1. Spirit Fanfics >
  2. No Other >
  3. Before PT.3

História No Other - Before PT.3


Escrita por: hyusucks

Notas do Autor


GENTE, EU DEMOREI UM MÊS CERTINHO PRA VOLTAR GKJKGLJSKLJGSKLDJ
ME PERDOEM, A TIA LARA TÁ DE VOLTA, FORMADA, DE FÉRIAS E COM MUITA FANFIC PRA POSTAR!!!
Sem mais enrolação, vamos ao capítulo de hoje!
Boa leitura!

Capítulo 3 - Before PT.3


Fanfic / Fanfiction No Other - Before PT.3

— Então, você é da Coréia? - perguntei.

Jinyoung e eu seguíamos de carro até a república, que segundo ele não era muito distante dali. Se fosse como sempre, eu simplesmente teria ficado em silêncio a viagem inteira e apenas responderia quando ele se dirigisse a mim, mas deixar minha timidez de lado era um dos meus objetivos enquanto morasse na América. E já que tinha alguém ali, por que não tentar ser agradável?

— Sim, eu nasci lá. Mas já tem uns quatro anos que moro na Califórnia. - respondeu sem tirar os olhos da estrada – Meu pai é empresário e resolveu expandir seus negócios para os Estados Unidos, então acabamos nos mudando pra cá.

— Entendo. Você gosta daqui?

Ele assentiu dando um meio sorriso.

— Gosto. A América é um tanto excêntrica, mas tem os seus charmes. Porém, tenho que confessar que nada é melhor do que a nossa terra natal.

— Verdade... - murmurei, virando a cabeça para o lado e observando através da janela os carros passarem.

Ele não precisava saber que para mim, minha terra natal já não era o melhor lugar do mundo. E se não fosse pela minha família e amigos, talvez eu nem fizesse esforço para retornar um dia. Precisava me desapegar das coisas, ficar sozinha por alguns anos e ajustar minha vida conturbada, encontrar meu próprio caminho. Era isso que a maioria das adolescentes problemáticas faziam aos dezoito, não? Fugiam para perseguir seus sonhos e afastar-se das desilusões do mundo.

O silêncio predominou por alguns minutos, causando-me um certo desconforto. Pensei em algo interessante para dizer, porém Jinyoung foi mais rápido:

— Por que a Universidade da Califórnia?

Dei de ombros e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Eu sempre quis vir para o exterior e gosto muito da cultura americana. É bem liberal e espontânea, então pensei: por que não os Estados Unidos? – sorri brevemente–  Bom, aqui estou eu.

—Realmente, estudar aqui é sempre uma boa opção. Vai ficar até o final do curso?

— Se eu não for expulsa do país até o final dele, sim. - brinquei.

Jinyoung riu e me olhou de soslaio.

— Então parece que moraremos alguns anos na mesma casa! – seu tom de voz ficou um pouco mais animado e o sorriso do garoto se alargou, fazendo-me rir – E como coreanos, vamos nos manter unidos. Serei seu melhor amigo de agora em diante!

Não pude deixar de soltar uma risada com a animação de Jinyoung, que não hesitou em me acompanhar, rindo gostosamente. Ele era a primeira pessoa com quem eu tinha contato na minha nova vida e estava se mostrando melhor do que muitas que eu já conhecera. Estava torcendo para que os outros moradores da república fossem tão legais quanto Jinyoung.

— Okay, então. – concordei – E já que será meu melhor amigo, eu tenho um favor para lhe pedir.  

— O que? - indagou curioso.

Mordi meu lábio inferior e apertei as mãos.

Era a hora de usar o conhecimento que eu havia adquirido durante anos.

— Podemos conversar apenas em inglês de agora em diante? – perguntei em inglês, surpresa por ter conseguido não me embaralhar nas palavras e esconder até que bem o meu sotaque.

Jinyoung sorriu e balançou a cabeça em concordância.

