História No Ordinary Love - Reescrita - Nova escola, novo... inferno?!

Nicholas | 16 anos

-Acorda Nicholas! Vai se atrasar para a nova escola! – meu pai me acordou de lá de baixo.

“Nova escola”. Estudei na mesma escola por dezesseis anos e então meu pai decide se mudar. Não de casa, nem de cidade, mas de estado! De qualquer forma, já faz um mês desde que chegamos ao novo lugar e hoje é meu primeiro dia de aula. Vizinhança nova, horizonte novo, até mesmo o clima é diferente! Por sorte, consegui fazer algumas amizades para que o coração não se sinta tão indiferente. Um deles se chama Lokine, porém ele prefere que nós o chamemos de Loki, ele é um rapaz boa pinta, é alto e moreno, cabelos longos com dreads, são incríveis! E o outro se chama João Lucas, ou apenas “Jolu” ou algo do tipo, sua fala é um pouco estranha, mas ele é animado e engraçado também.

-Nicholas, são quase sete e meia! – meu pai berrou novamente. Virei para meu celular e vi que ainda marcava seis e quarenta. Reuni meu corpo com minha alma novamente e fiz meu caminho perambulante até o banheiro, onde me deparei com meu cabelo todo regaçado. Foi uma ótima noite, se você quer saber. A ansiedade me abraçou durante meu sono todo. A escova aparentava deixar o estrago ainda pior, então passei água e deixei ele se encaracolar naturalmente. Está muito frio, então peguei meu casaco verde com alguns detalhes na manga e desci as escadas.

Fui diretamente recepcionado por minha irmãzinha de oito anos:

-Bom dia, Nico!

-Bom dia, maninha. – sorri, dando uma batidinha de mão com ela.

-Podemos ir então, Nicholas? – meu pai me apressou novamente e eu levemente assenti enquanto tomava meu café com leite, logo correndo para o carro.

Meu pai fez o caminho até a escola nova e eu só observava as ruas quietamente, até que nós chegássemos ao destino. E eu devo dizer, que escola enorme.

-Tenha um bom dia, garoto. – eu e ele nos despedimos e agora seria das sete e quinze até... Quatro e meia da tarde. Vai ser um dia longo.

“Vamos, Nico, vai ser rápido se você colaborar”, pensei para mim mesmo enquanto fazia meu caminho até os grandes portões, entrando no pátio de entrada e, para a minha surpresa, encontro Loki perto das árvores.

-Nico! – exclamou a me ver.

Christopher | 16 anos

-Tenho notícias – Pedro sorriu maliciosamente para mim. – “carne” nova...

-... Tsc. Quero vê-lo por mim mesmo. – dei um sorriso de canto.

-Está lá no pátio de entrada, com o Loki – Gabriel respirou.

E então me direcionei até lá, ainda tenho um tempo, porém fui interrompido por Brian, que me chamou com um tom arrogante:

-E aí, ratinho?

-Agora não, sua besta repugnante. Não tenho tempo pra tua merda. – cortei-o e revirei os olhos, acelerando passo.

Cheguei perto de onde os dois estavam e senti... Algo passando por minhas veias. Que esquisito. Parecia adrenalina, mas me impediu por cinco segundos de me aproximar.

Eu não sei exatamente por onde eu posso zoá-lo, chego a achar que não quero fazer isso, me sentindo dividido. Ele é bonito, se veste normalmente e parece ser tão inteligente, sua aura me atinge e não sei como me sinto sobre isso.

-Então eu te mostro a escola, pode ser? – Loki combinou com o menino dos cabelos encaracolados com sua voz que, por algum motivo, todos os meninos ao meu redor zoam.

-Não antes de me mostrar seu novo amiguinho, não é, Loki? – tentei não soar tão estranho e forçado, porém no momento eu queria ficar em silêncio e admirar o que estava na minha frente nesse momento.

-Certo... – tinha um som de dúvida em sua voz – Nicholas, esse é o Christopher, Christopher, esse é o Nicholas.

-Prazer, Christopher. – apresentou-se timidamente, até sua voz chamou minha atenção.

-Acho que seremos da mesma sala. – eu disse, enquanto olhava com calma para os olhos castanhos que pareciam o centro de sua aura e alma. Não sei se estou nessa com os meninos de “zoar os novatos”.

