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História No Other - Begin


Escrita por: hyusucks

Notas do Autor


OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI CHUCHUS!!!!!!!!!!!
Olha, eu não vou dar explicação por enquanto.
Boa leitura e se divirtam com esse cap que ficou enormeeeeee

Capítulo 7 - Begin


Fanfic / Fanfiction No Other - Begin

MAIO

— Já é seu aniversário aí?

— Não, Hoseok, ainda são nove horas da noite! – falei em um tom arrastado devido ao cansaço.

Era noite de doze de maio e faltavam apenas algumas horas para que eu completasse vinte anos. Foi meio chato dizer aos meus amigos que ainda não era meu aniversário quando eles começaram a mandar mensagens a partir das cinco da manhã – no caso meia noite em Seul. Ainda assim me senti lisonjeada por eles lembrarem de mim antes de todos, enchendo meu celular com textos enormes.

Seokjin tinha o talento de me fazer derramar lágrimas. Ele me enviara um vídeo cantando parabéns junto a um bolo escrito “Parabéns, Minah-ah”, que ele mesmo fizera. Meu coração apertou e não consegui conter o choro. Mesmo estando atarefada e completamente perdida no dia-a-dia eu não deixava de sentir saudade dos meus amigos, respondendo as mensagens sempre que conseguia.

Já passei algumas noites em claro durante o fim de semana fazendo vídeo chamadas com Youngjae, contando-lhe do que acontecia em Fresno e como andava minha relação com as pessoas. Era confortador saber que mesmo longe, eles estavam tão perto.

Quanto a minha nova galera, eu nem sei se eles faziam ideia de que era meu aniversário, o único que poderia saber era Mark, mas suspeitava que nem ele. De qualquer forma, não fazia muita diferença para mim, até me poupa de algazarra.

— Porra, amiga, pelo menos eu já fiz um textão hoje. Cansei de ficar tentando adivinhar quando é seu aniversário, esse fuso horário me fode todo. – reclamou.

Ri baixinho e revirei os olhos. Hoseok dramático como sempre.

— De qualquer forma. – continuou – E o seu boy?

— Ele não é meu boy, Hobi. Só somos extremamente próximos, ele é meu me...

— Escuta aqui, garota, fala que ele é seu melhor amigo que minha mão vai fazer cosplay de avião e pousar na sua cara! O único que ocupa esse posto sou eu e será assim eternamente!

Não pude deixar de gargalhar do mini ataque de ciúmes. Ultimamente, parece que todos os meus amigos coreanos haviam contraído uma espécie de ciúmes por mim desde que Haru postara a foto que tiramos do nosso grupo dois meses atrás com a legenda “o maior bonde que você respeita”. Claro que Hoseok foi o primeiro a se manifestar, acusando-me de ser traidora e que o único bonde a que eu pertencia era o da Coréia.

Ouve uma grande discussão nos comentários da foto e até eu conseguir “pacificamente” dizer que eu pertencia aos dois.

— Claro que o posto é seu, Hobi, mas o Mark também é meu melhor amigo, só que... de outro jeito. – mordi o lábio e encostei de lado na parede, passando a mão nos cabelos – Acho que gosto dele.

— Oi? Oi!? Bang Minah está gostando de alguém, é isso que eu ouvi!? – sua voz se elevou tanto que tive que afastar o celular alguns centímetros do ouvido e ri.

— É, acho que sim. Ele me ajuda demais, Hoseok. – suspirei – Estamos muito grudados de um tempo pra cá e ele foi a primeira pessoa com quem eu consegui me abrir aqui, contar sobre tudo o que aconteceu... Sabe, eu estou superando.

— Garota, eu estou morrendo de orgulho de você. E é bom saber que você está superando rápido.

— Sabe, Hobi, acho que se eu não tivesse conhecido o Mark e o pessoal, não teria sido tão fácil. Provavelmente ainda estaria isolada e sofrendo por aquele idiota. – resmunguei e acabei bocejando – Sei que é seu melhor amigo, mas é a verdade.

— Vishe, filha, você apenas afirmou o que é verídico. Acho que filho da puta seria mais adequado para as circunstancias atuais. Mas enfim, você me parece cansada. Vai rolar o negócio de esperar até meia noite para se dar parabéns?

Ri baixinho da delicadeza de Hoseok para com Suga e respondi:

— Nem ferrando, estou exausta. Mark apareceu no meu trabalho e me obrigou a ficar até ainda a pouco na rua fazendo compras.

— Pra ele?

— Pra mim. Faz parte do meu “ritual de libertação” usar roupas que fazem mais o meu estilo.

— O que dizer sobre esse casal que nem existe, mas eu já sou fã número um.

— Menos, Hoseok. Quando estávamos voltando ele me deixou na metade do caminho dizendo que tinha que buscar sei lá o que.

— Ainda assim ele te levou até a metade, eu te largava no meio do nada mesmo.

Confesso que as vezes eu tinha certas dúvidas de que Hoseok se preocupava mesmo comigo, mas quando revirava minha memória, percebia que desde sempre fora assim; o rei dos coices delicados.

Queria tanto poder vê-lo uma vez ao menos. No meu aniversário ele sempre inventava os presentes mais loucos, no último me dera uma bandeja com peixe, adorável. Só de saber que no dia seguinte não teria nada disso me dava um aperto no coração. Mesmo que eu não me importasse mais tanto com aquela data, ainda era o único dia em todos os meus amigos se reuniam por mim causa, ainda era um dia em que eu me sentia... especial.

Bom, mas eu não podia chorar pelo leite derramado, não é mesmo? Bola para frente.

— Você é tão atencioso, Hoseok. – ironizei, sorrindo de canto.

— Eu sei, amor, obrigado.

Hoseok, você tá ai? – alguém perguntou do outro lado da linha.

Aquela voz... eu conhecia aquela voz. Yoongi estava na casa de Hope?

Um suspiro pesado escapou, denunciando que eu havia escutado.

— O filhote de cruz credo chegou. – resmungou Hoseok – Tchauzinho, amiga, feliz aniversário.

— Valeu, até depois.

Desliguei e apertei o celular contra o peito.

Era estranho ouvir a voz dele depois de tanto tempo, sempre o mesmo tom grave e mal-humorado.

Mas diferente do que eu esperava, não estava sentindo dor, era apenas... surpresa. E talvez um pouco de indiferença?

Seria capaz eu estar sentindo isso com apenas sete meses desde o término? Eu ainda tinha sentimentos por Yoongi, mesmo gostando de Mark, mas o esquisito era que... não eram mais os mesmos.

Sacudi a cabeça e espantei os pensamentos, não tinha motivo para me preocupar com isso. Yoongi estava vivendo a vida dele, eu a minha e fim de história.

Peguei uma toalha limpa em meu guarda-roupas e rumei para o banheiro indo tomar uma ducha. Meu corpo estava tão cansado que eu não fazia a mínima ideia de como ainda conseguia me manter de pé. Mark e suas manias de me sequestrar de última hora.

Era um tanto aborrecedor, mas não podia mentir, eu adorava.

Desde que passei a me abrir com ele, nossa relação não podia estar melhor. Trocávamos mensagens com mais frequência, passávamos os intervalos da faculdade juntos e com o resto da turma, tinha noites que eu ficava até tarde esperando ele chegar e então conversávamos até dormir. Nos sábados, ele me ensinava a andar de skate e aos domingos passávamos boa parte da manhã mortos devido a ressaca depois das baladas. Mas o melhor de tudo era que Mark também me achava digna o suficiente para me confiar seus pesares, desabafando comigo sempre que precisava.

Nossa amizade era uma via de mão dupla. O mar castanho de seus olhos me passava uma calma e confiança que eu jamais imaginei sentir com uma pessoa. E essa era uma das principais razões por estar me afeiçoando tanto a ele.

Já tinha me acostumado com o leve aceleramento de meus batimentos cardíacos quando Mark estava por perto e as pequenas borboletas no estomago. Além disso, o fato de caminharmos de mãos dadas, trocarmos abraços sem nenhum motivo e as atitudes de casal contribuíam para o amolecimento do meu coração. Mas eu não queria me apegar sem saber se ele sentia o mesmo, pois apesar de ter uma personalidade forte, não era muito legal gostar de alguém e não ser correspondido. Ainda mantinha essa paranoia juvenil, então queria evitar estresse.

