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História No Permanent Damage. G!P - Capítulo 6


Escrita por: Leriguey

Capítulo 7 - Capítulo 6


Os dias passavam bem devagar naquele lugar. As aulas eram cansativas, e olha que eu gosto de estudar.

Estava tudo muito monótono e quieto.

Nas aulas de Shawn ele mal me olhava, e quando olhava era com cara de coitadinho.

Aliás, decidi não denuncia-lo contanto que ele não chegue mais perto de mim.

Essa semana Lauren apareceu em todas as minhas aulas, não sabia que tínhamos todas as matérias juntas. Acho que ela faltava muito mesmo.

Em todas as aulas ela sentava no fundo também, porém do outro lado da sala. Ela me dava sorrisos tímidos quando entrava na sala. Eu não sabia reagir então fazia sempre o mesmo aceno idiota com a cabeça. Durante as aulas eu sentia o olhar dela em mim. E mesmo quando eu olhava de volta ela não mudava a direção do olhar. Ficava compenetrada em algo. Em mim.

Eu não sei por que, mas eu ando pensando muito em Lauren. Me pego imaginando o que ela estaria fazendo. Se estaria pensando em mim. Ou, pior, usando drogas de novo.

No começo da noite me deitei em minha cama e pego um livro de romance para ler a fim de deixar o diário um pouco de lado.

Não se passaram nem 20 minutos e escuto alguém bater à porta.

“Quem é?” Eu grito de dentro do quarto. É tarde para alguém legal bater na minha porta.

“Sou eu, Camila. Abra logo” Era a voz de Lauren, o que essa menina quer agora? Sempre tão mandona.

“E se eu não quiser?” Perguntei, provocando-a.

“Eu... preciso de sua ajuda. É sério, abra, por favor.”

Ela parecia estar chorando. Falava com uma leve lerdeza e gaguejando algumas palavras, como se fosse extremamente difícil dizê-las.

Ela precisa da minha ajuda. Ela precisa de mim.

Abri a porta assustada e ela mal disse um oi, foi entrando com pressa e com a cabeça baixa. Sentou em minha cama e ficou olhando para o chão enquanto o corpo fazia movimentos para frente e para trás compulsivamente.

“O que está acontecendo Lauren?” perguntei a ela agachando-me mais perto para tentar olhar naqueles olhos a busca de uma resposta.

“Estou tendo crise de abstinência. Consegui ficar a semana toda sem usar nada, Camila. Mas hoje está difícil, eu preciso de ajuda.”  Ela disse levantando a cabeça para encontrar meus olhos.

Ela estava tremendo e muito ofegante. Aquilo estava me deixando nervosa.

“O que posso fazer Lauren?” Perguntei quase gritando. Eu nunca havia visto este tipo de coisa, não sei como ajudá-la.

“Nada, ninguém pode fazer nada além de mim. Não ficarei aguentando isso. Eu preciso da anfetamina, vai me fazer melhor, prometo.” Ela disse eufórica e se levantando indo em direção à porta.

Pensei rápido e corri antes que ela e tranquei a porta e peguei a chave e coloquei dentro do meu sutiã. Essa não foi minha melhor ideia, mas não tinha tempo para pensar num lugar melhor.

“Droga, Camila. Eu não deveria ter vindo aqui.” Ela disse se sentado onde estava da outra vez.

Eu me sentei ao lado dela a fim de tentar acalma-la.

“Porque veio até aqui então?” Perguntei realmente curiosa.

Ela não parecia nem um pouco bem, estava destruída, por dentro e por fora.

Nota mental: Pesquisar sobre anfetamina e seus efeitos depois.        

“Não vai me responder? Porque veio aqui, Lauren?” Insisti quando já se passaram uns 5 minutos desde que perguntei. Ela estava muito pensativa, mas ainda sim estava eufórica e inquieta, não para num lugar, mudava de posição toda hora, fica se movimentando, passando as mãos no cabelo, batendo os pés no chão, torcendo as mãos uma na outra.

Eu não aguentei ver tudo aquilo. Eu não aguentei ver a angústia dela, a ansiedade tomar conta de seus atos. Então eu a abracei.

Encaixei-me na lateral de seu corpo e apertei bem forte minha cabeça contra seu ombro, meus braços enlaçaram seu quadril e eu senti toda aquela tensão em seu corpo inteiro, eu só queria conforta-la, queria que ela se acalmasse e queria fazer aquilo que me pediu, que eu a ajudasse.

