- Solta ela Duff. - Izzy intervém , mas está tão bêbado que suas palavras não soam nem um pouco autoritária.
As pessoas começam a cochichar entre elas em burburinho , Duff ainda perfura meus olhos com os seus. Meu braço doí e sem sequer olha-lo eu já sei que se encontra avermelhado. A luz da sala está baixa , só agora eu percebi que eles pagaram a conta de energia. Claro , porque sem energia não poderiam dar uma festa.
Duff finalmente me solta e se vira de costas fitando o chão. Solto a respiração que permanecia presa e dou dois passos para trás.
Izzy tenta tocar em meu rosto mas eu saio dali sem que ele tenha chance para isso. Atravesso a casa e passo pela porta , a batendo com força atrás de mim.
O vento da noite sopra meu rosto enquanto eu caminho sem direção em rua reta . Mais lágrimas se formam em meus pequenos olhos , elas socam minhas pálpebras para poderem escorrer. Eu não devia estar chorando , eu nao devia nem ter vindo parar naquela Hell House!
Droga. Enxugo os olhos com as mãos e avisto a estação , um trem está prestes a partir e meus instintos fazem com que eu corra o mais rápido possível e suba no último vagão. Não sei o que me leva a fazer isso.
Há três pessoas ali , um senhor de idade segurando uma banegala , uma jovem que se encontra a retocar seu batom e um homem cochilando , ele só não sabe que seus roncos são audíveis.
Me sento em um lugar longe das vistas deles e encosto a cabeça na janela de vidro , preciso espairecer , dar um tempo daqui… Na primeira estação que esse trem parar eu desço e vou pra seja lá aonde for.
Sei que não há hotels , nem pousadas abertas a essa hora mas mesmo que tivesse não poderia me abrigar pois não trouxe dinheiro algum comigo.
X
Não tenho relógio porém creio que se passaram cerca de 10 minutos ali dentro daquele vagão , até que o trem para. A jovem e o homem descem e eu me apresso a descer também.
Dos outros vagões também saem algumas pessoas , poucas , enquanto outras permanecem lá dentro . Posso ver daqui de fora seus rostos atentos pela janela.
Cada um segue seu caminho no que vejo ser uma vila pequena , uma vila ao redor de uma espécie de praia.
Sorrio ao ver o mar , suas ondas caem serenas e frágeis. Me aproximo pisando na areia macia e geladinha. Sento na beira do mar deixando que a água venha e vá sobre os meus pés descalços. Sei do perigo de se estar sozinha na noite ssm ninguém por perto , mas isso não parece me atormentar por agora , sei que Deus está me guardando.
A noite não está tão bela , há poucas estrelas no céu e ele não é tão bonito como nos dias de sempre. Não é uma bela noite , não foi um belo dia.
Bocejo e me deito na areia sentindo todo seu frescor , aqui está mais friosinho por conta do mar e isso me agrada. Bocejo ainda olhando para o céu , esqueço por um momento as palavras duras de Duff e fecho os olhos . Respiro o ar fesco e logo sei que o sono vira me buscar com suas cordas e me puxará para a inconsciência.
POV AXL
Me despeço da garota com quem me deitei essa noite , ela passa pela porta me jogando um beijo que eu dispenso com um revirar de olhos.
As pessoas foram embora pouco a pouco depois do chilique da prima do Izzy , não sei porque Diabos ela foi se incomodar com nossa festa . Sempre demos nossas festas e ninguém nunca se incomodou , acho que foi problema ela ter vindo morar aqui.
- Eu vou atrás dela. - Izzy fala , ele caminha até a porta mas tropeça antes de tocar a maçaneta
- Cala a boca e sossega. - falo sem paciência.
Duff está sentado no sofá com o rosto entre as mãos , com certeza está se remoendo por causa da Ester. Aqui só tem viado não é possível!
- Cansei da viadagem de vocês. - bufo e me jogo no outro sofá
-Viado eu num sô - Slash se manifesta , o mesmo está jogado no chão e seu cabelo tampa todo seu rosto.
- Você é o pior Slash.
- Vem me comer então!
Taco o travesseiro nele e reviro os olhos para os murmúrios nada a ver do Izzy , é melhor eu dormir e esquecer esses urubus.
(…) No dia seguinte as 14:00
- Eais cenourudos - Steven adentra a Hell House com um ar de riso , seu sorriso está maior que o sol de L.A.
- Cenourudos? - Slash pergunta
- Ah , esqueci que o único cenourudo aqui sou eu . - Steven o responde e se joga na poltrona.
Slash está acariciando a cobra que ele trouxe para casa , como se ela fosse um bebê. Duff não saiu do seu quarto até agora e Izzy foi de carro procurar sua querida prima , mais conhecida como Srta Problema.
