História No Acorde do Amor - Pratos limpos - Christian

             Louco, desesperado…

Era assim que um certo Uzumaki estava. Era última aula, e sua atenção e foco já tinham ido embora desde aquela maldita ligação. Idiota ! - Se recriminava constantemente. Era culpa dele. Ele a deixou ir, e pelo estado dela, não devia tê-la deixado. Seu peito angustiado tinha razão, mas graças a Deus não havia acontecido nada sério. Só isso o mantinha na escola, a certeza de que ela estava bem.

O sinal bateu e se levantou, guardando suas coisas de qualquer jeito na mochila e saindo correndo pelos corredores, dane-se se era proibido. Nem se despediu dos amigos, só jogou a bolsa no porta malas  e saiu em alta velocidade. Não podia esperar mais um único segundo para ver sua Hime. Estacionou na primeira vaga que viu e entrou no hospital, perguntando sobre a morena.

  - O senhor é o que dela ? - A recepcionista perguntou, o olhando.

  - Sou o… - Se cortou, fechando os olhos, mas logo os abrindo e forçando um sorriso. - Um amigo.

  - Tudo bem, senhor Uzumaki, ela está com visita agora, então verei o que posso fazer. - Ela sorriu simpática, mandando uma enfermeira até o quarto da Hyuuga.

  - Visita de quem ? - Deduziu que poderia ser o pai de mesma, então já se preparava para inventar a melhor desculpa que conseguisse.

  - O namorado dela. Ele está aqui a quase três horas. Não saiu do lado dela. - Disse e suspirou, como toda mulher romântica ao extremo faria.

O loiro arregalou os olhos e fechou os punhos de raiva. Namorado ? Ele era o namorado ! Não tinha outro, só estavam em segredo. Assentiu para a mulher e se sentou em alguma cadeira se forçou a permanecer calmo. Sua mente fazia várias suposições algumas boas outras nem tanto, até ver a enfermeira que tinha saído para ver se Hinata queria visitas apareceu na sua frente.

  - Senhor Uzumaki ? - O mesmo somente assentiu. - Bom, ela está dormindo. Se quiser vê-la, é só me acompanhar.

  - Sim… E o “namorado” ? - Perguntou com um sorriso sarcástico.

  - Dormindo também. Venha.

Acompanhou a mulher até o quarto 133, que mostrava que o caso não era grave e que em breve ela teria alta, ela abriu de leve a porta e saiu, deixando o loiro sozinho, então entrou. Seu coração disparou. Seus olhos analisavam o casal dormindo calmamente na cama, com a Hyuuga em cima do corpo do rapaz que Naruto não fazia ideia de quem era. As pernas se emaranhado uma na outra, enquanto os braços dele estavam possessivamente em volta das cintura de morena. Rapidamente saiu e fechou a porta com certa força e caminhou a passos raivosos para longe do local.

Entrou no carro, batendo a porta com brutalidade, deixando a testa colar no volante. Socou o mesmo com força e controlou o grito de raiva que queria dar. Desgraçado ! Ele iria matar aquele cara e depois teria uma conversa com Hinata sobre o respeito mútuo entre eles.Dirigia apressado para sua casa e iria, no mínimo, levar umas duas multas, mas não estava ligando.

Deixou o automóvel na garagem, entrando em casa. Sua mãe foi comprimenta-lo, mas só se desviou dela. No seu estado atual, acabaria brigando com ela. Entrou no quarto e trancou a porta. Tirou a roupa, jogando as mesma pelo chão e entrando no Box. Ligou o chuveiro e então a água fria tocou seu corpo. Tomou um banho rápido e sentiu gotas quentes, agora molhando sua face. QUE RAIVA ! Era para ele estar no lugar daquele cara. Ele era o verdadeiro “namorado”, não era ?

Saiu do banheiro, se dirigindo para o quarto e colocou a primeira roupa confortável que viu e se jogou na cama. Queria dormir, esquecer, voltar no tempo, entre outras coisa. Mas nada acontecia. Sua cabeça estava a mil,  tentando achar uma explicação plausível para a cena nada agradável. Claro, eles estavam só dormindo, mas, será que ele sabia que ela estava consigo ? Afinal, oficialmente, ele é Hinata não tinham nada e isso deixava caminho livre para cantadas, convites para sair… E se ela fosse embora de novo ? Não. Iria lutar por ela. Não importa o que teria de fazer.

