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História No próximo eclipse - O último eclipse


Escrita por: chaootics

Notas do Autor


Chegando com mais um capítulo! Preparem os lencinhos~~ Desculpem possíveis erros e muito obrigada pelos comentários lindos que tenho recebido nessa fic, eles me inspiram muito para continuar escrevendo ♡ Amo vocês ♡

Capítulo 5 - O último eclipse


Fanfic / Fanfiction No próximo eclipse - O último eclipse

A escuridão tomava conta do lado de fora quando finalmente criamos coragem de sair do quarto. Por mais que quiséssemos continuar juntos pelo resto de nossas existências, sabíamos que o mundo precisava de sol e não podíamos ser egoístas a tal ponto. Dongwoo me deu a mão quando atravessamos a peça coberta de teias de aranha e sorriu para mim, mesmo enquanto caminhávamos para nosso julgamento. Eles nunca iriam nos perdoar... E era tudo culpa minha.

Afastei-me dele em uma fração de segundo e, em um rápido e inesperado movimento, acertei um vaso em sua cabeça. Dongwoo olhou para mim como se não conseguisse entender por que eu tinha feito aquilo, antes de cair desmaiado aos meus pés. Aquela era a única coisa que eu poderia fazer por ele...

Tinha sido eu que acordei no meio do dia, eu que corri até ele e provoquei todo aquele caos. Não era justo que ele tivesse que pagar pela minha imprudência. Estava na cara de que a lua estava se desfazendo de mim, deixando de me pertencer, quando permitiu que eu despertasse quando o sol ainda estava no céu. O guardião ruim era apenas eu.

Caminhei apressado até o castelo e me entreguei em frente a todos, dizendo que eu havia sequestrado o guardião do sol, pois tinha inveja dele. Assim que avisei onde ele estava e alguns guardas voltaram com Dongwoo desfalecido em seus braços, pode-se comprovar que eu não estava mentindo – pelo menos era o que achavam. Fui rapidamente algemado e arrastado para fora do castelo. A última coisa que vi foi o rosto de Dongwoo, dormindo como um anjo.

Eu nunca iria esquecê-lo.

 

 

 

 

Assim como o esperado, meus poderes de guardião da lua seriam retirados como punição pelo meu ato impensado. Não era de todo o mal, eu só... Seria um humano novamente. A parte ruim era que eu seria exilado para o Japão, o que significava que não poderia realmente ver Dongwoo novamente, mesmo que agora eu pudesse viver no mesmo horário que ele. Eu sabia que aqueles eram pensamentos ruins e devia me conformar de que nunca mais poderíamos ficar juntos, ele tinha uma missão na vida muito maior do que a minha e não tínhamos mesmo nascido um para o outro. Eu deveria esquecê-lo.

 

 

 

A semana seguinte foi intensa. Todos estavam à procura de um novo jovem que tivesse o corpo suficientemente bom para receber os poderes da lua, enquanto eles os seriam tirados de mim. O processo era difícil, eu ficaria fraco e sofreria até perdê-lo por completo. Antes de ir para a sala onde ocorreria o procedimento, meu conselheiro me alertou sobre o número exagerado de e-mails em minha caixa, os telefonemas e as tentativas desesperadas de Dongwoo em fazer contato comigo. Eu não queria ler, não queria saber, não queria vê-lo mais. Era para seu próprio bem, eu sabia disso em meu coração. Eu nunca mais o veria.

 

 

 

 

No terceiro dia de transferência, meu corpo estava extremamente fraco e eu passava apenas poucos minutos acordado durante a noite, o suficiente apenas para reforçar meu corpo com algum líquido. Sabia que o processo levaria um total de sete dias, então estava quase na metade. O conselheiro novamente me avisou sobre as tentativas de Dongwoo e eu comecei a pensar se ele jamais iria desistir...

 

 

 

 

Fui arrancado de minha cama no quarto dia. Eu estava tonto, confuso, dolorido. Ouvi a voz do conselheiro, um choro baixo vindo de algum lugar perto de mim, e percebi que havia sido despertado no início da noite. Para onde estavam me levando? Eu não conseguia raciocinar. O choro continuava perto de meus ouvidos e eu me perguntava se iria morrer.