— Como quiser, milady. – murmurou com a voz rouca em um falso tom galanteador.

Sorri novamente, satisfeita pelas coisas estarem começando a dar certo. E além de tudo, ter arranjado um colega extremamente simpático e bonito.

Durante o resto do caminho ficamos conversando sobre amenidades, conhecendo melhor um ao outro. Jinyoung cursaria arquitetura, e assim como eu, adorava desenhar. Contei-lhe sobre minha paixão pela fotografia e as razões de eu ter escolhido o curso, e também um pouco sobre a vida que eu levava na Coréia, deixando de fora a parte sobre meu relacionamento com Yoongi.

Aquilo era algo que eu jamais mencionaria ali.

Jinyoung ligou o rádio e uma música da Lady Gaga começou a tocar. Logo nós dois estávamos cantando, nos divertindo ao som das populares músicas americanas e comecei a pensar que talvez o lance de melhores amigos pudesse vigorar no futuro. Nos conhecíamos a menos de uma hora e Jinyoung já tinha me cativado.

Alguns minutos depois, Jinyoung estacionava em frente a uma belíssima construção de madeira, com três andares, num estilo bem casa de campo. Atrás da casa via-se uma pequena floresta e tudo próximo dali parecia ser extremamente tranquilo, além de ser um perfeito cenário para futuras festas clandestinas. Eu já havia visto a república por fotos, mas pessoalmente era mais bonita do que imaginara. E agora, aquela casa passaria a ser meu novo lar durante quatro anos.

Meu mais novo colega me ajudou a retirar as coisas do porta-malas e virou-se para mim após fechá-lo.

— Minah, o Ray já te explicou como funcionam as coisas aqui, certo?

— Quanto a divisão dos quartos? Explicou sim. – falei enquanto caminhávamos para dentro da casa.

— Então... Você não se importa de dividir o quarto com um cara? – perguntou um tanto receoso.

A república era mista e lá não existia o “preconceito” quanto a questão de quartos. Seu colega poderia acabar sendo tanto um cara quanto uma garota, e esta foi uma das razões particulares para a minha escolha. Eu precisava quebrar os tabus que haviam sido estabelecidos durante minha vida. E claramente, o único que sabia disso era Youngjae, pois meus pais surtariam se descobrissem que eu poderia dividir espaço com alguém que tinha um pênis.

— Contanto que ele não seja nojento e irritante, por mim tudo bem. – dei de ombros.

O garoto suspirou aliviado e sorriu minimamente.

— Relaxa. Você pegou talvez o cara mais tranquilo que já pisou aqui.

— Hm, que sorte a minha! – ri.

Jinyoung abriu a porta, revelando uma sala enorme e dava para ver a cozinha um pouco ao fundo. Tudo ali trazia o ar de sossego e despojamento para aquele ambiente rústico, bem diferente do que eu estava acostumada. Haviam algumas máquinas de jogos logo abaixo da escada para entretenimento dos estudantes e uma televisão enorme pendurada na parede de frente para o comprido sofá. Seja lá quem fosse o dono da república, o cara tinha feito um investimento bem gordo! Eu mal havia pisado ali e já achava tudo ótimo.

— Eu vou te mostrar o seu quarto. – falou Jinyoung fazendo sinal com a cabeça para que subíssemos.

Ele me levou até o segundo andar da casa, onde haviam duas portas de cada lado do corredor. Jinyoung tirou uma chave do bolso e abriu a última porta do lado direito antes de me entrega-la.

— Seja bem-vinda ao lar, Minah. – sorriu ele deixando minha mala dentro do aposento – Espero que goste. Qualquer coisa, não hesite em me chamar, okay?

Assenti e sorri sem mostrar os dentes.

— Obrigado, Jinyoung.

— Vou deixar você descansar agora. – dito isso, o garoto se retirou.

