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História No Other - Before PT.2


Escrita por: hyusucks

Notas do Autor


eU DEMOREI PRA CACETE, EU SEI!!!
Mas eu tô de volta e eu prometo que não vou demorar!
É que meu pc tava uma bosta e eu esperei comprar um novo, além disso tinha a escola e várias outras tretas, enfim!
Tô de volta e espero que vocês curtam o cap!
Boa leitura!!

Capítulo 2 - Before PT.2


Fanfic / Fanfiction No Other - Before PT.2

P.O.V MINAH 

Estava encarando a janela há um bom tempo.  

Horas ou dias, não importava. Não tinha a mínima vontade de sair dali ou fazer qualquer coisa.  

Era como se tivesse um buraco profundo em meu peito, repleto de decepção, angústia e pesar.  

Por que era tão difícil aceitar?  

Eu não tive coragem de tirar as fotos espalhadas no meu quarto, de jogar fora os presentes que ele tinha me dado... Não conseguia apagar da noite para o dia meu sentimento por Yoongi.  

A cena dele fodendo Eunji ainda era fresca em minha mente e quanto mais eu lembrava, mais eu sofria. Mas nada era pior do que recordar todos os momentos felizes que passamos juntos e saber que eles jamais se repetiriam novamente, porque por mais que eu estivesse sofrendo e desejasse que tudo não passasse de um pesadelo, não estava crente de que Yoongi voltaria atrás e pediria desculpas. E eu mesma não tinha certeza se o perdoaria. 

Desde aquele dia, eu praticamente não encostava no celular. Me afastei de todas as redes sociais e por mais que ele vibrasse a cada cinco minutos com mensagens dos meus amigos, eu me recusava a responder. Sabia que dentre as várias conversas, a que eu tivera com ele estava inativa. Yoongi não me ligara uma só vez e não o faria nunca mais.  

 Me sentia a pessoa mais tola do mundo por ter me iludido com o famigerado "felizes para sempre". Cada palavra que ele me dissera, cada atitude que tomara, cada lembrança era um soco direto no meu rosto. A dor era tanta que eu sentia que estava a ponto de enlouquecer. Meu Deus, por que!?  

 E a pior parte, era que a minha dor também afetava meus familiares.  

Não tive coragem de contar aos meus pais que Yoongi me traíra, apenas me limitei a dizer que tínhamos rompido. A imagem que eles tinham de Yoongi era a melhor possível e eu não queria que isso fosse estragado. Não precisavam saber que o querido ex genro deles na verdade não passava de um cafajeste. Afinal, que pais gostariam de saber que sua filha era corna? 

E eu sabia que a minha ladainha não os convenceria por muito tempo. Passava a maior parte do tempo no meu quarto, olhando para o nada, quase não descia para comer e se meu irmão não viesse me checar todos os dias depois que voltava do trabalho, provavelmente iam pensar que eu me tornara um vegetal. Mas eu não queria contar. Não podia.  

Os Choi já tinham se sacrificado muito por mim, não precisavam carregar o enorme peso da minha dor também. Fui acolhida por eles com tanto amor que agir como a filha perfeita era o mínimo que eu podia fazer. Meus problemas de adolescente desiludida não lhes diziam respeito. Porém não importava quantas tentativas eu fizesse, jamais conseguiria esconder alguma coisa de Youngjae. E durante o meu caos interno, ele foi a minha luz.  

No início, relutei em contar o ocorrido, mas por fim acabei cedendo e no final, tinha até sido bom. Se eu não tivesse desabafado, talvez tivesse feito alguma besteira.  

Quando senti minhas pernas completamente dormentes depois de passar tantas horas naquela mesma posição, decidi que era hora de me arrastar para o banho. E por algum motivo, lá era onde eu descarregava a maioria dos meus pesares desde o fim de namoro com Yoongi. Bastava com que a água quente atingisse meu corpo que as lágrimas escorriam no mesmo instante.  

Patético.  

