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História No Permanent Damage. G!P - Capítulo 12


Escrita por: Leriguey

Capítulo 13 - Capítulo 12


Meus olhos não desviam de Lauren na espera da resposta. Ela ficou me encarando com um semblante neutro, talvez estivesse pensando. O que já era muito ruim.

“Vamos, Lauren. Não tenho a noite toda.” A apressei.

“Pode ir embora, Camila” Ela disse olhando para o chão.

“O quê?” Perguntei de novo fingindo não escutar, só queria uma confirmação de que ela realmente disse aquilo.

“Eu não vou com você” Essa segunda frase foi ainda pior que a primeira.

“Pronto, acabou o seu showzinho, agora pode ir embora.” Lucy disse interrompendo o meu espanto com o que estava acontecendo.

Não esperei mais nenhum segundo para sair dali, não queria mais ver o rosto de Lauren. Eu fui tão boba, estava gostando muito dela, ela me fazia bem e eu achava que a deixava melhor. Mas parece que não. Ela prefere ficar com Lucy, então que fique, não irei atrás. Focarei nos meus estudos.

Corri para o prédio o mais rápido possível, eu estava chorando, chorando por causa de Lauren. Como eu fui estúpida, ela não quer mudar, só queria algum motivo para voltar correndo para sua vida regada a drogas.

Eu estava muito comprometida em ajudá-la, deve ser realmente muito difícil parar de usar, porque é uma doença. Mas ela não parece querer mais minha ajuda. Não é só por causa do diário, eu não iria julgá-la por nada daquilo que eu li, na verdade a ajudaria muito mais.

Cheguei em meu quarto e depois de trancar a porta fui direto para a minha cama, estava exausta deste dia, queria que acabasse logo. Coloquei meu pijama e resolvi dormir para tentar esquecer Lauren. Parecia que eu estava viciada nela, tentarei esquece-la um dia de cada vez, assim como fazem os viciados em álcool ou drogas.

Batidas na porta me assustam de madrugada, são batidas muito fortes. Alguém está gritando meu nome. Acordo um pouco assustada, mas bem sonolenta e tateio o chão em busca de meu relógio, eram 4 horas da manhã. 

As batidas continuam, alternando com o meu nome sendo gritado. Quando consigo ouvir melhor percebo que é a voz da Lauren. Eu simplesmente travei. Não disse nada, não fiz nenhum som, não respirei.

Ela continuava batendo na porta insistentemente, gritando para que eu abrisse. Aquela Lauren me dava medo, mesmo ela parecendo estar chorando.

“O que foi Lauren?” Perguntei para ela parar com aquele barulho exagerado e não acordar ninguém.

“Abra a porta pra mim, Camz” Ela diz com uma voz arrastada de quem está fora de si.

Eu não posso fraquejar, tenho que ser forte. Ela escolheu a Lucy.

“Não vou abrir, vá ficar com Lucy. Deixe-me dormir”. Falei tentando fazer com que ela saísse dali, mas eu sabia que não ia ser tão fácil. Lauren não era tão fácil.

“Desculpe-me Camz, deveria ter escolhido vir com você. Eu fiz besteira. Abra, eu preciso de você.”. Aquele ‘eu preciso de você’ se tornou minha frase favorita. Meu coração amoleceu, mas minha razão ainda comandava, eu não iria abrir. Se eu abrisse era só pra dar uns tapas nela.

“Não, Lauren.” Dito isso ela ficou quieta, não disse mais nada, não deu, mas nenhuma batida na porta. Achei que ela tivesse ido embora.

Deitei na minha cama para tentar dormir de novo, mas eu não conseguia desligar meus pensamentos em Lauren. Eu estava pensando se ela estava bem, se ela realmente precisava de algo. Pensava em todas as vertentes que poderiam existir se eu abrisse aquela maldita porta.

Mas eu sei que fiz o certo, mas o certo é um pouco doloroso. Ela precisava de mim, eu poderia ajudá-la. Mas ela precisava entender que eu também precisava dela, não como ele, mas tudo na vida deve ser recíproco. Eu não era uma médica que ela poderia vir atrás de mim sempre que estivesse com alguma dor. Eu tenho dores também. Eu preciso de atenção e cuidados também.

Eu não tenho como equiparar a minha vida com a de Lauren, a dela é com certeza muito pior, sofreu muitas tragédias. Sua realidade é diferente da minha. Mas isso não quer dizer que minha vida seja perfeita.

Depois de mais ou menos 1 hora submersa em pensamentos começo a ouvir um pequeno ronco. Era bem baixo, não iria escutar se não fossem 5 horas de uma madrugada bem silenciosa.

Levanto minha cabeça pra tentar ouvir melhor e descubro de onde está vindo o som. Esta vindo da minha porta.

Caminho até ela e começo a abri-la, mas percebo que Lauren está dormindo deitada nela. Droga, o que eu faço agora?

Ela parece estar desmaiada, mal se mexe. Logo vai amanhecer e todos vão a ver dormindo na minha porta. Não seria algo legal.

Resolvi coloca-la para dentro, logo de manhã eu iria expulsar ela de lá, com certeza.