Mark podia me testar as vezes, mas talvez fosse apenas seu jeito e não passasse de um carinho amigável.

Não fazia mais parte do meu caráter ficar fantasiando momentos estupidamente românticos sem ter uma certeza. Comigo não haviam suposições.

Após terminar o banho voltei para o quarto e vesti um baby doll que comprara outro dia sem nenhuma razão, jogando-me na cama e puxando o edredom até os ombros, não demorando para me entregar ao sono.

[...]

Eu estava no meio do que meu ex namorado costumava chamar de “orgasmo do ciclo do sono” quando senti um corpo se enfiando debaixo das cobertas e me abraçando por trás. O peito nu grudou-se em minhas costas e um sorriso breve de indignação surgiu em meus lábios quando a respiração passou a bater em minha nuca.

Não me dei ao trabalho de abrir os olhos e apenas murmurei:

— Acho que a sua cama é outra, não é, Tuan?

Um riso baixo escapou dos lábios de Mark e ele me apertou mais contra si, fazendo-me suspirar.

— Estou com frio. – sussurrou.

Ele não se moveu e eu não disse mais nada.

Não tinha nada para reclamar; eu tinha cedido aos encantos de Mark e seu abraço era maravilhoso, então dormir de conchinha com ele deveria ser... divino.

[...]

Era lindo acordar de manhã e se deparar com o sol brilhante do lado de fora, os pássaros cantando e aquela sensação maravilhosa de boas vibrações.

Porém, também era lindo acordar e dar de cara com a face adormecida e serena de Mark. Sua respiração era suave, parecia o anjo mais bonito da face da Terra.

Metade do meu corpo estava em cima do de Mark, minha perna direita entre as suas, os braços definidos rodeavam minha cintura. Mesmo a cama sendo pequena, a posição era perfeitamente confortável. Fazia muito tempo que eu não sentia um corpo tão próximo ao meu e a sensação de calor devido ao contato era extremamente gostosa. Apenas alguns centímetros impediam que nossos narizes se tocassem.

A sensação de borboletas despertara e deixei um suspiro escapar. Por que eu tinha que me sentir assim?

Quando cheguei a Califórnia, uma das minhas metas era me afastar desse sentimento... Do gostar, do amar – não que o último fosse o caso.

Mas a forma com que Mark cuidava de mim e me provocava acabaram me tirando dos eixos. Era para ser um simples sentimento de amizade como eu sentia com todos os outros, mas ao mesmo tempo que Mark parecia ser tão transparente, ele também era uma caixinha de mistérios. Sempre exibindo aquele sorriso arrebatador e demonstrando uma gentileza desumana, isso me confundia na maioria das vezes. Tudo bem que ele podia não ter aquele contato íntimo com todos, mas ainda assim eu não sabia se era apenas pela amizade ou se realmente havia sentimento.

Então se fosse para sentir, não valia a pena ser a única.

Inconscientemente, comecei a mexer os dedos da mão que estava apoiada sobre o ombro de Mark, afagando timidamente sua pele morna. Eu poderia passar horas daquele jeito, apenas velando o seu sono.

Porém, aquele simples ato despertou o loiro. Engoli em seco quando suas orbes castanhas encontraram as minhas, já esperando por alguma reação negativa.

Mas por que esperar negação sendo que fora ele quem se enfiou na minha cama durante a noite? E o que Mark pretendia com isso, afinal? Me deixar ainda mais confusa?

Alguns segundos se estenderam e permanecemos apenas fitando um ao outro. Os olhos de Mark refletiam um brilho intenso, ativando uma pequena fagulha de curiosidade em meu interior. O que se passava na cabeça de Mark?

Até que seu olhar recaiu sobre meus lábios, clareando meus pensamentos.

Mark queria o mesmo que eu.

E se ele estivesse disposto, negar seria a última coisa que eu faria.

Agora entendia completamente o que minhas amigas diziam que estavam angustiadas por ficarem semanas sem beijar na boca. Eu precisava de Mark.

Fitei os lábios grossos do garoto e pude sentir minha garganta seca, sedenta por eles. Bom, era o mínimo de se esperar de alguém que teve beijos todos os dias por três anos, não é mesmo?

Umedeci a boca, e só isso foi necessário para Mark acabar com aquela desgraça de espaço, tomando-me em um beijo calmo. Imediatamente levei minha mão livre até seus cabelos, mexendo com cuidado em seus fios descoloridos. Os lábios de Mark eram suaves, doces, sua língua logo adentrou em minha boca e tive que conter um gemido quando a mesma entrou em contato com a minha, iniciando uma dança deliciosamente prazerosa. Céus, Mark sabia como beijar!

Uma de suas mãos afagou minhas costas e a outra permaneceu em meu quadril, apertando sutilmente conforme o ritmo do ósculo ia aumentando, tornando-se cada vez mais envolvente.

Minha mente estava um breu, eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse o sabor formidável da boca de Mark. Puxei levemente as madeixas entre meus dedos, recebendo um pequeno aperto em resposta, causando-me um turbilhão de sensações indescritíveis.

O que estava acontecendo comigo?

Lentamente, o loiro foi cessando o beijo e terminou dando uma leve mordida em meu lábio inferior.

Minha respiração estava um pouco acelerada devido ao que tinha acabado de acontecer e para me deixar ainda mais desconcertada, Mark sussurrou:

— Feliz aniversário.

Ah, é verdade, era meu aniversário.

Eu tinha esquecido até isso. Era oficial, agora Bang Minah tinha vinte anos de idade e o colega de quarto seminu na cama.

— Obrigada. – murmurei.

Sem dizer mais nada, Mark selou novamente meus lábios, dessa vez com mais vontade. Quando vi, eu já estava sentada sobre seu colo e suas mãos passeavam pelo meu corpo enquanto me deleitava com o beijo delicioso. Céus, a quanto tempo não me sentia assim?

Seria a reação da famigerada falta de sexo?

Puta merda, eu não podia fazer isso! Era meu primeiro beijo com Mark e já estava pensando besteira!

Eu era uma depravada sem vergonha!

O beijo de Mark me levava a loucura, deslizei minhas mãos por seus ombros e desci para seu peitoral definido, suspirando quando ele passou a acariciar minhas coxas. Porra, Mark não estava ajudando em nada!

Mordisquei aqueles lábios carnudos e chupei, tirando o máximo que conseguia daquele homem. Suas mãos apertavam minha carne, causando-me arrepios por todo o corpo e aumentando ainda mais os pensamentos libidinosos que eu queria tanto evitar.

— Não faz ideia do quanto esperei por isso... – sussurrou com a voz rouca de desejo em meio ao ósculo, lambendo sensualmente meu lábio inferior.

— Melhor não mexer com fogo, Tuan. – se eu já estava desnorteada por causa dos toques, minha consciência fora pelo ralo quando os lábios de Mark tocaram meu pescoço e passaram a distribuir beijos molhados e quentes.

— Eu gosto de você, Minah.

— Também gosto de você. – confessei.

Que se dane tudo, eu já estava fodida mesmo – em quase todos os sentidos.

— Eu te quero muito agora. – as mãos deslizaram até a minha bunda e eu tombei levemente a cabeça para trás, dando mais liberdade para que ele pudesse explorar meu pescoço – Mas posso esperar por você, não me importo.

Dava para sentir seu membro ganhando vida embaixo de mim, ele estava tão excitado quanto eu.

— Você me quer, eu te quero, por que não unimos o útil ao agradável?

Mark afastou-se minimamente e me fitou de forma intensa, fazendo com que eu engolisse em seco. Merda, será que estava sendo apressada demais? Ficamos em silêncio por alguns segundos e enfim sua boca tomou a minha de forma faminta. 

Seus dedos adentraram a fina blusa que eu usava e roçaram em minha barriga, causando-me alguns arrepios. Involuntariamente me movimentei sobre seu volume aparente e isso fez com que o loiro agarrasse minha bunda com a mão livre.

A mão segurou com firmeza um dos meus seios, que estavam descobertos devido a falta do sutiã. O polegar contornou suavemente meu mamilo, pressionando-o no final e acarretando em um gemido sôfrego que escapou da minha boca.