Os minutos se passaram embaixo do chuveiro e assim que me senti exausta de tanto chorar, desliguei o registro e voltei para o meu quarto, secando-me e colocando um pijama de inverno antes de me deitar na cama. Puxei a coberta até os ombros e encarei a parede até finalmente pegar no sono.  

Já era noite quando acordei com o rangido da porta do quarto se abrindo e eu não precisei me virar para saber quem era. Pouco depois, meu corpo foi rodeado pelos braços de Youngjae. E apenas isso foi necessário para que as lágrimas silenciosas rolassem por meu rosto novamente e eu escondi o mesmo no travesseiro. Meu irmão me apertou carinhosamente contra si e afagou meus cabelos, sem dizer nada. Mesmo que eu quisesse me isolar de tudo e todos, nada me era mais reconfortante e preciso do que o carinho de Youngjae. 

Eu era mais do que grata por tê-lo em minha vida. 

— Sendo sincero... - murmurou o mais velho em um tom tranquilo, sem parar com as carícias – Estou um pouco decepcionado por te ver chorando por causa de um homem. Mas levando em consideração a forma que vocês eram grudados, é até compreensível.  

Apertei meus lábios, sentindo-me envergonhada. Youngjae era a única pessoa, além de Yoongi, que conhecia verdadeiramente minha personalidade. Ele sabia que eu odiava mais do que tudo garotas que se rebaixavam e choravam feito idiotas pelo cara que lhes quebrou o coração, e naquele momento, eu estava indo contra todos os meus princípios. Talvez porque nunca se passara pela minha cabeça que um dia o homem que eu amava iria destruir meus sentimentos de uma forma esmagadora.  

— Oppa... – balbuciei, sem saber ao certo o que dizer.  

— Te ver assim está me matando, Minnie. – murmurou ele contra meus cabelos – Quanto tempo você vai ficar sofrendo e se isolando por causa dele?  

Não sabia o que responder. Nem eu mesma tinha noção de quanto tempo demoraria para aquele sentimento desaparecer, porque infelizmente, mesmo o repudiando, eu ainda amava Min Yoongi e após passar três anos o amando, não tinha certeza de que o sentimento desaparecia com facilidade.  

Que ódio! Que ódio!  

Mordi o lábio inferior e sussurrei: 

— Não sei.  

— Você não sai desse quarto há quase duas semanas, Minah. – duas semanas!? Meu Deus, tinha se passado tanto tempo assim!? – Papai e mamãe estão muito mal com essa situação. Eles pensaram em ligar para o Yoongi, mas eu insisti que não fizessem. Yura me falou que seus amigos estão ficando loucos de preocupação. Seria muito legal se você saísse um pouco de casa ou pelo menos respondesse as mensagens.  

Yura era uma de minhas melhores amigas e namorada de Youngjae. Diferente de mim, ela nunca teria um fim de namoro por adultério, porque meu irmão era a pessoa mais fiel e verdadeira que existia.  

Eu sabia que meus amigos podiam estranhar meu sumiço repentino e tinha certeza de que Yoongi já havia noticiado o nosso término, mas eu não sentia vontade de falar com ninguém. Não queria que soubessem da traição, seria muito humilhante. Mas por um lado, quanto mais tempo eu passasse em casa, mais sufocante para seria. Cheguei a um ponto em que eu estava sentindo pena de mim mesma.  

— Oppa, eu fui humilhada. Se eles souberem o que aconteceu, como vou poder encará-los de novo? Não quero ser a corna digna de pena.  

Youngjae soltou um riso sem humor e respirou fundo.  

— É isso o que pensa dos seus amigos, Minah? 

— Não, é só que... 

— Eles já sabem, Minnie.  

Meu coração parou por um instante e eu me virei para encarar meu irmão.  

— Como assim? – indaguei.  

— Hoseok soube da traição pelo Yoongi e contou para todo mundo. E acredite, todos estão muito putos com ele.  

Dei de ombros e relaxei um pouco. Mesmo que fosse muito cruel, saber que nossos amigos estavam com raiva de Yoongi pelo o que fizera me deixava um pouco satisfeita. Isso era apenas parte do que ele merecia depois de ter mentido para mim. E se eles estavam do meu lado, talvez eu não devesse ficar tão reclusa. Eu não tinha nada a perder, certo? 

