História No Metrô - Capitulo 3.

“Lottie, eu vou precisar deixar Oliver com você porque tenho uma entrevista marcada pra hoje na hora do almoço. Você pode olha-lo?” Terminou de dobrar os três cobertores que antes estavam bagunçados sobre o futon e depois pegou o filho pequeno e ainda sonolento nos braços. A cabecinha cheia de cabelos escurinhos mantinha-se deitada ao ombro do papai enquanto ele gemia manhoso e insatisfeito por ter que acordar cedo.

“Posso Lou, claro! Será ótimo se puder parar com os... você sabe. Eu odeio que você tenha que os fazer” A adolescente respondeu com a boca cheia de panqueca, Louis tinha acordado primeiro e feito café da manhã para o irmão e para o filhinho.

“Não sei se vai dar pra parar Lot. Você sabe bem que se não fosse por causa dos programas estaríamos os três na rua, sem ter o que comer e até sem ter onde morar. Mesmo conseguindo o emprego novo eu terei que continuar com eles, pra ver se não conseguimos um dinheiro a mais para vivermos menos apertados.” Explicou a irmã mais nova que não parecia muito feliz com a resposta que recebera e concentrou-se em servir um pouco da papinha própria para bebês em um pequeno prato. Oliver tinha tomado soro no hospital e não tinha alimentado-se de algo ‘solido’ já fazia algum tempo.

As mãozinhas pequenas e rechonchudas encontravam-se em algumas palminhas felizes e ansiosas, comemorando antecipadamente pela comidinha gostosa que encheria sua pequena barriguinha. Os Tomlinsons riam da reação do pequeno inocente que tinha os olhinhos castanhos arregalados e brilhando quando recebeu a primeira colherada da sopinha de batatas, cenoura e franguinho, misturados com um pouco do arroz.

“Hummm..” O bebê murmurou, usando as gengivas rosadas e os poucos dentes pra mastigar a comida enquanto sorria, batendo as mãozinhas sobre a mesa de madeira escura.

“Gostoso? Já que é sábado Tia Lot vai passar o dia todo com o Oli baby... vamos chamar o tio Nial só pra trocar sua fralda, ok?” Charlotte tirou o sobrinho dos braços do irmão para que o outro pudesse ir se trocar. Encarregou-se de alimentar o bebê e conversou bastante com ele até o irmão voltar. Os lábios pressionaram-se e ela ficou um pouco tensa, realmente odiava pensar no que o irmão se submetia para que eles pudessem ter onde morar. “          Lou, você sabe que... eu posso trabalhar... posso te ajudar, assim você pode deixar de fazer os ...”.

“Chega de falar sobre isso Lottie. Eu já disse que a única coisa que você tem que fazer por mim é ser feliz, estudar e se tornar uma pessoa inteligente e independente, diferente de mim.”

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Louis sorriu ao observar a decoração do local, era tudo muito limpo e claro. As paredes tinham tons diferentes de creme e verde e as mesas todas eram de uma madeira bonita, ornando bem com o tema do café. Ele e Harry já passeavam pelo lugar há alguns minutos, o mais velho fizera questão de mostrar ao mais novo funcionário e amigo todos os cantinhos do café recém-inaugurado, onde agora trabalharia.

“O que achou?”

“Adorei! É tudo muito lindo” O mais novo dos dois respondeu com as bochechas coradas, pressionando os lábios carnudos enquanto sorria apertando os olhinhos. Tudo estava realmente lindo, Styles tinha um extremo bom gosto e mal podia esperar pra ver as prateleiras lotadas de docinhos, pães e bolos gostosos.

“Que bom, Lou! Fico muito feliz” Harry mal podia aguentar a alegria, muito esforço tinha sido colocado naquele pequeno estabelecimento. Sentia orgulho de ver o fruto de seu suor e noites mal dormidas sendo elogiado e também sentia-se bem vendo Louis parecer tão feliz quanto ele“Como você me disse que gosta de cozinhar, vou te deixar com a parte de confeitaria... A partir da semana que vem já poderá começar com algumas aulas e eu tenho certeza de que se sairá muito bem. E sobre o bebê, tudo bem se ele ficar por aqui na parte da manhã junto com você,seu irmão só chega da escola de tarde certo?”

“Muito obrigado Harry! Prometo que darei o meu melhor aqui...”

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Styles estava feliz trabalhando junto de Tomlinson, os dois faziam um bom time e o menor parecia ter aprendido muita coisa no curso rápido que fez. O mais velho também conheceu e ficou mais próximo de Lottie e Oliver, o bebê passava as manhãs com ele e Louis no café e na maioria das vezes a irmã adolescente do funcionário ficava pra almoçar e acabava ajudando-os com o café lotado.