O quarto não era gigante, mas era suficientemente espaçoso para duas pessoas. O banheiro ficava um pouco ao fundo, do lado direito do cômodo, que já estava sendo ocupado pelo meu colega desconhecido. Minha parte estava intocada, mas em compensação, a dele estava uma zona: roupas jogadas em cima da cama, coisas jogadas de qualquer jeito em cima da escrivaninha, as portas do guarda-roupas abertas e ainda por cima com uma toalha pendurada na porta. Torci o nariz e choraminguei baixinho. Eu não fazia a mínima ideia de quem era o cara, mas com certeza a minha primeira impressão dele não era das melhores.

Pensei em ir tomar um banho, porém desisti ao imaginar o possível estado em que o banheiro deveria se encontrar. Cristo, não!

Respirei fundo e joguei minha mala sobre a cama, abrindo-a e começando a guardar minhas roupas dentro do armário, com exceção do meu shorts jeans que larguei sobre a cama. Meu único shorts. E eu só o tinha vestido uma vez na vida, escondido dos meus pais. Não podia nem imaginar o que eles diriam caso soubessem quem eu realmente era por baixo dos suéteres e dos óculos de grau. Ou melhor, quem eu queria ser. Mas isso era apenas uma coisa tola que não fazia muita importância.

Depois de organizar tudo em seu devido lugar, lembrei-me de um lugar que Youngjae me indicara antes que eu embarcasse. Meu irmão já havia visitado a Califórnia na época de faculdade e teve a oportunidade de conhecer Fresno. Aqui, ele tinha ido até um bar com um estilo meio underground, onde a maioria dos frequentadores eram universitários que curtiam um bom rock, igual a mim. Ele até me dera um cartão internacional para que eu passasse o mês tranquila, mas sem perder o controle. E além disso, concordei que meus pais pagariam apenas os primeiros dois meses da mensalidade da república, depois eu pretendia arrumar um emprego de meio período apenas para sobreviver e não depender da boa vontade dos velhos. Minha independência era algo sagrado.

Meu corpo estava exausto, minhas pernas pareciam ser feitas de chumbo. Eu estava acabada da viagem e precisaria de dez horas de sono, no mínimo. Finalmente tomei coragem e resolvi encarar o banheiro, qualquer coisa era só encarnar o capeta e dar um esporro no garoto. Para minha satisfação, estava tudo limpo, então não demorei a entrar embaixo da água morna e deixar que os filetes de água cobrissem cada centímetro do meu corpo até atingirem o chão. Aos poucos, meus músculos passaram a relaxar e a exaustão escorria direto para o ralo junto com a água.

Ergui um pouco a cabeça e meus olhos analisaram com cautela as paredes cobertas pelo azulejo branco, o box transparente.... Então caiu a ficha de que nada daquilo era familiar para mim. Durante quatro anos, eu não veria mais meus pais, ou Youngjae, ou meus amigos. Não acordaria mais com o cheiro de café fresco e nem chegaria em casa depois da aula para comer o famoso bibimbap do meu irmão. Não desceria as escadas correndo as oito horas no sábado para assistir aos dramas com a minha família. Não passaria horas e horas acordada no quarto de Hyeri, Yura ou Sojin falando da vida alheia no Girl’s Day. Não iria mais para a quadra no domingo à tarde para assistir aos jogos de basquete dos garotos. Não me irritaria mais com as piadas provocativas de Hoseok, não apertaria mais as bochechas de Jimin ou Jungkook, não jogaria mais vídeo game com Taehyung, não cozinharia mais com Seokjin, não ralharia com Namjoon quando ele fizesse uma burrada durante as aulas de direção... E não compartilharia dos melhores momentos e do meu amor com Yoongi.

Naquele momento embaixo da ducha, finalmente dei-me conta da realidade e no que a minha escolha tinha implicado: eu estava sozinha.

 

[...]

 

Após o banho, tirei um longo cochilo e só fui acordar quando o sol estava se pondo.