Porém, minha teimosia falava mais alto.  

— Ainda assim, é constrangedor pensar em sair em público de novo. – falei – Acho que preciso de mais um tempo.  

— Ah, pare com isso, Minnie! – resmungou Youngjae – Ninguém vai te crucificar, muito pelo contrário. E outra, você vai acabar mofando nesse quarto, já está até fedendo!  

— Aish, idiota! – rosnei, empurrando-o e fazendo com que caísse da cama.  

Ao atingir o chão, Youngjae soltou um muxoxo e, pela primeira vez em duas semanas, eu consegui rir, pelo menos um pouco. Meu irmão ajeitou-se em posição de lótus e passou a mão pelas madeixas castanhas, abrindo um grande sorriso. 

— É assim que eu quero te ver, sorrindo sempre. Nunca se esqueça que eu só quero o seu bem e sempre vou estar aqui para você, Minnie.  

Sorri novamente e abracei o travesseiro.  

— Te amo, oppa.  

Ele pegou uma de minhas mãos e beijou carinhosamente.  

— Também te amo, irmãzinha. E trata de responder seus amigos, Yura e eu não somos correio de ninguém.  

Mostrei a língua antes que ele se levantasse e saísse do meu quarto. Após isso, fiquei alguns instantes olhando para o teto e refletindo sobre a conversa, por fim decidindo por pegar o celular e me conectar com o mundo. Youngjae tinha razão, não podia me esconder das pessoas para sempre. Meu único medo era ver a cara de Yoongi novamente, pois eu sabia que não conseguiria ser forte. Suspirei enquanto selecionada o ícone do KakaoTalk e observava a grande quantidade de conversas, tanto de grupos quanto privadas. Youngjae não mentira quando disse que eles estavam desesperados.  

Milhares de mensagens de Hoseok, Jin, Jimin, Jungkook, Hyeri, Sojin, Yura... Mas nenhuma dele. Bom, isso pouco importava agora. Só deixava ainda mais claro que ele estava pouco se fodendo para mim.  

Hyeri com certeza era a mais preocupada: 127 mensagens apenas dela.  

“Minah, eu soube do que aconteceu. Ele é um canalha!” 

“Você está bem, amiga?”  

“Minah, pelo amor de Deus, tá todo mundo preocupado! Responde!” 

“Eu e Jimin fomos até a sua casa hoje, mas Youngjae disse que você estava dormindo. Minah, por favor, responde!”  

“Estou com saudade. Amiga, por favor, aparece!”  

“Bang Minah, estou a ponto de fazer uma macumba pra você dar um sinal de vida!” 

“Eu vou arrastar a sua cara no asfalto, vagabunda! ME RESPONDE!” 

“MINAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!!!!” 

A cada xingamento eu rolava os olhos e minha vontade de rir aumentava. Hyeri, escandalosa e exagerada como sempre. Era bom saber que eles sentiam minha falta. Reconfortante.  

Mordi o canto do lábio e digitei:  

“Seu vocabulário sujo melhorou bastante em duas semanas.” 

“Bem eu não estou, mas vou ficar.” 

A resposta veio quase de imediato. 

“Garota, você quase me matou do coração!” 

“Onde você estava!?” 

“No meu quarto.” 

“Aish, Minah! Custava mandar um sinal de vida!?” 

“Desculpe, não estava afim de conversar.” 

“Virou mulher das cavernas agora?”  

“Ai, garota, que merda isso. Sério, quero matar o Yoongi!” 

“Hyeri, não quero falar dele.” 

“Só ouvir o nome dele me machuca. ” 

“Desculpa, amiga. Queria poder pegar a sua dor pra mim.” 

“Acho que você tá precisando de um chocolate quente com marshmallows e um pouco de gelo sobre a cabeça pra aliviar a barra” 

“Amanhã vamos tomar café da manhã juntas. Não aceito não como resposta!” 

