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História No amor e na guerra - Capítulo 5


Escrita por: Mawzeenistica

Notas do Autor


Olá pessoal,
Dessa vez demorei um pouquinho, mas voltei...
Então..vamos às apresentações..rs...

Boa leitura a todos e não se esqueçam de comentar o que estão achando.

Capítulo 6 - Capítulo 5



Kuwait - Al Jahra

Um calor escaldante era o que esperava os americanos que haviam desembarcado há alguns minutos, após as oito horas de vôo ininterruptas.

Mais do que o incômodo que vem com o clima seco e o calor latente, o sentimento que predominava nos sentidos de Piper era de ansiedade, ela não tinha certeza se jamais havia se sentido assim, era como se toda sua vida estivesse prestes a mudar para sempre.

Na verdade sua vida já havia sido transformada no momento em que decidiu acompanhar Richard à zona de conflito no Oriente médio. Não é necessário dizer que sua família não ficou nada satisfeita com sua decisão, muito menos que seu noivo e melhor amiga praticamente tiveram um surto psicótico quando perceberam que não conseguiram dissuadir Piper.

Piper permaneceu firme em sua decisão, não poderia esperar que pessoas que não compartilham de seus valores pudessem entendê-la ou sequer simpatizar com seus motivos.

Seus pensamentos são interrompidos pelo seu nome sendo chamado por Richard, acompanhado por outras três pessoas. Um dos homens, que logo se apresentou como Sargento Stone.

- Boa tarde Senhora Chapman, como deve saber, nossa unidade médica anterior foi atacada, por isso os senhores estão aqui. - Disse o homem lhe estendendo a mão e continuando.

- Estes são o doutor Lucas do Arizona e a Tenente Benson, eles se juntarão a vocês na unidade médica. - Apresentou a todos, que se cumprimentaram cordialmente.

- Devo informar-lhes que, optamos por segurança, não estabelecer a base médica na mesma região da anterior. Embora não haja indícios de tropas inimigas próximas ao local, já é uma localização conhecida por eles. - Disse o homem.

- Já existe uma nova área designada para este fim? - Pergunta a doutora, atenta às informações que o homem compartilhava.

- Sim Senhora. Recentemente uma base tática  foi montada há 300 km ao norte daqui, então temos ordens para que a unidade médica seja anexada a esta base.

Piper  encara o homem com um semblante preocupada e em seguida o questiona.

- Sargento, compartilharmos a base com equipes táticas não nos coloca também como possível alvo de ataque?

- Não se preocupe Senhora, tomamos a liberdade de designar alguns oficiais para acompanhá-los e garantir que permaneçam seguros. - Afirma Stone em tom cordial.

- Aguardaremos o carregamento dos equipamentos que trouxeram consigo e que serão montados na nova unidade médica, e a chegada dos oficiais que os acompanharão à  base. - Finaliza o sargento. - Agora se me dão licença, preciso auxiliar no carregamento.

Com isso o sargento parte, deixando os quatro médicos recém apresentados na tenda principal, para que pudessem se conhecerem melhor, enquanto aguardavam a chegada dos oficiais que os escoltariam até a base.

 

Enquanto isso na base tática…

 

- Tenente Nichols. - Chama Vause da tenta central.

- Sim Capitã. - Responde Nichols, indo até ela.

- Chame Mendes e Diaz, preciso fazer um comunicado a vocês.

- Sim Capitã. - Responde Nichols já saindo em busca dos demais.

Mas antes que pudesse se afastar, Vause a chama de volta.

- Nichols, como está Bennett? - Pergunta com semblante preocupado.

- Não muito bem Alex, a febre continua e o braço permanece bastante inchado. - Responde Nichols.

Alex apenas assente com a cabeça e a Tenente sai em busca dos demais oficiais.

Alguns minutos depois os três retornam até Vause, que ao notar sua presença levanta-se da cadeira, suspendendo seus óculos para encará-los.

- Como sabem, após o ataque à base médica, nosso governo se dispôs a enviar uma nova unidade para substituí-la, e a mesma chega hoje. - Respirando profundamente, sem esconder seu descontentamento ela continua.

Sem querer se prolongar mais, Vause apenas informa de uma vez:

- Nos designaram a tarefa de os escoltarmos até aqui, mas não apenas isso, nós teremos que garantir a segurança dessas pessoas em tempo integral enquanto estiverem aqui.

- O que?! - Respondem os três oficiais em uníssono, com seus olhos arregalados.

