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História No próximo eclipse - O primeiro eclipse parte 2


Escrita por: chaootics

Notas do Autor


Segundo capítulo, espero que estejam gostando da minha explosão súbita de criatividade pra uma fic shinyoung xD

Capítulo 2 - O primeiro eclipse parte 2


Fanfic / Fanfiction No próximo eclipse - O primeiro eclipse parte 2

“Você tem sete minutos, senhor”.

A voz do conselheiro veio de algum lugar distante, como se eu apenas conseguisse ouvir seu eco. Em frente a mim, o herdeiro do sol sorria com a mão estendida.

- Eu sou... Jung Jinyoung – respondi ainda confuso – Sou o herdeiro da lua.

Apertamos as mãos e seus lábios ainda se abriam em um largo sorriso acolhedor, como se mesmo que estivesse escuro do lado de fora, a existência dele fosse capaz de iluminar toda a sala. Nós éramos completos opostos.

- Você é um verdadeiro herdeiro da lua, pele alva, gélida, expressão dura... – ele me olhava como se me analisasse dos pés à cabeça – Realmente o universo sabe a quem escolher.

Por alguns segundos, pensei se ele estava me elogiando ou não, mas sua expressão não parecia crítica. Ele também era um típico herdeiro do sol, pele bronzeada, quente, sorriso luminoso. Sem dúvida sol e lua estavam presentes naquela sala em suas formas humanas.

Dongwoo olhou para o relógio que trazia no pulso e então encarou meu conselheiro, que estava parado atrás de mim, nos observando. Também havia um homem atrás dele, que eu imaginava ser o conselheiro dele, e então ele se dirigiu aos dois.

- Temos seis minutos – falou olhando de um homem para o outro – Podemos ficar a sós?

Engoli em seco quando ele disse aquilo e, por alguma razão, senti-me nervoso. Os conselheiros concordaram com o pedido dele e se retiraram rapidamente. Assim que ficamos sozinhos, ele deu dois passos em minha direção, ficando muito próximo a mim.

- Eu não sou uma pessoa direta... – ele sorriu de algo que não consegui entender – Mas não sei quando nos veremos novamente e não quero guardar essas palavras em meu coração.

Mais um passo dado para perto de mim e meu coração começou a acelerar no peito. Nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração e o hálito fresco de menta que saia por seus lábios. Aquilo não era, nem de longe, o que eu imaginava para aquele encontro.

- Você acredita em amor a primeira vista? – ele disse e eu pude ouvir o barulho dos ponteiros do relógio se movendo, marcando cada segundo que perdíamos – Quando entrei nessa sala e te vi dormindo, senti que meu mundo havia parado de girar.

Amor... A primeira vista? Eu já havia lido sobre isso, mas como um herdeiro da lua que sempre soube de seu destino, nunca me permiti amar ninguém. Porque amar significa dor e separação para alguém que não pode existir durante o dia. Como um homem que dividia o mesmo fatídico destino comigo podia falar sobre o amor daquela forma?

- Eu... Não sei sobre o que você está falando... – respondi quase gaguejando.

- Também não sei – ele riu – Não é como se eu tivesse a oportunidade de amar alguém, afinal de contas ninguém ama uma aberração.

Ele continuava sorrindo, mas agora parecia forçado, como se existisse dor em cada uma de suas palavras, uma dor que eu entendia bem.

- Você não é uma aberração – Foi tudo que consegui responder.

O sorriso forçado foi aos poucos se tornando mais verdadeiro, enquanto ele mantinha os olhos fixos em mim, como se quisesse ver por dentro de minha alma. Ele era muito mais profundo e intenso do que eu esperava.

- Temos cinco minutos... – eu disse enquanto olhava o relógio, tentando puxar assunto.

- Quer me beijar?

Arregalei os olhos e pensei que tinha escutado errado. Mas, pela forma como me olhava, não parecia que ele estava brincando.

- Podemos nos beijar por cinco minutos – ele completou.

- Acho que não... – respondi no auge de minha confusão mental. Ele falava sério e eu me sentia completamente perdido.

- Tem uma ideia melhor?

Não, eu não tinha. Mal o conhecia e não sabia sobre o que falar e nada me vinha a cabeça para perguntar, nenhum assunto para debater. Era como se meu cérebro tivesse sido desligado e eu mal conseguisse raciocinar. Mas... Beijá-lo? Um estranho? Eu nunca havia beijado ninguém.

Balancei minha cabeça negativamente e senti minhas bochechas esquentarem pela vergonha. Ele colocou uma das mãos em meu rosto e o calor delas contra minha pele fria me provocou um leve arrepio. Havia ternura e familiaridade na forma como ele fazia aquilo, parecia que nos conhecíamos a vida toda.

Será que era por sermos herdeiros? Por que o sol e a lua se conheciam desde sempre?

- Se você não quer me beijar, por que está de olhos fechados?

A voz dele veio como um sussurro que despertou minha mente de um estado de transe que nem havia percebido. Os lábios dele estavam tão próximos que roçavam levemente nos meus enquanto ele falava. Sim, eu havia fechado meus olhos e nem sabia o porquê. Talvez fosse pelo calor da mão dele em meu rosto, pela cadência de sua voz ou a maciez de seus lábios... Ou talvez ele simplesmente tivesse me embriagado.

- Quatro minutos... – ele cochichou em meu ouvido – Tem certeza que quer desperdiçá-los?

Como se um estalo em minha cabeça me despertasse, dei-me conta de que se não nos beijássemos naquele momento, eu passaria anos imaginando como teria sido. Não sei de onde aquele desejo tinha surgido, há poucos minutos ele era apenas um estranho e agora... Tudo o que eu queria era sentir seus lábios contra os meus.

- Me beije.

Os lábios dele se curvaram em um sorriso torto e rapidamente se colaram aos meus, sôfregos. Começamos a desbravar um ao outro com uma pressa acalmada, como se pudéssemos ouvir os ponteiros do relógio nos apressando, mas ao mesmo tempo tivéssemos todo o tempo do mundo em nossas mãos. Sentia meu corpo inteiro ferver pelos toques dele e eu mal podia respirar. Sua língua brincava com a minha como se elas se movessem no mesmo ritmo, deixando-me sem ar. Álcool nenhum havia me deixado tão embriagado quanto eu me sentia naquele momento.

Por quatro minutos, não falamos absolutamente nada, absorvidos em beijos e carícias como se nossos corpos tivessem se tornado um só, como se sol e lua tivessem se fundido em algo jamais visto pela humanidade. Meu coração batia acelerado no peito e eu o queria tanto que podia imaginar fazer aquilo pelo resto de minha imortalidade. Quatro minutos não eram o suficiente...

Senti meu cérebro rodar e percebi que estava ficando sonolento. Dongwoo se afastou lentamente, separando nossos lábios enquanto olhava para o relógio. Faltavam alguns segundos para que eu dormisse novamente, já era possível ver o sol voltando a brilhar do lado de fora. Olhamos um para o outro e sorrimos na falta de algo para dizer. Senti meu corpo perder as forças e tombei para frente, no momento em que ele me amparou em seus braços.

“Eu vou escrever para você...”, foi a última coisa que ouvi, antes de cair em sono profundo.



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