu fui privilegiada com as poucas vezes que encontrava Justin em casa ou acordado. Peguei os livros e segui para a mesinha que eu tinha no quarto, abri meu caderno e comecei a fazer as anotações mais importantes da matéria.

                                                 ***

        Estava na hora do jantar, Martins estava fazendo a comida preferida da mamãe, senti meu estômago roncar alto e desci pra sala de jantar.

              ㅡ Ela é esperta, tudo depende dela... - mamãe dizia para Justin que a observava tomando um copo de vinho de braços cruzados. Ele virou seu olhar pra mim e eu gelei. Mamãe também havia me notado e deu um pequeno sorriso de lado. ㅡ Martins fez lasanha com macarronada... - ela disse voltando a encarar a mesa que estava com três pratos.

             ㅡ Consegui sentir o cheiro lá de cima. - disse me aproximando da mesa e me sentando, por "reflexo" meus olhos se encontraram com os de Justin. Engoli seco e me virei para Martins. ㅡ Suas comidas são maravilhosas Martins. - a mulher, de idade, me olhou com um sorriso enorme e eu fiz uma pequena menção de sorrir.

           ㅡ Como vai os estudos, Susan? - aquela maldita voz um pouco grossa soou pela cozinha.

           ㅡ Bem. - nem me dei ao trabalho de olha-lo.

           ㅡ Os ensaios das peças começam na semana que vem.

           ㅡ Que ótimo. - o olhei rapidamente. ㅡ Vai estrelar em alguma? - ergui um pouco as sobrancelhas.

            ㅡ Talvez. Os outros responsáveis pela peça estão procurando uma atriz de caráter pra dar vida a uma personagem. - o vi umidecer os lábios e encostar suas costas nas madeiras marrom escuro das cadeiras.

            ㅡ Boa sorte. - disse simples.

            ㅡ E essa peça se trata do que exatamente? - mamãe o fez tirar os olhos de mim.

            ㅡ Ainda não decidimos tudo, provavelmente será de um casal adolescente que acaba tendo um filho... - ele me olha rapidamente e eu suspiro baixo.

       Mamãe e Justin continuraram conversando um pouco mais sobre a peça, enquanto eu mandava sms, em alguns momentos Justin e eu trocávamos olhares cúmplices. Martins serve o jantar, o assunto agora era sobre o novo trabalho da minha mãe. Permaneci em silêncio apenas escutando, Justin a elogiava a todo momento e em algumas coisas eu concordava, quando não achava que era meloso demais.

                                                         ***

    Sai do banho e vesti uma roupa de frio, coloquei meu tão amado cachecol, peguei a bolsa e fui para a escola. Por sorte consegui chegar na escola antes da chuva cair, Amber me notou e veio em minha direção com um sorriso enorme.

            ㅡ Seja bem-vinda de volta sumida. - ela me deu um beijo na bochecha. ㅡ Está sabendo do que vai acontecer no final de semana que vem? - nego com a cabeça. ㅡ Ta atrasada hein!

            ㅡ Tudo bem senhora informações da escola e do mundo, o que vai acontecer de tão importante no final de semana que vem? - encosto em um armário.

             ㅡ Uriah vai dar uma festa enorme! - reviro um pouco os olhos. Uriah era o menino mais desejado da escola, um dos mais bonitos e com as melhores condições. A quem diga que Uriah era filho de herdeiros do país, mas ninguém nunca chegou a conversar tanto com ele e acabar descobrindo se era realmente verdade. Mas, todos sabiam que ele era podre de rico e tudo que quisesse, conseguia. ㅡ E nós vamos.

               ㅡ Pode ir tirando esse sorrisinho do rosto Amber, eu não vou. Aliás, você e o Luke não estavam juntos? - franzi as sobrancelhas.                 


ㅡ Longa história, te conto quando eu tiver paciência pra isso. - dei de ombros e a garota congelou. Não entendi bem o que estava acontecendo até perceber que ela olhava para algo (ou alguém) que estava atrás de mim, antes mesmo de eu falar algo ela puxa uma mecha de seu cabelo e começa a enrolar o mesmo. ㅡ U-Uriah... - respirei fundo e me virei, dando de cara com o rapaz. Me distanciei um pouco e Amber se aproximou. ㅡ Fiquei sabendo da sua festa...

