Estávamos voltando da escola quando me deparei com uma garota chorando. Era pequena e parecia ter uns 5 anos no máximo, ela chorava enquanto observava as crianças que estavam dentro da escola, ela usava uniforme do mesmo e isso me deixava pertubada.
-O que vai fazer? - Perguntou o Armin segurando minha mão.
- Irei conversar com ela - Disse soltando a mão dele sobre a minha e sentei perto da pequena garota que me olhou curiosa porém lágrimas ainda caiam de seu gosto.
-Meu nome é Rafaela e você pequena? - Sorri gentilmente para ela.
-Me chamo Beatriz - Ela disse me olhando e sorrindo igualmente à mim.
-Por que chorava? -Perguntei.
-Minhas amigas... Na verdade umas meninas que dizem ser minhas amigas pegaram o meu lanche, na verdade elas pegam todo dia então já me acostumei porém meu pai havia escrevido uma carta pra mim antes de viajar e elas pegaram.Meu pai viaja bastante e tento apreciar os poucos momentos que tenho com ele e minha mãe vem percebendo que estou mais pálida e fraca por não comer mas dessa parte ela não sabe - Ela disse olhando para o chão e as lágrimas voltaram a escorrer de seu rosto enquanto um ódio surgia profundamente em mim.
-Não quero que chore mais Beatriz - Passei minha mão em seu rosto limpando as lágrimas - Você é uma criança adorável e com certeza muito inteligente, eu entendo o seu lado e é difícil passar por isso mas passa e eu sou a prova disso - Ela me olhou curiosa junto com o Armin - Bom, digamos que a minha infância não foi a melhor de todas.
-Como? Você é uma moça linda e parece ser uma boneca sabia? Quem teria algum motivo para lhe machucar? - Sorri com o elogio.
-Pelo mesmo motivo que lhe machucam Beatriz, você também é uma menina linda porém há pessoas que infelizmente não tem um coração bom entende? -Disse enquanto pegava um bolinho de chocolate na minha bolsa - Tome aqui você não pode ficar sem comer.
-Obrigado Rafaela - Ela sorria esperançosa - Espero poder encontrar pessoas como você no meu futuro.
-Você irá encontrar sem dúvida alguma. Mas, se quiser eu posso vir aqui para conversarmos as vezes o que acha? - Perguntei a vendo sorrir e assentir.
-Isso seria ótimo - Ela me disse.
-Agora Bia pode me dizer qual foi as meninas que pegaram a carta? -Ela apontou para três garotinhas que eram as típicos tipos de crianças que me dava um ódio e uma raiva sem tamanho.
Fui até as três e estavam tentando ler a carta pois liam por sílabas e não entendiam. Se fosse outras crianças eu diria que elas iriam se desenvolver na leitura com o tempo e acharia fofo porém sendo essas eu realmente me irritava em ouvi-las.
-Ei garotinhas - Elas me olharam e pareciam estar com medo e isso me alegrava - Se vocês tem medo de mim, é bom que tenham mesmo acreditam que fui sequestrada e consegui fugir? Eu fui atropelada e não morri.Já ouviram que vaso ruim não quebra? Então né...Bom eu tenho mais que o triplo do tamanho de vocês e estou com um pouquinho de raiva e não acho que vocês iram querer me ver brava. Escutem-me devolvam a carta e nunca mexam com aquela garota ali - Apontei para a Beatriz - Ou se não... Sabia que eu amo cabeças de crianças penduradas no meu quarto?
Elas arregalaram os olhos e me devolveram a carta porém uma garota me encarou e disse:
- Você está nos ameaçando? Se estiver eu vou chamar os meus pais e você não tem coragem para isso de qualquer forma.
-Sério? Que bom querida! Chame o papai e a mamãe porque eu preciso dizer para eles te ensinarem duas coisas: primeiro a ter educação e a segunda a aprender a se olhar no espelho e parar de se iludir - Sorri enquanto ela havia calado a boca... Como crianças são frágeis não? - E se eu tenho coragem ou não você pode perguntar para a minha faca.
Voltei até à Beatriz enquanto ela sorria pois sabia que eu havia pegado a carta, entreguei para ela e beijei uma de suas bochechas.
-Acho que você tem o que ler não é? Terei que ir porém eu voltarei para vê-la - Ela sorriu e me abraçou.
-Obrigado, espero ser como você quando crescer -Ela disse e sorri agradecida.
-Se você for você mesma já será incrível - Disse enquanto saia de lá e o Armin me acompanhava,porém me virei e acenei- Nos veremos logo.
O Armin me olhava preocupado e agora lágrimas caiam de meu rosto, pois aquela pequena garota me fazia lembrar da minha infância que não foi a mais agradável e então ele me abraçou fortemente.
-Eu não sei como foi a sua infância porém um dia você vai me contar tudo bem? Porém,agora me abrace e pode chorar em meus braços e se serve de consolo já foi e a sua infância fez você ser assim e você já é incrível dessa forma.
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