- Te deram alta? - Slash pergunta para Steven
- Não , eu fugi ontem e fui me divertir.
- Com Adrina? - Slash zombeteiro.
Steven mostra -lhe o dedo do meio.
- Já que você e Axl estavam me boicotando pelas costas , poderiam ao menos pedir desculpas ao rei Steven.
- Você sempre foi corno - digo e volto a atenção para a Tv.
Hoje é dia de Ações de graça e na Tv só se ouve falar disso , de como é bom a confraternização , o amor pelo próximo e etc…
Desvio os olhos pra porta assim que Izzy passa pela por ela com uma cara nada boa , se joga no sofá e suspira cansado.
- Não a achou? - lhe pergunto
- Não. Percorri todas as ruas daqui de perto e nem sinal dela. Ela não conhece ninguém aqui e isso me preocupa - ele fala sério e pensativo.
- Só está preocupado com ela porque vocês dois andam se pegando né - acendo um cigarro e dou um trago lento e profundo.
- Claro que não, daonde tirou essa besteira?
- Ontem de manhã eu passei pelo seu quarto e vocês estavam dormindo juntos. A noite foi quente né?
Ele me olha com uma cara de bunda e revira os olhos.
- Ela não estava bem e foi para meu quarto. Só dormimos juntos , nada de sacanagem como você imagina. - o albino explica.
Não sei não , Izzy olha pra Ester de uma forma mais carinhosa ; bem diferente de como um familiar olha para o outro...
E então uma coisa na Tv rouba minha atenção , Roberto um cara que recentemente esteve com a gente. Ele aparece em um show beneficente que está acontecendo nesse momento , em uma espécie de restaurantezinho que promove shows ao vivo.
- Não é aquele cara que queria ser o empresário da banda mas que depois desistiu? - Steven fala de prontidão.
- Sim, é mesmo aquele canalha! - Izzy também exclama.
Ainda lembro do dia em que ele esteve aqui , todo pomposo com aquele seu ar superior. Disse que adoraria ser nosso empresario e pediu para que mostrassemos nosso trabalho. Assim fizemos e logo depois ele disse que não , que desistiu de ser nosso empresario pois não nos considerava competentes.
- " E agora Roberto Manegrine com a música ' My Michelle'!
- MAS QUE PORRA É ESSA??? - grito com a televisão , fuzilando Roberto através da tela.
Ele canta NOSSA música em tom acústico , com um violão nos braços. Ele sorri para o público que assobia pra ele.
- Esse cara morre hoje!
- Axl espera - Izzy me chama mas não lhe dou ouvidos.
Saio de casa explodindo de raiva alcanço o carro e o adentro , ligo a chave e piso fundo no acelerador arrancando dali as pressas.
POV ESTER
Não sei que horas são agora , ainda estou aqui nessa areia olhando para esse vasto mar. Não sei se alguém se importa ou se estão preocupados com meu sumisso , talvez desejam que eu jamais volte… mas é necessário minha aparição.
Me levanto e me aproximo ainda mais do mar sentindo -o molhar minhas canaelas. Avanço mar adentro e dou um mergulho , um mergulho rápido e delicioso que me faz repousar em tranquilidade.
Volto a margem e torço o cabelo , a roupa de dormir que ainda visto logo vai se secar com a ajuda do sol.
O barulho de trem me faz ficar alerta e levar os olhos para lá , o que me faz correr até ele e coincidentemente adentrar o mesmo vagão.
Me sento no mesmo lugar só que agora não são as mesmas pessoas , na verdade não há ninguém no mesmo vagão que eu. O trem começa a andar sobre os trilhos e eu levo meus olhos a janela , observando tudo passar devagar por mim.
(..)
Não demora muito para o trem parar e por isso eu estranho , durou muito menos do que quando fui parar na praia.
- Hoje é dia de Ações de Graças por isso meu expediente acaba aqui.
Saio do vagão atormentada por estar vestindo apenas uma roupa de dormir , pior ainda por me dar conta que estou no centro. As pessoas que saem doa outros vagões me olham torto e isso me incomoda bastante.
Não estamos em nenhuma estação , que droga!
Logo o trem sai pelos trilhos e eu observo as ruas do lado esquerdo , talvez consiga achar o caminho de casa… Talvez deva perguntar a alguém como chegar a minha rua.
Caminho em direção a calçada no outro lado da rua , abandonado os trilhos assim como as outras pessoas fazem. Avisto uma senhora na calçada , ela segura um bilhete nas mãos. Está bem vestida e elegante.
- Com licença senhora..
- Olha! Era de você mesmo que eu precisava! -ela segura meu braço com delicadeza e sorri docemente.
