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História No quarto ao lado - Crazy beatiful life


Escrita por: samanthanovak

Notas do Autor


e as máscaras caem

Capítulo 5 - Crazy beatiful life


Esmeralda não sabia, e provavelmente nem iria saber, mas Valentina havia cancelado com o seu irmão. Na verdade, ela não cancelou, mas simplesmente não apareceu. E quando ele comprou o celular e mandou uma mensagem perguntando o que houve ela riu e disse "você realmente pensou que eu ia me jogar na sua casa na primeira vez que me chamasse?".

— Você estava dando em cima de mim. Achei que quisesse ficar comigo.

— E eu quero.

— Então por que não veio?

— Não é assim que funciona.

— Verdade. Esqueci. Você precisa fazer cu doce primeiro.

— Quem você pensa que é pra falar comigo assim?

— Entenda. Você queria ficar comigo. Apareceu uma oportunidade. Eu também quero ficar com você. Mas a madame preferiu fazer charme e ficar na vontade só para não dizer que veio na minha casa quando chamei? Quantos anos você tem? Quatorze?

— Eu não sou fácil como você pensa.

— Fácil? Eu não sabia que estávamos jogando. Na minha cabeça éramos, simplesmente, dois adolescentes querendo transar. Os dois tem vontade. Os dois transam. Quer que eu me declare num avião pra isso?

— Quero que você seja menos grosso.

— Eu não sou grosso. Sou sincero. No dia que eu deixar de fazer o que tenho vontade por medo do que vão pensar de mim, Hitler ressuscita e pede desculpa aos judeus.

— Certo, senhor corajoso. Mas eu não sou assim. Tenho uma reputação e você precisa entender.

— Cuidado pra não dar formiga na bacia quando for cagar essa jujuba toda aí.

Não preciso dizer que quando Esmeralda chegou com um sorriso de orelha a orelha no sábado, encontrara o irmão emburrado no sofá. Sua mãe saíra para comprar refrigerante para o jantar.

— Não vai pra festa no Instituto Butantan com a cobra que você chama de amiguinha?

— Você está me vendo lá?

— Se eu não estou lá, não tenho como ver ninguém.

— Bom. Eu estou aqui.

— Ela beija tão mal assim?

— Pra que você quer saber?

— Eu hein.

— E o namoradinho?

— Me deu esse buquê de rosas.

— Parou de me corrigir? Finalmente aceitou que estão namorando?

— Não. Só cansei de apertar a mesma tecla todos os dias.

— Você é insuportável.

— Como se você fosse um amor.

Leandro se levantara e batera a porta do quarto bem quando Liliane entrara na sala. "Belas flores. Quem deu?"

— Eu comprei. Achei bonito.

— Você consegue mentir melhor do que isso.

— Não quero que a senhora pense que estou namorando. Vai querer que eu traga o Charles aqui para apresentar pra família toda num almoço de domingo cheio de tios fazendo piadas machistas e homofóbicas, porque a piada do pavê ou pacumê não serve mais.

— Eu só perguntei quem deu as flores. Parece que o mau humor do seu irmão está contagiando a casa.

— Eu estou muito bem, obrigada. Vou por as flores num vaso.

Liliane colocara os pratos com lasanha na mesa e chamara o filho para comer. Leo tentara sorrir para agradar a mãe, mas o seu mau humor era nítido.

— Posso perguntar quem te deixou assim?

— Ninguém, mainha. Eu só chutei o mindinho quando acordei. Dizem que a raiva permanece até o fim do dia.

— Tô vendo.

— Quem é essa tia que a senhora foi visitar ontem?

— Minha irmã. Você irá conhecer. Estou organizando um almoço para lhe apresentar à família. Provavelmente próximo domingo.

— Finalmente vou descobrir o que é ter alguém perguntando pelas namoradinhas.

— Sua irmã já está lhe deixando familiarizado com os parentes?

— Na verdade, pelo que sei, todos os tios do mundo são iguais.

 

Liliane estava vendo a novela. Esmeralda estava sentada ao seu lado, mexendo no celular. Leo estava sentado na cadeira da varanda com o aparelho na mão, mas não tinha com quem conversar. As crianças do orfanato não tinham como comprar um celular e só havia dois computadores para dividir entre todas. Mário provavelmente ainda estava com a Isabella. E ele preferia pintar o rosto da Gretchen na costela a ir pra festa da Valentina, a qual acabara de tocar a campainha da sua casa.

— Filho, tem uma moça aqui na porta procurando por você.

— Por mim? Não é pela Esmeralda, não?

— Definitivamente, não. - A irmã gritara da sala, enquanto se enfiava no quarto para não ter de olhar para a Valentina em pleno sábado.

— Me desculpe por ontem. - Ela dizia enquanto entrava na sala. Você ainda quer ir ao aniversário comigo?

— Assim, de primeira? Tá achando que eu sou o quê?

— Para com isso. Eu já pedi desculpas.

— Eu vou deixar vocês conversarem. Estou no meu quarto.