“Hyeri, não sei...” 

“Se você não me encontrar no parque amanhã às 10h, eu vou até sua casa e te arrasto pelos cabelos!” 

“Não duvide de mim!” 

A última coisa que eu faria na vida era duvidar de Hyeri. Ela conseguia ser bem dissimulada quando queria. Eu não estava com muita vontade de ir, mas se Youngjae descobrisse que eu recusei um passeio, provavelmente ele me mataria. E além disso, eu percebi que estava cansada de ficar dentro do quarto dando dor de cabeça para os meus pais e os outros.  

Respirei fundo e digitei. 

“Okay” 

Bloqueei o aparelho e o coloquei em cima do criado mudo. Hyeri provavelmente se encarregaria de espalhar para todos a notícia de que eu estava viva, então não tinha necessidade de responder todas as mensagens naquele momento. A única coisa que eu precisava era de uma boa noite de sono para finalmente enfrentar a vida no dia seguinte.  

{...} 

Depois de acordar, tomei uma ducha rápido e fui me trocar. Coloquei a primeira coisa que achei confortável e comportada, peguei minha carteira e celular, rumando para fora do cômodo em seguida. O andar de baixo estava vazio. Meus pais e Youngjae já haviam ido trabalhar, então não tive que me comunicar com ninguém antes de sair de casa. Prometi a mim mesma que se tudo desse certo após o café da manhã com Hyeri, eu pediria desculpas aos meus pais por tê-los preocupado tanto durante aqueles dias. Eles não mereciam aquilo. 

O vento gelado bateu em meu rosto assim que abri a porta. As ruas estavam brancas devido a neve. Tudo parecia calmo e maravilhoso, como se nada pudesse afetar aquela imagem perfeita. Fechei a porta atrás de mim e comecei a caminhar devagar pela calçada, colocando uma música qualquer do TVXQ no celular. A primeira coisa que me veio à cabeça quando pensei em música foi a minha playlist de derrota, mas me afundar ainda mais na fossa não estava nos meus planos para aquele dia.  

Enquanto caminhava até o parque, tentei o máximo possível manter Yoongi bem distante dos meus pensamentos. Ainda doía saber que eu não acordaria mais com ele ao meu lado, ou invadindo o meu quarto num domingo de manhã; não passaria horas na biblioteca comigo me ajudando nas questões infernais de química e matemática; não me levaria mais a passeios excêntricos... Nada. Poderiam se passar meses ou até anos, mas eu estava determinada a esquecer Min Yoongi e isso só aconteceria se eu me esforçasse.  

Eu já conseguia avistar o playground coberto de neve do outro lado da rua e Hyeri sentada em um dos balanços. Sorri minimamente e atravessei, me aproximando lentamente da minha amiga que não tardou a me ver. No instante seguinte, eu estava sendo sufocada por um abraço de urso.  

— Garota, eu não tô nem ai se alguém da família morrer ou você se divorciar, se me abandonar desse jeito de novo, eu te mato! 

Ri brevemente e retribui o abraço com carinho.  

— Entendi, mãe. – brinquei, sem muito humor.  

Hyeri afastou-se para poder me analisar e pela sua expressão, pude deduzir que eu não estava nada bem. Sério, era tão visível assim?  

Ela suspirou e apertou levemente minhas bochechas, dando um sorriso confortador em seguida.  

— Sorria, okay? Vai passar. E vamos logo, o pãozinho das dez é o melhor! 

Enlaçamos nossos braços e começamos a andar em direção a cafeteria, não muito distante dali. Lembro-me de várias vezes sair da aula e ir comer muffins ali junto com Yura, Sojin e a própria Hyeri. Foi numa dessas idas que acabamos trombando com Youngjae e ele se encantou por Yura. Desde então estavam juntos. Antes disso, nunca que eu ia pensar numa das minhas amigas namorando meu irmão, mas para tudo tem uma primeira vez.  