- Não estou entendendo senhora.
- Ganhei um jantar junto de um acompanhante , mas o problema é que eu não tenho acompanhante filha. Mas agora tenho você , o único desastre são suas roupas mocinha.
- Eu sei , mas senhora…
Ela me interrompe outra vez
- Vamos adentrar o local e nos sentar na melhor mesa , o show acústico já está acontecendo. - ela me puxa para dentro do tal restaurante. Um cara toca uma música com seu violão e as pessoas parecem se deleitar com sua voz.
Novamente olhares tortos sobre mim , resolvo ignorar e me sento com a senhora em uma mesa perto do palco. Sem acreditar que isso está acontecendo , estou mesmo jantando com uma senhora que nunca vi na vida?
Um garçom repousa sobre a mesa dois cardápios e nos cumprimenta com a cabeça. Na mesa também estão duas garrafas de vinho branco e uma de conhaque.
- Escolha qualquer coisa pra comer filha - a senhora me estende o cardápio e eu o seguro relutante.
- Senhora você nem me conhece…
- Isso não importa - ela sorri e volta a passear os olhos pelo cardápio.
- LADRÃO VOCÊ ROUBOU MINHA MÚSICA! - Alguém grita e eu volto a atenção pra entrada, arregalando meus olhos ao ver Axl ali , a fogo em seu olhar.
Meus olhos faltam saltar quando ele sobe no palco e com tudo arranca o violão dos braços do cara que até então tocava uma canção.
- Está louco cara? - o rapaz se dirige a Axl , suas sobrancelhas franzidas me dão agonia.
- Você roubou minha música , My Michelle é MINHA!
As pessoas olham aquilo tudo atonitas , Axl em um gesto brusco estoura o violão no chão o batendo com força várias vezes contra o piso do palco.
- Axl endoidou - murmuro comigo mesma.
O ruivo parte para cima do rapaz diferindo um soco em seu rosto que o faz cambalear para trás.
- Você é um verme , se aproveitou para roubar minha música! Você vai pagar por isso.
Axl arranca o microfone do suporte e o atira contra várias garrafas de bebidas que descansavam sobre uma enorme prateleira.
Dois seguranças tem que subir ao palco para conter Axl , o pegando cada um por um braço. O ruivo está totalmente fora de si.
- Eu vou te matar desgraçado! - ele grita antes de ser arrancado para fora junto dos seguranças.
Ele não me viu ali.
O rapaz sai do palco afobado e resmungando coisas indistinguíveis. Em seu lugar uma moça começa a tocar uma canção calma no piano , seus dedos deslizam suavemente sobre as teclas.
- Que cara louco - fala a senhora com ar de indignação - Menina já que não escolheu nenhum prato , eu escolho pra você. Um Salmão ao vinho - fala toda sofisticada.
Arrisco tomar vinho branco quando a senhora serve uma taça e me estende. Levo a taça aos lábios e molho a língua sentindo borbulhas na mesma. É muito bom.
- Então mocinha , porque está vestida assim? Por acaso não é acompanhante de homens né? - pergunta a senhora.
- Não , Deus me livre. É que sai desnorteada de casa depois de um incidente , acabei nem vendo o que estava vestindo - explico
- Que incidente?
- Algo relevante - minto - E você senhora , por que resolveu convidar para jantar justo a mim? - tento mudar de assunto , mas de verdade isso me interessa.
- Foi a primeira que apareceu - ela ri e eu rio também.
- A senhora é muito gentil.
- Não , não sou. Meus filhos dizem que sou uma velha chata , querem todo meu dinheiro. Dizem que vão me internar em um asilo.
Ela toma um gole de seu conhaque e eu despejo sobre a garganta o restante do vinho dá minha taça , me servindo em seguida de mais uma dose.
- Mora com seus pais? - ela pergunta me fitando com seus lindos olhos cor de mel.
- Não , moro com meu primo e mais quatro amigos.
- E seus pais? - ela está definitivamente interessada em minha pacata vida.
- Morreram - me custa muito dizer isso.
- Sinto muito.
Me custa muito dizer isso pelo simples faoo de me fazer lembrar e as lembranças machucam , ferem o mais profundo de minha alma. Lembrar de que nunca mais irei sentir o afago das mãos de meu pai em meu cabelo , nem o cheiro acre-doce de minha mãe. Nunca mais poderei olha-los , me sentir protegida por dois seres maravilhosos. Nunca mais.
Derramo outra vez o vinho na garganta que desce como um escorregador molhado.
(…)
Eu já estava nas nuvens , rindo sem motivo quando saimos pro lado de fora daquele restaurante. Esse vinho me deixou elétrica e me sinto leve como uma flor do campo.