Mark sorriu com o ato, tomando isso como uma permissão para ir mais além. O filho da mãe era mais do que delicioso, eu precisava sentir cada célula de seu corpo fundindo-se a mim, eu precisava dele. Me ergui o suficiente para poder passar minhas pernas envolta de sua cintura, isso só ajudou ainda mais o atrito entre nossas intimidades.

Arfei e deslizei minhas mãos por suas costas largas, marcando-as levemente com minhas unhas ao fazer o caminho inverso.

Mark virou sobre mim e segurou minhas coxas com vontade, distribuindo selares por meu pescoço quando seu corpo ficou totalmente sobreposto ao meu.

Gemidos baixos e suspiros eram as únicas coisas que eu era capaz de proferir, minha mente era um breu total.

— Mark... – sussurrei e segurei em seus cabelos assim que sua boca aproximou-se dos meus seios. A respiração quente dele deixava a área ainda mais sensível e precisei morder o lábio com força para conter um gemido quando senti a língua macia tocar a minha pele.

— O que foi? – o tom que sairá preocupado sumira assim que minhas pernas enroscaram-se nas suas, impedindo que ele se afastasse mais. Um sorriso sacana brotou em sua face, deixando-me ainda mais excitada, se é que era possível. – Quer que eu pare?

Neguei e o puxei para mais um beijo desesperado.

Porra, se ele parasse era capaz de eu ter algum tipo de colapso.

O loiro pressionou ainda mais o quadril contra o meu, mostrando-me o quão excitado estava e aquilo só deixava a minha calcinha ainda mais ensopada. Chupou minha língua e finalizou o ósculo com uma mordida em meu lábio inferior antes de livrar-se da minha regata e usar a boca para explorar meu corpo, deslizando a língua deliciosa por minha mandíbula, pescoço, ombro até finalmente chegar em meus seios, sugando avidamente o mamilo.

Desisti de conter os gemidos e deixei-me expressar todo o prazer que estava sentindo.

— É seu aniversário, pequena... – sussurrou enquanto roçava a boca carnuda em meu colo, passando a língua habilidosa pelo local de vez em quando. Agarrou meu quadril e pressionou mais uma vez sua dureza contra meu íntimo, fazendo-me gemer extasiada – Apenas aproveite.

Mark brincava com meus mamilos com uma habilidade que somente ele tinha. A maestria com que ele movia a língua sobre eles, lambendo, chupando ou mordiscando era fenomenal. Ele poderia me fazer gozar apenas assim, e sem nenhum esforço. O meu corpo estremecia ao sentir sua ereção entre minhas pernas. Nossa, como eu queria senti-lo dentro de mim, e nem ao menos sabia que o queria tanto assim até agora.

— Mark, por favor...

Sussurrei em desespero com todos aqueles toques, mas ele parecia estar se divertindo com tudo aquilo. O loiro ergueu os olhos dos meus seios para me olhar com um sorriso malicioso nos lábios, aqueles lábios carnudos que agora estavam ainda mais cheios e vermelhos, voltou a beijar minha pele febril, agora descendo em busca do meu prazer. Minhas pernas se prendiam a ele como se sempre estivessem lá, como se fizessem parte dele. O contato que eu queria era maior do que o que estava recebendo, e a medida que ele descia aquilo se tornava mais distante o que me torturava ainda mais a cada segundo.

Mesmo estando desesperada para tocá-lo de todas as formas possíveis, deixei com que ele fizesse o que pretendia.

Abri a boca, porém não consegui emitir nenhum som quando senti seus dedos escorregarem pela minha barriga e entrarem no meu shorts, tocando minha intimidade sobre a calcinha. Estimulou levemente meu clitóris e logo em seguida, afastou o tecido para o lado, introduzindo um dedo em minha entrada.

— Porra, você é tão gostosa. – grunhiu.

Esse garoto só pode estar brincando com a minha ansiedade. Tentei descer meus braços para tocá-lo, mas a única coisa que consegui foi receber uma mordida em meu ventre.

— Qual parte do “apenas aproveite” você não entendeu?

— Mark... Eu quero –  gemi e ele simplesmente me ignorou, distribuindo chupões pelo meu corpo, ainda estocando em meu interior.

Senti um leve desespero quando seus dedos saíram do meu íntimo.

— Eu realmente quero te provar inteirinha, pequena. – ronronou enquanto ficava de joelhos sobre a cama e livrava-se da cueca, expondo sua dureza. Foi inevitável não passar a língua nos lábios ao encarar seu membro, arrancando um sorriso safado do loiro ao ver minha expressão nada cristã – Mas infelizmente, eu não aguento ficar mais nem um minuto sem te foder.

— Então me fode! – sussurrei dengosa enquanto mirava as orbes castanhas de Mark.

Ele varreu meu corpo com o olhar, a íris brilhando em luxúria.

Aquele era um lado de Mark Tuan que eu jamais havia visto antes.

Sem hesitar, o loiro colocou-se sobre mim e preencheu-me com força, fazendo com que eu soltasse um grito de prazer.

Eu sabia que ele significava muito parar mim, mas enquanto ele me penetrava de forma alucinante e ao mesmo tempo carinhosa, eu não conseguia pensar em como seria Mark fora da minha vida.

Uma de suas mão segurou meu maxilar e as estocadas tornaram-se mais duras, deliciosas. Minha respiração estava entrecortada e minha intimidade se contraia ao redor do pau de Mark que pulsava em meu interior.

Sempre suspeitei que Mark era bom de cama, só não esperava que ele fosse tão incrível.

E eu me sentia maravilhosa por deixa-lo daquela forma.

A velocidade aumentou ainda mais, eu podia sentir o membro de Mark ir fundo dentro de mim, tocando meu ponto mais sensível.

Porra, era tão gostoso!

Não tardou para que atingíssemos o nosso limite.

Mark deixou o corpo cair sobre o meu e eu afundei o rosto na curva de seu pescoço enquanto esperava a respiração se normalizar. Podia sentir seu coração bater com força no peito e o meu não era diferente.

O que eu estava sentindo?

— Esqueci da camisinha... – murmurou e eu senti seu corpo mais tenso.

Afaguei suas costas mostrando-lhe que estava tudo bem e sussurrei:

— Relaxa, eu tomo remédio.

Um suspiro de alívio escapou pelos lábios do maior.

— Menos mal.

Ele enroscou-se mais em mim e tombou a cabeça em meu pescoço, inspirando meu cheiro.

A quanto tempo não me sentia daquela forma? Excitada, desejada... Nunca havia passado pela minha cabeça que, definitivamente, sexo com quem gostamos era uma das melhores coisas no mundo. Sempre achei que Yoongi seria meu único, até a chegada de Mark.

Me sentia totalmente satisfeita ao saber que fora ele a possuir o meu corpo.

Mark ergueu a cabeça, selando meus lábios várias vezes, fazendo-me sorrir. Afaguei seu rosto com o polegar e sussurrei:

— Vamos nos atrasar para a faculdade.

Ele riu de canto e acariciou minha cintura.

— É seu aniversário, tem certeza de que quer ir mesmo para a faculdade?

— Sim, preciso entregar um trabalho. – suspirei derrotada.

Por mim eu ficaria naquela cama o dia inteiro com Mark, porém meus deveres de universitária sobressaiam meus desejos pessoais.

— Como quiser. Mas a noite vamos sair, okay? Seu aniversário precisa ser comemorado.

Sorri leve e beijei sua boca carinhosamente.

— Okay.

Tomamos banho separados – pois eu duvido muito que banharíamos de verdade se estivéssemos juntos – e após nos trocarmos, descemos para tomar café.

Era incrível, conseguimos transar, tomar banho e ainda ter tempo para tomar um café da manhã quase descente, isso era um recorde!

A cozinha estava vazia quando chegamos, abri os armários para pegar as coisas e ajudar Mark a preparar tudo, quando senti um puxão em minha cintura e fui virada para frente, sendo colocada em cima do balcão em seguida. Abri a boca para reclamar, porém o loiro me calou com um beijo.

— Seu aniversário, você não faz nada. Apenas fique sentadinha enquanto eu termino o café.

