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História No game, no life. - Ice and fire


Escrita por: Luna_Moon

Capítulo 34 - Ice and fire


01 de Setembro de 2017. Londres, Inglaterra.

 

Sakura pov’s

 

Já fazia alguns dias desde que havia retornado para meu apartamento. A televisão estava ligada, no entanto eu não prestava atenção em nada do que era transmitido, o ato de ligar a televisão era apenas um hábito para que pelo menos houvesse algum barulho local. Me espreguiçando me ajeitei no sofá junto a Midnight fazendo carinho em seu pelo, apreciando o aroma do petshop e o fazendo bufar emburrado. O cachorro-lobo era manhoso quando queria e sempre fazia birra quando eu o arrastava até o petshop para tomar banho, birra que muitas vezes se assemelhava a uma criança que acabara de ter um doce negado.

- Você é muito birrento, sabia disso? – Falei e ele apenas bufou novamente, afastando o rosto para ainda mais longe de mim quando tentei dar um beijo em seu focinho. – Vai continuar emburrado comigo até quando? – Mais uma bufada, e suspirando resolvi dar aquilo que ele queria. – Se eu te levar para passear no parque você desemburra?

Não foi necessário dizer mais nada, suas orelhas se levantaram no mesmo segundo que a primeira sílaba do "passear" saiu pela minha boca. Sem alternativa, apenas arrumei algumas coisas antes de descermos as escadas e entrarmos no carro. O dia estava agradavelmente ensolarado, um dia perfeito para fazer coisas que pessoas comuns fazem.

Indo o mais longe possível das outras pessoas, arrumei um lençol no chão junto com as demais coisas que trouxe e então peguei os brinquedinhos favoritos do Sr. Anti petshop. O resto da tarde se resumiu comigo jogando bolinhas e discos o mais longe que conseguia enquanto ele buscava e os trazia de volta para mim, e claro, sempre com pessoas parando para assistir ou me perguntar onde eu o havia comprado, como muitas e muitas outras vezes antes. Se as pessoas soubessem o que ele faz acho que não ficariam mais tão entusiasmados, e se soubessem o que eu faço também não viriam falar comigo.

Quando o sol já estava se pondo foi quando a bateria do Mid também começou a se esgotar e ele veio se sentar ao meu lado, lambendo minhas mãos pedindo carinho nas costas. Rindo para si, me rendi ao seu charme quando ele se esparramou no primeiro toque.

- Você precisa de uma namoradinha. – Falei enquanto olhava de longe a mulher com um labrador de lacinho. – O que acha? – Literalmente me ignorando ele apenas olhou do meu rosto para onde eu olhava e então deitou no lençol e eu já estava prestes a fazer cócegas em si quando de dentro da bolsa ouvi meu celular tocar. – Alô?

- Temos trabalho a fazer. – Disse Kakashi com a voz meio cautelosa.

- Me envie os detalhes por email. – Respondi e uma voz interior soou um alarme quando entendi onde seria a missão, explicando o motivo dele estar cauteloso. – É nos Estados Unidos, certo?

- Sim, é em Atlanta. – Ele assentiu, e precisei respirar fundo uma vez. Desde o ataque a quatorze anos atrás e quando conheci Kakashi, ele sabia que eu queria deixar os EUA para trás e nunca mais voltar, no entanto, eu sabia que um dia eu deveria voltar a pisar lá, porém esperava que esse dia levasse mais tempo para chegar.

- Ok. – Disse por fim e desliguei. Nesse momento Mid já estava sentado e olhava atentamente para mim. – Chegou o dia de voltar para casa.

[...]

 

05 de Setembro de 2020. Los Angeles, Califórnia.

 

Sakura pov’s

 

Tudo estava uma bagunça. Já havia se passado dois dias desde aquela missão, quarenta e oito horas sem conversar verdadeiramente com o moreno e aquilo era completamente minha culpa.

- Você não deveria ter deixado aquilo acontecer. – Disse para mim mesma enquanto apoiava a cabeça na parede fria e recebia o fato d’água diretamente nas costas.

A verdade era que eu havia verdadeiramente gostado de ter beijado o Uchiha, porém aquilo nunca mais poderia acontecer. Algo como “aquilo” já havia acontecido antes e o resultado disso refletiu negativamente na vida de muitas pessoas. 

Fraca, estúpida e covarde. Era isso que eu era.

Meus pensamentos estavam bagunçado e desordenados, e tudo que eu pensava era em uma saída, um meio de reencontrar a Sakura firme de antes e voltar trancafiar esta Sakura inútil nos confins do meu ser. Desligando o chuveiro me enrolei na toalha e sai para o quarto, me arrepiando ao receber o vento gélido do ar-condicionado diretamente na cabeça.