Nicholas | 16 anos

Minha sala é enorme e tem muitos alunos, são tantos que me sobram apenas duas carteiras. Nosso professor não para de falar.

Esse garoto Christopher me parece ser bem popular, tem um grupinho de quatro outros meninos, Gabriel, um armário – esse garoto é ridiculamente enorme de alto – chamado Edward, um moreninho chamado Michael e para minha surpresa, Jolu. Acho que é a tão conhecida “turma do fundão”. Sentei-me em uma das últimas cadeiras, pois eram as únicas que sobravam, encostadas na janela.

Começamos com aula de Astronomia e o que aparenta, é que o professor é muito amado aqui. Ele é divertido e engraçado, fala alto, mas contra isso eu não posso protestar.

O professor teve que deixar a sala por um momento e com isso, alguns alunos vieram se apresentar para mim.

-Eu sou o Caio! – disse um baixinho que usava moletom da GAP, logo mandando um dab.

-Eu sou o Philip. – cumprimentou quietamente um menino que usava vermelho. Não disse muito, apenas voltou ao seu lugar assim que eu lhe dei um sorriso.

-Eu sou o Rafael e esse é meu namorado, Guilhermo! – cumprimentaram, um loiro de olhos azuis e um ruivo de olhos amarelos e boca rosa.

-E eu sou o Oliver! – apresentou-se sem timidez alguma este menino loirinho de olhos também azuis, que usava uma blusa de frio jeans. Deu um toquinho com a mão e se sentou do meu lado.

A inspetora de corredor veio até nossa sala e avisou que o professor iria se ausentar, então suas aulas seriam vagas.

A maioria saiu apressadamente para o pátio, alguns ficaram dentro da sala para dormir ou então conversar, jogar cartas ou qualquer coisa do tipo. Fui para um dos únicos lugares que eu conhecia, o pátio central e, ah, que pátio! É tão grande e bonito, com flores e bancos, no meio tem um memorial para o fundador da escola.

-Ei, Nicholas! Quer que eu te mostre a escola? – Oliver chegou do meu lado.

-Claro! Seria interessante, sim.

-Então, para começar, esse é o memorial para o fundador da escola, é um texto que ele mesmo fez, beirando seus últimos dias. Agora os filhos e netos tomam conta da escola, vamos?

Assenti e então ele me mostrou o pátio todo, também mostrou salas como a biblioteca, laboratório e o ginásio. Sem contar uma parte do campus da faculdade daqui. Paramos no campo de futebol do campus, um lugar um pouco mais afastado.

-Venha cá, Nico. Conte-me mais sobre você. – sentando-se em um dos degraus da arquibancada.

-Bem – me aproximei – morei minha vida inteira num estado longe da praia e no final do ano passado, minha família se mudou para cá. Moro com meu pai e minha irmã caçula numa casa deveras grande, culpe o meu pai por ser um advogado famoso.

-Desculpe a pergunta, mas e sua mãe?

-Minha mãe... – respirei por um segundo e tentei organizar meus pensamentos – foi por causa dela que nos mudamos – gaguejei – ela faleceu na nossa antiga casa, no meio de setembro. Foi uma grande perda, ainda machuca um pouco...

-Imagino sua dor. – ele limpou uma lágrima fugitiva e me deu um sorriso paciente.

-Desculpe, Oliver.

-O quê? Não, está tudo bem. E também, pode me chamar de Oli ou Olie. Não vamos falar disso, fale de você, do que você gosta?

-Eu gosto de arte, literatura, música boa, fotografia e viagens. Acho difícil me descrever, me dizem que sou minha mãe pura e por causa disso eu sofro muito em casa... – limpo a garganta, me recompondo – fale sobre você!

-Claro! Sempre morei aqui nessa cidade, de vez em quando eu e meus pais descemos até a praia e a floresta. Tenho um gatinho chamado Ollie. Meus pais trabalham muito e meu gato é só... Um baita de um preguiçoso. – sorriu. Seu sorriso é lindo, transmite felicidade por onde passa – Também gosto de arte e literatura. Quero trilhar o caminho da literatura, escrever é uma paixão!

Ficamos conversando até que a primeira aula vaga passasse, então revolvemos nos encontrar com Rafael e Guilhermo, lá perto da cantina.