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História No Permanent Damage. G!P - Capítulo 2


Escrita por: Leriguey

Notas do Autor


Atualização toda Segunda, Quarta e Sexta.

Capítulo 3 - Capítulo 2


Encaro meu reflexo no espelho tentando encontrar no fundo algum incentivo que me faça sair desse quarto e encarar a realidade lá fora. Depois de passar a madrugada absorta por aquele diário eu não poderia estar mais cansada.

Droga, falta apenas 10 minutos para eu estar na sala de aula e eu mal sabia qual era a minha primeira aula.

Procuro na minha bolsa o papel que a Diretora Benson havia me entregado com o cronograma das aulas.

1ª aula – Literatura – Sala 101

Sala 101? Não lembro nem onde fica a sala 1. Droga Dinah!

Saio do meu quarto apenas implorando para os Deuses que eu não me perca logo agora que estou atrasada.

Entro em um dos corredores e vou apenas seguindo em frente, olhando os números das grandes portas que fecham as salas e em seus números. Nenhum número se aproxima do qual estou procurando. Quantas salas têm nesse lugar?!

Entre inúmeras escadas e corredores extensos encontro uma porta diferente de todas as outras que vi até agora. Ela é estreita e tem uma cor diferente, parece ser bem mais velha que as outras.

Provavelmente minha sala não vai estar ali, mas não custa tentar. E a minha curiosidade não me deixaria passar por ela sem dar ao menos uma espiada no que há do outro lado.

Abro a porta e não vejo nenhum sinal de vida. Tem mais um corredor com uns cinco quartos, acho. Todos eles com as portas estreitas também, e feias. Até parece outro lugar.

Ando pelo corredor com cuidado para que ninguém me escute, quer dizer, se tiver alguém por aqui. Um desses quartos está com a porta levemente aberta. Chego perto dela e olho entre o pequeno espaço aberto, para tentar ver o que há dentro.

Deus, porque eu sou tão curiosa?!

Olho para dentro do quarto e vejo uma cama, exatamente como a minha, e logo depois vejo uma garota caida no chão. Tento parar de olhar para não ser pega, mas logo constato que ela está desacordada. Quer dizer, ela pode estar apenas dormindo no chão, ou ela também pode estar desmaiada e precisa de ajuda.

Eu entro ou não?

Eu olho mais para tentar achar um sinal de que ela está mal ou acidentada. Porém ela está imóvel, como uma pedra, não se mexe e nem parece estar respirando.

Partindo dessa premissa eu escolho entrar no quarto, só para me certificar de que esta menina esta bem.

Entro no quarto bem silenciosamente, tendo o maior cuidado para que a porta não faça barulho algum. Devagar vou chegando perto da garota, ela está vestida toda de couro preto, os cabelos negros dela estão todos espalhados pelo seu rosto, vou até ela e delicadamente tiro seu cabelo do seu rosto, colocando-os para trás.

Com o rosto livre posso analisar a garota melhor. Ela realmente parece estar dormindo. Ela tem uma pele bem branca, está respirando bem calmamente, entretanto sua testa está franzida, parecendo que está tendo algum tipo de pesadelo. Fico tanto tempo analisando ela que não percebo quando seus olhos abrem.

Uau. Seus olhos são tão verdes que eu fiquei levemente hipnotizada.

“Oi, você está bem?” falei quando percebi que ela não ia falar nada e estava me olhando com um olhar interrogativo.

“Bom, não é da sua conta. Quem é você? Porque está aqui no meu quarto?” Ela falou se levantando, e bem agressiva.

Okay, isso me pegou de surpresa. Fiquei meio sem reação quando ela disse isso, ela estava tão agressiva e descontrolada.

“Calma, eu sou novata aqui, hoje é meu primeiro dia e estava procurando minha sala, mas acabei me perdendo, olhei dentro do seu quarto sem querer e vi você caída no chão, achei que talvez estivesse precisando de ajuda, só isso” Me apressei em falar para tentar acalmar essa mulher, já que ela estava visivelmente furiosa. E eu não olhei dentro do quarto sem querer, mas se ela soubesse talvez eu fosse assassinada agora mesmo.

