História No sense - Cigarettes

9 de março de 2016

New York, New York

Scarlett Sharief P.O.V

Corríamos o mais rápido possível, eu já não aguentava de tanta dor e Kate não parava de reclamar do quanto a minha ideia foi péssima.

- Será que dá pra parar de falar, porra? - gritei olhando pra ela.

- Faz merda e ainda quer mandar em alguém? - falou em um tom irônico enquanto arrumava o dinheiro que caia de sua blusa.

- Eu já entendi que foi uma péssima ideia, ok!? Agora, nós temos que achar uma saída.

- Alí, vem - apontou para o muro que ficava perto de uma janela.

- Tá bem louca? Esse muro é de frente ao quarto do Khalil.

- Quer ficar aí e morrer? Porquê eu to vazando - disse já preparada para pular.

Olhei para trás e ouvi barulhos, os capangas do Khalil iriam me achar. Finalmente disse:

- Que se foda! - subi em cima do latão de lixo, dando impulso para chegar até o muro pulandon com Kate - sério mesmo que ia me deixar morrer lá dentro?

- Ah Scarlett, sem drama tá, é claro que não, sei que você não é burra o suficiente e pularia comigo, mas se fosse, eu atirava naqueles merdas, Khalil precisa contratar novos capangas, porque esses são um lixo, até minha vózinha corria mais rápido - ri do que ela disse e a abracei. 

- Claro que você não me deixaria lá, você não vive sem mim, bebê - pisquei.
- Haha, vai pensando.

- Ai para, também te amo - rimos.

- OK, agora é sério, precisamos de um carro.

Antes que eu falasse alguma coisa ela já havia quebrado a janela do carro que se encontrava ali na frente.

- Que cara idiota, quem deixa o carro sem alarme? - falou abrindo a porta.

Entrei no carro, uma Range Rover preta, Kate já fazia a ligação de fio para o motor ligar e nós chegarmos ilesas em casa.

Me encontrava na sacada de meu quarto, uma vista maravilhosa de New York, éramos privilegiadas por ter essa visão da cidade inteira, mas quem se importa?

Kate estava jogada em cima da cama com dinheiro em seu sutiã e como sempre, dormindo.

Nós tinhamos entrado numa fria por minha causa, Khalil o "pai" da facção, oque comanda tudo, nos deu uma bronca por ter esquecido umas drogas com um babaca aí, eu sem mais paciência o xinguei e joguei toda a vodca que estava em meu copo, no seu rosto.

Se nós não tivéssemos fugido tão rápido, nesse momento estaríamos fazendo uma cirandinha maligna com o próprio satanás.

Já estava exausta demais e com muita fome, mas decidi ficar por ali mesmo, acendi um cigarro de maconha e me sentei em uma poltrona velha que tinha por ali.

Dei uma tragada e pensei em como minha vida mudou depois que ele se foi, virou de ponta cabeça, mas no meio dessa bagunça toda conheci a pessoa que mais amo e sou grata pela existência, e ela esta roncando que nem uma louca, quase caindo da cama - ri sem vida - em meio a tantos pensamentos acabei adormecendo com o beck na boca. 

Acordei com um estrondo e um cheiro horrível.

- Porra, que isso? - me perguntei mentalmente.

Kate já não estava mais na cama e agora a casa estava começando a encher de fumaça, ouço outro estrondo seguido de um grito da Kate e saio correndo até a cozinha.

- PORRA KATE, QUE CARALHO TÁ ACONTECENDO AQUI SUA PUTA? - gritei e a vi parada em frente ao balcão com alguns saquinhos.

- Oi - sorriu como se nada tivesse acontecido - dormiu bem?

Olhei para os saquinhos novamente e na hora descobri que era pó.

- Que isso porra, tá traficando?! - a olhei.

- Tá na nóia mina!?? Não dorme mais com fumando não, eu estava fazendo uma experiência - disse rindo.

- E que experiência é essa que quase botou fogo na casa e me matou asfixiada?

- Não percebeu? Quebrei meu recorde gata, fumei 53 cigarros de uma vez - falou orgulhosa com brilho nos olhos.

- Não brinca, caralhooo, to tão orgulhosa de você sua vadia! - gritei, pulando que nem criança quando ganha doce.

- Sim, eu poderia entrar para o guinness book - gritou comigo - Ah, recebi uma mensagem depois que acordei.

- Quem era? - abri a geladeira pegando o garrafão do leite bebendo o mesmo.

- Sei lá, só sei que falava que a camareira passava aqui três horas.

Cuspi todo o leite que estava em minha boca e arregalei os olhos - O QUE? E você só fala isso pra mim agora?

- Ué, você estava dormindo - me olhou confusa.

- Temos que ir embora, rápido - fui em direção ao quarto já colocando o necessário dentro de nossas mochilas.

- O que? Por que? - me olhou ainda mais confusa.

Agarrei seus braços e olhei no seus olhos - temos que sair daqui.. AGORA! - às vezes é difícil lidar com Kate, ela é meio lenta, não sei como sobrevivia nesse mundo.

- Eita porra, eles estão vindo - falou pegando sua mochila e sua arma.

Se ouve um barulho enorme e a porta da frente cai no chão.

Fomos correndo para o fundo da casa, por sorte a porta já estava aberta, passamos por ela e eu fechei, colocando um pequeno armário que havia ali em sua frente com a ajuda de Kate.

Decíamos a escadaria apressadamente, em poucos minutos já estávamos no hall do prédio.

- Fala sério, tá mó cheio e ninguém ouviu nada.

- Eles estão preocupados com o verdinho que está ali dentro - apontou para uma porta enorme.

- O que? Ervas? - me interessei.

- Sai da nóia, garota - deu um soco meu braço e riu - É dinheiro querida, hoje é dia de pegar toda a grana que tem ali no cofre, olha a fila.

Acompanhei seu olhar, é realmente, a fila estava enorme, meus olhos já brilhavam com a ideia que acabara de ter.

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" (...) adentrei a casa com os garotos, e estava totalmente suja, mas dava pra passar alguns dias (...) "

Continua....