            ㅡ É, vai ser em comemoração por eu ter me formado em oito cursos nesses últimos dois meses. - Uriah respondeu convencido. Olhou para Amber e deu um sorriso forçado, em seguida olhou pra mim e me mediu. ㅡ Oi Campball. - fiz um sinal com a cabeça em forma de "oi". ㅡ Quero te ver na minha festa.

           ㅡ Eu não...

         ㅡ Ela não vê a hora de chegar o dia. Não faz ideia do que vestir. - olhei com reprovação para Amber e Uriah deu um riso nasal.

          ㅡ Você combina com tudo Susan, tenho certeza que vai ficar linda com qualquer coisa. - Amber abre a boca e fica me fitando por alguns segundos, dou levemente de ombros e olho pra ela sem entender. Volto a olhar pra Uriah que ainda me olhava e suspiro baixo.

            ㅡ O que? - digo olhando pra ele.

         ㅡ Você está na frente do meu armário. - engulo seco e no mesmo momento o sinal toca, agradeço mentalmente e vou em direção a sala de aula.

      

                                                                 ***

       Estava na porta da escola com Amber e Em, as duas falavam sobre os planos de roupas pra festa de Uriah. Fiquei mexendo no IG aguardando que elas mudassem de assunto mas isso parecia impossível.

              ㅡ O que você acha Susan? - Em disse divertida me fazendo despertar.

              ㅡ Sobre o que? - perguntei sem muito interesse.

              ㅡ Sobre as roupas... - disse ela revirando os olhos. ㅡ É uma das festas mais importantes do colegial e você ta mongando aí. - reviro os olhos. ㅡ E pelo amor Susana, fica mais atenta... - a olho sem entender e a mesma faz um sinal devagar com a cabeça, me indicando para olhar um pouco pro lado. Viro a cabeça devagar, vendo Uriah me encarando de longe com a roda do time. ㅡ Aposto vinte pratas que ele está afim de você.

              ㅡ Por mim, vai morrer na vontade... - disse sem muito ânimo e noto que havia uma Range Rover vinho parado um pouco atrás da penúltima árvore da calçada. ㅡ Justin? - disse um pouco baixo, apenas pra eu ouvir. O mesmo saio do automóvel e veio caminhando calmamente em minha direção, os grupinhos de meninas soltavam suspiros quando ele passou e suas expressões eram estranhamente engraçadas. Segurei firmemente a alça da mochila e encostei na parede, Amber veio para meu lado e apertou um pouco meu braço.

               ㅡ É impressão minha ou o membro gostoso do teatro está vindo pra cá?

               ㅡ Não, não é impressão. - Em respondeu a dúvida da Amber. Suspirei sem querer dar muita atenção para aquilo tudo, até que Justin para em minha frente e sorri educadamente pras meninas.

              ㅡ Oi, vocês devem ser as amigas da Susan... - ele estende uma das mãos para cumprimenta-las e observando a reação das duas, poderia julgar que iriam se derreter.

              ㅡ M-melhores amigas senhor. - Amber respondeu umidecendo os lábios e o observando.

              ㅡ O que veio fazer aqui? - perguntei sem muito interesse e acabei despertando as garotas.

              ㅡ Susana, isso não é jeito de se falar com o rapaz que você nem conhece. - Amber me repreende e eu reviro os olhos.

              ㅡ Não se preocupe. - Justin diz. - Susan e eu temos uma boa relação. - as meninas me olham sem entender.

              ㅡ Justin é meu padrasto. - Amber arregala os olhos e Emily fica de boca entreaberta. ㅡ Veio me vigiar? - Justin nega com a cabeça e da um sorriso de canto.           


  ㅡ Vim te buscar pra aula de teatro, lembra? - droga, eu tinha esquecido completamente desse detalhe. Olho pra ele e acabo por assentir positivamente. ㅡ Vamos. - ele faz um sinal com a cabeça para que eu o siga e assim o faço, aceno para as meninas depois de alguns passos, escutando alguns cochichos.