Na tentativa de aumentar meu ânimo, Hyeri começou a falar algumas banalidades e colocou em dia os recentes acontecimentos no nosso grupo de amigos, em momento algum mencionando Yoongi. E para a minha felicidade realmente aquela conversa estava fazendo efeito, direcionando meus pensamentos para qualquer outra coisa que não fosse meu ex namorado.  

Poucos minutos depois, avistamos a conhecida fachada em rosa pastel da cafeteria do outro lado da rua. É, talvez Hyeri estivesse com razão. Um chocolate quente poderia adoçar minha alma quebrada.  

— Vou mandar mensagem pras meninas depois e a noite vamos num karaokê. Não aceito não como resposta! - exclamou em um tom animado.  

— Tudo bem. - ri e tornei a olhar para frente.  

O farol abriu e estávamos prestes a atravessar, quando meus olhos encontraram algo e eu parei de súbito.  

Meu Deus, por que!?  

Meus músculos travaram e eu não conseguia sair do lugar. Meus olhos ficaram instantaneamente marejados e minha expressão tornou-se dolorida e desacreditada.  

Do outro lado, ele estava vindo junto com Hoseok em direção ao mesmo local onde estávamos indo. E para o meu azar, ele notou minha presença.  

Yoongi.  

Seus olhos escuros encontraram os meus e ele parou, seu semblante vazio.  

Numa fração de segundo, a imagem de duas semanas atrás surgiu em minha mente e só isso foi preciso para que eu obrigasse minhas pernas a se moverem, correndo dali. Ouvi meu nome ser chamado atrás de mim, mas ignorei e apenas corri.  

Corri, corri como se minha vida dependesse disso. As lágrimas grossas escorrendo por meu rosto, a dor miserável que me consumia a dias martelando em meu peito.  

Céus, por que!? Por que ele tinha que aparecer? Justo quando eu tomei a iniciativa de tentar esquecê-lo... Por que ele tinha que me trair!?  

Por que ele tinha que me humilhar!?  

Por que ele jogou tudo fora!?  

Merda, merda, merda!  

Minutos depois eu já tinha rompido pelas portas da minha casa e retornado ao meu quarto, jogando-me na cama e voltando ao inferno em que eu passei a viver por ser tratada feito um lixo por quem jurou me amar.  

{...} 

— Minnie!? O que houve!?  

Youngjae segurava meu rosto entre as mãos e tentava inutilmente limpar as lágrimas que continuavam a cair desde que eu fugira do olhar de Yoongi.  

Hyeri me seguira, porém eu não desci para abrir a porta, ignorei suas mensagens e telefonemas. Eu queria sumir e me isolar em outro mundo, um mundo que não existia Min Yoongi.  

As palavras estavam entaladas em minha garganta e eu não conseguia proferir nada mais do que soluços. Merda!  

— Calma, Minah, respira fundo! - murmurou ele, puxando-me para seu peito em um abraço apertado – Por favor, irmãzinha, não chora...  

— E-e-eu vi ele, Youngjae! - solucei, apertando com força sua camiseta – Eu vi ele! Oppa, eu quero sumir!  

— Minnie, por favor, não chora... Não vale a pena, meu anjo. - aquilo só me fez chorar ainda mais.  

Meu anjo.  

Yoongi sempre me chamou assim. Era uma coisa tão nossa, tão... Céus, por que tudo me lembrava ele? 

Eu não sabia mais quanto tempo iria aguentar morando na mesma cidade que ele. Não sabia quanto tempo passaria sofrendo daquele jeito, tendo que aceitar que já não existia mais nada entre nós e que eu não fazia a mínima diferença em sua vida. 

A forma que ele me olhou, tão vazia, tão... indiferente.  

Aquilo me machucava de uma forma descomunal.  

Minutos depois, o choro foi diminuindo e o cansaço tomando conta do meu corpo. Em nenhum momento Youngjae deixou de sussurrar que iria ficar tudo bem ou saiu do meu lado. Aos poucos, consegui parar de soluçar e me acalmar o suficiente para dizer alguma coisa. 

— Oppa, eu não sei que fazer... 

