História No Ritmo Do Silêncio (Imagine Park Jimin) - Viagem

As pessoas me dizem louca. Não, só penso de maneira diferente! Me dizem estranha. Não, só tenho gostos diferentes! Meu nome é (S/N), tenho 17 anos mais costumo ter um comportamento infantil e mimado. Minha vida sempre foi um tormento depois da morte da minha mãe, meu pai resolveu se mudar para a Coreia do sul. Especificamente para a cidade de Yeosu na província de Jeolla do sul! O mesmo nunca me diz nada! Sempre em cima da hora. Estou com medo de ter esquecido de colocar alguma coisa na mala com a pressa que tive para preparar tudo. E digamos que eu não estou satisfeita com isto, não tenho nada contra a Coreia. Pelo contrário, gosto muito dos genêros músicas de lá. Uma das partes ruins desta mudança repentina é... Bem, não sei nada de Coreano. Talvez no mínimo os comprimentos básicos. Porém isso não me ajudaria a socializar com ninguém.

O voo estava tranguilo, porém uma chatice! Eu estava com minha blusa da "sorte"- sem mangas, de renda branca com ilhoses; a vesti como um gesto de despedida. Eu estava entediada de todas as maneiras, já tinha escutado minha playlist inteira três, quatro vezes e a paisagem parecia não se modificar.
- Pai já estamos chegando? - Perguntei com uma voz de sono, meu pai tinha seus trinta e poucos anos, era o advogado da família.
- (S/N) já me perguntou isto a três minutos... - Ele olhou para mim, realmente faziam três minutos? Pareceram horas, ele deu um suspiro. - ... Não ainda falta muito para chegarmos!
- Okay! - Retomei minha atenção a janela, apenas nuvens e nada mais. Meus pensamentos voaram por alguns segundos, a voz de meu pai despertou-me.
- O quê? - Perguntei.
- Está com fome? Quer alguma coisa? - Comentou apontando para a moça que trazia consigo um carrinho cheio de guloseimas.
- Não quero nada! - Respondi, eu não estava com fome naquele momento. Minha ansiedade de chegar era maior, tanto que eu olhava de minuto á minuto no relógio.

Eu estava com muito sono! O avião estava para pousar, eram exatamente 19: 37 na Coreia, mais ainda era de manhã na América. Porém eu não tinha dormido direito esses dias, por isso o sono pesado. Quando pousamos, fomos na recepção para receber nossas bagagens.
- Querida, pode ir pegar um refrigerante? Tem uma máquina na segunda sala de espera! - Pediu e sem reclamar comecei a caminhar. Eu tinha esquecido completamente que TUDO estava em coreano, e eu acabei me perdendo. A única coisa que eu via era 여수시... etc. Eu caminhei sem rumo por algum tempo.
- Com licença! - Chamava, mais acho que ninguém entendia minha língua portuguesa. Eu era estrangeira e estava me sentindo tão sozinha, eu desisti de pedir ajuda e me sentei nos bancos. Ficava observando as pessoas andarem de um lado para o outro já preocupada, até que um rapaz senta ao meu lado.
- annyeonghaseyo , al-assji? mwonga jalmos-ibnikka ?
(Pode ser traduzido como: Oi, tudo bem? Tem algo de errado?)
- Quê? - Sussurrei pra mim mesma.
- Ah, você é estrangeira também! - Citou e eu o olhei com espanto.
- Você fala português? - Perguntei o mesmo acentiu. Ele começou a contar que tinha vindo fazer intercâmbio na Coreia e aprendeu a língua rápidinho, assuntos alheios eu diria.
- Você poderia me ajudar a voltar a recepção? Meu pai deve estar me esperando! - Digo olhando o relógio, meu pai deve estar doido me procurando.
- Claro, siga-me! - Eu fiz o que o mesmo mandou, logo chegamos a recepção e como esperado lá estava o alto homem de terno com o celular no ouvido dando voltas entorno das malas jogadas pelo chão. Assim que me aproximei ele largou o celular.
- Ficou louca? Onde estava, fiquei preocupado! - Chegou aos berros, eu expliquei o ocorrido para ele. Agradeci e me despedi do rapaz bondoso que me ajudara.

A Casa era enorme, não diria uma mansão pois nem chegava perto disso, só era... bem cuidada! Como estava tarde, apenas jogamos as malas em qualquer lugar e sentamos a mesa para jantar. Meu pai tinha pedido um Doenjang (Pasta de soja) mas eu nem me atrevi a experimentar. Então bebi um pouco de água e fui me deitar, eu não estava com a cabeça no lugar, essa mudança repentina me deixou exausta. Cai na cama com o olhar para o teto branco, meu celular tocou me assustando. Era minha prima, liguei o viva voz.
- Oi Stephane, o que foi? - Perguntei.
- Você já chegou? Desculpa deve estar cansada, mas eu queria muito saber como está indo!
- Eu lhe conto amanhã, estou metafóricamente morrendo de sono!
- Okay tudo bem, mas antes, seu pai disse que iriamos poder nos ver em junho, por conta do seu aniversário! Você vai completar seus 18 anos, sua independência. Então eu estou pensando em sairmos um pouco pra curtir...
- Stephane ainda faltam dois meses! Mantenha a calma, respire fundo e conte até dez! - Digo dando um riso.
- Ops... Eu tenho que ir, esqueci de lavar a louça, se minha avó ver isso ela me mata. Até amanhã tchau! - Nem esperou eu me despedir e desligou. Stephane era minha prima mais velha e também melhor amiga, tinhamos muito em comum e apoiavamos uma a outra. Depois de um banho eu me deitei e simplismente apaguei. Amanhã será um longo dia, ou melhor, esse será um longo ano!