- É disso que eu precisava. – Pensei em voz alta sentindo meu cabelo começar a gelar também. – Esfriar a cabeça, nem que seja literalmente.

Mid apenas levantou as orelhas e um segundo depois foi até meu armário arranhando a porta para que eu abrisse para ele. Estranhando sua atitude, torci mentalmente para que ele não tivesse farejado uma barata, pelo menos não quando eu estava em completa desvantagem, nua e desarmada. No entanto, tudo que ele fez quando eu abri a porta para si foi morder meu casaco de inverno e puxá-lo para fora do cabide, o depositando sob meus pés, plantando ali sua mensagem e a resposta do qual eu precisava.

- Você é a coisa mais preciosa do universo. – Disse para si.

 

Sasuke pov’s

 

As coisas estavam cada vez mais estranhas. Sakura parecia um turbilhão de confusão, completamente o oposto da Sakura que conheci, era como se o beijo houvesse criado uma ferida em si. Terminando de lavar os copos não ouvi quando a geladeira foi aberta e um segundo depois sua voz flutuar baixinha contra mim.

- Já desfez suas malas? – Ela perguntou.

- Quase. – Respondi estranhando sua atitude e o casaco de inverno pendurado em seu braço. – Tenho um lugar para ir e algumas pessoas para encontrar, pessoas que eu disse que um dia iria te apresentar, você quer vir junto comigo? – Perguntou enquanto se escorava na porta da geladeira e bebericava do tônico.

- E onde que é esse lugar? – Perguntei.

- Alaska. – Ela disse simplesmente. – Com relação a roupa, não se preocupe eu já arranjei para você, mas se você realmente vai, preciso que você se arrume em até trinta minutos. Temos um jato para pegarmos.

- Sim senhora. – Respondi, e involuntariamente dei um sorriso de canto ao ver que mesmo minimamente, a rosada voltou a ser um pouquinho do que era antes.

 

***

 

Frio era a palavra que mais percorria a minha mente a todo instante. Não tinha certeza do motivo que eu havia concordado em acompanha-la até aqui. Ainda levemente com dor de cabeça por causa da viagem de jato, precisei me esforçar e muito para continuar seguindo em frente durante a caminhada mais longa da minha vida. Com neve até o tornozelo tive minhas preocupações se no final daquilo tudo eu sairia com todos os dedos do pé inteiros, no entanto a maior preocupação ainda era os uivos de lobo no horizonte em direção a uma floresta congelada, uivos que pareciam que soavam a poucos metros de distância algo que pela reação da rosada percebi que também não era comum, mesmo ela não tendo aberto a boca para nada desde o momento em que havíamos chegado.

Me auto conformando, eu já tinha a breve noção que desde que havíamos pousado em um lugar que nem no mapa tinha localização, que o acesso seria algo extremamente restrito e distante. Eu só não esperava que o local fosse ainda mais longe do que imaginava. Sentindo que poderia muito bem surtar de frio, estava prestes a abrir a boca e perguntar se faltava muito quando finalmente entendi qual era o local para onde estávamos indo. A montanha tinha formas pontiagudas e estava completamente coberta de neve, onde lá atrás, o horizonte apenas parecia ser formado por morros, quando na verdade no horizonte havia uma montanha congelada.

Foram necessárias apenas mais quinze minutos até chegarmos a base daquela colina e então Sakura passou a olhar com atenção ao seu redor até que finalmente a neve  se moveu e caiu quando uma porta se mexeu revelando a entrada para o local. No momento em que entramos a porta voltou a se fechar e o corredor se iluminou, indicando a passagem a seguir, foram necessários andar por alguns corredores até que finalmente  uma porta grande e metálica apareceu e de lá após Sakura tirar a toca da cabeça e revelar o rosto foi que finalmente ela deslizou para o lado e revelou seus segredos.

Impressionado, não consegui evitar olhar admirado todo aquele lugar e as pessoas que andavam de um lado para outro. Minha atenção só voltou a ser atraída quando uma mulher se aproximou de nós com um sorriso acalorado nos lábios ao se dirigir diretamente até Sakura.

- Olá Rebecca. – Cumprimentou a rosada com um sorriso de lado verdadeiro ao receber um abraço.

- Já faz tanto tempo que nos encontramos! Você deveria vir aqui mais vezes, não consigo me lembrar a quantos anos que a vi pela ultima vez. – Comentou a mulher antes de afagar rapidamente a cabeça de Midnight. – E então qual é o motivo de sua visita?