Depois de ser arrastado por alguns quarteirões, fui largado no chão em um local aberto. O vento frio da noite soprava e a lua brilhava fraca no céu, muito em parte porque nem eu e nem o novo guardião tínhamos poderes o suficiente naquele momento para que sua magnitude fosse atingida. Um velho homem de barba grisalha se aproximou de mim, seus olhos eram fúnebres e escuros como uma noite sem estrelas. Engoli em seco e ouvi o choro fino do conselheiro vindo detrás de mim. Droga, eu iria morrer mesmo? Já não tinha recebido minha punição?

- Jung Jinyoung – o velho homem se referiu a mim de forma polida – Houve uma mudança de planos em sua punição. Os membros do conselho acreditam que tal ato leviano não pode ser apenas punido com a retirada de seus poderes e seu exílio.

Droga, droga, droga, eles iriam me matar.

- Portanto – ele continuou – Com todos os votos a favor, foi decidida sua sentença, para que sirva de lição a todo guardião que tentar infringir nossas regras, seja pelos motivos que forem.

O homem se afastou e eu pude ver, mais atrás dele, uma forca como as usadas no passado. Engoli em seco e mal pude acreditar no que estava acontecendo.

- Em 16 de janeiro de 2017, Jung Jinyoung será punido de forma máxima, sentenciado à morte por enforcamento.

O conselheiro chorou alto e eu encarei o chão de terra em frente a mim. Meu corpo estava fraco e nem se eu quisesse teria forças para lutar contra aquilo, eu simplesmente devia aceitar. A única felicidade que tinha em meu coração naquele momento era saber que eu havia poupado Dongwoo daquilo, que ele viveria. Caso tivéssemos nos entregado juntos, agora ele estaria ao meu lado.

Os guardas me juntaram do chão e eu fui arrastado como um saco de lixo até a forca. Subi as escadas aos tropeços, minhas pernas bambas e fracas mal conseguindo ficar em pé. A corda pendia em frente a mim, já preparada para meu enforcamento. Em frente a onde estava, uma multidão de pessoas que eu não tinha reparado antes, me encaravam com os olhos arregalados. Pelo visto queriam que todos vissem o que acontecia com alguém que desobedecia as regras...

Quando dei um passo à frente, pronto para que colocassem minha cabeça dentro da corda, a multidão gritou toda ao mesmo tempo e os guardas olharam para trás de nós, confusos. No horizonte era possível ver que o sol estava nascendo novamente, embora fosse por volta de nove horas da noite.

 - O que é isso? – o velho homem encarava o sol como se não conseguisse acreditar.

“Dongwoo...” pensei atônito.

O sol subiu ao céu com uma velocidade fora do normal, enquanto acompanhávamos em deslumbre. Agora ele estava tão próximo da lua que eu já podia imaginar Dongwoo aparecendo ali, no meio da multidão. Meu coração doía, eu queria tanto vê-lo antes de partir. Mas, ao mesmo tempo, queria ele muito longe daquilo, queria que ele estivesse protegido e seguro para sempre. E, principalmente, não queria que ele tivesse que assistir algo tão horrível como a minha morte.

- Vamos logo com isso – o velho homem ordenou, quando o sol já estava tão alto que tinha voltado a ser dia.

Um dos guardas me empurrou para que eu subisse no banquinho em minha frente e rapidamente colocaram minha cabeça no meio da corda. Agora era uma questão de segundos, assim que o banquinho fosse tirado debaixo de meus pés...

- Jinyoung!!!

A voz de Dongwoo se propagou pelo meio da multidão e todos olhamos na direção dela, pasmos. Não demorou para que ele aparecesse ofegante, o rosto vermelho pelo suor e a adrenalina. Senti lágrimas pesadas rolarem por minhas bochechas enquanto ele se aproximava de mim e um eclipse escurecia o céu acima de nós.

- Guardião do sol – o velho homem gritou – O que faz aqui? Você devia estar dormindo!