Um suspiro entristecido escapou pelos lábios do meu irmão, que gentilmente selou minha testa. 

— Vai ficar tudo bem, Minah, mas isso não vai acontecer da noite pro dia... - o afago em minhas costas foi diminuindo a tensão do meu corpo, deixando-me mais relaxada. Youngjae era minha paz - Você tem sorte de já ter prestado todos os vestibulares possíveis, logo vai poder ocupar a cabeça com outra coisa.  

— Isso se eu passar na faculdade, Youngjae. - disse com certo desânimo.  

— Falando nisso... - ele se afastou um pouco para tirar algo do bolso interno do casaco que usava, erguendo um envelope branco em minha direção - Sua resposta da Universidade da Califórnia chegou.  

Engoli em seco e focalizei o papel em suas mãos. Um calafrio subiu por minha espinha e movi minha mão trêmula até o envelope, tomando-o de meu irmão.  

Meu sonho sempre fora fazer fotografia no exterior, principalmente nos Estados Unidos. Eu tinha estudado minha vida inteira, me dedicado as coisas que eu mais odiava, apenas para ter a chance de aprender o que eu mais gostava lá fora. Com a história de Yoongi, eu até tinha esquecido que o resultado do meu vestibular estava para chegar.  

Yoongi... 

Se eu passasse na Califórnia, não ia mais correr o risco de vê-lo. A dor e os sentimentos desapareceriam com mais facilidade, eu teria apenas que me preocupar com a faculdade e poderia começar uma nova vida fora da Coréia. Era uma oportunidade que veio a calhar no momento certo!  

No mesmo instante, o pavor de não ter sido aprovada tomou conta de mim. Quanto tempo mais eu suportaria viver naquele lugar? 

O mesmo circulo de amigos, os mesmos ambientes de convívio... As chances de eu cruzar com ele novamente eram múltiplas e eu não queria arriscar. E além disso, antes de começar a namorar Yoongi, eu já tinha uma razão pela qual queria ir embora da Coréia. E se meus planos fossem por água abaixo, o que eu faria?  

— Se você não passar, não tem problema. Essa não foi a única universidade que você se inscreveu. - Youngjae pareceu ler meus pensamentos.  

Apertei os lábios e assenti, respirando fundo.  

É, não teria problema.  

Eu só precisava ter fé de que um dia as coisas mudariam na minha vida.  

Bang Minah não desistia facilmente.  

Abri o envelope e retirei o papel de lá, lendo-o cuidadosamente.  

Levantei o olhar até Youngjae que me fitava com ansiedade.  

— E então!?  

{...} 

Durante boa parte da minha adolescência, imaginei que contar aos meus pais que eu estaria indo embora de casa seria algo difícil. Eles diriam que eu era muito nova, meu coração ficaria mais molenga do que já é e no final, eu não iria para lugar algum.  

Mas meus pais sempre souberam que, uma hora ou outra, eu e Youngjae abriríamos nossas asas e voaríamos para longe.  

E finalmente, minha vez chegara.  

Contei que havia sido aprovada no vestibular da Universidade da Califórnia e me mudaria para Fresno. Ao contrário do eu pensei, meus pais foram compreensivos e disseram que sabiam que essa hora iria chegar. Sempre tiveram ciência de que meu sonho era conhecer o mundo e fazer faculdade no exterior, e que não havia nenhuma razão para eles se colocarem entre mim e os meus sonhos. Era a minha vida e cabia somente a mim controlá-la. Prometeram me ajudar com o possível durante meus quatro anos de estudo e que me visitariam quando lhes fosse permitido.  

Passei um bom tempo procurando na internet um lugar onde eu pudesse ficar e encontrei uma república com um preço acessível e não muito distante da faculdade. Conversei com um dos moradores de lá chamado Raymond e depois das especificações, decidi que ficaria por lá até arrumar um emprego e conseguir um lugar mais reservado.  

O importante era que eu finalmente viajaria para fora da Coréia e conheceria o mundo, tomaria minhas próprias decisões e alcançaria a independência plena. E além disso, encontraria novas pessoas, novas coisas que me ajudariam a esquecer a dor de perder o primeiro amor.  