Pensei em retrucar e dizer que uma data não me impedia de fazer minha própria comida, porém Mark era teimoso e as chances de eu perder a discussão eram altas, então resolvi ficar na minha.

Um sorriso idiota estampava meu rosto enquanto eu balançava as pernas no ar, observando Mark com atenção. Ainda não tinha caído a ficha de que fomos juntos para a cama, e era certeza de que isso não aconteceria tão cedo.

Um sentimento delicioso de felicidade explodia em meu interior, era insano o quão rápido eu tinha jogado minhas inseguranças no lixo e deixado de lado meus sentimentos por Yoongi.

Agora ele era apenas uma lembrança. Uma lembrança que me fez bem durante muito tempo, mas que se tornou alguém totalmente desconhecido para mim.

Não adiantava em nada ficar me restringindo de sentimentos e possíveis experiências, isso só deixaria explicito que eu era alguém que vivia de passado e colocava meus medos a frente da minha vida.

Eu já tinha aprendido o suficiente com o pretérito, agora era o momento de focar no presente.

— Bom dia, amiguinhos! – exclamou Jackson ao entrar na cozinha.

— Bom dia. – respondemos eu e o Mark em uníssono.

Lançamos um sorriso discreto um ao outro e o maior piscou para mim.

Mordi o lábio inferior e fingi não ver nada. Jackson não precisava saber do que aconteceu.

— Pessoal, sem querer sem indiscreto. – começou ele após pegar uma garrafa d’água na geladeira – Mas vocês estão com uma cara de quem transaram. Vocês transaram?

Mark e eu nos entreolhamos rapidamente, e dessa vez fora ele que mordera o lábio inferior, tentando me provocar. E acabou dando certo, pois minhas bochechas logo adquiriram um tom avermelhado e me vi obrigada a olhar para baixo. Tuan sabia exatamente o efeito que exercia sobre mim e usava de todos os seus artifícios para me fazer baixar a guarda.

E mesmo Jackson sendo um idiota de vez em quando, de burro ele não tinha nada.

O garoto arregalou os olhos e levou a mão a boca numa expressão de choque.

— Jesusssssssssssssssssssssssssssssss!

Não pude deixar de gargalhar pela reação cômica de Jackson, mas eu sabia que no fundo aquilo não era surpresa para ele. Todos do nosso grupo de amigos deduziam que mais cedo ou mais tarde Mark e eu acabaríamos juntos.

Jackson então mudou sua expressão e começou a fingir um choro, colocando a mão sobre o peito como se estivesse em uma cena dramática.

— É isso, Mark Tuan!? É assim!? Você vai me trocar por ela, depois de tudo que vivemos? – ele apontava para mim de forma acusadora e isso só fazia com que meu riso aumentasse – Eu fui apenas um jogo para você!?

Mark rolou os olhos em meio a uma risada e foi em direção a Jackson, abraçando-o.

— Claro que não, você sempre será meu melhor amigo. – disse, entrando na brincadeira – Sempre estarei contigo, pro que der e vier.

— Markson forever? – choramingou Jackson.

— Markson forever.

— Bom dia, povo! – exclamou Lara entrando na cozinha e acenando para os presentes.

— Oi, neném! – Jackson largou Mark imediatamente e puxou Lara contra si, selando os lábios da garota demoradamente.

Minha amiga arregalou os olhos, sem entende o motivo do beijo repentino, mas decidiu não perguntar e se entregou ao garoto.

Jackson e ela já estavam ficando a algumas semanas, e isso fez com que Jaebum perdesse alguns dólares para Jinyoung. Foi feita uma aposta fajuta entre os dois para ver que casal do grupo se pegava primeiro; JB apostou em mim e Mark, e Jinyoung em Jackson e Lara.

Mark voltou para o meu lado e entregou-me um copo de suco, que agradeci com um aceno de cabeça, sentindo um beijo ser depositado em minha bochecha em seguida.

Um suspiro alegre escapou. Não podia mentir, eu estava amando aqueles pequenos gestos de afeto, que agora eram mais profundos. E saber que tudo aquilo envolvia sentimento de ambas as partes era maravilhoso e reconfortante.

Mark gostava de mim, isso era tudo que importava no momento.

— Olá meu povo que come pão com ovo! – gritou Haru jogando seus longos cabelos rosa pelo ombro enquanto entrava na cozinha, seguida por Jaebum e Jinyoung.

— Que animação desnecessária, não é nem seis e meia. – resmungou Jackson.

— É sexta-feira, dia de maldade querido, hello! – a rosada revirou os olhos como se fosse algo bom.

— Sexta-feira 13, então pode por maldade nisso. – falou Lara mordendo uma maçã.

— Meu Jesus Cristo, por favor, me proteja do recalque das inimigas e transforme isso em dinheiro na minha conta, amém!

Era divertido pensar que eles acreditavam naquele tipo de superstição, se bem que meu aniversário cair no dia do azar não era nada surpreendente. Porém, até agora tinha tudo ido maravilhosamente bem.

Mas como dizem, não se pode contar com o ovo no cu da galinha, até o final do dia eu poderia ter uma morte bem trágica.  

Meus amigos ainda não haviam me dado parabéns, mas isso era o de menos. Minha mãe não poderia ser melhor.

— Mais um dia comum na vida do “Bonde Jinyoung, dois amigos e dois casais”. – murmurou Jinyoung em um tom bem humorado enquanto preparava sua típica vitamina matinal.

— Na verdade três. – falou Jackson com um sorrisinho malicioso nos lábios – Mark e Minah finalmente transaram.

— Jackson! – exclamei irritada.

— O que, eu contei alguma mentira? – um biquinho inocente surgiu nos lábios do garoto.

— As pessoas não precisam saber da minha intimidade. – retruquei.

— Nossa, tava demorando. – riu Jaebum.

— Meu one true pairing é real! – Lara bateu palminhas de felicidade de mandou um beijinho para mim.

— E Markson? – indagou Jackson.

— Foda-se Markson! – gritou Lara.

Todos caímos na gargalhada e Mark passou um braço pela minha cintura, puxando-me carinhosamente contra si. Sorri levemente e depositei um beijo em seu queixo antes de nos juntarmos aos outros para comer adequadamente.

[...]

Fui trabalhar mesmo meu chefe insistindo para que eu tirasse o dia de folga. Sinceramente, eu não entendia essa frescura de querer não fazer nada no próprio aniversário, era um dia comum como qualquer outro, só mudava que você ficava um ano mais velho.

Jaebum me pediu para sair mais cedo em meio a milhares de desculpas e eu falei para que não se preocupasse, eu conseguia dar conta sozinha. As pessoas pareciam não querer sair de casa por conta do maldito dia do azar, então estava tudo tranquilo.

Quando estava fechando a loja, senti braços fechando-se em torno da minha cintura e não pude deixar de dar um pequeno pulo de susto. Virei-me e no mesmo instante meus lábios foram pressionados pelos de Mark. Ri entre o beijo e dei um leve tapa em seu ombro.

— Seu idiota, quase tive um ataque cardíaco!

— Me perdoe, eu não podia perder a oportunidade. – riu, beijando-me mais uma vez.

Era tudo tão estranho! Não estava acostumada com demonstrações de afeto no meio da rua, no máximo mãos dadas e olhe lá. Me sentia a maior das rebeldes quando beijava Yoongi em público, mas agora eu lembrava que já não estava mais na Coréia, que não era Yoongi que me beijava e que aquele tipo de coisa era totalmente normal naquele lugar.

Mark fez questão de pegar minha mochila e jogá-la sobre os ombros antes de entrelaçar seus dedos nos meus.

— Vamos passar em casa e depois sairemos, okay? – disse ele e eu assenti.

Fomos andando e conversando sobre o dia, e para minha surpresa, Mark não tinha ficado na faculdade fazendo trabalhos e muito menos ido a pista de skate, disse que apenas ficou revisando matéria em casa. Estranhei, não era normal dele ficar em casa o dia inteiro, a não ser que estivesse se recuperando de uma ressaca.

Não questionei muito e ao chegarmos em frente a república, notei que todas as luzes estavam apagadas. Cogitei a possibilidade de todos terem saído para festas ou algo do gênero, já que era o comum de fazer em uma sexta à noite, o problema era que estava cedo demais.