- Tenho alguns assuntos a resolver e também apresentar meu novo companheiro de equipe. – Ela disse enquanto me puxava pelo casaco até estar ao seu lado. – Rebecca, este é o Sasuke.

- Oi. – Disse apertando sua mão, recendo um sorriso cordial de si. Sakura até abriu a boca para dar sequencia a conversa, porém logo se calou quando como uma flecha algo preto e cor de rosa cruzou minha vista ao se atirar contra si. Surpreso fiquei encarando a menina de não mais de dez anos que soluçava ao agarrar seu quadril com força, como se nunca mais fosse solta-la.

- Me desculpa princesa, por favor me desculpa. – Disse Sakura acariciando os cabelos negros da menina enquanto beijava sua cabeça, claramente um ato de amor verdadeiro pela criança. Um atoque apenas fazia minha cabeça disparar em dúvida se Sakura era mãe durante todo esse tempo e eu não sabia. – Eu deveria ter vindo antes, mas eu simplesmente não tive coragem, por favor me perdoe.

- Tudo bem tia. – A garota murmurou com lágrimas caindo cada vez mais fortes. – Mamãe sempre me preparou para caso isso um dia isso acontecesse, porém todo o preparo não foi o suficiente para amortecer a dor.

- Sua mãe era uma pessoa incrível e sempre vai continuar com você, a única diferença é que ela agora esta com seu pai cuidando de você lá de cima, é por isso que você deve crescer bem, feliz e saudável para viver muito. – Disse Sakura com os olhos brilhantes fazendo a menina assentir enquanto ela secava suas lágrimas com a manga do casaco enquanto o lobo também tentava ajudar ao lamber as mãos da menina e abanar o rabo. – Mid também sentiu saudades suas, principalmente de brincar com você.

- Posso ficar com ele um pouco? – A menina pediu e nem foi necessário responder quando com um aceno de cabeça o lobo saiu do lado de Sakura e foi para a garota, sumindo corredor adentro.

- A notícia da morte de Nina foi um baque muito forte para todos. – Disse Rebecca, e só então tudo começou a se esclarecer em minha mente. – Muitos de nós não conseguimos ainda realmente seguir em frente com essa perda, eu sinto muito Saky.

- Eu também sinto muito. – A Haruno respondeu e baixou a cabeça. – Preciso que você me leve até eles, temos muito o que conversar.

- Certo, me acompanhe. – Novamente voltamos a caminhar por entre corredores, até finalmente pararmos em frente a uma porta dupla e quando ela se abriu um par de cabeças se voltaram em nossa direção, choque e surpresa cruzou o rosto do casal de idade enquanto olhavam para nós. – Vou deixa-los a sós. – Disse Rebecca se retirando. Como se estivesse saindo de um transe a primeira a quebrar o silêncio foi a senhora ao se levantar da cadeira e se direcionar primeiro a Sakura.

- Oh meu Deus querida, eu estive tão preocupada com você. – A mulher disse com a voz afetada ao beijar suas bochechas sem dar chance da rosada responder ao virar a atenção para mim, me olhando intensamente enquanto agarrava as laterais do meu rosto, evitando com que eu desviasse e então completou emocionada ao beijar minhas bochechas. – Você finalmente trouxe seu namorado para nos conhecer, então isso significa que você esta noiva?

- O que? – Perguntou Sakura. – Não, ele é meu parceiro de equipe.

- Oi, meu nome é Sasuke Uchiha. – Disse e então curvei um pouco a cabeça em cumprimento, e talvez um pouco surpresos e apreensivos por essa bola fora.

- Desculpa, minha esposa involuntariamente tira conclusões precipitadas. – Disse o homem ao se por ao lado de sua mulher puxando para que ela se afastasse de mim antes de me dar à mão. – Meu nome Kim Miura e esta é minha esposa, Nikki.

- Prazer, Sr. e Sra Miura. – Falei e ele sorriram para mim.

- Bom, se o motivo que a trás aqui não é o convite para seu casamento já tenho em mente quais são os assuntos que temos a conversar. – Disse o Sr. Miura. – Vamos começar conversando sobre a Sue.

- Sim. – Sakura assentiu e então todos nos sentamos. – Já temos a ciência de que segundo as vontades de Nina, agora eu sou a responsável legal pela Sue. Porém, nesse exato momento levar Sue comigo, ainda mais com a vida que levo é perigoso demais, arriscado demais. – Falou com dor nos olhos. – Então preciso saber como ela esta aqui dentro, se ela gosta daqui e se pensa em ficar aqui por mais tempo com vocês.

