Apesar do sol que fazia lá fora, parecia haver uma nuvem negra dentro da casa dos irmãos Lima. Os dois evitavam ficar no mesmo cômodo além do tempo realmente necessário, como almoçar com a mãe ou assistir Faustão quando ela chamou. Fora isso, ficou cada um seu quarto fazendo qualquer coisa.
— Não era assim que eu imaginava o nosso primeiro domingo em família.
— Culpa do Leo.
— A Esmeralda quer escolher as garotas com quem eu saio.
— Existem umas cem meninas na nossa escola e você escolhe justamente a que eu odeio e ainda põe aqui dentro de casa.
— Que história é essa de por aqui dentro de casa? – perguntara Liliane.
— A senhora viu ela aqui ontem – gaguejou Esmeralda antes que a mãe notasse que havia algo errado. Ela poderia ter pedido desculpa por Whatssap.
— Você não é obrigada a falar com ela. Ou por acaso você é um brinde? Beije o Leandro e leve a Esmeralda junto. Já tem até nome de pedra. Vou te por num colar e dar de presente pra Valentina.
— Os índios vão dizer que estão com saudades de Portugal no dia que eu tocar na Camilia por vontade própria.
— Eu não sei onde estava com a cabeça quando pedi para vocês dois saírem do quarto. Podem voltar pra lá. Eu fico aqui com Faustão. Ele não está gritando comigo.
— Desculpa, mainha. Mas a Esmeralda só tem esse assunto desde que eu cheguei da festa.
— Não vou me meter mais. Pode ficar com ela se quiser.
Quando a mãe desistiu e foi ela mesma para o quarto, Leandro se aproximou de Esmeralda e sussurrou.
— Eu sou obrigado a te ver com o seu namoradinho pra cima e pra baixo, mas não posso ficar com ninguém? Só você tem esse direito?
— Precisa ser a Valentina?
— Que diferença faria se fosse outra?
— E qual o problema com o Charles? Eu estou com ele há seis meses. Te conheço há menos de uma semana. E não temos nada. Não podemos ter nada.
— Exatamente. Não é porque não podemos ter um relacionamento que você pode mandar nos meus.
— Para de drama. A gente só transou duas vezes. Isso não é um relacionamento.
— Você está com esse cara há seis meses e não considera um relacionamento, quem sou eu com duas simples transas para conquistar o seu coração?
— Vamos mudar de assunto antes que mainha saia do quarto de novo.
Esmeralda vira o celular de Leo vibrando. Era a Valentina ligando. “A coleirinha tá te chamando”.
— Vai à merda.
— Você já tá nela. Me ensina o caminho.
Ele atendera o telefone. Disse que estava com saudades e que queria vê-la no dia seguinte.
A campainha tocara. Leandro abriu a porta. Era Charles.
— Fala, man.
— Oi, Charles.
— Sua irmã tá aí?
— Uhum.
Charles entrara e Leo fechara a porta da sala. Foi na cozinha pegar um biscoito e quando voltou os dois estavam se beijando apoiados na mesa. “Vim trazer esse chocolate pra você. Minha mãe trouxe da casa da minha avó”.
— Obrigada.
— Preciso ir.
— Já?
— Sim. Eu disse que iria ajudá-la a arrumar a casa.
— Tudo bem. Diga que mandei um abraço.
Esmeralda deixou Charles na porta e, quando estava voltando para o quarto, viu seu irmão encostado na mesa. “Que cena desnecessária”.
— Achei que estávamos nesse lance de não julgar o relacionamento do amiguinho.
Ela passou para o quarto e ia fechar a porta, mas ele colocou a mão e entrou.
— Você sabia que eu ia ver.
— Ele me beijou.
— Uhum.
— Tá insinuando o quê?
— Você querendo me fazer ciúmes com o seu namorado só porque ficou com ciúmes da Valentina.
