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História No Ordinary Love - Reescrita - Queimado


Escrita por: littlefenom

Notas do Autor


Olá.
Escrevi esse capítulo a tarde inteira e finalmente posso postar.
Juntei as duas partes da histórias original e formei um único capítulo.
n tenho nada de interessante pra falar então
Enjoy!

Capítulo 3 - Queimado


Nicholas | 16 anos

Tenho um problema com a ansiedade. Não importa o horário do dia, se algo me deixa ansioso, vai transparecer. Eu mordo a tampa da caneta, passo a mão no cabelo sem parar, mordo o lábio, como muito e como pouco, rabisco meu caderno, sinto dores nas pernas, não durmo à noite, reviro na cama, estalo os dedos, roo as unhas... Isso e tantas outras coisas horríveis.

A ansiedade pela vizinhança nova, escola nova já passou. Tenho ido bem na escola, o conteúdo é novo e um pouco puxado, mas eu consigo entender e fazer o que devo. Mas não consigo entender minha ansiedade.

A semana passou rapidamente, poucas coisas me aconteceram. Certo, ainda é tudo novo e eu estou impressionado por tudo isso, mas passei pela semana com sucesso. Sobrevivi cem por cento dos meus dias ruins até agora, estou indo bem.

Tive minha mesma rotina de sempre, olhei para meu café da manhã, meu café da manhã olhou para mim e fui de estômago vazio para a escola.

Entretanto, no carro, a ida para escola parecia durar milênios.

-Anda, caralho! – meu pai berrou, buzinando. Ótimo, já acorda ouvindo berros.

-Pai...

-Anda, merda!

Bufei, rolando os olhos e coloquei meus fones de ouvido no máximo. Escolho o aleatório e então me vem uma música calma, tão calma. Fechei meus olhos e me coloquei num lugar totalmente longe dali. Imagino uma pequena colina de flores, cheirosa e colorida. De longe avisto uma silhueta. Ando em direção à silhueta e vejo... Christopher? Estranho. Segurava algumas flores amarelas muito bonitas e olhava para elas como se fossem as coisas mais mágicas do mundo.

-Para você – corou – toda cheia de detalhes, delicada e bela também, na cor do Sol. – ia me envolvendo em seus braços – Você significa o mundo para mim, Ni...

-... Cholas! – meu pai berrou, me acordando – Vai sair desse carro ou não?!

Imediatamente corri para dentro da escola, a primeira aula seria de Química e por sorte a professora gosta de mim, então não vai ficar tão brava por me ver atrasado.

-Demorou, hein? – Saphira me cutucou. Virei os olhos e ela percebeu – Ave Maria, que tu tem?

-Querida, deixa o menino – Dara pediu para a outra, cruzando os braços na mesa, virando para mim – ignora ela, Nico.

Saphira fez bico e logo Dara deu um beijo em seus lábios. Maior casal lésbico que você respeita.

Fui para o meu lugar, passando por Oliver que estava concentrado num desenho muito bonito, retratando uma linda árvore de ipês, estava lindo, porém ele não parecia feliz com o trabalho. Elogiei o desenho e ele agradeceu, dando um sorriso, logo ficando mais satisfeito com o que fez. Então fui para meu lugar finalmente, tirando as coisas da mochila e me organizando.

-Ei, Nico. – Christopher chamou, atrás de mim.

-Sim?

-Pode me emprestar seu trabalho de Química? É bem rápido.

-Você não fez?

-Só preciso conferir uma coisa, juro que te devolvo rapidinho.

-Certo – suspirei – corre, ela já está ali na porta.

Virei para o lado, olhando para ele e rapidamente abriu o caderno, olhando algumas coisas e lendo outras, suspirando aliviado. A professora estava chegando na nossa fileira quando vi Pedro pegar meu caderno. Fiquei confuso e logo ouvi um barulho de páginas sendo rasgadas. Arqueei uma sobrancelha e olhei para Christopher que colocou as mãos sobre o rosto, bufando. Recebi meu caderno de volta, com as páginas do trabalho rasgadas. Assim como as páginas do trabalho, meu coração foi rasgado. Eu demorei muito pra fazer esse trabalho.

-Nicholas, seu trabalho? – a professora já estava do meu lado.

-Eu... Ah, merda. – suspirei, me sentindo um perdedor. – Meu trabalho está todo rasgado, professora.

