História No Pressure - Camren - No pressure III

Lauren Jauregui
Narrando.

O Meu corpo estava suando e minha respiração estava descontrolada. Camila tinha saido da sala sendo arrastada pelo os seguranças a pedido da Senhora Vilma. Ela se recusou á me machucar.

Nesse momento eu sentia chicotes quentes percorrerem o meu corpo. Um incêndio vibrava em meu corpo. As minhas costas sentiam-se em chamas, o calor puxava os meus músculos de tal forma que me causavam-me dor. Eu não conseguia falar e muito menos gritar, minha garganta estava seca. Eu não conseguia pensar. Eu estava paralisada.

Quando o Adam -um segurança- parou de me machucar á pedido da Senhora Vilma, ele se abaixou ao meu lado para tirar as algemas. Eu estava assustada, o choque estava percorrendo pelo meu corpo.

— Me desculpe. — Ele falou tão baixo que tive que me esforça para ouvi-lo.

Eu não falei nada e me levantei com a ajuda dele, saímos da sala da Senhora Vilma e ele me levou para a enfermaria, eu comecei a chorar querendo sair desse lugar. Esse lugar não é bom para ninguém. Por que fazer isso com uma pessoa? Pra que machucar ela pela sua forma de amar? Que mundo cruel.

A neve em chuva era o que se via da janela do lado de fora. Uma nevasca estava a acontecer fora dos muros. Eu estava me sentindo um lixo. Meu coração estava quebrado. Eu era uma boa menina, a única coisa que eu tenha feito foi amar Camila, ela é tudo que eu tenho e não suportaria ver ela nessa situação.  

— Esta tudo bem? — A Gigi, médica daqui me perguntou. Olhei para ela.

— Como você achar que eu estou? Estou parecendo bem para você?

Eu não queria ser grossa com ela, ela era legal com a gente, nos dava atenção e nos ajudava quando a gente precisava, ela era como uma mãe para mim e para a Camila. As palavras saíram sem eu permitir e me senti culpada por ter tratado ela mal.

— Desculpa. — Sussurrei e me sentei em uma cama, hospitalares.

— Eu que tenho que me desculpar, fiz uma pergunta idiota. — Ela falou enquanto pegava curativos e remédios. — Eu sinto muito. — Ela falou parecendo segurar o choro assim como eu.

— Nos ajude a fugir Gigi. — Implorei baixo para que Adam não ouvisse. Ela pareceu ignorar meu pedido de ajuda.

— Adam, pode sair um momento por favor? Preciso ter uma conversa com Lauren. — Ele olhou desconfiado para a gente. — De médica para paciente.  — Gigi continuou.

Ele suspirou e assentiu saindo da sala.

— Não confio nele. — Falei pra ela. — Ele me pediu desculpas, mais eu sinto que ele esta sendo falso, ele é filho da Senhora Vilma. Ele é um capanga.

—Sim, eu sei. Eu vou ajudar vocês, esse lugar esta parecendo um manicômio. —Ela falou enquanto analisava minhas costas. —Lauren, você está tremendo.

Eu estava tremendo de medo, eu estava segurando o choro que estava por vim novamente, eu tinha tido uma mini crise de choro segundos atrás, não quero parecer fraca, eu não posso deixa Camila me ver assim. Eu ignorei Gigi e suas palavras.

—Lauren. Eu e Hailey, iremos tirar vocês daqui. Eu prometo. —Ela falou enquanto passava pomada nos meus machucados.

—Tem certeza? —Perguntei e funguei. Eu precisava de tranquilidade no momento.

—Sim. Eu tenho. Camila é minha melhor amiga, eu também me preocupo com ela, eu me preocupo com todos aqui. Isso é agressão, isso não pode fica assim.

—Eu juro com todas minhas forças, quando eu sair daqui eu vou me vingar de todos que machucaram esses alunos. —Falei com toda minha raiva e angustia.

—Vingança nem sempre é a melhor opção. Pode ser bom, mais depois de cinco minutos passa e vem o arrependimento, pensa bem Lauren no que irá fazer.

Abanei a cabeça devagar com umas lagrimas escorrendo sem permissão. Estava com meus olhos ardendo, meu cabelo comprido estava uma desordem. Meus lábios tremiam juntamente com minhas mãos. Lágrimas caiam sobre minhas bochechas rosadas, minhas feições delicadas foram absorvidas por uma expressão de medo e tristeza.
 
Levantei a cabeça quando ouvi a voz da Camila, ela não estava diferente de mim, seu rosto alertava que tinha chorado mais de duas horas, foi o tempo que levei dentro daquela sala.

— Olá Camz. — Gigi falou e sorriu para ela.

— Oi. —Ela respondeu simples e sentou na beira de uma das camas hospitalares.

Gigi trabalhou em meus machucados rapidamente, puxando meu uniforme mais para abaixo para poder colocar os residuos. Assim que Gigi terminou de tirar meu uniforme, apenas me deixando de calcinha e sutiã, eu olhei para Camila.

Ela tampava a boca com lagrimas escorrendo pelo seu rosto, ela estava destruída assim como eu. Marcas de chicotes cruéis estavam traçadas ao logo das minhas costas. Numerosas linhas de tortura e dor ao longo delas.

