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História No silêncio das estrelas. - Capítulo I


Escrita por: IzzyAlbinu

Notas do Autor


Olá tudo bom?
Espero que gostem da minha fic com o Guns , minha banda favorita :3
Tá um vento danado aqui e bateu a vontade de escrever essa fic que já estava há um tempo na minha cabeça , confesso que não sou lá uma pessoa que narra muito bem porém tento.
Boa leitura :3

Capítulo 1 - Capítulo I


Fanfic / Fanfiction No silêncio das estrelas. - Capítulo I

       Los Angeles , Califórnia 1985.

Eu não odeio feriados , mas eles parecem tão mais deprimidos do que eu , ainda mais quando caem no sábado. São 14:00 e estou aqui sentado nesse balcão no Rainbow , enquanto fito atentamente Slash lavar alguns pratos sujos. Ele trabalha aqui nos fins de semana e em troca ganha alguns trocados para seus Jack Daniels semanais. 

Lá fora , o aroma de chuva fresca impregna o ar frio e o salão do bar , no grill alguns bolos estão sendo assados para partirem em direção a um  abrigo de crianças carentes , eles fazem isso em torno de 15 em 15 dias , acho uma atitude bem solidária da parte deles já que recebem grana pra caralho do pessoal que frequenta o bar a noite.

- Hey Slash! - o chamo , ele afasta o cabelo dos olhos com a mão molhada e me fita.

- Diga albino. 

- Vai comigo buscar minha prima?

- Se ela for gatinha... - ele ri malicioso e volta a ensaboar um prato.

- Ela é louca. Por que acha que vou busca-la em um manicômio? - falo e ele me olha com um olhar turvo de desapontamento.

- Conta essa história ai direito.

Acendo um cigarro e o trago , enquanto observo Steven adentrar o local e ir até o grill.

- Os pais dela , meus tios , morreram em um acidente de avião num vôo vindo de Londres.  Ela é filha única e tinha 14 anos quando isso aconteceu. Parece que ela ficou atordoada e completamente desnorteada , cortou os pulsos com uma tesoura velha numa tentativa falha de se matar. Noutro dia um dos vizinhos ouviram gritos e foram ver o que se passava na casa onde ela estava sozinha , então ela disse que estava gritando com um homem que queria abusar dela , porém não havia absolutamente ninguém na casa. Dois dias depois uma tia apareceu e a internou dizendo que se tratava de um caso de demência. Se passaram três anos e agora sobrou para  quem? Justo para mim , sou o único parente que lhe resta... - explico.

Eu não tive muito contato com Ester apesar de ser uma prima , na verdade nem me lembro muito dela.

- Ela é uma prima legítima? - Slash se escora no balcão após terminar de lavar os pratos. 

- Não . Quer dizer , ela é bem distante. Acho que de 2 grau. 

- Eu vou lá sim contigo albino , ai a gente aproveita e compra umas bebidas. -  ele dá a volta no balcão e pega sua cartola que se enontrava repousada em uma mesa.

Saímos do Rainbow e adentramos nossa velha combi , daqui até a cidade vizinha são quase 50 quilômetros , talvez a gasolina não dê conta.  

Slash liga a chave e como a combi não é nem um pouco gentil , ela custa a pegar. E quando ela pega eu solto um suspiro de alívi. Dirigimos pela rua principal do centro até a saída de L.A , Slash liga o som gasto e logo Light My Fire do The Door começa a tocar.

- Come on baby, light my fire Come on baby, light my fire! - Slash começa a cantarolar e eu balanço a cabeça rindo , como cantor Slash é um puta guitartista hehe.

Abro o porta luvas e pego em mãos uma edição da Rolling Stones , a folheio e logo após a repouso no colo.

- Olha só o para-brisa , não quer funcionar direito!  - Slash reclama.

- Mas nem está chovendo tanto assim , dá pra chegar lá sem problemas. - tiro um isqueiro do bolso e acendo um cigarro.

- Sei. Então Stradlin , acha que um dia estaremos na capa da Rolling?  - ele pergunta , um sorriso brinca em seus lábios.

- Nô. Nós não estaremos apenas na capa , estaremos em todas as páginas. - rio 

- É isso ai! Nós vamos detonar os palcos de L.A e do mundo!

(...) 

Estacionamos no estacionamento enorme do Hospital psiquiátrico McLean , olho atentamente do lado de dentro da combi o local enorme. As paredes amareladas dão um ar tão triste ao lugar que chega a dar medo , as paredes parecem estar descascando e alguns pacientes vestidos de branco andam no campus verdejante , já que aqui não está chovendo. Várias árvores cercam o estabelecimento , pinheiros e arbustos.  Há um jardim na extremidade aonde alguns parentes visitam uns internos. 