Meu colega de quarto ainda não havia aparecido e isso só fez com que eu me sentisse mais melancólica do que antes. De certa forma, meu abatimento começou a me irritar. Era tarde para chorar pelo leite derramado, eu precisava me adaptar e não me arrepender. Levantei-me da cama com rapidez e vesti meu shorts, uma regata branca – que eu geralmente usava por baixo dos meus suéteres – e meu moletom do Bring Me the Horizon. Olhei-me no espelho dentro do guarda-roupas e passei a mão pelos cabelos. Aquilo era muito diferente do que eu estava habituada a usar.

Quem sabe agora eu pudesse começar a me libertar? Ninguém ali sabia minha origem ou o que minha família prezava.

Mas e se meus pais descobrissem? O que iriam pensar de mim? Que eu era uma filha fingida e revoltada? Que bastou apenas eu sair de casa para colocar as garras de fora? Não, não era justo com eles. Eles eram bons demais para ter uma rebelde sem causa como filha. Eu iria respeitar a imagem da Bang Minah que meus familiares conheciam. Devia isso a eles.

De qualquer forma, era apenas o primeiro dia. Eles não saberiam caso eu desse uma escapadinha e fosse conhecer o local indicado por Youngjae. Como era frequentado por universitários, talvez Jinyoung pudesse me dizer onde ficava.

Sai do quarto e tranquei a porta. O desconhecido provavelmente também tinha a chave, então não precisava me incomodar com isso. Desci as escadas até a sala e, por sorte, Jinyoung estava sentado no sofá lendo algum livro que não me interessava o nome.

— Jinyoung!

O rapaz olhou para trás em minha direção e abriu um sorriso – que por sinal, era maravilhoso.

— E aí? Gostou do quarto? – perguntou, deixando o livro de lado.

— Gostei. – disse eu em tom de agradecimento – Eu gostaria de te perguntar uma coisa. Meu irmão já veio pra cá e me falou sobre um bar underground que não ficava muito longe da faculdade. Você sabe onde é?

O moreno coçou o queixo e por instante me pareceu pensativo. Mordi o lábio um tanto apreensiva, pois não estava afim de ter de sair perguntando para gente aleatória com quem eu nunca trocara uma palavra.

— Ah! – exclamou Jinyoung, como se uma luz clareasse seus pensamentos – Ele deve estar falando do Turbulence. Fica a uns dez minutos a pé daqui, é só seguir a rua até o final e virar à direita. Não tem erro.

— Ótimo! – sorri satisfeita – Então, eu vou até lá. Obrigado, Jinyoung!

—  Mal chegou e já vai encher a cara, Minah? – brincou o garoto, lançando-me um olhar de falsa reprovação e malícia – Isso não é adequado para uma lady como você.

Ri um pouco alto e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Bobo. Até mais tarde, Jinyoung.

Eu sabia que não tinha intimidade o suficiente com Jinyoung para brincar daquela forma, mas ele não pareceu se incomodar. Mesmo o conhecendo pouquíssimo, eu me sentia extremamente tranquila com Jinyoung. Talvez outro sinal de que as coisas poderiam mudar daqui para frente.

Caminhei pela rua comprida, iluminada pelos postes de luz amarela e o luar. Por mais estranho que pareça, eu não estava com medo de andar por um lugar desconhecido a noite; decidi aceitar as coisas do que jeito que elas tivessem que ser. Encaixei os fones em meus ouvidos e selecionei a playlist com as músicas mais pesadas que eu conhecia: artistas como Avenged Sevenfold, BMtH, Sleeping with Sirens, Linkin Park, System of a Down, entre outros compunham ela. O vento gelado batia em meu rosto e pernas, mas não incomodava, causava até uma formigação gostosa. A melancolia havia passado, pelo menos por ora.