                Justin abriu o carro e assim que entrei, joguei minha bolsa no banco de trás. Ele ficou me encarando por alguns segundos e eu apenas observava o carro da frente. Ele deu um riso nasal e em seguida, deu partida. Fiquei pensando no acontecido e o quão ridículo aquilo foi.

            ㅡ Precisava mesmo ter ido me buscar na porta da escola Justin? Eu sei me virar.

             ㅡ Sério? Você nem se lembrava de que hoje tinha ensaio Susan. - ele diz enquanto fazia uma pequena curva.

              ㅡ Tem noção do quanto vão comentar de mim durante essa semana? Não... Espera... O mês inteiro. - ponho as mãos no rosto e respiro fundo. ㅡ Você estragou minha mera e humilde reputação Justin.

            ㅡ Eu não fiz nada. - ele responde divertido e ai percebo que tudo pra ele não passava disso: uma mera diversão. ㅡ Susan você precisa ser mais calma, mais confiante. Sou seu padrasto e ir te buscar na escola é uma coisa comum.

              ㅡ Se pra você, ser pega na escola com dezessete anos, pelo padrasto é uma coisa comum, não quero nem imaginar o restante. - ele sorri e eu acabo acertando seu braço com um leve braço, mas acabo sorrindo também. ㅡ Você tem que parar com isso. Agora todo mundo sabe que temos algum tipo de relacionamento.

                ㅡ Isso é bom... Ou quase bom, não é o tipo de relacionamento que eu quero mas tudo bem. - reviro os olhos e fico em silêncio.

           Era impressionante, eu agia de uma forma coerente pra nada de errado voltar a acontecer e Justin fazia absolutamente tudo ao contrário. Ele me testava, eu sabia disso, era como se tudo aquilo fosse um joguinho divertido pra ele e eu, era a peça principal.

            Justin estacionou o carro em frente ao teatro e me olhou, eu o olhei também e assim ficamos por alguns longos instantes.

               ㅡ Fica aqui. Eu não vou demorar. - o olho sem entender mas antes que eu pudesse abrir a boca pra dizer algo, ele sai do carro e bloqueia o mesmo. Fico ali, estética, por alguns segundos e por fim solto o ar que estava prendendo.

              Alguns minutos se passaram e nada de Justin voltar, estava começando a ficar impaciente e nervosa. Decido pegar meu celular, junto aos fones e começo a ouvir música, depois de alguns instantes acabo pegando no sono.

              Quando acordo, noto que já estávamos na rua de casa. Me ajeito do banco e olho pro Justin, que se mantinha focado em estacionar o carro. Desço do carro e pego a bolsa, deixando ele para trás. Entro em casa e noto um certo silêncio, palpitei de que estava sozinha em casa.

               ㅡ Mãe? - minha voz ecoa pela casa sem respostas.

              ㅡ Ela não está. - Justin responde atrás de mim. ㅡ Disse a ela que não iríamos demorar. - olho para ele sem entender e franzo as sobrancelhas. ㅡ Vamos jantar fora Susan. - ele sorri e se aproxima. ㅡ Espero que não demore pra ficar pronta. - fico encarando seus olhos claros e abro um pouco a boca, Justin sorri de lado e deposita um selinho rápido em meus lábios.

                                                         ***

                Chegamos no restaurante que Justin havia reservado um jantar, era encantador e chique. Ele se apresentou na pequena recepção que tinha na entrada e um homem elegante nos levou até a mesa que estava minha mãe. A mesma se levantou assim que chegamos e sorrio ao me ver.

             ㅡ Uau, olha só que moça mais bela! - ela me da um abraço não muito apertado e eu retribuo. Me sento em um lado da mesa e vejo Justin dar um beijo em minha mãe, como de costume. ㅡ E então querida, como se sente?

             ㅡ Cansada. - minha mãe da um riso e olha pra Justin.

             ㅡ Não era sobre isso que eu perguntava exatamente Susan... - olho pro Justin que a reprova com um olhar sério. ㅡ Ah droga...

          ㅡ O que estão escondendo? - pergunto olhando seriamente pro Justin e depois para mamãe.

