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História No Ordinary Love - Reescrita - O controle de nossas vidas


Escrita por: littlefenom

Notas do Autor


Oi
31 favoritos cara, meu Deus.
Eu to extremamente feliz, vocês não têm noção
sério, obrigada mesmo ♥
já já eu entro de férias e eu vou poder postar com mais frequência, eeeeee
desculpa demorar pra postar tb, é meio complicado rearranjar uma história inteira aksjkasj
anyways
ENJOY!

Capítulo 7 - O controle de nossas vidas


Nicholas | 16 anos

Adormeço ainda vendo um filme qualquer. Eram cinco da manhã quando terminei o primeiro filme e então comecei a assistir esse outro. Mas não aguentei. Ainda é oito da manhã, mesmo com a soneca que tirei. Acho que todos da casa já estão acordados, posso ouvir minha irmã lá de baixo. Logo ouço batidas na porta.

-Entra. – respondo, olhando para porta fechada.

-Ei Nico! – minha irmã entra, vindo em minha direção – Tô com tédio, o que eu faço? – se esparramou em minha cama.

-Não sei, Ariel – fiquei encarando a menina. Às vezes eu a acho tão diferente de mim, mas também tão igual. A menina tem os olhos cinza tão puros que parecem ser brancos e seus cabelos são longos, muito longos. Lembro o motivo de seus cabelos não serem cortados. Mamãe e ela fizeram uma promessa, uns anos antes de minha mãe falecer, Ariel e ela não cortariam o cabelo até o décimo quinto aniversário da menina. – como está indo sua promessa com a mamãe?

-Está indo bem – dá um risinho pelo nariz, deitada com a cabeça em meu colo – espero que ela ainda esteja cumprindo a promessa.

-Ela está. No sentido espiritual e no biológico. Cabelos não param de crescer até mesmo depois da morte.

-Sério? – seus olhos brilharam.

-Eu acho que é algo assim, então não se preocupe. – silêncio. Apesar de Ariel ser nova, ter oito anos, nós conversamos sobre inúmeras coisas. Ela é muito inteligente. – Ari, o que você acha sobre o casamento gay?

-Casamento gay? – ela olha para mim – Eu acho que é normal, tipo, é só um casamento, certo? E você?

-Eu também. Acho também que é inspirador. Eles têm tanta coragem, mesmo com a sociedade querendo destruí-los, eles continuam fortes, lutando por seus direitos.

-Sim, isso me deixa feliz. – sorri.

-Quer ir comigo na parada gay que vai ter daqui umas semanas na cidade? – pergunto.

-Será que o papai deixa?

-Óbvio que não! – falando no diabo... Ele abre a porta com tudo. – Ariel, para o seu quarto, já. –manda – e você, mocinho... O que está fazendo? – aumentou o tom.

-Eu?! Eu estava conversando com a Ariel, até que você entrou no quarto cuspindo fogo.

-Segura esse linguajar, moleque! Você estava chamando a Ariel para ir numa parada gay? – ele disse num tom que parecia que ele iria vomitar ao falar a palavra.

-Sim, o que tem? – eu praticamente estava desafiando meu pai. A adrenalina corria nas minhas veias, parecendo substituir todo sangue que lá havia.

-Você quer transformar sua irmã numa lésbica? É isso, Nicholas?

-Transformar? Eu não vou transformar ninguém não, se ela for lésbica, ela quem descobre isso sobre ela mesma, eu não tenho poderes especiais de transformar ninguém em lésbica não.

-Cale a boca! Você não vai arrastar sua irmã para essa coisa de gay, eu não vou aceitar meus filhos se eles forem gays!

-Ah, não vai? Então você nunca foi pai por não aceitar sua criança do jeito que ela é! – grito.

Tudo que eu vejo é a palma da mão dele aterrissando em meu rosto, fazendo com que arda e me deixe com dor de cabeça. Ah, eu sei que tudo seria diferente se a mamãe estivesse aqui, eu sei. Ela entenderia, ela sempre entendeu. Ela acalmaria meu pai, me daria um conselho, até mesmo me levaria até essa parada gay. Sei que não vou mais, nem sei por que toquei no assunto, era perigoso demais falar sobre isso em casa. Sinto saudades da mamãe. E sei que o papai também sente. Sei que ele tem estado estressado desse jeito, pois a mamãe não acalma mais ele. Lembro que ela resolvia os problemas dele com apenas um sorriso, um beijo, um abraço, como se ela fosse uma recarga de energias para ele. Lembro-me de uma das músicas favoritas deles, os dois dançavam juntos quando eu era uma criança e Ariel ainda não tinha nascido ainda, ‘And I Love Her’, dos Beatles. É uma música tão bonita e sei que papai ama essa música. Ela amava essa música. Os dois eram inseparáveis, se transbordavam em amor – tudo bem que às vezes o papai não colaborava, né. Mas, ah...