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Naquela mesma tarde ganhará alta. Tinha só um pequeno curativo na testa, que a morena queria arrancar com todas as forças. Seu pai, chegou às 20:45, aparentemente esgotado para assinar sua alta. Fez uma rápida apresentação entre Christian e o Hyuuga, que o olhava vez ou outra pelo canto do olho, mas o Grey se mostrava impassível e calmo, enquanto brincava com uma mecha do cabelo da jovem. Entraram no carro do Hyuuga e o silêncio desconfortável pairou sobre eles.

  - Então rapaz, de onde você conhece minha filha ? - O patriarca quebrou o silêncio um tanto incômodo.

  - Nos conhecemos no colégio, Senhor Hyuuga. Fui incumbido de mostrar o local para ela e viramos amigos. - Respondeu, piscando para a morena, que sorriu cúmplice.

  - Já tem onde ficar ? Se quiser, as portas estarão abertas para recebê-lo. - O Hyuuga mais velho ofereceu cordialmente. Talvez o rapaz não fosse tão ruim como estava pensando.

  - Obrigado pela oferta, mas terei de recusar. Não quero incomodar.

  - Não trará incômodo algum. - Disse formal.

Hinata estava quase rindo com a pequena competição entre os dois. Christian sempre fora formal, porém, quando queria, sabia ser um ogro de tão grosso e um Iceberg de tão frio. Ele era como seu pai, em uma versão mais nova e gostava disso no moreno. Inclinou a cabeça, a deitando no ombro do Grey, que parou de falar, a olhando preocupado.

  - Só um momento, senhor Hiashi. - Pediu, e a colocou em seu colo, a acomodando em seu peito. - Está tudo bem ? - Ela assentiu, murmurando um “cansada” e o moreno assentiu. - Continuando, senhor Hyuuga. Eu não gostaria de causar infortúnio em sua residência.

  - Imagine, será um prazer recebê-lo em minha casa.

Hinata riu baixinho e se permitiu pensar em outra coisa. Algo que a estava incomodando e muito. O fato de Naruto não tê-la visitado. Sentiu falta dele. E conhecendo bem o loiro, assim que saísse da escola, ele iria vê-la, mas preferiu deixar para lá. Talvez tenha acontecido algo importante, tanto que ela nem ligou para o mesmo. Vai que atrapalha ? Decidiu não arriscar.

Depois de deixar Christian no Tókio Palace, pai e filha foram para casa. Hiashi fez questão de acompanhá-la até o quarto e no percurso, recebeu um abraço de urso da irmã mais nova, que estava com os olhinhos meio vermelhos e mesmo com seus 13 anos completos, pediu para dormir com a mais velha, coisa que Hinata nunca negaria. Seu pai lhe deu um casto beijo na testa quando a deixou de frente aos aposentos da morena e fez cosquinha em Hanabi, lhe desejando “Boa noite” e saindo para entrar no próprio quarto.

Hinata tomou uma ducha rápida para tirar aquele cheiro de hospital de si e colocou um pijama leve, se deitando com a irmã, que já estava pronta para dormir e a acomodou em seus braços. Hanabi se agarrou em Hinata, colocando o rosto entre os fios azulados.

  - Você não vai me deixar, né Hina ? - Perguntou baixo. - Você vai ficar comigo pra sempre, não é ?

  - É claro que eu vou, meu bem. Eu sempre vou estar aqui. Afinal, somos irmãs. Pra sempre, minha pequena. - Responde a menina, apertando seu braços em volta dela. - Agora durma, querida.

Hanabi sentia a voz de Hinata atingir seu íntimo como se fosse a voz de uma mãe. Calma e doce. Compreensiva e firme. Somente a mais velha tinha esse poder sobre si. Hinata era mais que sua irmã. Era a mãe que nunca teve.

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Seu “despertador” vermelho gritou seu nome no andar de baixo, o acordando “carinhosamente” como toda mamãe faz. Se levantou, indo para o banho, caso contrário não acordaria e após fazer sua higiene matinal, colocou o uniforme, e desceu para a cozinha, dando um beijo na testa do furacão vermelho, que limpava a sujeira que fez na cozinha, tentando fazer panquecas. Receoso, provou um pouco da mesma e se surpreendeu. Estava gostoso, maravilhoso. Como as do…

Largou os talheres e o prato, subindo as escadas correndo e indo até o quarto de sua mãe, que tinha um sorriso fraco nos lábios. Abriu a porta de forma afobada, dando de cara com outro loiro, agora mais velho que guardava as roupas novamente no guarda roupa. O mais velho sorriu sem graça para o filho, pois Kushina lhe havia relatado a revolta de seu primogênito, e esperava qualquer coisa, menos o abraço que o mais novo lhe deu. Apertado e cheio de saudades.