          ㅡ Vamos jantar primeiro? - o garçom chega no exato momento em que Justin havia dito. Nos servimos e começamos a comer.

        ㅡ Como foi ter um motorista pessoal hoje Susan? - mamãe diz dando um sorriso.

         ㅡ Horrível. - digo sincera. ㅡ Me fez parecer uma criança que não sabe voltar sozinha pra casa.

         ㅡ Ah por favor filha, não reclama, Justin quer estar presente na sua vida e na do Tyler mais que tudo, não é querido? - olho pro Justin que abre um sorriso.

          ㅡ  Claro. É tudo que eu mais quero. Estar presente na sua vida Susan, todos os dias, te fazendo feliz e cuidando de você. - vi a malícia em suas palavras. ㅡ Quero ser mais que um padrasto pra você, quero ser seu amigo, seu protetor. - aquilo fez meu coração palpitar.

          ㅡ Isso não é desculpa pra ter ido lá, Justin.

          ㅡ Susan. - mamãe diz. ㅡ Me desculpe querido.

          ㅡ Não quero que vá me buscar de novo, apenas isso. - Justin da um sorriso um tanto forçado e apenas concorda. ㅡ Não foi tão difícil. - digo para minha mãe.

        Voltamos a comer e eu novamente permaneço quieta, os dois começam a falar sobre futuras viagens, trabalho e planos pra nova casa. Eu não via problema nenhum com a casa que estávamos atualmente, era boa e confortável. Justin era extremamente exagerado e achava que precisávamos de uma casa maior para futuros planos. No fundo do meu coração, tive um leve palpite em relação desses "futuros planos" e por algum motivo, orei mentamente pedindo para que não fosse filhos. Depois de alguns minutos, Justin estende uma carta pra mim e eu abro no mesmo instante para ler.

             "Cara senhorita Campball...

Nós vemos os seu desempenho em relação aos seus sonhos e nos sentiriamos honrados em fazer parte desse grande momento em sua vida. Seu instrutor, Justin, nós falou mais sobre seu potencial e sua força de vontade. Debatemos sobre sua pouca idade para essa situação, mas nenhuma desculpa foi colocada em primeiro lugar comparado ao seu talento. Por meio desta carta, gostaríamos de convidar a senhorita para viver o papel de Eva Scott Morag, a estrela principal da peça "Lembre-se de mim". A história relata um casal adolescente que acaba se apaixonando no colegial, a felicidade dos dois pareciam não ter fim, até o casal receberem o seu primeiro fruto: um bebê. Esperamos ansiosos pela sua resposta.

Atentamente, Academia de Teatro ll.

        Olhei para Justin que estava me observando atentamente, junto a mamãe. Engoli seco e senti meu estômago revirar de felicidade.

             ㅡ Eu fui... Eu... - tentava dizer algo mas nada saia.

             ㅡ Espero que aceite, eles gostaram muito de você, Susan. Nós realmente queremos você conosco.

             ㅡ C-claro que eu aceito. Meu Deus! Mãe, eles me querem com eles. - mamãe sorri animada e segura minhas mãos animadas.

        Tudo parecia um sonho, um sonho bom que eu nunca mais gostaria de acordar. Era incrível como tudo vem dado certo, nesse quesito, eu estava muito feliz por tudo que estava acontecendo e sabia que minha mãe também, isso a daria um orgulho enorme e era exatamente tudo que eu queria, ser o motivo de orgulho dela.

             ㅡ Você merece meu amor. - disse minha mãe.

           ㅡ É Susan, você merece. - Justin disse com um olhar encantador, retribui o olhar mas logo desviei.

                                                             ***

         O restante do assunto no jantar fora virado exatamente pra comentarmos sobre o a peça.

           Voltamos para casa e depois de dar boa noite pra mamãe, fui para meu quarto. Tomei um banho um pouco demorado, vesti meu pijama e me deitei.

                "Tenho uma notícia pra dar a vocês." - enviei no grupo que pertencia a mim, Emily e Amber. Porém, já estava tarde, palpitei que as meninas deveriam estar dormindo, coisa que eu também deveria fazer. Depois de rolar pela cama pensando apenas naquela carta, acabo por fim, pegando no sono.



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