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História No Control - Sozinhos Na Floresta


Escrita por: HarryMadison

Capítulo 8 - Sozinhos Na Floresta


Louis não se esqueceu das palavras de Harry no ônibus. Ele não conseguiu dormir naquela noite; acabou tendo um pesadelo horrível no qual Zayn mandava mesmo alguém matar Niall para que não houvesse provas de que ele e seus amigos tinham sido os autores da queda do mesmo.

Rolou na cama por alguns minutos e começou a soar frio, de repente abriu os olhos assustado e sentiu sua garganta fechar. Louis olhou para o lado e viu que o relógio digital, perto da televisão, marcava duas horas da manhã. Se sentou na cama, se esforçando para não fazer barulho e acordar seu irmão, passou a mão por seus cabelos, até estes estavam suados. Louis levantou-se e foi caminhando em passos curtos e silenciosos até o banheiro.

Lavou seu rosto e olhou-se no espelho antes de sair; estava claramente cansado, as bolsas embaixo de seus olhos deixavam claro que tinha estado muito preocupado com o estado de seu amigo no hospital. Estava sendo horrível ficar sem notícias de Niall, sua mãe não queria que ninguém fosse visitá-lo. Louis trocou de roupa, afinal estava todo suado. Colocou uma calça de moletom preta e uma camiseta branca sem estampa. Desceu as escadas e foi até a cozinha beber um copo d'água.

Depois, foi direto para a sala e ficou na janela; abriu a mesma e ficou observando a rua vazia. Quando uma brisa forte se chocou com seu rosto, Louis tentou achar uma lógica que explicasse o por quê de Harry ter ido lhe avisar. Ele era um dos valentões ou era um dos bonzinhos? E se Zayn descobrisse sobre sua pequena escapada? Olhando a rua escura e vazia do outro lado, Louis tentou adivinhar em que momento foi que sua vida se tornou esse drama todo.

O garoto acabou adormecendo no sofá; sua mãe ao descer as escadas pela manhã, deixou que ele ficasse ali mesmo é faltasse á aula. Até ela sabia que seu filho estava precisando de uma folha de tudo isso. Louis acordou as dez e meia daquele dia; a casa estava silenciosa, ele se levantou e procurou por seu irmão e sua avó, mas nem um dos dois estavam lá. Talvez estejam no parque. Pensou ele. Deu de ombros e agradeceu por ter perdido a hora e não ter ido para a escola; tomou um banho longo e se trocou, colocando uma calça jeans, uma blusa preta de mangas comprida; uma touca vermelha, deixando apenas um pouco de sua franja para fora; e calçou seu par de vans brancos. Louis saiu de casa sem comer nada, apenas pegou seu celular e fones de ouvido e, foi para o lugar mas inusitado. Ele foi para a montanha quebra-ossos.

Harry estava com o olhar distante durante o intervalo, não quis comer nada; já na sala, nem ao menos abriu sua mochila. Estava se sentando longe de Zayn e Drake. O que eles estavam achando muito estranho. Harry ficou desse jeito até o fim da aula, que não demorou para chegar.

O sinal nem tinha terminado de soar e Harry já estava no corredor. Ele escutou a voz de Zayn gritar seu nome, mas não se virou ou parou para conversar com este. Foi direto para o estacionamento da escola, onde montou em sua moto e saiu em disparado pela avenida.

Harry não ti há colocado capacete, e estava em alta velocidade, indo por um caminho pelo qual nunca tinha passado antes. Uma estrada torta e vem solitária; Harry mantendo os olhos fixos em seu caminho, abriu a boca e gritou o mais alto que pode. Pássaros que estavam sobre as árvores ao lado levantaram vôo assustados; os pneus deixando marcas no asfalto, Harry segurou firme e tirou sua bunda do assento, ainda prestando atenção á frente, ele tornou a gritar.

O garoto costumava fazer isso quando se sentia muito nervoso; gritava para se desfazer de toda sua raiva e angústia. E por alguns instantes, ele realmente se sentiu mais leve. Pensando até mesmo em contato toda a verdade para a sua mãe, contar sobre o que ele realmente havia feito no Halloween, mas qua do chegou em casa ele desistiu de tal coisa. Sozinho, Harry resolveu fazer uma coisa que não fazia a muito tempo, uma coisa que ele tinha certeza que iria distrair seus pensamentos. Foi até seu guarda-roupas, abaixou-se no chão e tirou o tampo. Ali embaixo ele guardava suas latas de tinta spray, poucos sabiam, mas Harry Styles era um pichador, e um dos bons.

Saiu de casa a pé, a lata de tinta preta escondida no bolso de seu casaco. Ele caminhou bastante, até ter a certeza de que estava em um lugar sem muita movimentação; ali ele foi até um muro e pichou a palavra "Help". Se afastou e observou seu trabalho, simples, porém sincero. Tornou a guardar a tinta em seu bolso e continuou a caminhar.