Camila desviou o olhar chorando e não aguentei ser forte o suficiente e chorei também. Isso é terrivel. Como alguém pode ser tão cruel a esse ponto? Merecemos respeito e amor como todos os outros, o que tem de diferente em nós? Somos humanos. Humanos que amam pessoas do mesmo sexo. Isso não faz ninguém melhor e nem pior, somos todos iguais.

— Gente, não choram por favor. Ver vocês assim e não poder fazer nada é horrivel. — Gigi falou e suspirou logo em seguida.

Olhei para a Camila e encontrei aqueles olhos brilhantes olhando para mim. Queria tanto correr daqui, eu estava com tanto medo e ela também. Camila pegou um copo de água para mim e dei um sorriso fraco.

— Obrigada. —Agradeci e suspirei enquanto bebia um pouco de água me acalmando.

A sala ficou em silêncio por um tempo. Camila continuava a chorar no seu canto. Eu já tinha ficado um pouco mas calma para ser forte para ela. Ansiando pela a capacidade de engolir com dureza os meus problemas e lidar com o que essa escola faz. Mas, com tudo isso a surgir, era óbvio que eu estava longe de ser destemida.

— Pronto Lauren, como se senti? — Gigi perguntou e olhei para ela.

—Me sinto um lixo e você? — Respondi com ironia e suspirei.

— Eu sinto muito por não poder ajuda. — Gigi falou chateada abaixando a cabeça, ela olhou para gente rapidamente e deu um mínimo sorriso. — Vou deixa vocês conversarem. — Ela logo em seguida saiu da sala.

Camila correu até mim me envolvendo em seus braços, retribuí o grande abraço e assim nos duas choramos juntas. Tudo o que eu estava sentindo, não só pela a dor que eu estava sentindo nas minhas costas, mais sim, por esse mundo, as pessoas machucadas, o preconceito, as maldades, chorando por tudo isso.

—Desculpa, desculpa, desculpa. — Camila dizia freneticamente.

— Esta tudo bem. — Falei sincera e sorrir. As mãos dela seguraram meu rosto, olhando para todos os sinais de dor. 

— Sinto muito Lolo, meu Deus, eu estava tão preocupada com você. Eu tentei ajudar, mais aqueles caras eram o dobro do meu tamanho e não me deixaram fazer nada. Fiquei freneticamente sentada enquanto lhe esperava aparecer em algum lugar. Eu continuo a não acreditar que você fez aquilo, você é maluca, não podia ter levado a culpa pra si, deve ter sido tão doloroso e eu só-

— Camila. — Dei risada interrompendo seu discurso. — Camila eu estou bem. — Passei meus braços em volta de sua cintura. — Estou magoada, mais estou bem.

— Bom. — Ela suspirou.

Continuei ali abraçada com ela, as minhas mãos faziam carinho em seus cabelos macios. Me afastei um pouco só para olhar para ela. Um pequeno sorriso se formou em seu rosto. Me atrevi de beija-la e passei meus braços em volta de sua cintura. Mas este beijo foi ainda mais apaixonado e eletrizante do que o último.

Eles eram tão quentes e cheios, e a sua língua era suave quando ela a deslizava contra a minha. Ela afastou-se durante poucos segundos. Os meus braços saíram de sua cintura e as minhas mãos deslizaram para a cima para poderem descansar no seus ombros. O seu rosto permaneceu a apenas alguns centímetros do meu, mas era o suficiente para eu poder ver o sorriso satisfeito no seu rosto.

— Eu faria tudo de novo, só para lhe ver bem. — Sussurrei.

— O que? Me beijar ou ser punida? — Ela me perguntou e dei risada.

— Os dois Camila. Os dois.
 
Um último beijo foi compartilhado entre nós antes de eu me afastar. De repente, um pensamento surgiu na minha mente, e era bastante importante o que me deixou surpresa por não ter pensado nisto antes.

— O que foi? — Camila me perguntou percebendo minha expressão pensativa.

— Nada, eu...Acabei de me lembrar que hoje é meu aniversário. — Murmurei.

— Sem ofensas Lolo, mas esta é uma forma merda de passar um aniversário. — Camila deu risada.

Sim, hoje era suposto ser um dia divertido de festas e presentes. Em vez disso, foi um dia choroso e dolorido. Mas a suposta celebração foi imediatamente esquecida assim que os lábios de Camila pressionaram na minha bochecha.

— Feliz aniversário nenê.

— Obrigada, nenê. — Murmurei e ri junto dela.

Esses pequeno momentos, me fazia feliz, fazia ela feliz, nos fazia feliz, por que não podemos ser feliz em públicos? Por que temos que nos esconder? 

O quarto estava em silêncio mas nós não precisávamos de conversar. Era um bom tipo de silêncio. Olhei para os seus olhos. O seu aspecto sábio... eles eram provavelmente a minha parte favorita de si.

— Às vezes as sua cor verde fica escura, mas outras vezes suas pupilas crescem e brilham, é encantadores. Embora o mar fosse azul, essa parecia ser a maneira de descrever os seus olhos; como ondas de esmeralda profunda. —  Camila falou olhando para meus olhos.

— Você é tão preciosa. Não merece nada disso. — Eu falei num sussurro. — Eu vou tira você daqui Camila, irei tira todos daqui.