  - Senti sua falta, papai. - Mesmo sendo infantil chamá-lo daquela forma, não pode evitar. Foram quase dois meses sem se verem, nem por ligação.

  - Eu também senti, meu filho. - Retribuiu o abraço, logo o afastando e o olhando melhor. - Você está tão grande. - Naruto riu.

  - Estou do mesmo tamanho, pai. - Afirmou.

  - Não, você cresceu mais. - Contradisse, bagunçando os cabelos do filho.

  - Seu pai tem razão, filho, você está maior, mas agora é hora de ir para escola. - Disse a ruiva aparecendo no batente da porta.

  - Sim. - Deu mais um abraço no pai. - Por favor, não deixa a mamãe fazer a janta. - Murmurou.

  - Pode deixar. - Murmurou também, rindo. - Agora vai, se não vai se atrasar.

  - É, e eu tenho que tratar de um assunto importante. - Sorriu fraco e se despediu dos pais.

  - Agora, eu vou tratar de outro assunto importante. - Kushina puxou o marido pela cintura e o loiro corou, entendendo perfeitamente as intenções da esposa.

  - Sim, vamos tratar desse assunto agora, pimentinha. - Sussurrou e a jogo na cama, tomando os lábios dela em um beijo desejoso.

  - Minato… - O Namikaze a olhou sorrindo. - Eu te amo.

  - Eu também. - Respondeu, colando a testa na dela, sentindo ela o colocar por baixo.

Sorriu malicioso ao ver a ruiva tirar o vestido sem cerimônia nenhuma. A saudade queria que fosse rápido e daria a ela a melhor “Boas vindas” de todas.

(...)

Se encostou no carro, esperando pela morena, que chegaria logo, afinal, a mesma era sempre pontual. Sakura e Sasuke foram até ele, iniciando uma conversa que em nada chamava sua atenção, mas todos pararam de conversar ao ouvir o motor potente de um Camaro preto que estacionava um pouco distante deles. A porta do motorista se abriu e Naruto fechou a cara, vendo “Aquele cara” arrumar a gola da camisa polo branca. Ele foi até a porta do passageiro e abriu ajudando a Hyuuga a sair, enlaçando a cintura da mesma. A expressão séria não parecia em nada incomodar a morena, que sorria constrangida e falava algo para o outro que sorriu quase que imperceptivelmente. Ambos caminharam na direção dos amigos de Hinata sobre o olhar de alguns alunos.

  - Bom dia, gente. - Hinata comprimentou, ganhando um abraço de Sakura.

  - Sua louca, nunca mais vai andar de moto, ouviu ? - A rosada disse brava, e a morena riu. - Não é pra rir. Você podia ter se machucado.

  - Mas não me machuquei. - Dizia calmamente. - Está tudo bem, mesmo. Não precisa se preocupar.

  - Mesmo assim, Hina, tome cuidado, ok ? - Sasuke se pronunciou enlaçando a cintura da namorada.

  - Obrigada, e pode deixar, Sasuke-Kun. - Sorriu dócil e olhou para Naruto. Notou a fúria escondida no olhar azulado. - Bom, eu não apresentei ainda… Pessoal, esse é o Christian, o meu…

  - Namorado. É prazer finalmente conhecê-los. - Interrompeu a Hyuuga, e todos menos o Uzumaki arregalaram os olhos.

Sakura analisou o moreno ao lado da amiga com cautela. Ele tinha uma expressão calma, sem demonstrar nenhum traço de mentira, e… bem, era um maravilhoso exemplar masculino. Olhou para Naruto, notando a raiva que exalava dele. Bom, não era para menos.

  - Namorado ? - A voz de Ino atingiu a todos como um raio estridente. A boca da loira estava aberta em um “O” perfeito.

  - Christian… - A Hyuuga ia tentar dizer algo, mas o Grey a interrompeu novamente.

  - Hinata falava de vocês. - Disse calmamente, sem tirar a seriedade de sua feição. - Você deve ser Ino, correto ? - Perguntou, olhando para a loira, que assentiu devagar, surpresa. - Sakura, Sasuke, Gaara e… - Parou levemente, encarando o loiro e puxou Hinata pela cintura, a deixando mais próxima de si. - Naruto, certo ?

  - Isso, mas desde quando chegou ? Quer dizer… - Sakura perguntou, tentando não ser grossa com o moreno, mas ele estava estragando todo o seu plano.

  - Peguei o primeiro voou para cá assim que soube que a Hina tinha sofrido um acidente. - Respondeu calmo.

  - Interessante. Você chegou rápido, né ? - As safiras flamejante se encontraram com os cinzas claros.