Observava que Louis saía corrido sempre no mesmo horário, com a desculpa de que precisava ir pra casa cuidar da irmã e do filho, mas sempre quando ligava Charlotte avisava-o de que o mesmo não se encontrava, isso o deixava curioso... Enciumado. Estavam começando a ficar próximos de mais e tinha sim intenções de conseguir algo mais sério com o menor.

“Lot...” Aproveitou que Louis estava ocupado, anotando pedidos de uma mesa cheia de senhoras que paparicavam Oliver que dormia no canguru* que o menino usava “Posso perguntar uma coisa? Eu sei que você sabe a resposta então se mentir pra eu vou saber...”

A garota  respondeu fazendo sim com a cabeça, ocupada. Uma das mãos segurava o garfo e a outra digitava no celular, a boca tinha uma quantidade grande de comida e os olhos não deixavam a tela iluminada, tudo culpa da paixonite do momento. Niall Horan.

“Pra onde Lou vai toda noite? Eu sempre ligo e ele nunca esta...”

A adolescente engasgou, cuspiu toda a comida que tinha na boca e levou a mão em punho ao peito como reflexo depois de ter largado o celular, batendo ali algumas vezes pra desobstruir as próprias vias aéreas “Hm, É complicado... acho que você devia perguntar. Tá’ afim dele né?”

“Charlotte!”

“O que? Eu só perguntei.”

“É Claro que... que não... hm tá, talvez sim”.

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Louis correu, correu porque Harry parecia querer segurá-lo na loja a todo custo e correu também porque estava atrasado. Tinha um cliente em quinze minutos e não gostava de demorar... Só queria fazer o que deveria ser feito, ir pra casa, tomar um banho, comer e curtir o filho e a irmãzinha, descansar junto dos dois. Era sexta feira então seu corpo já não aguentava mais de cansaço, estava tenso, estressado e carente.

Rezou pra que o cliente fosse alguém menos chato e tentou não fazer barulho ao entrar no quarto do hotel cinco estrelas. Encontrava-se bastante com homens ricos e na maioria das vezes casados... Conseguia até sentir culpa por estar ‘estragando’ (mesmo que sem querer) relações alheias. Largou a mochila num canto e curvou-se timido ao ver o homem sentado na cama, já nu.

O mais velho dali levantou-se mostrando um sorriso bonito, foi em direção ao garoto e acariciou com a mão direita uma das bochechas gordinhas antes de acertar-lhe com uma tapa “Não gosto de atrasos”.

No mesmo momento os olhos azuis piscina encheram-se de lagrimas, as quais não fez esforço algum pra segurar. Levou a mão até a bochecha machucada e abaixou-se pra voltar a pegar a mochila, mas sentiu o braço ser segurado enquanto ouvia o barulho da porta trancando-se. O mais velho apertava-o com um pouco de força, mostrando os dentes perfeitos, passando o cartão-chave por entre os dedos “Não vai embora não meu amor”.

“Me solta... eu quero ir embora. Abra a porta” Pediu, fazendo força com os braços pra soltar-se, não era nenhuma menininha, por isso se o maior fosse pra cima de si pra lhe bater, também apanharia. “Não tente me bater, eu também sei”.

“Sabe? Então me bate” Juntou os pulsos do menor com uma das mãos e prensou-o contra a parede, acertando outro tapa contra o rosto antes branquinho, levando depois os lábios úmidos diretamente ao pescoço exposto, mordendo a pele macia com força para marcá-la.

“Senhor Malik... SOLTA...” Gritou, chutando-o desajeitado, mas, certeiro. Sentiu o mais velho encolher-se um pouco depois da joelhada recebida nas partes intimas e no mesmo momento arrependeu-se. Zayn enroscou os dedos nos fios de cabelo curtinhos e os puxou com toda força que tinha, jogando o menor no chão. Os chutes vieram com rapidez e ele os desferiu contra o corpo menino sem dó, parando só depois ouvir os soluços de choro engasgado, seguidos por uma tosse ofegante.

O mais velho afastou-se do corpo machucado e depois voltou pra perto da cama onde vestiu-se novamente, enfiou a mão no bolso da calça jeans clara e tirou um dinheiro dali... fez questão de jogar as notas contra o rosto sujo de sangue e lagrimas e desferir um ultimo chute contra a barriga do menino jogado no chão antes de sair do ambiente de forma tranquila “Eu tenho dó de você... é só uma putinha estúpida”.

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“Lou?! Louis? Está chorando? Porque está chorando? Cadê a Lottie?”

“Harry, eu não estou em casa. Pode vir me buscar? Eu não quero que conte nada a Lot, promete?”