1. Spirit Fanfics >
  2. No Permanent Damage. G!P >
  3. Capítulo 5

História No Permanent Damage. G!P - Capítulo 5


Escrita por: Leriguey

Capítulo 6 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction No Permanent Damage. G!P - Capítulo 5

Finalmente sábado. Já passou uma semana que estou aqui no internato. Aconteceram várias coisas estranhas no começo, mas o resto da semana foi tranquilo.

Consegui fazer o trabalho de Biologia sem maiores problemas. Lauren não apareceu. No fundo, fiquei preocupada, mas não deixei isso transparecer de forma alguma, apenas foquei no trabalho com a Lucy.

Em certo momento Lucy comentou que não sabia de Lauren também. Isso me deixou um pouco mais preocupada. Com alguém pode sumir assim e ninguém se importar?

Não percebi nenhum professor comentando ou sequer perguntando dela, pois não compareceu às aulas também.

Provavelmente ela deve ter fugido ou só está trancada em seu quarto.

Levantei-me um pouco tarde, quis aproveitar o sábado dormindo muito. Olhei pela janela e o céu estava extremamente azul sem nenhuma nuvem. O gramado estava verde e aparado, o que resultou numa ótima vista. Não consegui ficar mais um minuto em meu quarto, resolvi sair para explorar o exterior do prédio nesse dia tão lindo.

Sai do prédio e comecei a caminhar sem direção, olhando para as árvores enormes, sentindo o vento bater em meus cabelos, uma paz que nunca tinha sentido antes. Realmente, aqui é muito bonito.

Continuei andando até estar bem longe do prédio. Eu deveria querer voltar, mas ainda era cedo, eu teria tempo para achar o prédio depois, só queria explorar um pouco mais e ver se encontrava algum tipo de trilha nesta mini floresta.

Encontrei uma trilha quase apagada no chão, fui andando por ela para segui-la quando for embora.

Uns 20 metros da entrada eu achei uma pequena casinha, abandonada e bem feio, caindo aos pedaços. Cheguei mais próxima à ela e fui dominada pela minha curiosidade para ver se tinha algo lá dentro.

Quando criança eu sempre fui muito curiosa com tudo, sempre abria meus brinquedos ou quebrava, só para ver o que havia dentro ou como era feito. Minha mãe odiava isso.

Abri a porta do casebre e já fui entrando, parecia estar abandonado mesmo, porém tinha algumas coisas no chão, cobertas, garrafas de bebida jogadas, estava uma bagunça horrível.

Fui para outro cômodo e eu não acreditei no que estava vendo. Rolei os olhos quando vi Lauren, caída no chão. De novo eu encontro essa menina caída, meu Deus.

Cheguei perto dela para ver se precisava de ajuda, mais uma vez não podia sair de perto dela sem ter certeza que estava bem.

 

“Você está viva?” perguntei dando um chute leve nas pernas dela.

Nenhum movimento.

“Lauren!” Dessa vez agachei ao lado dela e a balancei pelo ombro.

Nada de novo.

Ia levantar quando senti a mão dela segurando a minha. Bom, pelo menos ela está viva.

“Você está bem?” Perguntei.

“Quem é você?” ouvi ela falando com uma voz arrastada, era mais um murmúrio, nem conseguia abrir os olhos.

“Camila. Estava andando por perto, entrei aqui e vi você. Precisa de ajuda.” Ela parecia estar precisando de ajuda, ela estava bem mal.

“Preciso.”

“Do que precisa?” Ela não disse mais nada. Não sei se desmaiou ou se apenas dormiu.

Olhei em volta e tinha mais garrafas vazias de bebida. Provavelmente ela está bêbada.

Me sentei ao lado dela e fiquei observando-a. Tinha algo na outra mão dela. Fui do outro lado e abri sua mão. Era uma seringa. No seu antebraço tinha um torniquete.

Eu não queria imaginar que ela estivesse fazendo isso que parece. É horrível imaginar que ela estava se drogando.

Fiquei realmente assustada. Uma parte de mim gritava para eu sair dali, eu não precisava de um problema como esse. E Lauren era um problema.

Mas outra parte de mim dizia que eu tinha que ajuda-la, ao menos nesse momento. Ela está muito mal, se ficar sozinha e algo acontecer eu serei a responsável.

Continuei ali sentada por um bom tempo. Começo a sentir ela se mexendo.

