# Isabelle
Eu ainda me encontrava na festa do Jared. Mas depois do episódio Annmarie, eu fui direto para o bar improvisado próximo a piscina. Até que uma taça de vinho viria a calhar agora. Eu juro que se aquela loira aguada se aproximasse de mim de novo, e me ofendesse... o próximo lugar para qual ela iria, seria direto para piscina. Então, uma mensagem da Ems, me fez voltar à realidade.
“Como está essa festa? Já arrumou algum gato? Talvez o Jensen?”
Ela era maluca? Possivelmente sim. Eu e o Jensen? Se ela soubesse do meu passado com ele...
— Porque esbofeteou a Annmarie? – o tom de voz do Jensen, me assustou.
Fechei a mensagem da Ems, antes de responder, e respirei fundo. Ele não tinha se quer falado comigo ao logo de toda a festa, e escolhe justamente vir defender a honra daquela loira oxigenada? Tenha paciência!
— Até onde eu sei, foi ela que me insultou. – tomei um gole de meu vinho.
— Ela me disse que você a agrediu por nada, e...
— Acho muito fofo, você querer defender a sua namoradinha. Mas acontece que ela me agrediu verbalmente.
— Primeiro, ela não é minha namorada. Segundo, não estou entendo sua ironia. E terceiro, porque a chamou de mesquinha?
Respirei fundo, e então me virei para encará-lo...
— Primeiro: foi ela que começou, desde o momento em que eu cheguei aqui. Desculpa Jensen, mas tudo tem limite! – usei o mesmo tom de voz. – Segundo: eu não disse que ela era mesquinha. Eu disse que você não gosta de pessoas mesquinhas. E quanto ela ser sua namorada?! Acho melhor avisar a ela, que vocês não estão namorando... Porque ela está agindo como uma louca namorada possessiva...
— Como sabe isso? – me olhou, confuso.
— Disso o que?
— Que eu não gosto de me envolver com pessoas mesquinhas, por assim dizer.
Merda! Porque eu não fiquei de boca calada?!
— Só um palpite de sorte. – esforcei um sorriso. – E se eu acertei como está com ela? Não me diga que foi após uma noite louca de bebedeira! – o encarei.
— Mais uma vez, ela é só uma amiga... E eu tenho uma regra, nunca faço sexo pós-bebedeira.
Eu não consegui segurar uma gargalhada. Sério, ele simplesmente apagou aquela bendita noite. O que eu até dias atrás, também pensei estar bem apagado na minha cabeça.
— Isso foi uma indireta? – soltei impaciente.
Eu estava chegando ao meu limite. Quanto mais eu tentava me afastar, mas as coisas me levavam para perto do Jensen.
— Não.
— Porque parece exatamente isso. – o encarei.
— O que quer dizer com isso? – ele me encarou.
MERDA! Eu já estava começando a falar demais... Eu tinha que ir embora dali. Eu e minha boca, mas... ele... ele...
Cretino!
Quando percebi que ele ainda me encarava, notei que seu olhar estava completamente gélido. Capaz de me congelar se isso fosse possível. O pior que dessa vez a culpa foi minha, por não saber ficar de boca calada.
Acho que a minha explosão, foi por tudo o que tinha acontecido, que esses sentimentos voltaram com tanta intensidade. E eu não estava me sentindo bem com isso. O Jensen, aquele mulher... Tudo estava me deixando na borda, o tempo todo.
O deixei falando sozinho, e saí da festa. Depois eu me desculpava com a Mandy, mas tinha que ficar longe do Jensen. Aquilo estava me sufocando. Não poder ser quem eu era quando ele estava por perto estava me sufocando. Eu não era assim. Não era covarde, mas, no entanto preferi mentir sobre que eu era para não lidar com as coisas do passado.
***
#Jensen
Certo, não sou estupido pra dizer que Annmarie não merecia o tapa. Mas eu não conseguia entender porque ela tinha cismado justo com a Anne? Ela não era uma garota perigosa. Pelo contrário. Anne ela divertida, educada, linda... Não tinha como alguém ter problemas com ela. Annmarie via em Anne uma ameaça. Eu ia ter uma conversa com ela.
Mas antes, fui conversar com a Anne. Tinha que saber dela o que realmente tinha acontecido. Mas a conversa foi tudo, menos amigável. Ela estava nervosa, mas não tirava sua razão. Annmarie tinha extrapolado.
— O que quer dizer com isso? – a olhei.
Mas ela saiu correndo, sem ao menos responder. E ainda deixou seu celular pra trás. Quando fui guardá-lo para ir atrás dela, seu celular começou a tocar. Como o numero não estava registrado, poderia ser a Anne...
— Anne?