Tratei de bloqueá-lo em todas as redes sociais e esconder tudo que me lembrava ele. Eu estava indo embora, não precisaria mais daquilo. 

Longe dali, seria mais fácil esquecê-lo e mesmo que me machucasse, eu precisava seguir em frente. Minha história com Min Yoongi teve um começo e um final.  

Minha meta agora era fazer a minha própria história, deixando de lado as consequências e memórias frustradas da traição.  

Minha nova vida começava agora.  

 {...} 

 1 mês depois 

 
 A viagem até Fresno fora tranquila. O aeroporto não era enorme, mas era bonito e moderno. Enquanto caminhava para fora da área de desembarque, as palmas de minhas mãos começaram a suar e o pensamento que me assolava a dias voltara: eu estava ali para realizar o meu sonho e começar uma vida nova, longe de todas as burocracias e más lembranças vividas na Coréia. Não tinha mais volta. Agora era para valer! 

 Sentia-me ansiosa e rezava para que Raymond não tivesse que esquecido da minha existência. Não que eu não soubesse me virar na América, afinal, passei boa parte da minha vida estudando inglês para quando esse momento chegasse, mas digamos que minha timidez não ajudaria muito naquela situação. Eu teria que me acostumar a um cotidiano diferente, uma cultura nova e de certa forma, isso me assustava. Porém, não era hora de ter medo.  

A nova vida de Bang Minah começava ali.  

Ao passar pelas portas de vidro, avistei algumas pessoas segurando plaquinhas em frente ao corpo com o nome das pessoas que aguardavam. Apertei um pouco os olhos tentando ler o meu em alguma delas, mas não havia nada e nenhum dos que estavam ali se pareciam com o loiro que eu conversara uma semana atrás.  

Merda!  

Mordi o lábio e analisei as plaquinhas mais uma vez até que uma delas me chamou a atenção.  

Um rapaz de cabelos escuros estava segurando o papel com meu nome, mas o que me chocou foi que ele estava escrito na minha língua materna! Um sorriso de alívio surgiu em meus lábios e eu acenei para o rapaz, que retribuiu o gesto. Sem sombra de dúvidas, se ele não fosse coreano, era no mínimo descendente.  

Me aproximei com certa timidez e antes que eu dissesse algo, ele falou no mais perfeito coreano: 

— Então você é a Minah?  

Espantei-me levemente e logo concordei com a cabeça. Eu esperava tudo, menos encontrar outro coreano na Califórnia.  

— Sim, sou eu. – disse eu meio acanhada, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha – Preciso confessar que estava esperando o Raymond.  

— Ah, claro! - sorriu ele, aproximando-se para ajudar-me com a bagagem– Ele me disse que você era coreana e pediu que eu viesse no lugar para te ajudar com mais facilidade. Peço desculpas por não ser o que esperava.  

— Não, não!  - apressei-me em dizer, rindo nervosamente - Está tudo ótimo! Foi até melhor, assim não me sinto uma completa estranha aqui! 

— Ufa, estou aliviado! – riu - É um prazer conhecê-la, Minah. Meu nome é Jinyoung. 


Notas Finais


E então? Odiaram? Gostaram?
Eu tinha prometido no capítulo anterior que eu apresentaria o Mark nesse, etc, porém, eu queria mostrar o lado mais amoroso e protetor do Youngjae, que vai aparecer bem pouco na fic, então eu queria mostrar mais da relação dele com a Minah.
Mas eu JURO que no próximo, teremos o rei Mark Tuan, para a felicidade de todos.
E o cap acabou com O LINDO DO JINYOUNG!!! E obviamente acabou pq ele vai ser alguém muito importante na vida da Minah durante esses anos de faculdade!
A primeira fase da fic vai acabar talvez em mais dois ou três capítulos, e logo vamos partir para o que interessa muahuahauhauaha
Deixem a opinião de vocês ai e até o próximo capítulo, chuchus!
Beijos de luz e até a próxima!!


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