— Eu não tenho ciúmes da Valentina. Eu tenho raiva.
— Raiva porque eu estou saindo com ela.
— Eu tenho raiva dela desde antes de você aparecer.
— Sei.
Ele se aproximou da irmã. “E por mim? O que você sente?”.
— Mais ódio ainda.
— Certeza?
— Absoluta.
— Então por que eu tô me aproximando e você não está se afastando?
Ele segurou a irmã e a jogou em cima da cama. Apoiou o próprio joelho e se inclinou para frente, chegando cada vez mais perto dela. O corpo da Esmeralda tremia. Não era de prazer, ainda. Só podia ser de raiva.
Ela segurou a gola da camisa do Leo e o empurrou para o lado. Passou as pernas por cima e sentou em seu colo. Movimentou a cintura para cima e para baixo, devagar. Ele colocou a mão em seus seios e apertou, enquanto ela o beijava forte. Ele tirou a blusa dela e ela desabotoou a sua bermuda, enquanto continuava a rebolar.
Quando ele tentou puxar o resto da bermuda pra baixo, Esmeralda levantou e se vestiu de volta. Aturdido, ele olhou da bermuda para a irmã. “O que você está fazendo?”.
— O que eu parei de fazer, você quer dizer.
— O quê?
— Vai na casa da Valentina matar a saudade. Ela termina o serviço pra você.
— Você só pode tá de brincadeira.
— Ou vai pro inferno, se quiser. Só sai do meu quarto.
— Esmeralda...
— Agora. Ou vai querer que eu grite?
Leandro abotoou a bermuda e, por mais que quisesse bater a porta forte o bastante para ela partir ao meio, ele simplesmente a fechou.
O clima estava cada vez mais tenso em cada e piorava ainda mais na escola, pois os irmãos se amenizavam ao longo do caminho, mas a Valentina reacendia a chama ao chegarem na aula. Esmeralda tentava disfarçar, pois não seria normal ter ciúmes de um irmão que conhecera há menos de uma semana, então ela simplesmente sorria e acenava tão bem quanto um pinguim de Madagascar.
Por falar em reacender a chama, bastou os Lima colocarem os pezinhos na escola, para Valentina dar um abraço apertado no Leo e dizer que estava com saudades. Passou a manhã inteira repetindo o quanto a festa de sábado fora legal, e ele a encorajava com esse discurso. Comeram juntos no intervalo naquele dia e também no dia seguinte.
A Santíssima Trindade estava sendo ameaçada. Mas você pode questionar “a Isa tem um namorado e isso não abalou as estruturas. Por que o Leo iria por tudo a baixo?”. Eu te explico. Como já sabemos, o Mário é conhecido como “o namorado da Isabella” e em nenhum momento ele causou impacto entre algumas das três integrantes. Eles já namoravam desde antes de a Isabella entrar na escola. Leo, por outro lado, deixava um claríssimo rastro de tensão entre as ex BFF, E e V. Rastro que a escola inteira já notara.
— Seu hobby é andar pra cima e pra baixo com a Valentina agora?
— Desde quando você é paga para me perseguir?
— Quando vai parar com esse joguinho?
— Você já tem o Mário e a Isabella. Qual o problema em ela fazer amizade com alguém?
— Parece que a Nagini já fez a sua cabeça.
— Eu consigo pensar sozinho. Toma minhas decisões.
— Não parece.
Valentina passara as unhas levemente na nuca do Leo, pegando-o de surpresa. Quando ele olhou para trás ela estava entrando numa sala e o chamando com um dedo. Ele piscou para Esmeralda e se virou, mas ela segurou o seu braço.
— Eu tenho uma proposta melhor.
— Dê o seu valor.
— Eu tenho a chave da sala do grêmio estudantil. Ninguém vai entrar lá. Essa sala que ela foi, por outro lado, é a sala da sexta série. O intervalo deles termina dez minutos antes do nosso. Algum aluno de doze anos iria se perguntar por que ela estaria de joelhos na sua frente.
