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História No coração do mar. - Uma oração banhada a sangue e lágrimas.


Escrita por: kronos-sama

Notas do Autor


Vamos para mais uma história da série Percy Jackson. Espero que gostem. Bem nessa fic, o Percy fará casal com uma personagem pouco estudada e bastante caricaturada, mesmo nos livros da série. Alguém entendeu a revolta de Gaia? Vamos ver isso e muito mais histórias mitológicas.

Capítulo 1 - Uma oração banhada a sangue e lágrimas.


Sally ON

Já faz dois anos que o pai do meu filho não aparece.  No início tudo foi mágico, ele com sua pose galante e sedutora, me conquistou ao poucos. Tá confesso, eu estava numa solidão profunda. Em verdade, ele quis se deitar comigo somente para irritar minha senhora. Resisti muitas vezes, porém estava ficando velha e meu gênio calmo, porém letal afastava muitos candidatos para ser meu marido. Além, disso eu desejava experimentar a maternidade. Guerreiras como eu não costumam viver tanto. É um verdadeiro milagre ainda estar viva e inteira. Contudo, em minha juventude tinha construído muitas inimizades. Jamais ouvi falar de um semideus ancião. Não preciso nem adivinhar o motivo. A maioria dos monstros é fraca quando somos jovens, porém fortes à medida que envelhecemos. Logo chegará meu fim, nem mesmo o grandioso Hércules escapou de seu destino. Gostaria apenas antes de ir, possuir uma ultima alegria.

Foi por isso que me deitei com ele. Por sorte, minha senhora era mais sóbria que Hera. Em nenhum momento se vingou de mim.  Como me nego a voltar para o acampamento e ser capacho dos deuses, prefiro ser livre mesmo que minha vida seja curta. Afinal, não adianta vegetar num canto, contemplando a vida, sem exercê-la e usufruir dela ao máximo. Dizem que uma estrela brilha ao máximo antes de morrer. Percy foi uma das minhas maiores alegrias. Ele já me chama de mama. Porém, ultimamente estou com uma sensação angustiante no peito.

Não há dia que não peça perdão a minha senhora. Fiz inúmeras oferendas pedindo seu perdão. No entanto só recebi o silêncio como resposta. Pelo menos não tenho uma inimiga.

Sally OFF

- Mama.... – disse um garotinho tentando chamar a atenção.

- Calminha Percy! Estou aqui. – falou a morena com pele torneada, embora algumas rugas já indiquem algum sinal de vida.

- BUÁÁÁ!!! – gritou o menino desesperado bastante agitado.

- Calma Percy, por que tanta agitação? Mama está aqui. - disse a ex-guerreira.

Longe dali, um grupo de fúrias tinham acabado de escapar do submundo. Todas estavam procurando por comida. Isso deve ser entendido como semideuses fresquinhos. Elas já estavam saindo de Nova York, quando a mais velha sentiu um aroma doce parecido com néctar no ar, misturada com o cheiro de peixe podre.

- O que foi Kassandra? Não deve ser nada. Você está há tanto tempo no submundo que não sabe diferenciar os cheiros. – disse Flora uma fúria jovem.

- Flora você tem muito a aprender. Cheiro de peixe podre não se mistura com néctar. Alguém está camuflando um semideus. Se eu sinto o cheiro nessas condições, deve ser um descendente dos três grandes. – respondeu Kassandra.

- Você está caduca velha. – disse Jade uma fúria quase da idade de Flora.

- Não me subestimem. Tenho quatro mil anos. Nós fúrias somos dominadas pela ira constantemente. Demoramos em dominar nosso sentimento hostil e pensar com clareza. Vocês só conseguiram isso recentemente e ainda não tiveram tempo de usar a cabeça. Eu tenho mais tempo que você. Sei do que digo. Vamos seguir esse cheiro de peixe podre. – sentenciou Kassandra.

Apartamento de Sally

- Mulher, eu quero minha cerveja. Larga o moleque – gritou Gabi cheiroso, um caminhoneiro barrigudo suado desiludido com a vida.

O marido de Sally tinha uma vida interessante. Nem sempre fora essa figura odiosa e repugnante. Largou a escola aos doze anos para sustentar a mãe e os três irmãos. Sem estudo, não chegou a progredir na vida, apenas pulava de um emprego braçal de um lado para outro. Sua ansiedade em não progredir era descontada na comida. Seus irmãos tiveram uma oportunidade melhor, porém acabaram esquecendo ele. Depois que sua mãe morreu, ele passou a beber. Enfim, era um homem que tinha apanhado bastante da vida. E agora, queria uma recompensa, mesmo que isso envolvesse ser grosso com Sally. Já não era jovem, bonito, nem sequer rico. Não sendo bom de papo, fora uma sorte ter aparecido Sally em seu caminho.

- O Percy está chorando muito hoje. Pode pegar dessa vez você mesmo. – perguntou Sally com uma voz doce e cansada ao mesmo tempo.

- GRR...Mulher irritante.  – disse Gabi em meio a um rosnado.