- Ela gosta daqui, e até hoje nunca nos disse nada sobre querer ir embora, muito pelo contrário, nesses últimos meses, mesmo sendo ainda uma criança, ela pediu para que nós a ensinássemos algo, para que ela conseguisse ajudar no serviço. – Respondeu Sra. Miura.

- Okay, então mais tarde eu irei conversar diretamente com ela sobre isso. – Disse Sakura mais aliviada antes de morder o lábio em nervosismo. – Sobre a morte de Nina, Kakashi já entrou em contato com vocês?

- Sim, ele nos ligou pessoalmente nos contado sobre o ataque em Stratford. – Respondeu o homem sem esconder o semblante de raiva e dor. – Porém ele não contou nada além de que isso foi um ataque dos Visards, e que tanto agentes quanto empregados foram brutalmente assassinados, e que dentre eles, Nina.

- Então é aqui que eu irei assumir a culpa do meu pecado. – Disse a Haruno ao abaixar a cabeça e reergue-la. – A morte de todos foi minha culpa, foi eu quem causou isso, foi eu a responsável pela morte em específico de Nina, ela foi um recado direto para mim, um recado que deixou claro que todos com quem eu me importo não estão seguros.

- Porque você diz isso querida?

- O por que disso não importa muito agora, mas sei disso porque quando assassinaram Nina, eles fizeram questão de deixar uma mensagem para mim.

- Mensagem? - Perguntou Nikki. - Que mensagem?

- Nina estava com meu nome marcado em seu abdômen. – Disse Sakura e então uma expressão assustada tomou o rosto do casal sentado a nossa frente. – Sasuke e eu acabamos de voltar de uma missão no Japão onde nos infiltramos em uma festa com o líderes dos Visards, Kakashi já recebeu o relatório completo da missão e está se preparando para se manter alerta.

- Você quer dizer que então eles vão vir com tudo contra nós? – Perguntou Sr. Miura pensativo.

- Sim, acredito que eles vão novamente tentar algo como a 17 anos atrás, por isto eu vim alertá-los, para monitorar este local e cuidar tanto de vocês quanto de Sue.

- Deus é mais. – Disse a mulher em tom pálido, recebendo um aperto em sua mão em conforto. – Tudo bem, vamos passar a ficar em alerta vermelho a partir de agora e iremos trabalhar em dobro para atender todos os pedidos da CORPU's em menor tempo possível.

- E eu tenho um outro pedido a fazer a vocês. – Continuou Sakura em tom de voz incerto ao olhar de mim para o casal a minha frente. – Por favor, acolham o Sasuke até tudo terminar. - Sentindo que minha capacidade auditiva assim como minha capacidade mental não estava em perfeita sintonia, olhei incrédulo para a garota ao meu lado. – O protejam enquanto eu estiver ausente.

- Você esta brincando comigo. – Disse começando a ficar irritado. – Então foi por isso que você me trouxe? Para me deixar aqui como uma princesa e você monta em seu cavalo branco e salva a pátria sozinha?

- Sasuke, você não foi treinado para dar sua vida em algo como isso.

- E você quer que eu assista você indo se suicidar? Me poupe Sakura dessa conversa. – Joguei na sua cara e então levantei e sai daquela sala andando com pressa por entre os corredores por onde havíamos saído até sentir meu braço sendo puxado.

- Seja racional, você vai morrer se você se envolver ainda mais com isso. – Ela disse.

- Eles viram atrás de qualquer jeito, se eles acham que a merda da minha tatuagem é uma resposta para aquela porcaria de caixa eles viram atrás de mim. – Falei afastando sua mão. – Pare de mentir para si mesma, não importa mais onde eu me esconda, eu não vou estar mais seguro, da mesma forma que nunca mais vou conseguir ter uma vida normal.

- E jogar a merda no ventilador e irpara a linha de frente de batalha é a solução? – Rebateu. – Levá-lo junto Sasuke é a mesma coisa que te entregar em uma bandeja de prata, gritar para eles que tudo que eles procuram esta aqui. Se eles puserem a mão em você o próximo passo é ir atrás da caixa, e se eles conseguirem isso não sabemos o que pode acontecer depois, não sabemos que merda meus pais criaram e se sacrificaram junto com seus pais para proteger.

- Vocês mesmo disseram que a quantidade de número que esta em minha tatuagem é superior a quantidade de número que a senha pede.

- E se estivermos enganados? E se essa sua tatuagem estiver codificada? Não posso arriscar isso e também não vou arriscar perder você também – Argumentou igualmente irritada.

- E quem é você para decidir? – Falei. – Você não é minha mãe, minha irmã ou namorada, não faça as escolhas em meu lugar. Pare de agir como se fosse minha dona.