“Bom, já deu pra ver que aqui não é sua sala. E eu não estou precisando da sua ajuda. Agora saia do meu quarto. Boa sorte em achar sua sala.” Ela fala enquanto me empurra para fora.

“Pode ao menos falar onde eu encontro a sala 101?” Perguntei para ela. Como resposta eu ouvi o estrondo que a porta fez ao bater quando ela fechou violentamente.

Definitivamente, eu não gosto dela.

Saindo daquele maldito corredor verifico meu relógio e vejo que perdi a primeira aula. Legal.

Vejo algum funcionário do internato passar perto de mim e vou até ele

“Olá senhor, você poderia me informar onde eu encontro a sala 101? Eu sou novata aqui e estou meio perdida.” Falo esperando que ele me desse a resposta que tanto precisava.

“Oi garota, normal se perder por aqui. Eu sei onde fica sim. Eu te levo até lá, ok? Acompanhe-me” Obrigado meu bom Deus.

Eu vou seguindo ele por esse labirinto de corredores até que passamos em frento o meu quarto, viramos um corredor à esquerda e achamos. Não acredito que eu estava tão perto, só peguei uma direção errada. Preciso de um mapa.

“Muito obrigada, senhor” Eu disse para o funcionário.

“Disponha. E me chame de John, não sou tão velho assim, só tenho 80 anos” ele disse rindo e andando na direção oposta.

Pelo menos achei uma pessoa bem humorada por aqui.

Olho meu cronograma e descubro que entre as aulas têm um intervalo de 15 minutos. Ainda faltavam 10 para começar a outra aula de Literatura.

Entrei na sala e fui à última cadeira, perto da parede. Essa era uma das minhas táticas para não ser notada.

Ainda não tinha ninguém lá, então peguei o diário que encontrei na noite anterior para continuar lendo até que a aula comece.

 

Dia 14 de novembro de 2014.

Estava voltando para casa, era noite, passei em frente um bar, desde lá ouvi pessoas me seguindo quase todo o caminho.

Uma esquina antes de casa eles correram até mim. Eu tentei correr também. Mas eram mais rápidos. Mais fortes. Seguraram-me pelos braços e pelas pernas. Eram três homens. Um deles tampou minha boca para que meus gritos fossem calados. Eu não sabia o que fazer. Não tinha o que fazer.

Eles me levaram para um beco escuro e deserto.

Colocaram um pano em minha boca.  Amarraram meus braços.

Eu não pensava mais. Eu mal conseguia respirar. Eu estava sendo espectador da minha própria tragédia. Eu estava vendo tudo acontecer.

Estava vendo por onde as mãos deles iam. Onde tocavam ardia.

Todos os 3 me usaram da forma mais cruel possível. Um depois do outro. Várias e várias vezes. A noite toda.

Depois que terminaram. Depois que eu já estava quase morta por dentro, sangrando e praguejando a morte ainda veio os tapas, os socos, os chutes. Eles não estavam satisfeitos.

Deixaram-me lá, totalmente despedaçada. Eu fiquei lá por um tempo, tentando acordar desse pesadelo. Tentando acreditar que isso tudo não passou de uma mentira. Porém as dores me traziam para a realidade todo segundo.

Eu pensei no que eu deveria fazer. Eu não me lembro de como eles eram para ir a policia. Devo contar para os meus pais?

Juntei forças sobre-humanas para me levantar, me desamarrei e vesti minhas roupas.

Comecei a trilhar o caminho para casa. Sem pensamentos. Só dor.

Cheguei em casa e contei para os meus pais. Meu pai falou que eu não deveria estar na rua àquela hora, minha mãe chorou e me disse que tudo vai ficar bem.

Nada vai ficar bem, mamãe


Notas Finais


Atualização toda Segunda, Quarta e Sexta.


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