Sally era uma guerreira, porém acima de tudo extremamente orgulhosa. Como todo semideus ou semideusa passou pelo treinamento no acampamento meio-sangue. Jamais soube quem era seu pai imortal. Seu senso de fidelidade chamou bastante a atenção de Anfitrite, esposa do imperador dos mares. Porém, mesmo convivendo com sua senhora, Sally não ficou satisfeita. Entre missões para o acampamento e obediência a sua senhora, uma verdade inconveniente ficou constatada. Semideuses não passam de armas de guerra. Jamais podem fazer algo de sua vontade, se isso for contra os designíos dos deuses. Logo, ela abandonou a ideia de ficar em proteção para viver plenamente. Porém, cada criatura imortal estava pronta para fazer de sua vida um inferno. Era como se houvesse um complô dos deuses para ela desistir. Até as caçadoras de Artêmis ficaram em seu percalço. Ela precisou mudar de lugares constantemente e jamais usar seus poderes. Acabou casando com Gabi cheiroso, um mortal com um cheiro e áurea repugnante. Quantas vezes teve vontade de esmurra-lo até a morte. Porém, tinha engravidado de um olimpiano. Pelo menos com Gabi sua presença ficaria camuflada dos monstros e dificultaria muito no caso dos deuses.

TOC! TOC! TOC!

- Quem é? Não responde?! Sally vai atender a porta. – Gritou Gabi totalmente embriagado.

- Já estou indo. Pode atender os convidados enquanto isso? – perguntou Sally de forma sugestiva.

Do lado de fora

- Ainda acho uma perda de tempo Kassandra. Por que não arrombamos a porta de uma vez? – questionou Jade.

- Não esta vendo acima da porta um selo dos sacerdotes xintoístas para afastar demônios? Só podemos entrar na casa se formos convidados. Entrar a força é pedir para tomar um belo choque. Dessa vez a velhota está certa. Com tanta proteção não deve ser apenas uma esotérica maluca. – ponderou Flora.

- Pois não. O que três moças querem aqui numa essas horas? São amigas da Sally? – questionou Gabi curioso já que sua companheira raramente possuía alguém para chamar de amiga.

“Esse cheiro. Com certeza é um semideus. De perto o cheiro ficou melhor, embora tenha de aguentar esse asqueroso na minha frente.” Refletiu Kassandra.

- Que seja! Podem entrar e esperá-la ai dentro. - disse Gabi sem interesse querendo voltar a assistir seu futebol americano e beber sua cerveja.

Dando as costas para as visitantes, num curto espaço de tempo, Gabi sentiu um empuxo abaixo do umbigo.  Logo o rapaz reparou que se tratava de sangue e não era qualquer um, era o seu.

- Que merda é essa? O que pensam que estão fazendo? – perguntou o rapaz com falta de fôlego.

- Sinto muito mortal. Você está no local errado e na hora errada. Viemos pelo garoto, porém não podemos deixar você vivo depois de nos observarmos. - disse Flora.

- Sally fuja! Estamos sendo atacados. – gritou o rapaz antes de ser dilacerado por Jade.

- Vamos irmãs, hora de beber o sangue de determinado semideus. – disse Kassandra vibrando de emoção.

“Estou fora de forma mais ainda posso enfrentar três fúrias.” Pensou Sally.

Apesar de aposentada, Sally jamais deixou sua espada enferrujar. Na verdade, ela afiava todo dia pela manhã. Uma espada bastante complicada de fazer. A arma consistia numa liga de aço, bronze celestial, ouro imperial contendo pó de estrelas. Ao longo de sua carreira como capitã de Anfitrite, a lâmina foi banhada com o ichor de alguns deuses que tentaram lhe tomar a força.   A stellar cut é uma arma que você só consegue depois de anos de trabalho em campo de batalha aprendendo quais substâncias são letais para cada ser imortal.  Quaisquer criaturas míticas podem ser abatidas com aquela espada. Por isso, ela sempre andava com a espada.

Ousada, ela mesma tinha forjado a arma, pois se Hefesto soubesse dos ingredientes, certamente ela seria acusada de traição. Um semideus não pode andar com armas capazes de matar qualquer ser imortal. Os deuses gostam de ficar no controle, porém sua natureza não era confiável. Se não iria ficar no acampamento Sally precisava do mínimo de segurança.

Ela segurou sua espada mais uma vez pronta para outra batalha feroz.  As fúrias lhe olhavam risonhas.

- Pensa em enfrentar nos três? Não seja tola! Uma velha como você jamais irá derrotar qualquer uma de nós. – afirmou Jade.

Sally simplesmente empunhou sua espada prestes a decepar a cabeça da fúria. Antes de o golpe atingir o espirito maligno, ela se abaixou com o intuito de desviar. A forma como a coluna da fúria se comportou deu a dica do que precisava ser feito. Rapidamente, Sally muda a postura de combate e a forma como segurava a espada. Em poucos segundos ela saiu da guarda alta para aplicar um golpe rasteiro que atingiu a fúria em cheio, fazendo o ambiente ficar coberto de pó de monstro.