Não a dando uma chance de resposta me afastei de si. Eu me sentia irritado de uma forma que nunca havia sentido, Sakura Haruno era a única pessoa no mundo que conseguia me levar a esse ponto, a um ponto que a simples presença de outro ser humano além de mim poderia resultar em um desastre. Seguindo um rumo onde minhas pernas me levavam acabei dando de frente com um galpão com alguns aviões, carros, caminhões e snowmobiles.

- Você esta com uma cara de quem está prestes a matar alguém. – Disse um homem que aparentemente trabalhava no lugar. – Fique a vontade para dar uma olhada nessas belezuras.

Sem dizer mais nada voltei a caminhar inquieto, sentindo minha cabeça latejar, essencialmente onde meu supercílio ainda estava machucado. Minha atenção foi roubada quando a porta que dava acesso a saída para automóveis se abriu, e talvez por um minuto de irresponsabilidade notei que um dos snowmobile tinha a chave na ignição e então sem permissão fiz a coisa mais idiota ao montar sobre si e dar a partida, atravessando o galpão sob gritos e quando me certifiquei que o tanque estava cheio, acelerei ainda mais e sumi por aquele corredor em direção a saída, ligando o foda-se para tudo e para todos.

 

Sakura pov’s

 

Eu ainda estava completamente incomodada pelo rumo que as coisas tomaram, porém Sue acabou distraindo qualquer sentimento negativo ao me levar até seu quarto e pedir que escovasse seus cabelos.

- Tia eu posso cortar meu cabelo curtinho? – Pediu.

- Por que? Seu cabelo é tão lindo. – Falei deslizando os dedos por suas madeixas longas e escuras como a noite.

- Quero ficar igual a você e a mamãe. – Ela disse, e então parei tudo o que estava fazendo em surpresa, sustentando seu olhar pelo espelho da penteadeira. – Sempre achei que vocês tinham um ar mais forte de cabelo curto, então quero crescer forte também.

- Você é tão nova e já me enche de orgulho. Sua mãe com toda certeza era a pessoa mais orgulhosa do mundo. – Falei. – Se o seu desejo é esse então vamos realiza-lo.

- Obrigada Tia Saky. – Ela disse e então ouvimos duas batidas suaves em sua porta e uma voz me chamando. Dizendo que logo voltaria, abri a porta do quarto dando de cara com Rebecca.

- Vim avisar que tem uma nevasca se aproximando e estamos com problema. – Ela disse e por alguma razão os pelos dos meus braços se arrepiaram. – Acabamos de ser informados que a vinte minutos atrás Sasuke pegou um snowmobile e saiu sem permissão.

Sentindo o gosto do ácido estomacal na boca, não deixei Rebecca dizer mais nada quando parti em disparada com Mid em meu encalço. Com meu coração martelando forte no peito mal havia chegado na área automobilística quando passei a fazer meu pedido.

- Me deem um snowmobile, eu vou atrás dele. – Disse enquanto fechava o zíper do meu casaco e agarrava uma bússola de cima da mesa.

- Não temos permissão para isso. Tem uma forte nevasca se aproximando, enviaremos buscas quando ela passar. – Disse o homem a quem eu julguei ser o responsável por aquele setor.

- Ele vai congelar se deixarmos isso para depois. – Falei me aproximando de si. – Abram o portão para mim, assumirei todos os riscos e o trarei de volta.

- Não posso...

- Não perguntei se você pode ou não. Se você não me deixar sair agora mesmo usarei a força contra você e qualquer um que se colocar no meu caminho.

- A deixem sair. – Ouvi a voz do Sr. Miura. – Eu confio nela, sei que ela vai conseguir. E não contem isso para minha esposa.

Sem dar atenção para o resto, olhei para Mid e com apenas esse gesto ele se sentou e passou a aguardar meu retorno, e quando as portas foram abertas para mim, chequei a gasolina e então passei em disparada pelos corredores, sendo recepcionada pela neve e pelo frio esmagador que serviam de prelúdio para forte nevasca que estava a caminho.

 

Sasuke pov’s

 

Okay, provavelmente eu era um imbecil inconsequente. Em algum momento enquanto me rebelava e fugia, não percebi quando os ventos mudaram e se tornaram mais agressivos, e não precisei ser uma pessoa super dotada para perceber que algum tipo de nevasca deveria estar se aproximando. Retomando a consciências dos meus atos, percebi que realmente estava longe quando notei que estava próximo até demais da floresta congelada que observei durante todo o caminho até chegar naquele local, e estava quase fazendo o retorno para voltar para a montanha se não fosse um uivo de dor. Eu sabia que aquele era um uivo de dor, porque quando Sakura acidentalmente passou com a cadeira de rodinha na pata de Mid ele havia soltado um uivo muito parecido com aquele.