Não tardou muito para que eu estivesse em frente a um bar com um letreiro enorme escrito “TURBULENCE” em neon. Retirei meus fones e adentrei no espeço, sentindo imediatamente o odor forte de nicotina, bebida e cafeína. Haviam algumas mesas e cadeiras espalhadas pelo salão, um pequeno fliperama no canto, mesa de sinuca e uma jukebox que tocava alguns dos sucessos de rock clássico. Ao fundo, estendia-se um bar comprido, contendo prateleiras atrás do balcão com os mais diversos tipos de bebidas alcoólicas.

Uma quantidade considerável de pessoas encontrava-se ali, a maioria eram caras com os seus vinte anos procurando por uma dose de rebeldia, acompanhados de garotas peitudas com cabelos de cores exóticas. Realmente, aquilo parecia um lugar que só gente maluca frequentaria. E eu gostei. Gostei muito.

Com as mãos dentro dos bolsos do moletom, caminhei em passos rasos até o bar, tentando não chamar atenção. Não estava ali para socializar com ninguém. Sentei-me em uma banqueta de frente para o balcão e apoiei os cotovelos sobre o mesmo. Logo o barman, um cara ruivo de olhos verdes que aparentava ter apenas uns dois anos a mais que eu, veio me atender e pedi uma garrafa de cerveja, só para não dizer que fui até ali olhar para a cara de gente alheia. O rapaz depositou a garrafa geladíssima já aberta na minha frente e foi cuidar de seus afazeres.

Tomei um gole da bebida e fechei os olhos enquanto sentia o líquido descer por minha garganta, apreciando o som de uma música do Gun’s n’ Roses que começara a tocar. Eu estava mais acostumada com soju, mas cerveja também era bom. Nunca entendi o porquê de algumas pessoas repudiarem aquela bebida.

Continuei ingerindo o líquido, bebendo goles longo e outros curtos, batendo levemente meu pé contra a perna de metal da banqueta no ritmo da música. Eu estava precisando daquilo; ficar um pouco ausente de tudo, perdida no mundo da lua, fingindo que tudo ao meu redor estava perfeito. Naquele momento, a solidão não fazia tanta diferença para mim. Eu simplesmente não sentia nada.

— Blusão legal. – comentou uma voz masculina ao meu lado, tirando-me de meus devaneios.

Virei em sua direção e por algum motivo, um sentimento estranho remexeu-se dentro de mim. Era um cara oriental, alto, com os cabelos tingidos de loiro e – extremamente – bonito. Ele sorriu minimamente, deixando à mostra seus dentes brancos, perfeitamente alinhados. Ele usava uma bermuda, tênis e moletom, e mesmo com o estilo um pouco largado, o cara não deixava de ser fofo.

Sorri sem mostrar os dentes e tornei a beber um gole da minha cerveja, dizendo:

— Você curte Bring Me the Horizon?

O loiro assentiu, sentando-se na banqueta ao meu lado.

— Bastante. – respondeu, e só então percebi o leve tom rouco no timbre de sua voz. Aquilo poderia fazer qualquer garota soltar uma cachoeira pela genitália, mas infelizmente, não era o meu caso – Você é de onde?

Ri de escárnio e afastei alguns fios da minha franja que insistiam em cair sobre meu rosto.

— É tão fácil perceber que eu não sou daqui?

— Eu me lembraria se tivesse te visto antes. Afinal, não é todo dia que uma garota aparece com um moletom do Bring Me por aqui.

Ri novamente e voltei a atenção para a minha bebida. Eu esperava do fundo do meu coração que ele só estivesse tentando ser simpático, pois eu odiaria ter que dispensá-lo. A última coisa que eu queria no meu primeiro dia de mudança era ficar com alguém, principalmente com meu coração não estando nada cicatrizado. Não me recuperaria de Yoongi tão facilmente.

— Coréia do Sul. – respondi, agora olhando para o rosto do rapaz.

— Uau! – exclamou ele, rindo espantado – Eu não teria chutado tão longe, no máximo Nova York. Você não tem sotaque.

Me senti contente em saber que meu inglês estava melhor do que eu imaginei, posso dizer que até elevou um pouco meu ego.