- Deve ser duro viver num lugar desses. - Slash murmura enquanto saímos de dentro da combi.

Bato a porta e seguimos andando até a entrada do Manicômio , uma mulher que deduzo ser a enfermeira está parada na porta com uma prancheta. 

- Posso ajuda-los? - ela pergunta ao nos ver.

- Sou Jeffrey Isbell , vim buscar minha prima Ester Miller. - digo com as mãos suadas.

A responsabilidade pode me ser enorme pois ela é uma louca. Não sei do que ela é capaz , não sei se ela vai se acostumar a morar comigo já que nem deve ter conhecido alguma vez na vida.

- Você é o rapaz para quem ligamos anti-ontem? Trouxe seus documentos?  - ela pergunta olhando por cima dos óculos embaçados.

Procuro pela identidade no bolso e entrego a senhora. Ela examina e anota algumas coisas em seus papéis. Levo os olhos ao Slash , o mesmo acende um cigarro e o traga  soltando toda a fumaça , impregnando o local

- Apague o cigarro. É proibido fumar aqui. - a senhora o adverte , o mesmo bufa  e sai para fora ,  indo para perto de uma árvore no campus.

Volto a atenção para a mulher e me dá uma tontura a rapidez com que ela escreve em seus papéis. 

- A senhorita Ester já está pronta , está vindo com uma enfermeira. - ela diz.

- E tem alguma precaução que eu deva tomar em relação a ela? Tipo , se ela tem que tomar remédios...  Ou se ela vai ter crises , paranóias , alucinações...  - pergunto , já que nem sei por onde começar com a garota.

- Ela só vai ter de tomar um calmante habitual na hora de dormir , e não vai ter alucinações , nem paranóias. Agora em relação a crises , faz tempo que ela não tem uma. Mas se acaso isso vir a acontecer , é só o senhor aplicar uma anestesia que iremos entregar.Não se preocupe , ela não é dependente ; você não terá que cuidar dela como se fosse um bebê , ela é uma jovem como qualquer outra. - a mulher explica , exatamente tudo o que eu queria saber.

Principalmente a parte em que ela é independente , isso é o que mais importa. Eu não posso parar minha vida para cuidar de alguém ,  ainda bem que ela não vai precisar de alguém cuidando e se importando. 

Levo meus olhos ao fim do corredor e observo uma enfermeira trazendo uma garota , deve ser Ester. A pele palida se encontra corada graças a ação do vento que adentra as janelas , os cabelos negros se encontram presos em um coque frouxo e seus olhos verdes  brilham cintilantes.  O jeans está largo e o AllStar desamarrado , um casaco rosa bebê cobre seus braços e em seu rosto não há expressão alguma , não está feliz nem triste. A única coisa que me recordo dela são os olhos que parecem duas esmaraldas verdinhas. Ela é linda , sem dúvida , nem parece louca...

Me aproximo um pouco dela e em um gesto de cavalheirismo seguro sua mão , depositando um leve beijo molhado. Ela levanta os olhos e me encara ainda sem expressão.

- Lembra de mim ? Sou Izzy. - falo

- Um pouco. - ela responde , sua voz soa fria. 

 A senhora me entrega os remédios de Ester e a tal anestesia , saimos do enorme Hospital psiquiátrico e quando Slash a vê ele sorri a encarando de cima a baixo.  

Seguimos para a combi , jogo as malas e remédios no banco ao lado e a ajudo a subir  , ela se senta há três bancos longe de nós.  Slash pisa fundo no acelerador e partimos em direção a estrada que nos levará de volta para L.A.

POV. ESTER

As janelas do veículo aos poucos foram ficando molhadas por conta da chuva que começará a cair outra vez. As pistas estão vazias e fazia tanto tempo que eu não via as estradas , é bom ser livre denovo após três anos trancada em um hospital. 

- O que está achando de ter que ir morar com Izzy? - o rapaz que está dirigindo me pergunta , demoro algum tempo para responder , ponderando uma resposta certa para a pergunta dele. Então fito seu rosto no retrovisor e murmuro apenas:

- Acho interessante. 

- A propósito , sou Slash. O pica-pau aqui nem me apresentou. - ele ri

Não sorrio de volta e nem falo mais nada , apenas volto a atenção para as pistas. Esse Slash mora com o Jefrrey? Eu me pergunto o que eles são afinal...