- É o que os senhores ouviram. - Diz a Capitã que permanece com sua expressão neutra.

- Capitã, nós viemos aqui como uma unidade tática de comunicação, não como guarda-costas! - Diz Mendes indignado.

- Senhora, com todo respeito, já estamos em uma zona de conflito, mas nos deslocarmos juntamente com a equipe médica nos torna um alvo itinerante, e não somos uma equipe treinada para combate direto, como uma unidade da infantaria. - Argumenta Diaz.

- Senhores, estou ciente que esta não era nossa missão inicial, porém, são as ordens que recebemos da Major Reznikov, logo, nada disso está aberto à discussão. - Certificando-se que sua mensagem havia sido clara, Vause continua.

- Devo informá-los que nossa tarefa é ainda mais delicada, pois esta equipe não é composta apena por médicos oficiais. Há também médicos civis que se voluntariaram, logo, não têm qualquer treinamento de combate ou manuseio de armas, portanto, nossa atenção deve ser redobrada.

Os oficiais a olham perplexos, mas permanecem em silêncio, até que Nichols se manifesta.

- Quer saber? Já que estamos arriscando nossos pescoços nessa “missão improvisada” de proteger este pessoal, espero que no mínimo mandem alguma enfermeira gostosa. - Diz a tenente, arqueando as sobrancelhas maliciosamente.

Os dois homens acenam suas cabeças, parecendo concordar com ela, enquanto Vause apenas revira os olhos e finaliza a conversa dizendo:

- Sairemos para Al Jahra em 30 minutos para escoltá-los até aqui. Mendes, Dias, preparem o JLTV e os fuzis, os vejo em 30 minutos. Dispensados.

O percurso até a base de Al Jahra foi feito sem quaisquer incidentes, mas por algum motivo que desconhecia, a capitã se sentia ansiosa, angustiada, como se algo muito importante estivesse por vir.

Ao chegarem à base, Vause dirigiu-se ao oficial no comando e após uma breve conversa com o mesmo, direcionou Mendes e Diaz para carregarem os suprimentos que também levariam para seu acampamento.

Feito isso, seguiram a um oficial que se apresentou como Sargento Stone até a tenda principal, onde o corpo médico que compunha a nova unidade esperavam por eles.

Ao entrarem na tenda observaram quatro pessoas de costas conversando, sentadas em duas banquetas próximas à uma grande mesa coberta por mapas e papéis. Ao notarem que tinham companhia, os quatro viraram-se ao mesmo tempo encarando os recém chegados a tempo de vê-los retirar seus fuzis do ombro descansando-os ao lado da mesa onde estavam.

Os dois homens e as duas mulheres puseram-se de pé para as apresentações formais.

- Capitã Vause, estes são Doutor Lucas do Arizona - Disse o sargento, apresentando um homem alto e negro, que estendeu a mão à capitã cumprimentando-a.

- Tenente Benson - Continuou o sargento, apontando para mulher alta, morena de olhos azuis que por sua vez a cumprimento com continência, enquanto Vause lhe acenou com a cabeça.

- Doutora Chapman de Boston - Alex observou curiosamente a médica loira, quase tão alta quanto ela e de olhos azuis, que lhe estendia a mão, enquanto também a olhava nos olhos.

Vause apertou a mão da médica sem tirar os olhos dos dela por um instante sequer. Não sabia explicar o que sentiu ao tocá-la, mas sabia que isso não era nada  bom.

Chapman, por sua vez, se limitou a encarar a morena alta, observando o quanto a oficial morena parecia intimidadora naquela pose altiva e olhar penetrante, apesar dos traços suaves de seu rosto.

A troca de olhares foi interrompida pelo sargento Stone, que apresentou à capitã o último  médicos.

- E este é o Major Figueroa. - Vause imediatamente se recompôs e assumiu posição de sentido, olhando diretamente para o homem, que também lhe respondeu com um aceno de cabeça.

Após apresentá-los o sargento se retirou, informando a capitã que poderiam partir para o acampamento tático assim que lhes fosse conveniente.

Houve um longo momento de silêncio na tenda até a capitã se pronunciar pela primeira vez.

- Senhores, senhoras, como foi disse o sargento Stone, sou a Capitã Vause. Fui encarregada de comandar a missão da equipe tática que estabeleceu a base de comunicação há alguns quilômetros daqui, e para onde os levaremos conosco. Portanto, a unidade médica ficará anexada à base de comunicação. - Disse Vause.