  - Sim. Mas existe uma coisa chamada amor de verdade, que a propósito, você não conhece, que te avisa quando algo ruim vai acontecer, a ligação que recebi só confirmou. - Disse num tom desafiador. - Hina, eu vou indo, cuidado, ok ? Venho te pegar para darmos uma volta antes deu ir.

Hinata apenas assentiu, estava confusa e Christian não estava ajudando. Sabia perfeitamente, que, mesmo depois de algum tempo sem realmente namorarem, ele ainda sentia algo por ela e não queria magoá-lo. Ele era o melhor de si. Acordou de seu transe com os lábios do Grey sobre os seus, suspirou passando os braços pelo pescoço dele, afastando suas bocas e o abraçando.

  - Vou estar esperando… - Ele sorriu para si e saiu das dependência do colégio. - Será que, pelo menos, vocês poderiam tê-lo tratado um pouco melhor ? - Perguntou olhando para todos eles, chateada.

  - Claro. - O loiro respondeu irônico. - Só avisa quando o seu namorando for vir e beijar você para que “nós” estejamos preparados.

  - É melhor você não abrir a boca pra falar algo dele. - Disse, agora séria. - Eu e ele passamos por mais coisas juntos do que você pode imaginar.

Se virou e saiu dali. Não queria brigar com seus amigos. Christian também havia passado dos limites e agora teria de enfrentar um Uzumaki furioso, que provavelmente, não saberia lidar com a situação como gostaria. Torcia internamente para que ele fosse maduro o suficiente e entendesse que ela iria conversar com o moreno, mas, como o Grey reagiria ? Ele era o único que a tinha visto em um estado deplorável, onde todos os seus pensamentos eram convertidos em lágrimas de desilusão. Ele que a ajudou, que a animou, que a fez dar a volta por cima. Se lembrava de cada vez que ele a levará para “espairecer”, quando ficava doente por não comer, era ele que estava lá, junto a ela. Como diria a ele que estava na hora de manterem a relação como a de “Apenas Amigos” ? Afinal, “Apenas Amigos” eles nunca foram, mesmo depois do término. Se beijavam e iam para cama como namorados.

Suspirou. Será que valia a pena, trocar Christian Grey, o homem que a amou de verdade, por Naruto Uzumaki, que a usou e jogou fora ? Ela e o loiro nunca passaram por momentos difíceis juntos. Como seria ? Fechou os olhos, sentando na cadeira. Será que amar Naruto novamente, faria bem para si ? E se acontecesse de novo ? Ou se eles terminassem por qualquer motivo, ela teria Christian para reerguê-la ?

O moreno ia embora em breve, ele não podia ficar muito tempo, graças às aulas. Pronto, outra coisa que fazia o Grey melhor que o Uzumaki. O moreno largava tudo e qualquer coisa para ficar perto, protegê-la. Mas e Naruto ?

Todos os questionamentos apontando Christian como resposta, mas, porque seu coração não parecia aceitar ? Era tão difícil assim sua razão e sua emoção concordarem ?

  - Por é tão difícil, meu Deus ? - Questionou, e arrumou a postura ao ver o temido professor Orochimaru entrar na sala.

(...)

E lá estava ele, sentado em sua carteira, pensando em várias formas dolorosas e vagarosas de matar aquele filho de um orangotango que havia ousado beijar Hinata na sua frente. Desgraçado. Ele podia fazer tudo menos tocá-la. Ela era sua. Sua pequena e amada princesinha. Só de pensar que ele e deve em seus braços primeiro… Aahh, seu sangue fervia em fúria. Não que isso importasse. Não a amava menos por causa desse detalhe, nunca. O que o irritava era o fato de não poder fazer NADA. Isso o deixava “P” da vida. Ele não podia chegar e dizer : “Ei, o que você está fazendo com a minha namorada ?”.

Era só isso que ele queria. Poder gritar para o mundo inteiro que ela era sua de verdade. Colocar um anel no dedo dela, levá-la para conhecer sua família, viajar com ela, fazer amor com ela tendo a certeza de que no dia seguinte ela estaria ali, conhecer a família dela, construir uma vida junto daquela mulher, mas será que era isso que “ela” queria ? Será que ela estava com ele apenas para se vingar ?

O sinal tocou, interrompendo seus pensamentos. Caminhou rapidamente até Sakura, e pediu para que ela falasse para Hinata ir até a sala abandonada do terceiro andar, que foi desativado. A rosada, lhe pareceu meio receosa em aceitar, mas apenas assentiu. Nem pensou em uma desculpa para chamá-la lá, só agradeceu, sem prestar atenção no que o Haruno dizia a saiu da sala.