- Vou te levar pra casa , você abusou no vinho. Está bêbada pobrezinha - ela passa a mão em meu cabelo e caminhamos até seu carro.
Adentro o seu carro chique e dou um gole na garrafa de conhaque que a senhora me deixou trazer comigo.
Digo pra ela o nome da rua de casa , pelo menos isso eu ainda sei. Ela me disse o nome dela e é Eliza , essa senhora é muito gentil espero ter a oportunidade de encontra-la outra vez.
Não demoramos para parar em frente a Hell House , já é noite. Eu nem vi o tempo passar lá dentro daquele restaurante. Me despeço da senhora Eliza e desço de seu carro , aceno e a vejo partir com sua maquina.
Rio sozinha e caminho em direção a varanda , subindo os dois degraus lentamente.
Forço a porta porém ela se encontra fechada , bato três vezes e espero que abram logo.
POV DUFF
Um som quase fraco me desperta dos meus pensamentos , são batidas na porta. Deve ser Axl , desde que viu Roberto na televisão cantando My Michelle que ele não voltou. Izzy saiu pra procurar Ester , já Slash e Stee estão dormindo.
Caminho até a porta me arrastando e seguro na maçaneta , destranco com a chave e a abro.
Meus olhos faiscam quando vejo Ester ali , ela ri quando me vê. Ela exala um cheiro doce de vinho e em suas mãos segura uma garrafa de conhaque.
Me lembro de tudo o que houve e me sinto um tolo , fiz tudo aquilo atolado por ciúmes. Quando ouvi Izzy dizer a Axl que os dois não tinham feito nada , que só dormiram , eu me senti muito mal e senti raiva de mim.
- Duff - ela sorri abertamente.
A puxo para dentro e fecho a porta atrás de mim. Ester se encosta na parede e toma um gole de conhaque.
- Eu estava preocupado , onde você estava? - pergunto tomando com dificuldade a garrafa que ela não queria soltar.
- Preocupado é? - ela leva a mão as pontas do meu cabelo.
- Se embebedou? Como?
- Me deixa vai. - ela passa por mim e tropeça no tapate , por sorte eu segurei seu pequeno corpo.
- Perdão por ontem , eu não estava raciocinando bem. Nunca quis te machucar. - falo ben proxima ao seu ouvido , a viro para mim e encaro seus olhos que brilham ao passear por meu rosto.
Ela me encara por alguns instantes e por um momento viajo em seus olhos . De repente ela me abraça , me fazendo ficar sem reação. Pensei que ela fosse me xingar ou algo do gênero.
- Agora - ela fala rindo - Me ajuda a tomar banho?
Meu peito acelera , como vou ajudar ela a tomar banho? Eu não posso! Do jeito que sou não vou aguentar.
- Eu não posso Ester.
- Então tá - ela se solta de mim bruscamente e caminha até as escadas.
Sobe o primeiro e o segundo degrau , mas cambaleia no terceiro e quase cai.
- Eu vou te ajudar. - me rendo e a ajudo a subir os degraus.
Adentramos o banheiro e ela logo começa a se despir , a cada peça arrancada é um suspiro abafado que me escapa. Tão logo eu a impesso de arrancar suas peças íntimas , assim já está de bom tamanho.
Ligo o chuveiro e ela entra debaixo deixando a água quente cair por seu corpo esculpido. Não sei por que ela precisa da minha ajuda , mas eu fico ali parado segurando o desejo de faze-la minha aqui mesmo nesse banheiro.
- Eu não consigo me lavar - ela me estende o sabonete e eu o pego relutante.
Com receio começo a deslizar o sabonete por suas costas suavemente , afasto seu cabelo o colocando de lado. Meus olhos se desviam para seu bumbum coberto pelo fina renda de sua calcinha…
Ester se vira pra mim e me puxa para debaixo do chuveiro , me molhando.
- Você foi mal comigo , e agora vou ser má com você - ela sorri e repousa sua mão no cós da minha calça.
- Para por favor , isso é tortura. -peço e ela morde os lábios provocante.
Em um movimento repentino ela enfia sua mão por dentro de minha calça me fazendo estremesser com esse simples toque , permanece assim parada sem se mexer. Apenas me olhando com seus olhos que exalam puro desejo.
Me sinto um estúpido aqui sendo tocado como um adolescente desajeitado , sobrepujado sobre minha própria inércia.
Seguro sua mão com as minhas e retiro sua mão de dentro da minha calça.
- Nunca mais fassa isso ou… - a viro de costas e a encosto contra a parede. Preciono meu corpo no seu e aspiro seu perfume de rosa. - Ou eu não vou me aguentar.
- Não se contenha Duff - sua voz é quase como um sussurro - Não se contenha , me fassa mulher.
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