— Não. – escutei uma voz de mulher. – Quem é você? E porque está com o celular da Bella?
— Acho que ligou errado, esse celular é da Anne. Se fosse sua amiga, seu nu...
— Estou ligando do meu quarto de hotel, meu celular morreu. – a mulher riu. – E esse celular é da minha amiga mesmo. Anne é o segundo nome dela. A Isabelle está por ai?
— Não. Ela esqueceu o celular aqui e...
— Típico dela. Vou ligar pra casa dela. e avisar....
Ela mentiu o nome dela pra mim? Por quê? Isso não fazia sentido. Ou...
— Não se preocupe, eu vou devolver o celular para ela. – desliguei a ligação.
Entrei no meu carro, e fui direto para casa. De repente as coisas começaram a fazer todo o sentindo. A semelhança, e a sensação de que eu já a conhecia... Claro! Porque a Anne e Isabelle eram a mesma pessoa!
Enquanto estava parado no sinal, Ann me ligou. Dei uma desculpa qualquer, e desliguei. Eu precisava resolver as coisas com uma certa garota...
***
#Isabelle
Nem sei dizer por quanto tempo eu andei. Eu só precisava pensar, clarear as minhas ideias, e pensar em um jeito de falar a verdade. Eu não gostava de mentiras, e o que eu vinha fazendo desde que o Jensen entrou de novo na minha vida, foi mentir. Pra ele, para meus amigos... eu precisava falar com os meus pais. Eles saberiam o que dizer, e quando abri minha bolsa, cadê meu celular?
Perfeito! Eu tinha que ter perdido meu celular?! Maravilha!
Eu teria que ligar de casa, então peguei o primeiro taxi que passou...
---
MAS O QUE?!
Olhei espantada para o que eu estava vendo bem na minha frente. O Jensen batendo na porta do meu apartamento. Ou melhor, espancando a minha porta.
— O que está fazendo aqui?
Então ele se virou. Se ele estava irritado na festa, agora... eu nem sabia o que dizer.
— Precisamos conversar. – Jensen continuava me encarando.
— Me desculpe, mas estou cansada, e tudo o que eu quero é dormir. – passei por ele, abrindo minha porta.
— Você pode descansar, depois que a gente ter uma palavrinha. – entrou no meu apartamento.
— Mas, quem você...
— Agora eu entendo porque você disse na festa mais cedo.
— Tá louco Jensen?! Acho que a gente teve essa conversa umas duas horas atrás.
— Porque você mentiu pra mim?
— Você poderia me situar? Porque eu não estou entendendo nada. – cruzei meus braços. O que mais aquela mulher tinha inventado.
Eu só queria tomar uma ducha quente, cair na cama. E esquecer esse maldito dia.
— Claro, Isabelle. – ele se aproximou mais de mim.
O QUE?!
Meu coração parou um segundo. Ele tinha... ele acabou de...
— Eu não... meu nome é Isabelle Anne. Pensei que soubesse, porque a Ella e seus pais sabem.
Pronto! Ele conseguiu...
— Eu sabia. – Jensen me olhou furioso. – No dia do acidente, eu pensei que você era muito parecida com a garota que morava na frente à casa dos meus pais, em Dallas. Mas você me falou Anne... Só que aquilo ficou na minha cabeça, até agora...
— Como descobriu?
— Você esqueceu seu celular. – me mostrou o aparelho. – E quando atendi a ligação surpresa! Sua amiga Emily me esclareceu a confusão dos nomes.
— Ótimo! Já descobriu. Então poderia ir embora?
— Por que você mentiu pra mim?
— Você realmente está me perguntando isso? Jura?!
Jensen parou um momento e me encarou. Parecia que agora a ficha dele tinha caído.
— Se já acabou, por favor, vá embora. – abri a porta do apê.
— Eu vou. Mas essa conversa ainda não terminou. – ele jogou o celular em cima da mesa, e então passou por mim.
— Engano seu. Porque pra mim, não tem mais nada a ser dito.
Apesar de tudo, eu me sinto mais leve. Agora eu poderia voltar a ser a Isabelle. Não que fosse mudar muita coisa, mas pelo menos não estaria mentindo.
***
#Jensen
Eu não acredito que ela conseguiu me enganar durante esse tempo. E eu não entendia o porque mentir pra mim, sobre quem ela era. Não fazia nenhum sentindo na minha cabeça.
Estava tenso, andando de um lado para o outro na sala do meu apartamento. E agora que eu sabia da verdade, eu não conseguia juntar as duas Isabelles. Era como se aquela garota que morava na frente da casa dos meus pais, fosse completamente diferente da atual. Sim, ela estava mais linda que antes. Mas olhá-la também me trazia culpa.