Harry pichou diversas coisas, palavras, formas e até mesmo alguns animais que lhe veio a mente do nada. Horas mais tarde ele nem se lembrava pelo qual motivo tinha saído de casa. Continuou caminhando, não sabia bem ao de estava indo, nunca tinha andado por ali, mas não se importava de estar perdido. Harry adentrou na floresta, caminhou entre as árvores e pichou suas iniciais em alguns troncos. O canto dos pássaros lhe acalmou ainda mais; continuou até chegar na beira de um Rio muito azul. Este estava em constante correnteza, parecia ser um pouco fundo, Harry chegou perto e ficou fitando o mesmo. Era de um azul tão forte que não dava para enxergar o fundo, de modo que ele não pode saber se ali tinha sequer algum peixe.

Com uma última olhada aos arredores, Harry pensou "Por que não?". Tirou seu casaco, depois sua camiseta, a bandana que tinha amarrada sobre a testa e os cabelos; seu par de All-Star preto de couro, abriu seu zíper e desceu sua calça jeans até os tornozelos, olhou um última vez e então tirou a mesma por inteiro e a jogou junto com as outras roupas. Ficando apenas com sua cueca boxer branca, Harry pulou para dentro do rio fazendo voar água para todos os lados.

Louis estava encarando o lugar da onde Niall havia caído (agora tinha uma faixa amarela da polícia no lugar), quando ouviu um grito animado e em seguida um barulho de splash. Louis desceu um pouco, olhou para baixo, ali ele teve uma visão bem ampla de alguém nadando ferozmente no rio abaixo. Quando o garoto colocou o rosto para fora d'água, Louis o reconheceu imediatamente. Era difícil não reconhecer os cabelos longos de Harry. Louis desceu pela montanha, escorregou em algumas partes até finalmente estar na beira do rio.

Foi se aproximando lentamente, viu as roupas de Harry jogadas perto de uma árvore, Louis estava pronto para fazer uma maldade com Harry que, por sinal, mergulhada e nadava muito fundo.

— Não acredito que vou mesmo fazer isso. — Louis falou para si mesmo.

Ele então pegou as roupas do menino, e olhou atento para todos os lados, Louis iria esconder as roupas dele no lugar mais improvável possível. Mas ele só pôde dar dois passos e então Harry gritou :

— Hey! — Louis se virou e viu Harry apenas do pescoço pra cima.

Eles se encaram por alguns segundos, até que Louis finalmente começou a correr para longe.

Harry nadou depressa até a beira e saiu pra fora do rio. O corpo pingando água, ele correu atrás de Louis entre as árvores.

— Volte aqui! — berrou.

Louis riu de seu ato. Que para ele era a maior maldade que já fizera em toda sua vida. Continuou a correr até que parou de ouvir os passos de Harry atrás dele. Parou e se virou para trás, Harry não estava ali. De repente, Louis sentiu algo extremamente pesado se chocar nas suas costas, ele então caiu de cara no chão, a dor só não foi maior porquê as roupas de Harry amorteceram a queda. Louis se virou lentamente, gemendo baixo de dor. Viu Harry semi-nu na sua frente.

— Acho que isso é meu. — disse Harry, que pegou suas roupas das mãos de Louis com um puxão apenas.

Louis se afastou e ficou recostado em uma árvore, suas costas estava doendo. Harry se vestiu rapidamente, as roupas grudando em seu corpo molhado; sacudiu sua cabeça deixado seus cachos molhados ficarem bem espalhados; amarrou a bandana novamente e calçou seus sapatos. Depois foi até Louis e estendeu sua mão. O menor apenas virou o rosto para o outro lado.

— Para de ser tão dramático! — Harry disse. Pegou Louis pelos ombros e o colocou de pé.

— O quê vai fazer? Me bater novamente? — Louis indagou.

Harry encarou-o e sorriu levemente, depois fechou seu punho e ameaçou dar um soco no rosto de Louis, o mesmo fechou os olhos bruscamente e se encolheu.

— Acredite ou não, eu tenho coisas mais importantes para fazer do que bater em você. — Harry disse. Colocou as mãos no bolso do casaco e viu que estes estavam vazios. Arregalou os olhos no mesmo momento. — Porra…!

Harry olhou ao redor, tinha perdido sua lata de spray.

— Não! Não! Que merda! Era minha última lata! — falou ele, olhava em todos os lugares e não encontrava.

— Espero que não encontre. — Louis disse, estava se distanciando para longe quando Harry o puxou pelo braço.

— Você não vai pra lugar nenhum até encontrar minha lata! — disse, os olhos fixos nos de Louis. — Eu não mandei você bancar o espetinho e fugir com as minhas roupas.

— Eu não vou…

— Você está querendo ir fazer companhia para o seu amiguinho no hospital? — Aquela simples frase fez os olhos de Louis se encherem de lágrimas. Harry pareceu não se comover com aquilo.