— Você é daqui mesmo? – indaguei.

— Sim, eu nasci em Los Angeles, mas meus pais são de Taiwan. O que te trouxe a Califórnia?

— Realmente, não dá pra negar que você é americano. – murmurei – Vim fazer faculdade. E você, o que faz em Fresno?

— Faculdade também. – respondeu simplório – Design Gráfico. E você?

— Fotografia.

Por incrível que pareça, eu estava gostando de conversar com aquele cara. Geralmente o que eu ouvia, era que os rapazes americanos sempre surgiam com alguma investida para cima das garotas na primeira conversa quando se tratava de encontrar alguém em um bar, mas ele mostrou-se totalmente o contrário.

Ele me parecia agradável.

— Então parece que vamos nos esbarrar algumas vezes por aí. – disse, passando os dedos por seus fio descoloridos e umedecendo os lábios – Ouvi dizer que vai ter um festival de bandas amadoras em breve. Tá afim de ir?

— Não acha meio inconveniente chamar uma garota pra sair com menos de dez minutos de conversa? – retruquei, terminando de ingerir o último gole da minha bebida.

— Sinto que não será a nossa última conversa, então teremos tempo o suficiente pra fazer amizade. – disse ele dando um sorriso maravilhoso.

Cristo, era possível alguém ter um sorriso tão bonito assim?

— Hm, justo.

— A propósito, meu nome é Mark. Mark Tuan.

Mordi o canto do lábio e virei meu corpo de frente para o desconhecido extremamente bonito a minha frente.

— Minah. Minah Bang. – deixei o dinheiro da cerveja em cima do balcão e sorri de forma simpática para o loiro enquanto eu descia da banqueta – A gente se esbarra por aí, Mark.

— Até, Minah. – falou ele antes que eu me virasse e saísse do estabelecimento.

Eu não sabia se o veria novamente, mesmo estudando na mesma faculdade, mas enquanto voltava para a república pensei em como tinha sido agradável a conversa com Mark e que meu dia tinha sido melhor do que eu esperava. A melancolia e a sensação de exílio tinham desaparecido, e eu estava com esperança de que o dia seguinte seria melhor do que aquele.

Nada tinha me desagradado, tirando a bagunça feita por meu colega de quarto que ainda era um mistério para mim, mas eu teria oportunidade para conversar com ele sobre a zona outra hora.

Por enquanto, o importante era me concentrar no agora.

[...]

Eu já tinha me recolhido quando ouvi a porta do quarto ser aberta no meio da noite sem o mínimo de cuidado. Peguei o celular ao meu lado e observei o horário apontado no display: 01h15.

Bufei em frustração e forcei meu corpo a se erguer para que eu sentasse na cama. Já não bastava ser desorganizado, ainda tinha que ser incômodo!? Sério que Jinyoung achava que ele era o cara mais tranquilo da república?

Preparei-me para me apresentar e ainda lhe dizer algumas palavrinhas, quando meus olhos encontraram a última pessoa que eu esperava entrar naquele quarto. Não tardou para seu olhar encontrar o meu e ele me encarar tão surpreso quanto eu.

— Você!? – exclamei, sem crer no que estava a minha frente.

— Você? – rebateu.

Mark Tuan era meu colega de quarto desordeiro, inconveniente e extremamente gato.


Notas Finais


SIM, OLHA QUEM APARECEU!
MARK DEUSO TUAN!!! AGORA A COISA COMEÇA A FICAR INTERESSANTE MUAHAUHAUAHAUAHA
Gente, rapidinho, quem aqui vai no show do BTS?
Eu vou no dia 19, então se quiserem me encontrar lá, vamos marcar um rolê huahauhau
No próximo capítulo vamos ver como funcionou o relacionamento da Minah e do Mark, além de várias outras coisas.
A segunda fase da fanfic começa no capítulo 5. Até lá, beijos de luz!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...