Não sei se me darei bem com ele , eu nem ao menos o conheço. Só sei que é meu primo e que devo ter o visto poucas vezes em toda  vida. 

Eu não sou louca , nem nunca fui. Me internaram sem me der a chance de protestar. Meus pais morreram e eu fiquei sozinha , era impossível que eu ficasse bem. Todos os gritos que dei ,  foram porque não aguentei abafar a dor que sentia pela perda das pessoas que eu amava. Se eu tentei suicídio foi apenas porque queria me juntar a eles , eu não sabia das consequências. E os pesadelos eles eram reais! Não tinha a horrível necessidade de me trancar em um lugar horrível como aquele... E agora dizem que estou " curada " e me deixam na mão de um primo que desconheço por inteiro. Não sei se ele é um assassino , um bêbado , ou seja lá o que. Só sei que não sei nada sobre meu primo Izzy e esse seu amigo ai , Slash.

(...) A combi para em frente a uma casa situada em um bairro bonito , cercada de duas árvores enormes.  Meus olhos voltam para a rua ,  quando um carro velho estaciona de mal jeito na frente da combi.

- Porra vocês heim? Aonde estavam caralho? - um ruivo pergunta irritado , ele joga o cigarro que fumava no chão e pisa em cima com suas botas de couro. Logo dois outros caras igualmente loiros saem de dentro do carro , cada um com um engradado de bebidas nos braços. 

- Eu disse que ia buscar minha prima Axl. E Slash foi junto. - Izzy pergunta enquanto retira minhas malas de dentro da combi.

- Trouxeram as bebidas? - o loiro mais baixo pergunta.

- Droga , esquecemos. - Slash bate na própria testa

O ruivo me olha de cima a baixo , reparando em cada centímetro de mim. Abaixo os olhos me sentindo incomodada , pois não só o tal de Axl me olha ,  os outros dois loiros me encaram como se eu fosse uma presa pronta para ser abatida. 

- Prazer. - o ruivo estende sua mão.

Meio relutante eu agarro sua mão  , retribuindo o cumprimento.  Por um momento eu me recordo desses cabelos ruivos , só não sei da onde... 

- Eu já te vi alguma vez , não?  - o ruivo pergunta fitando meus olhos , seu rosto como um ponto de interrogação. 

- Talvez.

- Sim, Axl é meu amigo de infância. Talvez você tenha o visto junto de mim em alguma ocasião. - Izzy fala , se intrometendo.

- Ah saquei , ela é a garota louca? - o ruivo volta a perguntar dessa vez a Izzy.

Me solto da sua mão , irritada com o fato de ter me chamado de louca. Pego minhas malas e começo a arrasta- las em direção a varanda da casa.

- Deixa que eu te ajudo! - um dos loiros , o mais alto de todos, com os cabelos como fios de ovos e ar de bad boy larga o engradado de bebidas no degrau perto da calçada e me alcança , tomando minhas malas e as levando para dentro.

Passo pela porta da casa e observo aonde será minha nova morada.  Dois sofás ao redor de uma mesa de centro aonde estão repousadas alguns incensos e garrafas de bebida vazias , há também uma guitarra repousada em um dos sofás e poeira em um poster dos Beatles. 

 O loiro segue por um corredor e eu o acompanho até um quarto pequeno , mobíliado de uma cama e um guarda roupa simples .O quarto é arejado e  a janela vem acompanhada de uma vista para a rua.

- Esse quarto ninguém ocupa , você pode ficar com ele. - o loiro que ainda não sei o nome diz. - Bom... Fique a vontade !- ele coça a cabeça e abandona o quarto , encostando a porta de madeira atrás de si.

Levo as mãos ao bolso do casaco e dou  alguns passos até a janela , a abro e me encolho com o atrito do vento frio em meu corpo. A rua  se encontra calma , o céu parece estar limpando e logo logo alguns raios solares passarão por  essa janela.

Paro para pensar enquanto encaro uma floricultura no final da rua , uma placa grande ao lado de um arbusto diz " Precisa-sse de funcionário ". Eu preciso de um trabalho , ou algo para fazer que me renda uma grana ; nem que seja  pouquinha , Jeffrey não pode me sustentar. Eu não posso ser um encosto para ele.

(...)

Era noite e eu tentava conter o barulho que estava vindo lá da sala. Eles estão dando uma festa ,  e o som alto e estridente não me deixa nem ao menos tirar um cochilo. 