Estava tudo tão esquisito.

— Ué. – murmurei enquanto caminhávamos até a porta de entrada.

Mark girou a chave na porta e abriu para que eu passasse. No instante em que passei pelo portal, as luzes foram acesas e fui pega por um grito coletivo:

— SURPRESA!!!

Eu travei.

Não conseguia processar o que estava acontecendo.

Era uma festa? Para mim?

Olhei para Mark e o mesmo estampava um sorriso gigante no rosto. Tornei a olhar para frente e analisei tudo a minha volta: meus amigos na sala, alguns presentes embaixo da escada – inclusive uma caixa de presente enorme, exageradamente laranja com um laço de fita rosa – e vários tipos de bebida em cima da mesa de centro.

Céus, eles tinham preparado uma festa para mim.

— Gente, acho que ela entrou em estado de choque. – disse Mark estalando os dedos em frente ao meu rosto.

Aos poucos a ficha foi caindo e um sorriso enorme surgiu.

— Não acredito que fizeram isso. – falei levando as mãos ao peito, estupidamente emocionada.

Mark colocou a mão sobre minhas costas e deu um leve empurrão para que eu fosse até o pessoal.

— Você merece, chuchu! Feliz aniversário! – Lara me abraçou apertado e beijou meus cabelos.

Logo eu estava recebendo milhares de abraços e felicitações.

Sentia que meu coração podia explodir a qualquer momento. Não dava para acreditar que eles se preocuparam comigo daquela forma! Eu não esperava ganhar nem um parabéns e acabei ganhando uma festa.

Era indescritível.

O último a me abraçar foi Mark. Enquanto se aproximava ele me lançou um olhar divertido e eu balancei a cabeça em negação.

— Como pôde esconder isso de mim... – murmurei acusadora.

— Feliz aniversário. – falou colando seu corpo ao meu e selando meus lábios, levantando-me do chão.

Começaram as palmas e berros ao nosso redor, fazendo com que fosse inevitável não rir entre o beijo. Apertei com força meus braços ao redor do pescoço de Mark em agradecimento e inspirei seu perfume, mais do que feliz por ser ele ali.

Eu não tinha palavras para descrever o quanto eu gostava daquele garoto.

Fomos obrigados a nos afastar quando alguém começou a bater com uma colher no copo, que descobri ser Haru.

— Agora que o casal terminou, queria dizer que essa comemoração foi ideia MINHA! – a rosada proferiu a última palavra de forma bem alta e sorriu convencida – E eu também comprei o maior presente, porque é obvio que eu te amo mais aqui.

Desviei o olhar até a enorme caixa laranja e dei um sorriso receoso.

— E vai ser o primeiro que você vai abrir, porque sim!

A garota me empurrou em direção ao presente gigante e fiz uma pequena careta ao me aproximar dele. Céus, aquele laranja doía meus olhos! Ela tinha comprado o que, um cachorro São Bernardo? Porque só algo assim para ocupar todo o espaço daquela coisa.

Segurei a ponta do laço de fita rosa e olhei para Haru, que parecia ter ganhado na loteria de tão animada. Fechei os olhos por um momento e rezei para que não fosse nenhuma besteira, soltei um suspiro e puxei com força o laço. Dei um passo para trás quando as laterais da caixa caíram, revelando a última coisa que eu esperava que estivesse lá dentro.

— AAAAAH, FELIZ ANIVERSÁRIO! – berrou a criatura com aquele sorriso ridiculamente contagiante enquanto abraçava um cachorro de pelúcia.

— HOSEOK! – exclamei, jogando-me nos braços do meu amigo e apertando-o com toda a força existente.

Meu Deus, meu Deus, não podia ser real.

Hoseok estava mesmo ali? De verdade?

No momento em que inspirei seu inconfundível perfume, eu soube que aquilo não era uma ilusão. Meu melhor amigo estava ali, me abraçando, no meu aniversário.

Hoseok estava ali!

Eu não havia soltado uma lágrima quando descobri da festa, mas no instante em que abracei Hoseok, meus olhos encheram-se d’água. Céus, era bom demais para ser verdade!

Virei-me para Haruka que nos fitava com um sorriso no rosto.

— V-você trouxe ele? C-como... – gaguejei, tentando entender como aquilo era possível.

— Desde que ele começou a dar uma de cachorro e marcar território nas suas fotos do Facebook já estávamos em contato. – disse ela.

— A coisa rosa aí consegue ser mais chata que a Hyeri, credo em cruz. – lamuriou-se Hoseok em inglês.

Ele tinha melhorado muito desde que eu me lembrava, o sotaque era quase imperceptível.

— Então... – continuou Haru revirando os olhos para Hoseok – Depois de muita conversa, eu consegui convencer a criatura a ser seu presente de aniversário.

— Para de frescura, nem precisou de muito. – Hoseok jogou o braço por cima do meu ombro – Até porque se eu não tivesse sugerido, você nem teria tido a ideia da surpresa.

— Cala a boca, quem pensou tudo do princípio fui eu! – retrucou Haruka – É incrível como você sempre quer pegar os créditos de tudo para si! Garoto, até parece que a Minah é sua propriedade, pelo amor de Deus!

Hoseok soltou um baixo grunhido e fez uma cara de tédio, erguendo o pequeno cachorro de pelúcia na direção de Haru.

— Xurumela, ouve esse mimimi para mim porque eu não tô com paciência! – dirigiu-se ao bichinho, depois o entregou para mim – Presentinho.

Sorri docemente ao pegar a pelúcia e dei um pequeno beijo na bochecha de Hoseok.

— Obrigado.

De repente, ouvimos um pigarro e olhamos na direção do mesmo, dando de cara com Mark. Ele tinha os braços cruzados sob o peito e nos fitava com uma expressão um tanto curiosa, além de ter um leve tom de... ciúmes?

— Então você é... – começou o loiro.

— Hoseok, o eterno melhor amigo da Minah. E você deve ser a boca que ela está beijando.

Arregalei os olhos dei um leve tapa no braço de Hobi.

— Mark Tuan. – apresentou-se, e pude perceber que seus ombros tornaram-se menos tensos.

Fui para o lado de Mark e passei meu braço por sua cintura, voltando minha atenção para o meu amigo após isso.

— Mas Hobi, como você chegou tão rápido? Ontem quando nos falamos você estava na Coréia e...

— Aí é que está, queridinha. – interrompeu-me o garoto com um sorriso brincalhão nos lábios – Eu não estava na Coréia.

Minha boca se escancarou e no momento eu me encontrava mais perdida do que já estava. Como assim Hoseok não estava na Coréia? Como ele havia chego ali? Qual era o meu nome, o que eu estava fazendo na Terra?

Estava prestes a perguntar, porém Hope foi mais rápido.

— Já vai fazer um mês que eu fui transferido para Nova York. Coincidentemente, foi na mesma época que a Haru me contatou para falar da surpresa! Então eu estou a um mês fingindo que estou lá, mas na verdade estou aqui. – riu ele – O pessoal foi meu cumplice, juraram que não te contariam nada. Espero que tenha ficado feliz.

Um sorriso radiante surgiu em minha face e assenti, vendo Hope sorrir também. Eu não poderia estar mais contente! Era como um sonho, Hoseok morando a apenas algumas horas de mim. Tudo bem que era do outro lado do país, mas pelo menos não era do outro lado do mundo.

Podíamos nos ver com mais frequência.

Mas então me lembrei da ligação do dia anterior. Se Hoseok não estava na Coréia, então quer dizer que... Yoongi também estava em Nova York?

Engoli em seco e senti algo estranho em meu interior. Tudo bem, eu podia estar indiferente em relação aos meus sentimentos amorosos por Yoongi, mas não estava certa quanto a vê-lo. Mesmo sendo Hoseok, eu não colocaria meus pés na costa leste tão cedo, e se fizesse, não me atreveria a ir na casa dele para não dar de cara com Yoongi.

Eu estava bem, estava feliz, não precisava olhar novamente para a pessoa que me fizera tanto mal.