-E quem fez isso? – cruzou os braços.

-O... Pedro. – fiquei com medo de falar. Mas falei do mesmo jeito, talvez ela fique do meu lado.

-Pedro, isso é verdade? – virou-se para o garoto.

-Se o traidor não faz, eu faço. – assumiu, dando um soco no braço de Christopher.

-Fora da minha sala. Agora. – mandou – Nico, darei até a próxima aula pra me entregar esse trabalho perfeitamente, entendeu?

Assenti, com meu coração saindo pela boca. Vi Pedro saindo da sala, levantando o dedo do meio para mim. Mandei-o ir tomar no cu mentalmente, espero que ele pegue o recado. O resto da aula foi normal, a professora explicou o conteúdo, deu exercícios para fazermos, deu uma bronca e saiu para ir ao banheiro.

Estava fazendo os exercícios que ela mandou fazermos quando desviei minha atenção para Oliver, que estava sendo atormentado por Gabriel.

-Volta pra nós, Ollie! Volta, gatinho!

-Some daqui, Gabriel.

-Ah, mas volta, Ollie! – Edward fez um bico para Oliver. Eles riram.

Assim que terminei os exercícios, resolvi relaxar a mente. Voltei para aquela colina com Christopher. Ele não estava ali agora. Havia um caderno no chão, ao invés disso. Abri o caderno que estava cheio, quero dizer, lotado. As folhas estavam enormes, cheias de coisas coladas e anotações. Vi fotos de uma viagem, Christopher estava nelas. As fotos mostravam lindas paisagens. Li um recado em particular ali. “Vejo-te em breve.”

Meus pensamentos são interrompidos pelo alto e agudo sinal. Aula de Geografia. Essa aula passa tão vagarosamente, parece nunca acabar. Olho para os alunos ao redor, todos colocando a mão no rosto, já desesperados de tédio, outros se preparando para dormir. Eu dormiria, mas não estou com muito sono. Olho para Christopher que também revira os olhos para a aula. Pedro voltou, sentou-se atrás de Christopher e começaram a conversar. Ouvi pouco da conversa, mas pude entender algumas coisas. Pedro não gosta de mim e está forçando Christopher a não gostar de mim. O que eu fiz? Menino maluco. Volto minha atenção para meu caderno, logo começando a rabiscar qualquer coisa. Um rosto malfeito. Não sou nenhum artista, para falar a verdade. Victor é, amigo de Rafael. Ele é quieto, mas seus desenhos são incríveis. Minha paixão mesmo é a fotografia, gosto de fotografar, alguns amigos já me disseram que tenho um olho para fotografia. Acabo indo longe nos pensamentos e logo o sinal toca novamente. Aula de Educação Física.

Esse professor é divertido, engraçado. Fala muito com os alunos, é um amigo. Anuncia a aula de hoje; queimada. Separa os times, Eu, Saphira, Victor, Rafael, Guilhermo, Ícaro, Robson, Caroline e Christopher contra Oliver, Dara, Mara, Brian, Caio, Matthew, Jolu e Gabriel. Quem fosse queimado, estaria fora. O jogo começou, logo energizando todos ali. Alguns do meu time foram eliminados e também eliminamos outros do time inimigo. Até que sobrasse apenas eu e Gabriel. Ele é outro que não gosta de mim. A bola estava comigo e tentei acertá-lo. Falhei. Ele pega a bola e furiosamente lança em minha direção. Ouvi alguém me mandando ter cuidado, me fazendo bobear. A bola acertou em minha cabeça como um tiro. Fez com que eu caísse no chão. Gabriel pegou a bola de volta e subiu em cima de mim, sorrindo maliciosamente. Acertou a bola mais uma vez em mim, agora no peito. E então debaixo da barriga. Qual é o problema dele? Senti meu nariz sangrar e meu ouvido zunir.

-Chega, Gabriel! – foi a última coisa que eu ouvi, antes de perder as forças.

Oliver | 16 anos

-Qual teu problema? – berrei para Gabriel. Corri até Nico, que ainda estava estirado no chão, com o nariz sangrando. Levantei-o, sem os sentidos. Ouvi risadinhas de fundo. O professor veio até mim, mandando-me levar o menino para beber água. Obedeci. Nicholas não havia desmaiado, só estava sem forças e com o nariz sangrando. Maldito Gabriel. Sei o que eles estão fazendo, mas não sei como pará-los. Lavei o nariz de Nicholas, logo molhando alguns pedaços de papel para deixar em seu nariz. Passei água fria em sua testa, em seu rosto. Ele melhorou, já conseguindo ficar de pé sozinho.