As noites lá no Hospital eram calmas e silenciosas , o único barulho que se ouvia era o uivo do vento e os galhos das árvores balançando em longo ritmo.  Eu costumava dormir sempre as 22:00 , mas havia noites que eu remoia minha mente pensando quanto da vida eu havia perdido trancada ali , pensando também em meus pais que nunca mais verei em minha monótona vida. 

- Agora você morre desgraçado!  

Levanto da cama assustada ao ouvir alguém gritar lá de baixo. Afasto o cobertor e me levanto da cama procurando por minhas pantufas , as calço e vou correndo para fora do quarto quando um reboliço começa.

Chego ao fim do corredor e vejo o ruivo , Axl , praticamente engolindo uma morena sem nem ligar para o que está havendo na tal festa. Adentro a sala em meio ao som alto que perfura meus tímpanos . Um dos loiros , o mais baixo ,  segura um canivete e tenta partir para cima de um homem, que visivelmente está bêbado. 

- Nunca se meta com o que é meu , filho da puta! - o loiro grita enquanto é segurado por outros dois caras que riem da situação.

- Cala boca Steven! Sua garota é uma safada! Ela que me deu mole porra! - o bêbado grita de volta.

- É mentira! - uma morena que se encontra encostada na porta fala manhosa.

Olho ao meu lado e me assusto ao ver o loiro alto de mais cedo vomitar em todo o chão ao seu redor. Por um momento minhas mãos cossam para ajuda-lo , mas ele está bêbado e em meio ao vômito disfere xingamentos a ele próprio. 

Slash também está bêbedo e caído ao lado da escada , apesar de bêbado ele tenta desajeitadamente enrolar um baseado.  Tudo está uma loucura , mulheres rindo e se esfregando a outros caras , e homens usando Drogas?! 

Desço a escada e atravesso a sala em meio o bando de gente , até chegar a porta escancarada. Ao sair pela mesma eu a  encosto e corro até o final da varanda , encostando na cerca branca. 

- Hey Ester. - ouço alguém me chamar e me viro para Jeffrey que está sentado no gramado na lateral da casa.

POV. IZZY

Ela me olha enquanto aperta a barra da camiseta curta , a única peça que está vestindo nesse momento. Suas pernas esbeltas são a perfeita inspiração para as fantasias eróticas de qualquer homem. 

- Não suportou ficar lá dentro? - pergunto procurando por um isqueiro no bolso da calça. 

- Lá dentro está uma loucura , o tal de Steven está louco com um homem que no caso deu em cima da sua garota.  - diz apertando os lábios

- Adriana deve ter aprontado alguma , e com certeza Steven abusou hoje. - dou um trago no meu cigarro e a observo sentar na beirada da varanda.

O barulho lá dentro cessa , só a música agora  pode ser ouvida. O cara com o qual Stee estava brigando sai bufando de dentro da Hell House com uma garrafa de whisky na mão esquerda.  Ele vai até o meio da rua e lança a garrafa no chão , fazendo milhares de caquinhos brilhantes se espelharem e o líquido escorrer pelo asfalto.

- E você , por que não está lá dentro na festa? - Ester pergunta balançando os pés e puxando para baixo um pouco da sua camiseta.

- Não estou afim.

Eu gosto das festas , das bebidas e todo o resto. Porém as vezes estou meio sem vontade para isso. 

- Vocês moram todos juntos? - ela me lança outra pergunta.

- Sim. 

- E trabalham no que? - eita menina que gosta de fazer perguntas.

- Slash lava pratos no Rainbow no fim de semana , eu ganho um dinheiro que meus pais enviam da Alemanha e também tocamos as vezes em uns bares por aqui, rende até que uma boa graninha. 

- Que foda vocês terem uma banda. - ela sorri , um sorriso doce e ingênuo que faz com que eu mesmo tenha vontade de sorrir.

- Aceita um? - lhe estendo um cigarro.

- Nunca coloquei isso na boca. - ela fala e toma o cigarro de minha mão. 

Ela o leva até a boca e eu lhe ofereço fogo. Ester dá um trago no cigarro e rapidamente o joga no chão , começando a tossir freneticamente. 

- Calma - falo rindo.

- Eu quase morri! - ela resmunga.

- Nem é para tanto.

- Claro que é Jeffrey , meu pulmão até ardeu! - Meu Deus que exagero.

- Izzy. Me chame apenas de Izzy. 

- Tudo bem , Izzy. - ela sorri outra vez , me fazendo se derreter por dentro...

 


Notas Finais


É isso \O/
Se apaixonem ainda mais pelo Izzy como eu haushauashaush
Boa noite para quem leu até aqui :3
Até o próximo quando vier.


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