— Me solta! — Ordenou Louis. Harry depois de alguns segundos o soltou o afastando para longe.

— Não fique parado! Comece a procurar! — Harry estava aborrecido.

Eles caminharam pelo lugar da onde tinham vindo, mas a lata de spray não estava lá. Chegaram novamente na beira do rio, Harry olhou no lugar aonde tinha deixado suas roupas mas a lata também não estava lá.

— Tá bom, agora já chega! Pode me devolver, já perdeu a graça. — Harry disse se aproximando de Louis, o mesmo deu alguns passos para trás assustado.

— Eu não peguei nada! Eu nem sei o que estamos procurando. — Louis disparou.

— Eu tinha uma lata de spray no bolso do meu casaco, e graças a você correndo por aí com as minhas roupas, ela caiu em algum lugar.

— E? Por quê não compra outra?

— Por que eu não quero! Eu quero aquela! — Harry berrou, Louis foi ainda mais para trás e se desiquilibrou. Ele iria cair no rio se não fosse por Harry, que foi mais rápido e puxou pela mão.

Mas o puxou com tanta força que o mesmo voltou direto para si. Seus corpos se chocaram e eles foram ao chão; Harry bateu as costas com força, enquanto Louis bateu sua cabeça no queixo do mais alto.

— Caralho! — Harry murmurou de dor.

Louis sentiu uma dor aguda na sua testa, fechou os olhos com força. Apoiou as mãos no peitoral de Harry e tentou se levantar, mas no mesmo momento ele sentiu uma fraqueza enorme, o que lhe fez cair sobre o corpo de Harry novamente.

— Sai de cima de mim. — Harry falou e empurrou Louis para o lado. Se sentou e viu que o braço de Louis, o mesmo que ele tinha puxado, estava sangrando.

Harry se lembrou de quando foi visitá-lo no hospital, ele se lembrou claramente de ter visto os pulsos de Louis com alguns pontos. Se aproximou do menor e subiu a manga de sua blusa, suas suspeitas tinham se confirmado, os pontos do pulso direito de Louis tinha sido abertos com o puxão.

— Deus… — Harry murmurou.

Louis apenas gemeu de dor, abriu os olhos lentamente e viu o rosto de Harry ficar pálido.

— Esse sangue todo… ah… Temos que estancar esse sangue. — Harry pensou rápido, levou as mãos até sua nuca e desatou o nó de sua bandana. Em seguida, amarrou a mesma sobre o pulso de Louis, vendo claramente os três cortes profundos que havia ali.

Louis mordeu o lábio inferior quando Harry apertou bem o nó. O sangue não estava escorrendo, mas eles teriam de ir para um hospital para Louis receber novos pontos.

— Você precisa ir… — Harry tentou colocar Louis de pé, mas o mesmo se afastou de Harry com rapidez. — Tome cuidado!

— Eu sei me virar, acho que você já fez demais. — Louis disse, a voz quebrada.

— Não seja ingrato. Se não fosse por mim você teria se afogado.

— Talvez não fosse tão ruim assim! — Louis disse. Finalmente ficou de pé, encarou Harry como nunca antes, mão estava intimidado.

— Só porque alguns caras te enchem o saco na escola, não é motivo para querer se matar. — disse Harry.

— Cala essa boca! Você não pode me julgar, nem me conhece!

— Eu sei que nada é tão ruim que possa justificar auto-mutilação.

— Você jamais entenderia. Nunca passou por coisas assim, você é o "badboy" — Louis fez aspas, sentiu uma dor forte no pulso que acabara de ser aberto. — Não precisa se esconder de ninguém, não tem que viver com medo na própria escola. E porque? Por nada! Só por ser diferente! Sem falar dos outros problemas pessoais. — A morte de seu pai veio á sua mente. — Eu sei que não entende isso, mas para mim é um bom motivo para fazer o que eu faço! Mas eu estava ficando bem, eu estava parando porque agora eu tinha um amigo. Alguém com quem dividir tudo, e então você Harry — o menino abaixou a cabeça. — E seus amigos me fizeram o favor de quase matar ele. E agora eu estou sozinho de novo. Muito obrigado.

Louis se virou e começou a caminhar, Harry foi até ele e disse atrás de suas costas:

— Eu sinto muito.

— Acho um pouco tarde demais para isso.

— Eu posso te levar até o hospital. — Harry disse. Ele estava de fato se sentido um pouco mau por tudo o que havia feito.

— Não quero que sinta pena de mim, eu posso fazer isso sozinho. — Louis disse. Harry o observou caminhando, mancava um pouco, a bandana amarrada em seu pulso já estava muito suja de sangue.

Harry não se importou com o que Louis dissera, foi até o mesmo e passou o braço esquerdo do garoto envolta de seu pescoço.

— Temos que ir para o hospital. — Disse Harry.


Notas Finais


Muito fofinho, eu sei.


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