- Siga em frente, finja que não escutou que sua consciência não ficara pesada. – Disse em voz alta para mim mesmo, porém o uivo voltava a chegar até mim toda vez que minha mão se firmava para fazer o snowmobile virar. Eu me xingava por estar fazendo isso, porem sabia que se eu fugisse agora e deixasse para trás aquilo que estivesse chamando por ajuda o peso na consciência não iria me abandonar.

Me xingando de todos os nomes possíveis, guiei o snowmobile até onde julguei que vinham os sons. Cada vez mais próximo, passei a olhar com atenção por entre os troncos, esperando novamente um uivo, porém o som não voltou a se repetir. Esperei cerca de três minutos e quando o som não voltou, decidir ir embora, estava prestes a ligar o motor novamente quando finalmente o vi. O lobo estava enroscado ao pé de uma árvore, camuflado com o ambiente com sua pelagem branca como a neve, descendo do assento, me movi lentamente até si, atraindo sua atenção, seus olhos azuis cristalinos me olharam e se mantiveram atentos.

- Não vou te machucar. – Disse com as mãos voltadas para cima. – Porque você esta aqui? Se perdeu da sua matilha, é por isso que você estava uivando?

Fazendo perguntas como um idiota, como se de alguma forma ele pudesse me entender, me aproximei cada vez mais perto e foi então que eu vi o problema. Algum caçador devia ter esquecido ou perdido uma armadilha por entre a neve, e agora a pata traseira daquele lobo estava uma confusão de sangue, gelo e ferro. E claro, eu estava muito fodido.

- Eu vou tentar soltar você. – Disse me aproximando e em resposta ele me mostrou os caninos. – Não me morda, eu não vou te machucar.

Tremendo talvez de frio e talvez de medo, notei que ele encarava fixamente minhas mãos. E então uma lembrança antiga de quando meu antigo cachorro ficava agressivo ao ver levas por ter apanhado com uma vieram em minha mente como bombas. Vagarosamente retirei as luvas e as deixei no chão, e então o lobo guardou suas presas. Suspirando aliviado, entendi sua ação como um passe livre para me aproximar e cautelosamente me agachei próximo a si e toquei em sua pata.

A armadilha era exatamente a mesma para urso, porém em menor tamanho, apta para prender animais menores como coelhos, por exemplo. Sangue escorria por meus dedos quando com toda a força passei a puxar as extremidades do metal enferrujado que reinou o que se pareceu uma eternidade até finalmente ceder. Quando finalmente livre o lobo tentou se levantar e sem conseguir se manter em pé voltou a sentar novamente e só então me perguntei a quanto tempo ele estaria aqui, sem comida e sem água, sangrando por horas enquanto chamava por ajuda.

Guardando as luvas no bolso, criei coragem e toquei nas laterais do lobo, o fazendo carinho, e foi nesse momento que consegui olhar bem para si e percebi que todo esse tempo não era um macho e sim uma fêmea. Ofegante ela me olhava de volta com cansaço e talvez gratidão. E então a tirei do chão, a levando com esforço até o snowmobile, tudo que eu precisava fazer ela a levar em meu colo e juntos chegarmos na montanha ante que a nevasca chegasse até nós, e quando liguei o motor e dei a partida para fora daquela floresta foi que percebi que tinha que me apressar, porque do horizonte já era possível ver a nevasca se aproximando das montanha mais distantes, e acelerando o motor em seu máximo percebi que aquilo era minha ultima chance e que nada poderia dar errado, no entanto nada é perfeito, e senti isso na pele quando por culpa da velocidade e da neve não vi um barranco e então saltamos sobre ele. Tendo o reflexo apenas de abraçar o lobo rente ao corpo, a ultima lembrança que tive foi de sentir meu ferimento voltar a sangrar e minha consciência se tornar um borrão de branco e vermelho, e por fim rosa.

 

***

Meus ouvidos zumbiam e meu corpo parecia flutuar. Com um grunhido rouco de dor,  me esforcei para não franzir ainda mais a testa para evitar que meu corte voltasse a sangrar.

- Você tem sorte de ter batido a cabeça, porque se não eu iria bater nela. – Disse Sakura em algum canto fora do meu campo de visão, e só então, depois de uma eternidade as memórias do que havia acontecido preencheram minha mente. – Você é um idiota.

- O lobo...- Comecei sentindo minha garganta seca. – Onde ela esta?

- Estão cuidando devidamente dela.