-Desculpe, Oliver – o ouvi dizer, meio arrastado – eu estraguei tudo.

-O quê? Menino, tu não fez nada. Foi o Gabriel quem te machucou e estragou o jogo. E mais, eu deveria pedir desculpas. Deveria ter pulado em cima dele assim que ele subiu em cima de você. Agora, aqui, bebe água.

Ajudei-o a se recuperar, não demorou muito. Logo voltamos até a quadra. Durante o caminho, fui contando algumas piadas para deixá-lo um pouco mais feliz. Já estávamos rindo quando chegamos à quadra. Mas é claro que isso durou pouco.

-Seu namoradinho está bem, Olie?! – ouvi Pedro berrar. Ignorei, mas seus amigos começaram a rir. Rolei os olhos assim como Nico. Pensei em argumentar com ele e com Gabriel, mas eles não dariam bola. Então simplesmente ignorei e continuei a contar algumas piadas para Nicholas.

O professor de Biologia chegou à quadra correndo, logo falando com nosso professor. Estavam discutindo sobre algo que acabara de acontecer no laboratório e o professor de Biologia berrou “Por favor!” e o nosso professor concordou, logo entregando seu apito, prancheta e cronômetro para Gabriel, Pedro e Brian. Eles forçaram os meninos irem jogar futebol, forçaram até Philip. Devem estar ansiosos para o campeonato da escola. É uma competição que dura dois dias, com música, dança, futebol, basquete, handbol, vôlei, cabo de guerra e queimada. Também tem um lance de camiseta e grito de guerra. Ano passado ficamos em segundo lugar. Foi interessante e empolgante. Nosso primeiro ano fazendo essas coisas e pegamos o segundo lugar. E ganhamos meio ponto na média.

Vi Dara torcendo, logo sendo repreendida por Saphira. A menina sente muito ciúmes da namorada, algo que acho muito triste. Não me intrometo, sei as razões de Saphira, mas é algo tão... Desapontador. Virei para Nicholas que olhava para Christopher e o outro estava olhando para Nicholas também. Eles estão... Flertando?! Impossível.

O professor logo chega e o jogo termina. Pedro troca umas palavras com o professor sobre os meninos que estavam jogando e libera a sala para ir beber água. Estavam desesperados por água, jogaram muito. E o sinal tocou, mandando todos para o intervalo.

Nicholas | 16 anos

Somos liberados para o intervalo. Fui com os meninos para a cantina. Não comprei nada para comer, apenas um refrigerante para tomar. Esse é o primeiro intervalo, depois de três aulas tem mais um e mais outras três aulas, até o fim do primeiro turno. É um horário de aulas muito cheio, mas o segundo turno se baseia em aulas extras. Aulas para fazer trabalhos, ajudas e revisões.

Vejo Chris rindo e dou um sorriso.

-Você gosta dele. – Rafael diz.

-O quê?! – virei estupefato para o menino – Ficou maluco?

-Não tenho gaydar para nada, né meu filho? Pelo amor de Deus. Pode não ser agora, mas espera um pouco.

-Tu perdeu a cabeça, isso sim.

-Não falo mais nada. Você gosta dele.

É impossível. Mas ainda sinto que ele está certo. Ah, o que está acontecendo comigo? Eu nunca gostei de nenhum menino e nem ao menos beijei um para saber se gosto. Digo isso a ele.

-Não é um beijo que vai fazer você ter certeza. Pessoas beijam as outras sem sentir absolutamente nada e há pessoas que sem nem um único toque, se amam.

Fico pensando nisso até o fim do dia. Então não é um amor normal. Ah, preciso organizar meus pensamentos. Droga, Christopher, quem deixou você bagunçar minha mente?


Notas Finais


é isso
fim de semana posto mais uns capítulos ai
semana que vem - eu acho - vou entrar em semana de provas ent não vai ter capítulo, sorry.
deixa um comentário nice aí pra mim, pfv ;-;
gosto de receber feedback de quem lê.
obg por ler
beijinhos e brigadeiros!


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