- Para isso, nossa equipe tática foi subdivida, e a parte que está aqui hoje está encarregada de garantir a seguranças de vocês. - Dizendo isso ela lança um olhar em direção ao doutor Lucas e em seguida à doutora Chapman. Ambos atentos às suas palavras.

- Então, tendo em vista que nem todos vocês são oficiais e estarão sob minha responsabilidade, gostaria de estabelecer algumas regras. - Ao dizer isso, a capitã pode observar de canto de olho a médica loira estreitar os olhos.

- Enquanto estiverem sob meu comando na base, não devem afastar-se do perímetro do acampamento sob nenhuma hipótese. Não devem utilizar quaisquer tipo de aparelhos de comunicação além nossos rádios para comunicação interna, e a comunicação externa é permitida a cada quinze dias e deve ser previamente agendada. Não devem, sob qualquer hipótese circular sozinhos mesmo que pelo acampamento. - Começando a andar pela tenda Vause continuou…

- Dentro do possível, seus turnos de atendimento deve obedecer os horários de troca de turno dos oficiais que os estiverem acompanhando, bem como seus horários de refeição e descanso. - Antes que pudesse continuar, a capitã é interrompida pela médica loira que agora a encarava com um olhar de incredulidade.

- Desculpe, mas isso me parece um exagero, afinal, somos médicos, não prisioneiros. - Diz Chapman.

Vause olha intrigada para a mulher, irritada por ser interrompida e contrariada e então a corrige.

- Capitã Vause.

- O que? - Pergunta a médica sem entender.

- É assim que deve se dirigir a mim, Capitã Vause. - Diz Alex impondo o tratamento por sua patente com um olhar superior.

A médica a encarou incrédula, o único pensamento que passou por sua cabeça no momento foi “Que mulherzinha mais arrogante!”, mas não se abateu, e com um tom debochado respondeu:

- Com todo respeito, Capitã Vause, - Piper começa a falar novamente, enfatizando a patente pela qual a mulher exigira ser chamada. - Somos uma equipe de médicos, não um grupo de prisioneiros que precisa ter cada passo acompanhado.

- Senhora Chapman, nós… - E novamente Alex é interrompida pela médica, que a corrige dessa vez.

- Senhorita. - Diz Chapman.

Serrando os olhos para a médica, a capitã se aproxima vagarosamente da mulher, parando há poucos centímetros de seu rosto.

Senhorita Chapman, nós estamos em uma zona de combate, e caso não tenha notado, a liberdade de ir e vir por aqui anda bastante escassa para todos. - Ela afirma com sarcasmo, seus olhos queimando de fúria, e após alguns segundos encarando os olhos azuis da médica, retoma a seriedade continua.

- Minha unidade e eu fomos designados para mantê-los seguros, e é o que faremos, afinal, se vocês forem feridos, terão que ser operados por nós, - Diz com um sorriso cínico nos lábios. - e acreditem, a tenente Nichols logo alí, embora seja prestativa - diz apontando para a mulher baixinha e loira ao lado dos dois homens que chegaram com ela - é disléxica, não acho que gostariam de tê-la como sua melhor chance de sobrevivência.

Calando definitivamente a médica que a olhava furiosa, a capitã se afasta e se dirige aos demais médicos na sala, que acompanhavam a discussão em silêncio.

- Como eu dizia, não é nossa intenção invadir a privacidade dos senhores, mas é nosso dever mantê-los seguros, então, espero que possamos contar com a colaboração de todos vocês. - Diz olhando diretamente à médica loira, que embora parecesse descontente, não disse mais nada.

- Fico feliz que estejam de acordo. - Diz Vause. - Senhores, estes são os oficiais Mendes, Diaz e a Tenente Nichols, e nós quatro seremos bastante próximos de vocês pelos próximos dias.

Aproximando-se da saída da tenda a capitã se vira, olhando para sua equipe ela diz.

- Oficiais, ajudem os doutores a levarem seus pertences ao blindado, partiremos para o acampamento imediatamente. - Virando-se novamente para os médicos, ela sorri dizendo. - Sejam todos bem vindo a Al Jahra.

Com isso, Alex deixa a tenda, indo em direção ao blindado com apenas um pensamento em sua mente... “Se esta médica burguesinha pensa que isso aqui é um passeio no shopping ela está muito enganada. Garotinha irritante!”.

Definitivamente todos eles estavam em uma zona de conflito...


Notas Finais


Agora vai...


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