-Ah, mãe... – sussurro para mim mesmo – Por que você foi nos deixar?

Deito mais uma vez na cama, tentando conter as lágrimas. Ariel entra no meu quarto, fechando a porta atrás dela. Quietamente se senta ao meu lado, ainda sem falar nenhuma palavra.

-É tudo minha culpa, não é? – deixo as lágrimas rolarem suavemente, sem soluçar, sem fazer escândalo. Só nós dois aqui, com uma aura forte ao redor.

-Não, Nico. A gente nunca iria saber que ele estava passando pelo corredor...

-Isso não teria acontecido se ela ainda estivesse aqui.

-Eu também sinto falta dela, Nico... Você passou mais tempo com ela do que eu, isso é justo.

-Já se faz cinco meses, Ari. Eu não deveria estar assim ainda. Não deveria estar tão pesado. Eu deveria parar de pensar nisso desse jeito. Deveria ter deixado o assunto esfriar.

-Não, Nico... – ela não continua a frase e só me abraça. Abraça apertado, apertado, abraço de irmão urso. Ela passa a mão em meus cabelos e eu nos dela. Soluços, choros, sentimentos.

Ela sussurra coisas como “tudo bem, eu estou aqui com você”. Assim que desatamos o abraço, ela me dá um sorriso e eu retribuo.

[...]

Sábado passou e meu domingo foi interrompido por uma mensagem no grupo da sala. Uma não, inúmeras. Alguém disse algo sobre a festa de sexta... Ah, droga. É claro que eu sou o assunto principal. Era um mix de mensagens sobre “Nicholas levou um fora”, “Nicholas não sabe nadar”, “Nicholas precisa do Christopher” e “Nicholas ficou com Christopher”. Espere, o quê? Fiquei com quem?! Ah, não, eles ficaram sabendo do beijo na testa que Christopher me deu? Eu odeio Pedro e Gabriel com todas as minhas forças. E é claro que eles aproveitaram para jogar bosta no meu nome, não é? Era xingamento por todos os lados, recebi até ameaças de qualquer garota que deve gostar do Christopher ou coisa do tipo. Minha vontade suicida aumentou em cento e setenta por cento. Vejo uma mensagem de Christopher que me pedia para ignorar aqueles idiotas. Não quero responder, quero ficar longe dele, não quero que seja assim, não quero que ele seja um príncipe encantado que salva a donzela indefesa aqui. Então eu mesmo me defendo, mando uma simples mensagem, com menos de três palavras, no grupo: “Babacas.”.

Tento ocupar minha mente com qualquer outra coisa, então lembro que essa semana, o professor fará as eleições para representantes da sala, assim como também separará a sala em grupinhos para cada um ir atrás de algo para os jogos, como camisetas, patrocínios, arrecadação de dinheiro e tantas outras coisas que estou deveras animado para saber. Guilhermo e Rafael têm meu voto, são meus melhores amigos. E eu volto a pensar naquilo que Rafael me disse. Não gosto de ficar confuso sobre meus sentimentos, mas parece que não me sobra escolha.

Obrigado, Christopher, por arruinar a pouca sanidade mental que eu tinha.

Christopher | 16 anos

Não acredito que o grupo da sala se agitou por causa do que aconteceu sexta-feira. Nicholas não merece isso. Eu não mereço isso. Não mereço receber xingamentos e ameaças de gente que deveria ser meu amigo. É Pedro, estou falando de você e Gabriel. Não tive tempo de me aproximar de Nicholas como eu queria e isso me dá nos nervos. Nada está indo como planejado. Muita coisa aconteceu e ao mesmo tempo, nada aconteceu. Ainda estamos no começo do ano, argh, estou vendo que esse ano vai durar séculos. E eu me sinto culpado. Na verdade, é um sentimento estranho. Eu só queria me aproximar de Nico, não entrar nessa de zoar o novato, nunca quis fazer isso. Parece que eu não estou mais no controle de minha própria vida.

Eu só quero ter controle da minha vida novamente. Suspiro.


Notas Finais


hmmmm
obg por ler <3
amanhã tenho evento pra ir, yay! \o/
obrigada mais uma vez pelos 31 favs :3
beijinhos e brigadeiros


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