- E onde eu estou? – Perguntei enquanto retirava forças do sobrenatural para conseguir me sentar e olhar em volta. Curioso, me encontrei em uma espécie de sauna, ou pelo vapor e água quente deveria ser algo semelhante a isso, a grande e única diferença era que havia uma banheira grande, ou poderia dizer uma espécie de piscina rasa no piso.

- Nem eu sei direito o que é isso, mas quando te encontrei você estava congelando, então eles te colocaram aqui e desde então estou cuidando para que você não afundasse e morresse afogado. – Ela disse. – Porém, confesso que fiquei pensando o tempo todo em te afogar.

- Tsc. – Falei e então me levantei, finalmente a olhando. Ela estava escorada na parede e quando me viu seu olhar desviou para a parede oposta. – Você é a única pessoa no mundo que consegue me tirar do sério, já disse hoje o quão insuportavelmente irritante você é?

- Você é um idiota. – Ela falou.

- Você já disse isso. – Falei, e então me afastei um pouco, sorrindo satisfeito em vê-la constrangida. – Por que você esta vermelha?

- Você esta pelado. – Ela disse e então suas bochechas ficaram ainda mais tingidas.

- Eu sei disso. – Falei e então ela me olhou com incredulidade.

- Então porque você levantou sabendo que estava pelado, você não tem vergonha? – Argumentou.

- Achei que por você me obrigar a tirar a roupa tantas vezes você não se importaria em me ver do jeito que vim ao mundo.

- Você é maluco. – Ela disse me olhando confusa e se virando para ir embora.

- Mas você gostou. – Disse e ela estacou no lugar. – Eu vi a forma que você olhou, conheço esse tipo de olhar.

- O que você quer dizer com isso? – Ela disse tentando recompor o autocontrole ao pigarrear e cruzar os braços.

- Eu não sou virgem Sakura, conheço olhares de desejo. O mesmo olhar que você me deu depois que te beijei em baixo daquelas árvores, porém você preferiu excluir esse acontecimento da sua cabeça e fingir que nunca aconteceu. – Falei, e tirando proveito da situação de já estarmos naquele assunto dei minha opinião. - Você precisa escolher Sakura se você me quer por perto ou não, e se o motivo que você me quer longe é realmente para minha segurança ou se é porque suas muralhas estão começando a cair. – Disse e então seu rosto inexpressivo passou a transmitir surpresa e incredulidade quando a escorei na parede e a prendi entre meus braços. - Você quer que eu te beije novamente? Quer tirar essa dúvida interna que você tem?

- Você diz isso como se eu fosse uma garota virgem e tola. – Ela disse baixo, e então seu olhar encontrou o meu e dessa vez aqueles malditos olhos verdes voltaram a transmitir autocontrole. – Eu também conheço olhares de desejo Uchiha, acha que eu também não sei que é isso que você quer? – Ela falou em tom baixo, como se tivesse medo de que alguém pudesse escutar e então uma de suas mãos sumiu em suas costas, e um segundo depois ela retirava o sutiã sem tirar a regata. Grunhindo a xinguei por estar usando uma regata filha da puta branca em um lugar úmido.

- Eu odeio você. – Disse olhando em seus olhos depois de praticamente salivar com a visão de pequenos bicos começarem a se arrepiar, e um segundo depois quando voltei a olhar para si, notei quando seu olhar desencontrou os meus e rumou pelo meu corpo, mordendo os lábios ao olhar diretamente para meu soldado de guerra que começava a mostrar sinal de vida. – Vai ficar apenas admirando a vista? – Disse e então sua mão encontrou os músculos da minha barriga, deslizando vagarosamente em direção da minha tatuagem e infelizmente parando por lá antes do seu olhar voltar a se encontrar com o meu.

- Sinto muito, mas não sou eu quem deve dar o primeiro passo. – Falou de forma marota e por um segundo quis perguntar se ela estava me testando ou se ela era uma mulher adepta a teoria de que “o primeiro passo tem que ser do homem”. Decidindo ignorar isso, apenas parei de brincar e finalmente a beijei, a beijei exatamente do mesmo jeito como há alguns dias atrás. E se era para mim dar o primeiro passo, eu faria aquilo.

Enroscando meus dedos pelas laterais do seu short, o levei aos seus pés, aproveitando para beijar e mordiscar suas coxas no caminho. Voltando a me levantar juntamente com sua blusa, tirando-a e finalmente revelando aquilo que me tirou do serio alguns minutos atrás. Sedento, levei meus lábios até aquele bico rijo e rosado, o maltratando como bem queria, levando-a loucura ali mesmo ao começar a tocar sua pele com a minha. Sem muita paciência para preliminares, tirei sua última peça de roupa, adorando com força a visão completamente nua da Haruno. Mais duro que aço, a tirei do chão e a levei para a água, sentando na beirada da banheira consigo em meu colo.