Leandro bateu um martelo imaginário no ar e disse “você ganhou, você me leva”.
Esmeralda começara a desfilar em passos curtos, o irmão em seu encalço. Foram para o primeiro andar e seguiram o corredor até a última sala, cujas janelas e porta foram devidamente trancadas.
L carregou E até o birô, no qual a sentou e tirou a sua calça numa velocidade maior do que a que estavam acostumados. Puxou a calcinha e ela já estava úmida. “O perigo me excita”, ela disse. “Então temos algo em comum”.
Ele abriu as pernas da irmã o suficiente para por a sua cabeça entre elas e passar a língua nas genitais a procura do local mágico chamado clitóris. Concentrou-se naquela região por curtos três ou quatro minutos, passou os dedos antes de enfiar um e depois mais um e quando achou que ela já estava molhada o suficiente, baixou as próprias calças, colocou a camisinha e a penetrou.
Esmeralda mordeu os lábios forte o bastante para conter os gemidos sem se machucar. Seus olhos reviravam a cada movimento que Leo fazia. Ela apoiou suas mãos nos ombros largos e levemente suados do irmão, que a puxou para mais perto e lhe beijou nos lábios quase tão intensamente quanto na primeira vez. Dois ou três dias de ódio não reprimido gera uma intensidade de sexo por vingança. Vingança um do outro.
Tinham cinco minutos antes que o sinal tocasse, alguém na sala desse pela falta dos dois e mandasse uma equipe de busca (ou seja, o tio do pátio). Mas isso não fora um motivo grande o suficiente para fazê-los se afastar. Ao contrário. Eles se beijavam cada vez mais forte. A mão do Leo já estava por baixo do sutiã de Esmeralda, que estava arrepiada ao máximo.
Ela descera delicadamente da mesa e se ajoelhara. Dera um beijinho na glande, onde passara delicadamente a língua, que desceu até as bolas e subiu. Quando ele já estava se revirando em agonia, ela engoliu tudo. Sentiu o pau tocar na sua garganta e continuou o movimento cada vez mais rápido, olhando-o nos olhos. Ele segurava seu cabelo com força, mas sem machucar. Ele sabia o jeito perfeito de tocá-la. Conhecia cada reação do seu corpo.
Esmeralda sentira seu membro pulsando na sua boca. Pulsara de novo. Na terceira vez, o líquido quente e azedinho descera pela sua língua até a garganta. Ela continuara chupando bem devagar para garantir que não ia derramar e nem sujar nada. Após engolir a última gota, ele lhe dera a mão e a ajudara a levantar. Vestiram as roupas e deram um abraço, interrompido pelo barulho do sino da escola.
— Ontem mandou a Valentina terminar o seu trabalho. Ela estava disposta a fazer isso agora. Por que você não deixou? Por que o repentino interesse em mim?
— Em você? Não, amor. Meu interesse era outro.
Ele parou de acariciar os cabelos da irmã e dera um passo para trás.
— Eu provei que entre ela e eu, você escolhe a mim. Por mais que você tente me fazer ciúmes com a V, sou eu que você quer.
— Não se ache tanto. Você só tinha a melhor proposta no momento.
Esmeralda riu.
— Ter duas cabeças deve te deixar confuso. Você nunca sabe se deve pensar com a de cima ou com a de baixo. Poderia ter jogado a Valentina na minha cara, ficado com ela agora e mostrar que não se importava com o que aconteceu ontem, mas a sua libido falou mais alto. Pode ficar pensando que está no controle, mas eu estou nesse mundo há mais tempo que você.
Esmeralda abriu a porta da sala e ficou esperando que ele passasse para poder trancar de volta e descer com ele as escadas do fim do corredor e, por fim, entrar na sala de aula e dar de cara com uma Valentina enfurecida na última fileira
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.