Depois de dar mais um abraço apertado em meu melhor amigo, retornamos para o centro da sala após sermos chamados por Jinyoung. Ele estava instalando alguma coisa na TV e me pediram para sentar bem no meio do sofá, de frente para a tela. Servi um pouco de vodca com gelo para mim mesma em um copo e fitei a tela escura, tentando descobrir o que eles estavam aprontando. Hoseok sentou-se do meu lado direito e Mark no esquerdo.

A ficha de que eu estava com Mark, meus amigos montaram uma surpresa e Hoseok fora meu presente ainda não tinha caído. Era informação demais para pouca Minah.

Notei que tinha uma webcam presa em cima da TV e isso só causou um nó ainda maior em meu cérebro, mas Jinyoung ligou o aparelho e fez um sinal para Hobi que digitou alguma coisa no celular. Tomei alguns goles da minha vodca enquanto tentava entender o que aqueles dois tramavam, até que as imagens do laptop de Jinyoung foram transmitidas na televisão e uma chamada do Skype aparecera ali. Pensei que ele fosse recusar, porém foi o contrário e no mesmo instante, meu coração parou.

Derramei algumas lágrimas quando vi Hoseok, mas no instante em que TODOS os meus amigos surgiram na televisão, com Youngjae no meio exibindo aquele sorriso caloroso, eu não aguentei. Coloquei minha cabeça entre as pernas e desatei a chorar, sem conseguir acreditar no que acontecia.

TODOS estavam ali!

Hyeri, Sojin, Yura, Jungkook, Jimin, Seokjin, Namjoon, Taehyung, Youngjae... Meus melhores amigos, a minha família coreana estava ali.

Meu coração apertou de saudades e pulsou de alegria.

Mesmo que fosse a distância, todas as pessoas que eu amava estavam ali presentes.

Ergui as costas ainda com as mãos sobre o rosto e fui acolhida por um abraço de Mark, que depositou um beijo em meus cabelos.

Céus, estava desacreditada!

Aquele era o melhor presente de aniversário do mundo. As pessoas que eu amava reunidas em um só lugar!

Depois de me recuperar do baque, consegui encontrar forças para agradecer e chorar ainda mais.

Conversei demais com meus amigos, demos risadas, eu chorei mais ainda quando eles fizeram um discurso pelos meus vinte anos, além de beber horrores também. Quando estávamos todos num ponto onde riamos escandalosamente e era quase impossível se andar em linha reta, Haru sugeriu que cantássemos parabéns. Jaebum veio da cozinha com um bolo enorme de chocolate e assim foi feito o ritual costumeiro dos aniversários.

Eram meus amigos ali cantando em inglês e os outros no Skype em coreano, uma verdadeira baderna divertida. Eu nunca me senti tão especial antes.

Eles tinham feito aquilo tudo para mim.

Definitivamente, nenhuma memória seria tão especial quanto aquela.

Quando a comemoração acabou de madrugada e voltei para o quarto com Mark, minha mente ainda não havia processado os acontecimentos daquele dia. Talvez também fosse o álcool mexendo com meus neurônios, mas a emoção também era viva e pulsante em meu corpo.

Eu não poderia estar mais feliz!

Foi o melhor aniversário da minha vida.

Enquanto meu colega de quarto se banhava, aproveitei para dar uma conferida no meu Facebook e quase tive um treco ao ver as milhares de notificações. Claro, a maioria eram congratulações, mas ainda assim eu não esperava tantas. Tinha pessoas da faculdade, pessoas que fizeram o ensino médio comigo e me limitei apenas a curtir tudo, não tinha a mínima condição física e mental para responder.

E ao me aproximar cada vez mais das primeiras mensagens, fui reconhecendo os perfis dos mais próximos e todas as felicitações eram acompanhadas de textos enormes e fotos, tanto bonitas quanto vergonhosas.

Haruka postara nossas fotos mais engraçadas e adoráveis, Lara fizera um compilado de imagens minhas dormindo sobre o balcão da loja ou a mesa de café da manhã, Jaebum e Jinyoung uniram-se e fizeram um vídeo intitulado “parabéns de JJProject”. Jackson postara uma selfie que tiramos e o resto eram apenas fotos minhas e de Mark que ele capturara em momentos que estávamos alheios ao mundo.

Meus amigos coreanos também não pouparam nas fotos, principalmente Hoseok.

E quando finalmente encontrei a primeira mensagem de feliz aniversário, meu coração agitou-se em meu peito.

Mark escrevera algumas palavras e postara três fotos, todas dos momentos mais importantes que passamos juntos: a sessão de fotos na pista de skate, as compras do dia anterior e a última... Eu adormecida em seu peito enquanto ele beijava carinhosamente minha testa.

Os instantes em que me senti mais alegre ao seu lado.

“Feliz aniversário e obrigado por ter entrado em minha vida.

Você foi a melhor coisa que me aconteceu nessa cidade caótica.

Tenha um bom dia, minha pequena”

Um sorriso abobado surgiu em meus lábios e apertei o aparelho contra o peito, fechando os olhos por alguns segundos.

Se antes eu tinha dúvidas de que gostava realmente daquele garoto, elas acabaram no momento em que li aquele texto pequeno, mas significativo.

Alguém gostava de mim, sentia desejo por mim, cuidava de mim...

E eu não tinha dúvidas de Mark era uma pessoa maravilhosa.

Eu ainda tinha alguns receios, mas ele estava conseguindo apaga-los.

Mark era o anjo que eu precisava em minha vida.

Logo ele retornou do banho e juntou-se a mim na cama, puxando-me contra seu peito.

Fechei os olhos e murmurei:

— Obrigado. Foi o melhor dia da minha vida.

Um beijo suave foi depositado em minha testa e apertei-me ainda mais ao loiro. Inspirei aquele perfume másculo e meu coração bateu ainda mais rápido.

Mark Tuan era meu anjo, meu pecado, minha sina...

— Não há de que, minha pequena.

Minha.

Mesmo eu sabendo que não era totalmente verdade, era assim que eu me sentia e sabia que assim seria daqui para frente.

Eu e Mark juntos.

Sem rótulos, eu sendo dele e ele sendo meu.

P.O.V NARRADOR

O rapaz bocejou ao abrir a porta do apartamento. Céus, voos eram mesmo cansativos. Só fez isso por causa dela, senão teria passado a sexta-feira inteira em um estado além do sono, como se fosse possível.

O ambiente estava silencioso, mostrando que seu colega de apartamento ainda estava dormindo. Não é como se fosse interroga-lo por ter chegado às seis da manhã de um domingo, mas Hoseok preferia evitar dar explicações.

Deixou seus sapatos no armário do hall – os velhos hábitos coreanos – e seguiu em passos silenciosos até o seu quarto. Porém, como se fosse algum tipo de karma, no mesmo instante a porta do quarto vizinho se abriu, revelando seu velho amigo com uma cara azeda, o que para Hoseok já era sua expressão cotidiana.

Virando-se lentamente e soltando outro bocejo, o moreno perguntou:

— O que é?

— Onde você estava? – indagou o garoto de cabelos platinados.

— Num lugar muito conhecido como “não é da sua conta”. – rebateu indiferente – Boa noite.

Hoseok entrou no quarto e jogou-se na cama de qualquer jeito, agradecendo mentalmente por poder ter um pouco de descanso. Infelizmente, não era isso que o outro estava querendo.

— Sei muito bem que não é da minha conta, mas você sumiu por dois dias e comecei a achar que tinham te sequestrado. – falou.

— Querido, não é como se fosse novidade eu desaparecer. – murmurou sonolento o moreno – Mas te mandei uma mensagem dizendo que estava vivo...

— Ainda assim, eu sempre te conto onde vou ou deixo de ir, porra J-Hope, desde quando você esconde as coisas de mim!?

— Yoongi, fala com o vácuo, tenho certeza de que ele tem mais interesse em te ouvir do que eu... – balbuciou Hoseok virando a cabeça para o outro lado.

Cacete, ele estava achando o que, que eram um casal? Não era só porque moravam juntos que Hoseok tinha que dizer o que fazia sempre. Ele não tinha que dar satisfação para ninguém, muito menos para Yoongi; primeiro porque não podia – Minah o mataria – e segundo porque não estava afim.