Segunda-feira
Geralmente no inicio da semana, logo quando recebíamos um roteiro novo, eu estaria revisando com o Jared. Mas hoje, estava em meu trailer. Ainda estava furioso, nada que uma cena de luta, e atirar em alvos não resolvessem. Mas, a todo o momento vinha um "porque". E quando vinha a resposta para minha pergunta, eu me irritava ainda mais. Só que comigo.
— Terra chamando Ackles. – Jared me balançou. – Em que munda estava?
— No mundo, onde uma pessoa do meu passado se chocou no meu presente.
— Me desculpe, mas estou perdido aqui? Você bebeu?
Não, eu não tinha bebido, mas com toda certeza um whisky cairia muito bem agora.
— Não é nada. Deixa pra lá.
E eu que pensei que teria paz, ao voltar pra casa. Encontrei com Annmarie na portaria do prédio. Não tinha conversado com ela desde a festa do Jared.
— A gente precisa conversar.
— Eu sei. – disse apenas, e fui em direção ao elevador.
E quando as portas se abriram, lá estava a Isabelle com aquele idiota do Adam. Nós dois e Annmarie nos olhamos em silencio.
— Resolveu apostar no Adam, agora? – Annmarie foi irônica.
— Não gosto do seu tom de voz. – Adam a encarou. – O que quer dizer com isso.
— Não se faça de inocente, aposto que vocês dois estão dorm...
— Já chega Annmarie! – a cortei.
— Só aviso uma coisa, cuidado com o diz sobre a Bella. Ela não se compara a você. – Adam a olhou.
— Vocês se conhecem? – Isabelle perguntou surpresa.
— Infelizmente, sim.
— Vocês vão sair? – perguntei.
— Sabe, não é da sua conta. – Isabelle foi irônica. – Adam, podemos ir?
— Claro.
Depois que eles saíram, Annmarie continuou falando. Mas eu não estava prestando a mínima atenção. Só queria saber por que Isabelle estava saindo com aquele idiota que a deixou plantada para sair com duas garotas.
Mas aquele não era o meu problema.
***
# Isabelle
Sabe aquele ditado que diz, que o tempo cura tudo? Então, ele não funcionava para mim e nem para o Jensen. Aquela bentida noite de formatura sempre ficaria em nosso caminho. E eu não queria ter aquela conversa com ele.
Depois que ele descobriu a verdade sobre quem eu era, eu pensei que poderia retornar a minha vida de onde parei. Mas aparentemente, eu estava mal por ter mentido para ele. O que era irônico, uma vez que ficou provado que ele nem ao menos se lembrava do que tinha acontecido aquela noite. E eu não sei se eu estava furiosa por ele não se lembrar, ou porque eu queria que ele se lembrasse.
Quando se trata do Jensen, meus sentimentos são sempre muito confusos e intensos. Nunca sei o que realmente eu sinto. Mas agora, eu só desejava esquecer a sua existência, e dormir.
---
Quando Adam apareceu na minha porta, em plena noite de segunda-feira. Tentei recusar seu convite para jantar. Mas ele foi bastante convincente, quando disse sobre jantar em um restaurante italiano.
— Mulher desconfiada. – ele riu. – Vamos apenas ter um bom tempo juntos, em um agradável restaurante.
— Está bem. – me dei por vencida.
Só não estava preparada para encontrar o Jensen e Annmarie, quando a porta do elevador se abriu na portaria. O clima estava tenso, e Annmarie já estava começando a me tirar do sério, com aquelas insinuações. Mas felizmente Adam me ajudou. E o Jensen ficou calado.
Muito obrigada por nada, senhor loiro dos olhos verdes.
— Porque o Jensen estava querendo me arrancar os olhos? – Adam me trouxe a realidade.
Então, contei tudo o que tinha acontecido na noite anterior. E sobre a festa que tinha ido com Adam. Não sei por que contei tudo a ele, e não para meus amigos. Acho que por ele ser um cara extremamente prático também. E era bom poder desabafar com uma pessoa que estivesse por fora de tudo da minha vida.
— Então vocês foram namorados na escola.
— De tudo o que eu disse, você ficou só com isso? – disse olhando pela janela do carro. – Não, não fomos namorados. E me desculpe, por ele ter tido essa impressão de você.
— Está tudo bem. – Adam me olhou. – Eu mereci por aquilo da festa. Não devia ter te deixado sozinha.
— Já passou. E obrigada por me ouvir. – o olhei. – Porque eu acho que vem um grande "mas" ai?
— Você tem que conversar com ele.
— Não acho uma boa ideia. Nós poderíamos nos matar no processo. – dei de ombros.
— Converse, por favor. Não quero o Dean Winchester querendo minha cabeça. – ele riu.
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