Abri a porta com cuidado pra ela não ter um baque muito grande no chão. Depois de aberta peguei-a pelos braços e fui puxando para dentro do quarto. Lauren era pesada, mesmo com esse corpo escultural. Eu devo ser muito fraca.

Demoraram uns 20 minutos até que eu conseguisse colocar ela por inteiro dentro do meu quarto e fechar a porta. Queria coloca-la em cima da outra cama, mas eu não iria conseguir.

Lauren estava sendo uma pessoa muito idiota, então a deixei no chão mesmo. Espero que ela tenha uma baita dor nas costas amanhã pra aprender não ser uma babaca.

Como não consigo ser tão malvada assim, coloquei um travesseiro embaixo de sua cabeça e joguei um cobertor por cima de seu corpo.

Voltei para a minha cama e finalmente consegui dormir, com Lauren perto de mim eu fiquei um pouco mais calma, mesmo estando puta da vida com ela. Mas isso irá se resolver pela manhã.

Não dormi nem 4 horas, logo estava levantando para as aulas. Lauren ainda estava dormindo. Não queria discutir, não queria brigar, então resolvi não acorda-la.

Escrevi um bilhete e deixei ao lado de sua cabeça.

Lauren, espero não te encontrar deitada no meu chão quando eu voltar.

Obs: Não venha mais me incomodar, não irei abrir a porta.

Fui direta e clara, não queria escrever nada a mais. Apenas esses dois avisos eram o suficiente.

Arrumei minhas coisas e fui para a sala de aula, não fui ao refeitório para não ter que conversar sobre Lauren com as meninas.

Depois de passar o dia todo concentrada nas aulas voltei para o meu quarto torcendo em todo o caminho para que Lauren tenha acordado e visto o bilhete.

Chegando ao meu quarto abro a porta com uma lerdeza exagerada para conseguir ver dentro. Ela não estava lá, ainda bem, ou não. No fundo eu queria que ela ainda estivesse estirada no chão do meu quarto com aqueles cabelos negros e rebeldes por todo o lado, e seu cheiro estaria presente por todos os cantos.  

Mas não estavam.

 

 

Três semanas se passaram desde a noite horrível com Lauren. Eu prefiro pensar que se passaram 3 semanas desde o dia perfeito com Lauren. Assim, me sinto melhor.

Lauren consegue marcar uma pessoa como ninguém. Não fomos ‘amigas’ por muito tempo, mas esse tempo foi o necessário para que ela se tornasse algo importante para mim.

Tornei-me amante da rotina, acordo todos os dias no mesmo horário, foi para o refeitório e sento no mesmo lugar ao lado da Ally e da Normani. Depois vou para as aulas, quando terminadas eu rumo para o meu quarto e durmo esperando o próximo dia sem Lauren.

Ao menos isso serviu de algo, estou conversando mais com as meninas. Elas se mostraram grandes amigas realmente. Eu não consegui fugir do interrogatório usual, então acabei cedendo e contando tudo para elas, exceto o que estava escrito no diário, e elas foram muito amigáveis, estão sempre tentando me animar, porém não conseguem, mas eu finjo que sim para evitar maiores perguntas.

Eu não tenho visto Lauren, ela não tem ido às aulas como sempre. Às vezes me pego olhando da minha janela para o lado externo do prédio esperando que Lauren passe por lá, para eu pelo menos saber que ela esta viva, mas isso não acontece. E eu fico mais angustiada a cada dia que passa.

Por várias vezes me peguei pensando em ir atrás dela, pelo menos tentar segui-la ou vigia-la de longe, mas isso seria loucura. Eu não fiz nada de tão errado, ela quem fez. Meu orgulho tomava conta logo depois e esses pensamentos sumiam.

Eu precisava parar de pensar em como ela estava, ela deveria estar bem, sempre esteve antes de eu chegar, não vai morrer por causa da minha ausência.

 

 

Era mais um dia comum da minha vida maravilhosa no internato, ou pelo menos eu achava que iria ser comum.

Acordei no mesmo horário que todos os dias, porém tinha algo diferente dessa vez, assim que levantei da minha cama vi uma folha no chão perto da porta. Aquilo não estava lá antes. Fui até lá pegar achando que era alguma anotação das aulas que caíra sem querer, mas não era.

Era a caligrafia de outra pessoa.

 

Camila me desculpe. Eu fui horrível com você e sei que não mereço seu amor ou ao menos sua amizade, mas eu estou tentando melhorar, melhorar por você.

Fiquei afastada essas semanas porque fui para a reabilitação por vontade própria, eu não podia mais continuar fazendo besteiras e magoando você.

Talvez você não acredite que eu possa melhorar, mas tente, por favor. Eu quero começar de novo com você. Sinto sua falta.

“Talvez nunca vou poder ser o seu cavaleiro de armadura

Posso não ser o homem que você apresente a sua mãe

E talvez eu nunca seja o homem que te traz flores

Mas posso ser a pessoa certa, a pessoa certa esta noite

Posso nunca ser a mão em que você coloca o seu coração

Ou os braços que te abraçam a hora que você quiser

Mas isso não significa que não podemos viver este momento

Pois posso ser a pessoa certa

Pra você amar de vez em quando”

Com amor, Lauren Jauregui.


Notas Finais


Obrigada pelos comentários, vocês são demais! <3


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