Tudo bem, ele tinha um motivo palpável para ter feito o que fez, mas Hoseok nunca fora a favor de traição. Minah não mereceu ter levado um par de chifres, nada do que aconteceu fora culpa dela, então por que foi a que mais saiu prejudicada com tudo? Yoongi sabia das consequências do que fizera, agora que arcasse com elas.

— Tá, Hoseok, para de fogo no cu e me diz que festa foi essa que você não me levou!?

A paciência de Hoseok estava indo pelo ralo. Respirando fundo, ele rebateu:

— Uma festa de aniversário.

— Aniversário de quem?

— Uma amiga.

— Acabamos de nos mudar para Nova York, que amiga é essa que te leva para uma festa de dois dias? – Hoseok não se lembrava de Yoongi ser assim tão curioso quando estavam na Coréia.

Tudo bem, era o que ele queria? Ele teria, mas tiraria suas próprias conclusões.

Hoseok não diria mais nada.

— Foi uma festa na Califórnia, cacete, na Califórnia! Agora pode me deixar dormir antes que eu jogue você pela janela? – exclamou o mais novo.

E assim como suspeitou, aquilo foi o suficiente para acabar com o questionário de Yoongi.

O mais velho saiu do quarto em silêncio, retornando para o próprio e sentando-se na cama pensativo.

Hoseok tinha ido para a Califórnia na sexta de manhã. Sexta foi dia treze. Para a maioria seria considerado dia do azar, mas para Yoongi significava outra coisa.

Ela estava na Califórnia.

Era a única amiga dele na Califórnia.

Hoseok não teria ido comemorar o aniversário dela, teria?

A respiração de Yoongi falhou por um instante e ele engoliu em seco. O sentimento de dor e culpa que surgira nele tempos atrás pulsou em seu interior.

— M-Minah?

JULHO

Naquela manhã de sábado acabei acordando mais cedo do que de costume, morrendo por um copo d’água. Desci rapidamente as escadas até o térreo, encontrando os corpos desacordados de Raymond e Elliot, um em cada canto do sofá. Deviam ter virado a noite bebendo, mais uma vez. Soltei um pequeno riso anasalado e segui até a cozinha, onde Lara encontrava-se perdida em seus pensamentos, fazendo desenhos abstratos com o dedo sobre o balcão.

— Que cara é essa? – perguntei enquanto pegava uma garrafa d’água de dentro da geladeira – Seu namorado broxou?

— Ele não é meu namorado. – respondeu baixinho sem me olhar.

Ah, então esse era o problema.

Lara e Jackson já estavam a meses se pegando, mas nunca assumiram nada sério. E eu já sabia muito bem que minha amiga estava mais do que exausta de esperar que o cara tomasse uma atitude. Não só ela, mas todo mundo estava meio que cansado desse chove não molha dos dois. A faculdade inteira sabia que eles estavam transando, não tinha mais sentido deixar de oficializar.

— Por que você simplesmente não pede ele em namoro? – tomei um gole do líquido gelado e Lara virou—se para mim – O que tem de errado nisso? Hoje em dia as mulheres estão sempre um passo à frente.

— Minah, pedir ele em namoro só deixaria ainda mais claro que eu sou o macho da relação. – bufou a garota, bagunçando os próprios cabelos – Eu adoro o Jackson, mas não sei quanto tempo mais vou aguentar ser só a parceira de foda dele.

Revirei os olhos e terminei de beber minha água. Lara sabia que significava muito mais do que isso para Jackson, mas eu entendia como era estar com a paciência no limite quando se tratava de um cara.

Ah, como eu sabia.

Era nessas horas que Yoongi passava rapidamente pela minha cabeça e desaparecia da mesma forma. Depois de quase oito meses, sentia-me satisfeita em dizer que ele já não me incomodava mais e minha vida entrara nos eixos. Era revigorante.

— Bom, espere mais um pouco. – falei – Veja se ele toma uma atitude, caso o contrário, você terá que força-lo a decidir o que ele quer da vida. Não se pode esperar para sempre.

— Tem razão. – concordou – Se ele não quiser, o problema é dele. O que mais se tem nessa faculdade é homem desesperado por uma transa.

— Jesus, garota, você é ninfomaníaca!? – indaguei em meio a um riso.

— Só estou dizendo a verdade, querida. – deu de ombros – Caso eu estiver enjoada da seca, é fácil encontrar alguém por aí.

Lara era a pessoa mais louca que eu conhecia, quase se equiparava a Hoseok. Ah, que falta me fazia Hoseok, e olha que faziam poucas horas que não conversávamos! Mesmo ele vivendo em Nova York, ainda era difícil vê-lo, não tínhamos muito tempo para viajar. Ele era uma das poucas pessoas que mais me deixou saudade na época, atrás apenas de Youngjae. Eu sabia que Hoseok era o melhor amigo de Yoongi, mas de jeito nenhum ele iria me trair. Eu confiava minha vida a Hope.

— Estão falando de mim? – Jackson adentrou na cozinha, indo em direção a sua sabe-se lá o que.

É só falar no diabo que ele aparece.

Fingindo que não acontecia nada, tratei logo de rumar para a saída.

—Imagine. – sorri antes de piscar para Lara e subir as escadas de volta para o meu quarto, deixando um Jackson completamente perdido.

Chegando no segundo andar, abri a porta suavemente e entrei no ambiente escuro, fechando-a com o mesmo cuidado e girando a chave uma vez. Virei-me, parando por um instante para observar através do breu a figura de Mark dormindo profundamente em sua cama.

Ele conseguia ser tão lindo dormindo quanto quando estava acordado. Era incrível.

Lembrei-me então de todas as coisas que aquele filho da mãe já tinha feito por mim naqueles meses.... O quanto ele me encorajou a ser exatamente quem eu era, sem ter medo de expor a garota louca que eu escondia por debaixo dos panos; a forma com que ele colocou a adrenalina em minha vida, os lugares que me levou, as vezes que me tirou do sério ou simplesmente me escutou quando eu estava frustrada por conta da faculdade...

Em pouco tempo, Mark tinha conseguido me trazer uma emoção que eu jamais fui capaz de sentir em toda a minha vida! Tudo de mais maravilhoso tinha acontecido durante aqueles sete meses morando em Fresno e boa parte dessas coisas foram todas graças a Mark! Eu nunca saberia como agradecê-lo por tudo o que já tinha feito por mim.

Mark Tuan era a luz que eu precisava para encontrar meu caminho em meio a escuridão que eu estava vivendo.

Um sorriso meio bobo surgiu em meus lábios enquanto observava a criatura mais estranhamente adorável do mundo perdida em seus sonhos. Mark possuía uma força desconhecida sobre mim desde que nos beijamos e eu não fazia a mínima ideia de seu significado, mas de certa forma, era como se me atraísse cada vez mais para si.

Agradecendo por meus pés estarem descalços, andei em passos leves até meu colega de quarto e ergui levemente seu edredom, deitando ao seu lado na cama e me aconchegando em seu peito.

— Hm? – suspirou Mark sonolento, abrindo minimamente seus olhos para averiguar o que tinha lhe despertado – Minah? Aconteceu alguma coisa?

Neguei e levantei suficientemente a cabeça para conseguir olhar melhor sua face, deixando nossos rostos a centímetros um do outro. Analisei com calma cada mínimo detalhe de seu rosto, até que finalmente meus olhos caíram sobre seus lábios.

Eram tão lindos.

Acabei com qualquer espaço que havia entre nós, unindo minha boca a de Mark em um beijo suave que foi imediatamente retribuído. Meus lábios se movimentavam cautelosamente sobre os dele e logo minha língua pediu passagem, querendo saborear mais de sua boca. Era lento, gostoso e, pela primeira vez em tempos, cheio de significado para mim. E ele sabia disso.

Com o braço que estava embaixo da minha cabeça, Mark puxou-me mais contra si e eu pousei minha mão sobre sua face, afagando-a com o polegar.

Minha língua envolvia a de Mark e explorava cada canto de sua boca, sem pressa para que o beijo acabasse. Aos poucos, o ósculo vai se encerrando e Mark o finaliza com uma mordida sensual em meu lábio inferior. Sorrio com o ato e selo sua boca rapidamente.