Pegou algo rápido para comer e subiu as escadas, até a sala, que estava cheia de carteiras velhas. Se sentou em uma cadeira qualquer e começou a comer devagar. Não tinha pressa alguma em terminar. Quando estava na última porção, ouviu a porta ser aberta e olhou na direção da mesma, que estava meio pálida, provavelmente de nervosismo, mas não deu bola e se levantou caminhando até ela, fechando a porta, e tentando manter sua expressão o mais seria possível.

  - Vamos conversar, Hinata. De verdade agora.Temos muitos assuntos a tratar. - Disse, voltando a se sentar.

  - Sim. - Viu ela pegar um cadeira e se sentar à sua frente. - Quando quiser.

  - O que foi aquela cena na entrada ? - Perguntou diretamente, não queria enrolação, queria a verdade.

  - Meu ex-namorado demonstrando afeto.

  - Jura ? Pois parece que ele não acha que é o ex, afinal ele aje como se fosse o atual. - Disse cruzando os braços.

  - Naruto, ele só me trata com carinho e amor. Claro, talvez eu e ele não tenhamos nos acertado muito bem após o término, mas não é motivo para você ficar com raiva.

  - Ele beijou você ! - Afirmou, aumentando o tom de voz.

  - Eu sei. Por isso que vou conversar com ele. Mas, será que vale a pena ? - Ela o olhou entristecida.

  - É o que estou começando a me perguntar. Vale a pena, eu ficar sendo o idiota que corre atrás de você, para ficar vendo outros te beijando ? - Perguntou, a olhando fixamente. - Porque que hoje, você me pareceu uma…

Hinata arregalou os olhos, mas logo sorriu de lado. Seu coração se encheu de raiva e então seu lado Hiashi entrou em ação. Sua expressão ficou fria, seu olhar indecifrável e cruzou os braços e as pernas.

  - Manda ver, fala.

  - Como uma vadia. - Disse baixo, mas o suficiente para ela ouvir.

  - Eu podia te dar um belo tapa por isso. - Comentou fria. - Mas, sabe, talvez esteja na hora da gente dar um tempo.

   - Nem pense que eu vou deixar você fugir do problema. E tem uma coisa que quero te perguntar. - Hinata ergueu a sobrancelha, esperando. - Por que você quer esse tipo de relacionamento ? Você já me disse, mas me explica de novo. Você disse que não queria começar algo sem ter certeza de seus sentimentos.

  - Naruto, você ainda não notou que eu estou com medo ? - O olhou seria. - Eu não quero me machucar de novo…

  - Mas está me machucando ! - Afirmou, puxando os fios loiros.

  - Você nem sabe a dor que eu senti e não vou ficar me lamentando pra você sobre isso, mas quer saber quem estava lá para me ajudar ? - Ambos se encaravam com rancor.

Naruto sabia perfeitamente de quem ela falava. Isso o fez se sentir um lixo perto daquele rapaz. Foi ele quem havia cuidado dela, a alegrado, enquanto ele não fazia nem ideia de nada.

  - Eu sei… - Respondeu baixo. - Ele é seu porto seguro assim como um dia eu fui. Eu te magoei é um pedido de desculpas não é o bastante para reparar um erro como o meu, mas, se me aceitar de verdade, eu vou poder provar pra você que pode ser diferente. Eu não vejo a hora de colocar uma aliança em você, conhecer sua família, te apresentar para a minha…

  - E se não der certo ? - O olhou aflita, se levantando, vendo o Uzumaki fazer o mesmo.

  - Não existe essa segunda opção. Eu já te amo, você é meu porto seguro, Hina. - Tocou o rosto dela, acariciando ali com sutileza. - Mas eu também preciso ser o seu, meu amor… Você precisa se jogar como eu já me joguei. Chega de joguinhos. Se entrega pra mim, porque dessa vez eu não vou te decepcionar.

  - Mas...

  - Shi… Chega de “Mas”. Pense no que eu disse. É difícil ? É. Esquecer o passado e começar de novo não é fácil, mas é o único jeito… - Beijou a testa dela com carinho. - Pense nisso, e me dê uma resposta depois, tá ?

Ele se afastou, indo até a porta e a abriu. Olhou para ela e sorriu fraco. Agora era com ela, a decisão era apenas dela. Se ela aceitasse, ele seria o idiota mais feliz do mundo, caso não… Bom, caso ela não o quiser, nem sabia ao certo o que fazer.

  - Eu te amo, Hime.

E se foi, deixando uma Hyuuga confusa, emocionada e aliviada. Agora estava tudo em pratos limpos, era só fazer sua escolha, mas qual ?