- Maldita você destruiu a Jade. Vou matar você da forma mais dolorosa possível. – disse Flora enfurecida quase perdendo a razão.

Sally desviou do ataque da fúria que veio desembestada sem ponderar os movimentos do inimigo. Aproveitando-se disso, a semideusa desviou da fúria que vinha em linha reta e partiu a inimiga ao meio com um golpe de espada.

Kassandra aproveitou que a atenção de Sally estava focada em Flora e acertou um golpe certeiro em suas costas. No chão com seu sangue e ichor fluindo pelo chão, ela sentiu a fúria começar a dilacerar suas vísceras. Naquele momento a semideusa sabia que seu fim tinha chegado. Sem possuir um parceiro de treino, seus reflexos em batalha tinham caído drasticamente.

“Anfitrite, minha senhora, ouça essa desgraçada que desejava formar algum laço familiar verdadeiro, sem alguém desejar algo em troca. Não sou digna de lhe pedir nada, ainda mais por me deitar com seu marido, porém salve meu menino e leve com você. Ele é meu maior presente que posso ofertar. Por favor, não deixe esses monstros dilacerarem suas carnes. Não quero que me salve. Se alguma vez, você gostou ou amou essa serva, além de uma arma, salve meu garotinho. Não deixe que Poseidon lhe contamine com suas ideias malucas. Percy foi o melhor de mim e desejo que ele quebre esse reino egoísta dos olimpianos que afundará toda a criação. Cuide dele, eu lhe peço.” orava Sally em silêncio dirigindo toda força de vontade para Anfitrite.

- Antes de lhe matar, saiba que vou me divertir muito com seu filhinho. Será que o sangue dele é doce? Melhor, você está quase morrendo. Deseja-me ver devorando ele? – disse Kassandra abrindo um grande sorriso.

Naquele momento Sally entrou em profunda angústia. Ela não tinha forças para mover um dedo direito, quem dirá um braço. Porém, a fúria explodiu em pó repentinamente. Na frente de Sally estava uma mulher morena, cabelos longos e lisos, olhos castanhos, corpo torneada e uma aparência de 25 anos.

- Minha senhora obrigado por ter vindo.... Cof.. Não suportaria ver meu bebê morto. Cof... – disse Sally desfalecendo aos poucos.

- Não estou contente pelo que você fez. Meu silêncio não foi por se deitar com meu marido, uma vez que aquele galinha depois de me conquistar, se deitou com várias divindades marinhas. Minha ferida foi por uma amiga trair minha confiança. No entanto não sou do tipo de pessoa rancorosa como Hera para punir os pecados dos pais nos filhos. Não se preocupe cuidarei bem dele. Principalmente devido a Zeus. Sendo você semideusa e Poseidon o pai, ele é o ser mais poderoso entre os deuses e mortais. – explicou Anfitrite.

- Obrigado senhora.... Desculpe trair sua confiança, nem sabia ....que me considerava uma amiga. Acho que julguei.... você pela experiência.... que tive com os outros deuses. – falava Sally pausadamente quase se rendendo a morte.

- Descanse em paz. A partir de Hoje Percy Jackson tem minha benção e é meu filho. – disse Anfitrite.

- Obrigada. Adeus, meu querido Percy. -  disse Sally chorando se rendendo a morte.

Anfitrite teletransportou o corpo de sua antiga capitã para seus domínios. Ela merecia um enterro digno pelos anos que batalhou em seu nome. Ela se deslocou da sala para o quarto da criança que chorava copiosamente devido aos gritos proferidos a poucos minutos, dentre eles o de sua genitora. Certamente o garotinho estava desesperado.

- Mama... Buááá... – gritava  e chorava Percy ao mesmo tempo.

- Oi garotinho. A partir de hoje eu serei sua nova mamãe. – disse Anfitrite num tom acolhedor.

- Você não é a mama! – esbravejou Percy.

- Eu sei. Mais ela virou uma estrela no céu e não pode ficar mais ao seu lado. Por isso, vou ficar com você agora. – explicou Anfitrite com o maior trato possível a criança.

- Tô sozinho... Ninguém me ama... – falou o garoto com dificuldade.

- Sou uma antiga amiga de sua mãe a partir de hoje vou protegê-lo e lhe amar como uma mãe, juro pelo rio estige. - prometeu a imperatriz dos oceanos.

Um som de trovão foi ouvido pelos céus. Um juramento solene tinha sido formado. O garotinho ficou com medo e escondeu seu rosto entre os seios da mulher que lhe segurava. Naquele momento a imperatriz dos mares percebeu que sob seus braços estava apenas um garoto assustado, que perdeu a mãe recentemente e tinha medo do futuro, embora não pudesse se expressar apropriadamente. Ela se teletransportou dali para seu palácio submarino.

Continua....


Notas Finais


Espero que gostem de mais uma aventura do Percy escrita pelo amigo Kronos.

Até a próxima.


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