Valentina se aproximou de Leo, passou os dedos pelo rosto dele e aproximou suas testas. "Você tinha razão. Eu estou acostumada a fazer o que minha mãe acha certo e, definitivamente, dormir na casa de alguém que conheço há dois dias não está nessa lista de coisas boas".

— Tudo bem. Senta. Eu vou me trocar.

Ela ficara no sofá enquanto ele fora colocar uma bermuda jeans branca e uma camisa social azul marinho. Avisou à mãe que ia sair e ela lhe deu trinta reais pra voltar pra casa. Perguntou se não iria levar a irmã. "Ela e a Valentina não se dão muito bem".

A festa não se parecia com as pool partys dos filmes estadunidenses, mas ainda era legal. Realmente havia uma piscina repleta de bexigas coloridas e garotas de biquínis cavados, mas não havia tanto álcool e, com certeza, não havia drogas. A Valentina não parecia ser o monstro que a sua irmã dizia. Obviamente ela tinha o ego um pouco inflado e parecia mais querer desfilar com o Leo do que curtir, realmente, a sua companhia.

Isso o deixou inicialmente intrigado, todavia ele se lembrou do porque estar ali. Provocar a irmã. Beijar a Valentina era um bônus. Um bônus muito bonito, mas não era a sua prioridade. Ele é um garoto muito instintivo. Para ele, o coração vem antes da cabeça. Ele é do tipo que pensa depois de fizer (caso se lembre de pensar em algum momento). E essa situação era a prova disso.

Mas ele não estava preocupado. Mesmo se a Valentina descobrisse, dificilmente o abandonaria. Ela queria provocar a Esmeralda tanto quanto ele, embora não soubesse o motivo de tanto rancor entre as garotas. Mas falando em provocação, o garoto do orfanato estava com a melhor conhecedora do assunto em Recife. V postara várias fotos com L no Snapchat e a E havia visualizado todas. "Parece que a sua irmã vai passar a noite em casa chupando dedo".

— Não fala dela assim. Tudo bem vocês não se gostarem, mas ela ainda é a minha irmã.

— O.k.

Já se aproximava da meia noite. Aqueles que estavam bêbados já haviam se jogado na piscina. Valentina estava sentada ao lado de Leo, tomando um drink, arrumando o cabelo a cada vinte segundos.

— Tá gostando da nossa escola?

— Sim. Mas é uma pena eu ser obrigado a acordar cedo pra ir pra lá.

Ele abrira o Snapchat. Esmeralda estava abraçada com Charles numa sala escura.

— Cinema no sábado? Já estão na fase "rotina" e nem oficializaram o namoro ainda.

— Qual o seu problema com a minha irmã?

— Nenhum. A gente só não se gosta.

— Isso eu consegui notar sozinho.

— Nós duas sempre chamamos a atenção na escola. Admita, somos lindas. Mas aí a Isabella chegou no primeiro ano e a Esmeralda começou a se afastar de mim. A escola chegou a fazer uma enquete para eleger qual das duas seria a melhor amiga da sua irmã. Se a Isabella fosse escolhida para vice representante da turma, eu seria esquecida. E foi o que quase aconteceu.

— Quase?

— Sim. Ela venceu as duas coisas. A enquete e a eleição. Sua irmã é a representante, ela é a vice e eu sou a suplente. A turma escolheu o nome da nossa chapa como Santíssima Trindade. As três são importantes na turma. Mas eu não vou me esquecer da vergonha que a Esmeralda me fez passar colocando essa loira azeda entre a nossa amizade. Eu perdi cem seguidores no Instagram depois disso.

— Isso é realmente triste.

— Pois é. Desde então a turma fica arrumando desculpa para nos colocar de frente. Nos escolhem em times diferentes na aula de educação física. Nos colocam em grupos diferentes nos jogos internos. Nunca mais fizemos trabalhos juntas. Ela não me chamou para o aniversário do ano passado. A Isabella me acusou de usar lente verde para imitá-la, mas os meus olhos são naturais. Então a rivalidade se tornou real.

— Eu não quero ficar no meio disso.

— Você já está, querido. Sua irmã me odeia e nós estamos saindo juntos. A Santíssima Trindade vai cair porque alguém chegou do submundo para peitar os superiores? Você é o novo Lúcifer. O anjo das trevas. Quem veio para por tudo a baixo.

— Não sei se tenho tanto poder.

— Nosso encontro de hoje já provocou algo na sua irmã. Não sabemos se é raiva ou ciúmes. Mas qualquer coisa é melhor do que nada. Você já é um de nós agora.

— Que tal a gente parar de falar na Esmeralda?

— E sobre o que você quer falar?

— Sobre nada.

Leandro passara a mão esquerda pela cintura de Valentina e a puxara para mais perto de si. Seu hálito quente tocou o pescoço arrepiado da menina antes que ele mordiscasse a sua orelha. Quando sentiu os dedinhos dela lhe puxando levemente os cabelos, ele virou o rosto e aproximou os seus lábios. Deu um selinho. Mordiscou o lábio inferior. Deu outro selinho e, só então, a beijou.


Notas Finais


até semana que vem, bbs <3


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