- Me diga que você tem camisinha aqui. – Falei e então ela pareceu se lembrar desse detalhe.

- É claro que eu não tenho isso comigo. – Ela disse e quando abri a boca para fazer a próxima pergunta ela mesma respondeu. – E eu não tomo pílula já faz algum tempo.

- Merda. – Disse e fechei os olhos por breves segundos. - Você quer parar então? – Perguntei abrindo os olhos, sentindo a pulsação do meu pau pelo corpo inteiro. Sakura tinha uma ficha sobre meu estado de saúde inteiro, então ela já sabia que doenças venéreas ou qualquer outra doença eu não carregava, então o problema de transarmos sem camisinha seria realmente uma possível gravidez.

- Então apenas não me penetre. – Ela disse sentando sobre meu pau de forma que ela me acolhesse sem que eu necessariamente a penetrasse.

- Glória Deus você achou uma solução, porque eu não sei se conseguiria voltar mais atrás. – Disse sorrindo ao ver o quanto ela também estava excitada, e quando palavras não eram mais necessárias grudei nossos corpos e entrei na água antes de voltar a unir nossos lábios. Criando uma nota mental para pessoa que criou o design da banheira, agradeci por ela ser espaçosa o suficiente para Sakura se abrir completamente e montar perfeitamente para mim. E foi mordiscando seu pescoço e marcando seus seios que finalmente me movimentei, roçando a extensão da minha masculinidade em si, fazendo a Haruno tombar a cabeça para trás em prazer. Eu realmente queria penetrá-la, mas devido as condições eu sabia que não devia fazer isso, e com esforço me consolei em apenas ter esse pseudosexo. Com o movimento de vai e vem era fácil chocar nossos pontos mais sensíveis um no outro, e toda vez que isso acontecia, a rosada cravada as unhas em meus ombros e eu apertava ainda mais sua cintura, me controlando e a controlando para que não ocorresse uma penetração acidental. E mesmo durante o ato não conseguia deixar de imaginar como realmente seria a ter por completo, o quanto de loucura seriamos capazes de fazer com nossa resistência física e se uma noite teria horas o suficiente para nos satisfazer.

- Eu acho que vou gozar. – Ela disse separando nossas bocas e colando seus seios no meu tórax ao se apoiar em mim e acariciar meus cabelos enquanto ofegava em minha orelha segundos antes de se desfazer mordendo os lábios para não gemer e denunciar nosso ato, e quando ela terminou de atingir seu ponto alto foi que eu parei de me movimentar e segurei meu orgasmo. - Você não vai...? – Ela perguntou assim que nos separamos e eu levantei com meu pau ainda em riste, tão duro que a preocupação de que ele não abaixasse tão rápido começou a cair sobre mim.

- Se eu ejacular na água alguém vai saber o que fizemos aqui, então... – Sem nem terminar de falar Sakura uniu seu corpo ao meu e envolveu sua mão em meu pau, o masturbando com uma precisão que fez um grunhido escapar por minha garganta, tanto de surpresa como de prazer. Fechando os olhos e absorvendo toda sua carícia além dos beijos depositados em meu peito e ombros, precisei apoiar minhas mãos em sua costelas, roçando os polegares nas laterais dos seus seios antes de voltar a unir nossos lábios, soltando seu nome em forma de fôlego quando me desfiz em suas mãos.

- Pode me chamar de tudo o que quiser, mas eu sei retribuir. – Ela disse enquanto chupava uns dos dedos com minha porra.

- Eu vou enlouquecer. – Falei enquanto olhava cheio de tesão a garota lamber a mão como se aquele fosse seu doce favorito.

- Se controle, não sabemos quando alguém pode vir aqui. – Disse ela com um sorriso maroto ao se esquivar de mim e caminhar até o banheiro ao lado carregando suas roupas com a mão limpa, me deixando sozinho naquela sala, ofegante e cheio de tesão. Retomando meu auto controle, absorvi suas palavras sobre alguém poder entrar aqui a qualquer momento e me vesti, com pensamentos que essa rodada ela pode até ter me tido em sua mão, literalmente, porém o jogo não havia terminado e na próxima vez com toda certeza eu a faria enlouquecer, e me vingaria por ela ter feito eu gemer seu nome.

 


Notas Finais


Helloooo Guyyyssss

E ai vocês gostaram?? Por favor comentem o que você acharam, to nervosa já ><
Sobre o proximo hentai, pode baixar a bola, ele vai demorar um pouco mais para realmente acontecer.

Beijooos amorees


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