- Jinyoung... – Dongwoo passou pelo homem como se ele não existisse e correu em minha direção – Por que você mentiu? Por que disse que era apenas sua culpa quando na verdade estávamos os dois nisso??? E agora eles querem te matar – ele tirou minha cabeça da corda e me puxou para que eu descesse do banco – Não posso permitir.

Tentei responder, mas as palavras fugiam de meus lábios. Naquele momento, tudo o que eu queria era abraça-lo forte e chorar em seus braços, mas ele estava colocando todos os meus esforços em salvá-lo a perder...

- O que significa isso??? – o velho homem olhava de Dongwoo para mim, tentando entender.

- Significa que nós nos amamos – Dongwoo respondeu enquanto se colocava em frente a mim – Significa que escolhemos fugir juntos e que tivemos as melhores horas de nossas vidas. O céu até mesmo se coloriu de cor de rosa, você não viu? – ele o provocou.

- Que disparate é esse – o homem mordeu os lábios, tentando segurar um grito – Nunca ouvi um absurdo desse tamanho.

- Jinyoung mentiu para me proteger, meu conselheiro me trancou no quarto para me proteger, e eu reconheço o amor que todas essas pessoas têm por mim, pela minha missão e pela minha vida, mas não posso permitir que esse homem morra por algo de que nós dois temos culpa.

Dongwoo segurou forte minha mão, enquanto me protegia com seu corpo.

- Por favor, não faça isso, por favor... – cochichei baixinho.

- Se é para morrer, então vamos morrer juntos – ele respondeu, olhando para mim.

Os guardas ao nosso redor sacaram suas espadas e as apontaram em nossa direção. O velho homem nos olhava com tanto desprezo que achei que ele mesmo nos mataria naquele momento.

- Vocês realmente querem morrer – ele resmungou, rangendo os dentes.

- Não consegue ver? Eu estou acordado no meio da noite, o sol está me renegando, assim como a lua renegou ao Jinyoung antes. Sabe por quê? – Dongwoo olhou para o homem e havia um misto de paixão e ódio em seu olhar que eram assustadores – Porque até mesmo eles reconhecem o nosso amor, porque tanto o sol quanto a lua sabem que jamais poderão ficar juntos, mas eles não querem que nós dois tenhamos o mesmo destino. Eles estão torcendo pelo nosso amor, ao contrário de vocês.

Naquele momento, as palavras de Dongwoo fizeram tanto sentido em meu coração que era como se o nosso destino tivesse finalmente se alinhado. Nós não podíamos viver um sem o outro, sol e lua sabiam isso, nós dois também sabíamos. Era besteira querer lutar contra aquilo, quando o homem que eu amava estava parado em frente a mim no meio da noite que ele há muito tempo não via.

- Não posso viver sem ele, então me mate também – Dongwoo disse suas últimas palavras e deu as costas aos homens, olhando diretamente para mim.

Eu vi o guarda correr para acertar a espada em Dongwoo, vi quando o objeto atravessou suas costas e reapareceu em seu peitoral. Durante todo o tempo, Dongwoo estava feliz. Havia um sorrisinho em seus lábios e seus olhos continuavam fixos em mim, enquanto pronunciava baixinho:

“Eu te amo, Jinyoung”.

Dongwoo caiu de joelhos e cuspiu uma enorme quantidade de sangue, ao mesmo tempo em que outra espada atravessou meu próprio peito. Ao fundo eu ouvia os gritos da multidão, baixos e abafados, enquanto também caia de joelhos ao lado dele. Dongwoo procurou desesperadamente por minhas mãos e as segurou, enquanto dávamos nossos últimos suspiros juntos.

“Eu também te amo, Dongwoo”.

Disse minhas últimas palavras e sorrimos, enquanto nossos corpos tombavam ao chão. Olhamos um para o outro, nossos dedos entrelaçados e nossos corações contando suas últimas batidas. Deitados lado a lado, olhamos para o céu e a última coisa que vimos foi que ele estava em um bonito tom de cor de rosa, exatamente como da última vez. Era o nosso amor e ele tinha vencido, mesmo que não fosse naquela vida.

Dongwoo fechou os olhos e eu fechei os meus também, finalmente partindo.


Notas Finais


(esse não é o último capítulo, só pra deixar claro... não morram... ainda xD)


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