“O que diabos você está fazendo aqui?” Ela disse se sentando. Ela parecia bem fora de si. Muito brava e agitada. Não parecia a Lauren que estava desmaiada alguns minutos atrás.

“Estava passando e...”

“Não interessa, pode ir embora.” Ela nem me deixou terminar e já foi levantando me mandando ir embora, de novo.

“Você é uma idiota, sabia?” Eu disse para ela. Não vou aguentar desaforo dessa babaca.

“Vai embora, antes que se arrependa” Ela disse com agressividade.

“Vai me bater?” Perguntei a desafiando.

“Não duvide de mim” Ela gritou me dando um empurrão. Fui direto para o chão. O empurrão foi fraco, mas sou magrinha o bastante para que tenha sentido um baque enorme.

Olhei para ela do chão com um olhar incrédulo e com muita raiva. Queria socar ela até não existir Lauren nenhuma.

Levantei-me do chão sentindo o olhar furioso dela em cima de mim. Eu não deveria ter gritado com uma pessoa que está drogada, mas ela me irrita.

Senti algumas lágrimas descendo pelo meu rosto, estava sentindo dor pelo modo como caí.

Não olhei para ela, apenas sai de lá. Ela acabou com o meu dia.

Fui correndo de volta para o prédio e para o meu quarto. Não queria mais explorar nada, tinha perdido a vontade de tudo. Aquela menina me irritou ao extremo.

Tentei dormir, mas não consegui, fiquei rolando de um lado para o outro, mas eu só pensava em Lauren usando drogas e em Lauren me empurrando.

Lembrei-me do diário e o peguei para ler. Já estava acabando as páginas escritas. Essa pessoa não tinha escrito muito, maior parte do diário estava em branco.

Às vezes eu tendo a me perder. Quando estou aqui sozinho. Eu nunca pareço acertar as coisas. Mas eu acho que é assim que funciona desde que cheguei aqui. Eu nunca vou encontrar meu caminho se eu não aprender a deixar para lá. O passado é o passado, hoje é hoje. Há coisas que não posso controlar. Os círculos embaixo de meus olhos contam a verdade que estive tentando esconder.

 

Fiquei imaginando com seria a vida desta menina. Quão ruim deve ser ficar sozinha, mas ficar sozinha não por opção, e sim porque ninguém quer ficar com você.

Acabei dormindo por umas 3 ou 4 horas. Acordei com o barulho da minha porta abrindo.

Levantei assustada para ver quem era.

Era Lauren.

“O que você está fazendo aqui? Saia agora!” Eu disse para ela tentando ficar o mais longe possível dela, como se ela fosse uma ameça e capaz de me machucar de novo. Eu não duvido de mais de nada.

“Eu só vim conversar. Por favor, só me escute.” Ela disse trancando a porta do meu quarto e sentando na beirada da minha cama.

“Não quero conversar. Você me agrediu. Você foi uma idiota comigo.” Eu só queria que ela saisse do meu quarto.

 “Eu vim para te pedir desculpas. Eu não deveria ter te machucado, nem queria. Mas eu não tinha controle. Agora eu estou bem, então vim te pedir desculpas, por favor.”. Ela parecia estar realmente arrependida.

“Você está sóbria? Estava usando drogas não estava?” Perguntei para ela, esperando que aquilo não fosse o que estava parecendo, que tinha uma explicação.

“Estou sóbria. E eu estava me drogando, mas foi a primeira vez que fiz isso, e não farei mais então não conte a ninguém, por favor.” Parecia que ela estava mentindo, mas por algum motivo esperei que fosse verdade. Esperei que tivesse sido a primeira e última vez.

“Tudo bem, dessa vez não contarei. Você deveria ficar sóbria sempre, é mais legal” Ela deu um meio sorriso quando terminei minha frase.

 

Ela estava mais leve, menos rabugenta e grossa, dessa Lauren eu até poderia gostar. Mas eu iria ficar de olho nela, todos os viciados em drogas dizem que não vão fazer mais, mas sempre fazem.

“Irei anotar isso. Obrigada, Camila, por ter tentado me ajudar” Ela me disse estendendo a mão para eu apertar.

Estendi a minha também e apertei a mão dela. Uma mão muito macia, por sinal. Ficamos olhando uma para a outra por longos segundos, com as mãos apertadas. Foi estranho.

Lauren foi a primeira a soltar a mão. Ela acenou um tchau e saiu rapidamente do meu quarto. Eu fiquei ali, com uma intuição de que Lauren trará muitos problemas para mim.

 Lauren será o meu problema.

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...