— O que foi isso? – pergunta, passando o outro braço por minha cintura.

— Obrigado. – murmuro ao olhar profundamente em suas orbes castanhas – Obrigado por existir na minha vida.

Mark sorri levemente com minhas palavras e eu soube que ele entendeu seu significado. Eu não precisava de uma enxurrada de dizeres bonitos. Já tinha um tempo que ele conseguia me desvendar sem necessitar de muito.

— Eu que agradeço, pequena.

Sorri bobamente e o apertei em um abraço carinhoso.

Há tempos que dúvidas começaram a rondar minha cabeça e meu coração se comportava de uma maneira estranha, mas eu me negava a aceitar que era possível aquele tipo de sentimento existir mais de uma vez. Havia prometido a mim mesma que ninguém ocuparia um lugar no meu coração desde Yoongi e que o amor não fazia mais sentido para mim. Sempre contrariava esse sentimento, pois não fazia sentido sua existência.

Eu criara uma muralha de tijolos ao redor do meu coração, mas de alguma forma, Mark aos poucos foi conseguindo derrubá-la.

É, parece que aquele clichê feito para amaciar os corações partidos é verdade: a gente se apaixona mais de uma vez.

E eu estava apaixonada por Mark Tuan.

 

AGOSTO

P.O.V MARK

 

Tinham se passado dois dias desde que Minah fizera a tatuagem. Era apenas um detalhe, mas ao meu ver, deixou-a ainda mais bonita.

Ela tinha acabado de sair do banho, estava deitada de bruços na cama vestindo uma das minhas camisas e o shorts do seu pijama. Terminei de aplicar a pomada em sua panturrilha, deslizando suavemente meus dedos pelo desenho da cerejeira. Era algo tão delicado, mas ao mesmo tempo tão exuberante.... Combinava perfeitamente com ela.

Era o mesmo desenho que estava no shape do skate que eu havia lhe dado de aniversário. Foi um tanto estranho quando ela chegou em mim outro dia perguntando se eu ainda tinha o desenho a mão. Demorei um pouco, mas consegui encontra-lo, porém quando entreguei, ela não me disse para o que o usaria.

Uns dias depois ela pediu para que eu fosse busca-la depois do trabalho porque queria me levar em um lugar. Estranhei a princípio, mas fiquei totalmente surpreso quando chegamos em um estúdio de tatuagem e ela revelou que iria tatuar o meu desenho. E o melhor, é que ela tatuaria no mesmo lugar onde eu tinha a minha tatuagem de cruz.

Disse que queria algo meu com ela.

Minah tocara meu ponto fraco.

Percebi que estava mais do que profundamente apaixonado por aquela garota.

Desde o instante em que coloquei meus olhos nela naquele bar, eu soube que ela era especial.

Coloquei-me sobre Minah, tomando cuidado para não depositar completamente meu peso sobre ela e afastei seus cabelos para o lado, beijando levemente a pele alva de seu pescoço. Minah soltou um baixo suspiro com o ato e eu sorri. Nada me satisfazia mais do que saber que eu conseguira um lugar em seu coração quebrado e de certa forma ter contribuído para que ele se reconstituísse. Ela era maravilhosa, merecia toda a felicidade do mundo, e principalmente, ela era o motivo para que eu acordasse com um sorriso idiota todos os dias.

— Cansada? – perguntei baixo enquanto enterrava meus dedos em suas madeixas castanhas em um afago leve.

— Não, só com preguiça. – riu.

Continuei dando leves beijos em seu pescoço, sorrindo ao perceber sua pele arrepiando-se com meu toque. Era mais do que incrível saber que Minah correspondia a mim.

Nunca pensei que diria isso, mas estar apaixonado e saber que a pessoa que você gosta também sente o mesmo era uma das melhores sensações do universo.

Com o braço livre passei a acariciar o braço de Minah, entrelaçando nossos dedos ao alcançar sua mão. Cada momento que passava ao seu lado tornava-se único e depois de tanto tempo tentando conquista-la, não conseguia crer que aquilo estava realmente acontecendo.

A única coisa difícil para mim era manter o controle. Minah não fazia ideia do que efeito que exercia sobre mim, que apenas uma coisa tão boba poderia deixa-la ainda mais sensual do que já era. Minha garota era maravilhosa.

Minha, era isso que ela era.

Mordi levemente sua pele e pude ouvir um pequeno riso escapar de seus lábios. Merda, tudo naquela garota era incrível. Eu era mesmo um idiota apaixonado.

— Me testando, Tuan? – perguntou.

Rocei meu nariz em seu ombro e inspirei seu perfume delicioso, apertando carinhosamente sua mão.

— Não estou fazendo nada. – murmurei inocentemente.

Minha garota riu baixo e virou-se para ficar de frente para mim, passando seus braços por meu pescoço. Deixei meus braços um de cada lado do seu corpo enquanto fitava intensamente seus olhos castanhos.

No fundo eu sabia que não era digno dela, mas eu já estava num ponto que não suportava mais ficar um dia sem Minah ao meu lado. Ela tinha desenterrado os sentimentos mais estranhos do meu coração e o tomado para si.

Eu pertencia inteiramente aquela garota.

— Não consigo acreditar que já se passou tanto tempo. – suspirou, enterrando os pequenos dedos em meus cabelos e iniciando um afago gentil.

— Realmente – concordei – Esses foram os melhores oito meses da minha vida. Fico me perguntando o que seria de mim se você não tivesse aparecido.

— O mesmo. Acho que a vida não teria sido tão fácil se não cruzássemos o caminho um do outro. Antes de deixar Seul, eu tinha deixado de acreditar em destino. – comprimiu os lábios e abaixou as pálpebras por um instante antes de voltar a me fitar – Até você.

— Aconteceram várias merdas no meu passado e eu achava que nunca ia conseguir superar os problemas, até que decidi vir para Fresno e acabei dividindo o quarto com você. Você já estava predestinada para fazer com que eu me tornasse um humano melhor, Minah. E eu sou imensamente grato por te amar.

A morena arregalou os olhos ao me ouvir e senti suas mãos apertarem meus fios.

Meu coração deu um solavanco e pude escutar o seu mais acelerado.

— V-você disse...

— É eu disse. – confessei, tomando seu rosto entre minhas mãos e olhando intensamente aqueles olhos castanhos que me tiravam o folego – Eu amo você, Minah.

A expressão espantada em seu rosto aos poucos foi suavizando-se e um sorriso surgiu em seus lábios, causando-me um alívio e um sorriso idiota na face.

— Eu também te amo, Mark Tuan. E cuide muito bem do meu coração, porque agora ele é seu.

E definitivamente, eu o faria.

Pelo resto dos meus dias.  

 

 


Notas Finais


AGORA É OFICAL, MINARK É REAL, MINHA GENTE!!!!
E SIM, TEVE YOONGI!!! Mas por que será que ele reagiu daquele jeito?
VOCÊS VÃO DESCOBRIR A PARTIR DO PRÓXIMO CAPÍTULO, ONDE COMEÇA A SEGUNDA FASE DE NO OTHER!!!
Gente, eu gostei muito desse capítulo, como vocês puderam ver, eu demorei pra postar porque ficou gigante!
Minah agora tá rebelde, tem tatuagem e um namorado novinho!
Teve referência a WTF Bangtan, que mesmo alguns não gostando, me fazia morrer de rir. E também a Camila Pipoka, uma YouTuber que eu adoro.
E queria dizer que vai demorar um pouco para o próximo capítulo, porque eu vou mudar de casa e ficar sem internet (ó bosta), e também porque o próximo capítulo TAMBÉM É LOTADO DE DETALHE, então ele precisa ser muito bem escrito e necessita da minha total concentração.
QUERO DEDICAR ESSE CAPÍTULO PRA OLIVER QUE FICOU ME ENCHENDO O SACO <3 E QUE ME AJUDOU PRA CARAMBA!!
Espero que tenham gostado, comentem o que vocês acharam.
Obrigado pelo carinho e até o próximo cap.
Beijos de Luz!!
PS: se alguém curte nct, vou deixar aqui o link do meu imagine com o Johnny.
https://spiritfanfics.com/historia/boy-in-luv--imagine-johnny-seo-7557239


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