Não sabia se aquilo tinha sido demais para ela, mas ela não disse nada, ela não se moveu. Eu a senti se acalmando aos poucos, os seus ombros foram ficando mais aconchegantes e menos tensionados. Ela deitou sua cabeça em meu ombro, aos poucos fui sentindo sua respiração se acalmar.

Arrisquei-me e comecei a fazer um pequeno carinho em suas costas, passando minha mão delicadamente por toda sua extensão.  Eu estava em uma posição bem desconfortável, mas ela parecia estar bem, então eu não iria sair dali.

“Lauren?” Chamei depois de alguns minutos.

Ela não respondeu, apenas deu uma gemida de quem estava dormindo.

Sutilmente fui colocando-a deitada em meu colchão. Não sabia se deveria acorda-la. Decidi que não, vai que a abstinência volta.

Fui saindo da minha cama e peguei um fino cobertor para cobri-la, já que não estava tão frio assim.

Eu iria dormir na outra cama isolada que tem no meu quarto, mas antes de ir para lá, eu fiquei observando ela dormindo, como estava em paz e tranquila. Mexi um pouco em seus cabelos bem imperceptivelmente para que ela não acordasse e fui para a minha cama.

 

“Camila”

“Camila”

Ouço meu nome ser chamado e abro meus olhos. Lauren esta em minha frente, com a mesma aparência da qual chegou. Levantei-me rápido.

“O que houve Lauren?” perguntei meio sonolenta, mas extremamente preocupada.

“Está voltando de novo. A vontade. Esta voltando.” Ela disse com um pouco de medo em sua voz.

“Deite aqui comigo” Puxei-a pela mão e deitei com ela na cama.

Ela não falou nada, apenas deitou e me abraçou rapidamente, afundando sua cabeça em meu pescoço. Ela estava chorando, eu podia sentir suas lágrimas cairem em mim.

Essa definitivamente não é a Lauren que eu conheci.

“Vai ficar tudo bem, Lauren, estou aqui.” Eu disse para ela, ainda assustada pelo repentino afeto, porém meu cérebro me lembrava constantemente que tudo isso só era por causa da situação presente.

Ela entrelaçou suas pernas na minha a fim de nos aproximarmos mais, no objetivo de que eu a protegesse. Creio que não consigo isso, Lauren.

Dessa vez comecei a fazer carinho em seu cabelo até que ela dormisse outra vez. Acabei dormindo também, com Lauren em meus braços.

Acordei primeiro no outro dia, ainda estávamos na mesma posição, ela praticamente em cima de mim.

Empurrei um pouco seu corpo para que eu pudesse me levantar, até que ela abre aqueles olhos e os direciona em mim. Acho que não consigo detalhar apenas com palavra o que é esse olhar, ainda mais pela manhã. Eu poderia acordar todos os dias se logo depois eu os visse.

“Uau” Ela disse enquanto olha para mim.

“O que foi?” Falo já me levantando, ela me segue também.

“Camila, sabe há quanto tempo eu não durmo assim?! Muito tempo. Qual seu segredo?”

Ok. Isso me pegou de surpresa. Ela dormiu tão bem que aquela menina mais parecia um urso entrando em hibernação.

“Hm.. não fiz nada, eu acho.” Eu realmente não fiz muito além dos carinhos.

“Você está bem para ir agora? Preciso tomar banho para ir tomar café da manhã” Eu disse para ela, tentando fazer com que ela saisse do meu quarto. Adoro a companhia desta Lauren, mais do que o limite permitido eu diria.

“Estou bem, por enquanto. Vou indo então” Ela disse indo até a porta bem devagar, até como se não quisesse sair dali.

Antes de abrir a porta ela virou e ficou olhando para mim por alguns décimos de segundos até vir em minha direção. Minhas pernas estavam bambeando.

Ela pegou meu queixo delicadamente e me deu um simples beijo, porém bem intenso e por longos segundos. Depois me soltou e foi até a porta.

“Obrigada, por tudo.” Disse antes de desaparecer no corredor.

E eu? Fiquei ali, parada, pensando em como aquele beijo me despertou sensações que nunca havia tido antes. Não era para isso acontecer, mas no fundo eu queria, queria muito. E quero muito mais.  



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