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História No silêncio das estrelas. - Crise


Escrita por: IzzyAlbinu

Notas do Autor


Segundo capítulo da fic ^u^
Boa leitura.

Capítulo 2 - Crise


Fanfic / Fanfiction No silêncio das estrelas. - Crise

Me encolho com o friosinho matinal que bate contra meu corpo me gelando , sinto  ele doer e meus ossos trincarem quando me mexo. Extremo desconforto. 

Meus  olhos se abrem em pequenas frestas ,  e aos poucos vão se abrindo completamente junto de um bocejo. Os fracos raios solares batem nos degraus da varanda ,  por pouco não encontram minhas pernas.  A manhã preguiçosa não tardou a chegar , as árvores que balançavam barulhentas ontem a noite se encontram tranquilas até então. 

- Bom dia - alguém fala baixinho ,  numa voz calma e gostosa de se ouvir ao acordar.

Me espreguiço e forço a me  levantar , passando a mão no cabelo desgrenhado e embaraçado . Bocejo outra vez  e olho para o lado , vendo Izzy com uma cara de sono , os cabelos castanhos bagunçados e uma xícara transparente em mãos , o líquido pretinho exala seu cheirinho de café preto e fresco.

- Não acredito que dormi aqui fora. - solto um riso abafado e tomo a xícara das mãos de Izzy.

- Nós dormimos . Perdemos a noção do tempo e já era tarde da noite. 

Dou um gole no café e sinto o amarguinho do líquido. Geralmente eu prefiro café docinho , mas mais vale um café amargo do que nenhum café.

- Eu devo estar deplorável. - murmuro passando a mão pelo rosto. 

- Que nada , está linda. - Izzy se levanta e estende a mão para mim.

Seguro sua mão e me levanto. Limpo minha roupa e estalo os dedos. Izzy segue para dentro da casa e eu fico alguns segundos ali pensando coisas aleatórias , tipo : O que eu tenho para fazer do meu dia? 

Deixo um leve  suspiro escapar e caminho até a porta da casa , a empurrando de leve . Atravesso a soleira e meus olhos cruzam o desastre que restou da noite anterior e quase que instantaneamente vão parar no loiro alto que conheci ontem , por sinal ainda não sei seu nome. Ele está sentado ao pé da escada ,  tentando enfaixar a mão com um pano e obtendo sucesso algum. 

- Hey , não é assim que se faz. - Vou até ele e me sento ao seu lado , mesmo com receio de incomodar eu seguro sua mão a repousando em meu colo com cuidado.

- É enfermeira?  - ele pergunta sorrindo de lado.

- Não , porém vivi em um lugar cercado por varias delas. Acredite , sei bem como fazer isso. - observo o corte em seu braço. - Emfim , aqui tem caixinha de primeiros socorros?  

-  É só um corte , não precisa de tanta frescura. 

O loiro rebelde tenta puxar sua mão de mim , mas eu a agarro com força  fitando o mar de seus olhos profundos.

- Olha o tamanho desse corte , é gigantesco!  Se não cuidar pode virar uma infecção! - o olho seriamente.

Mas a única coisa que ele faz é rir , rir da minha preocupação com seu corte , rir da minha cara. Uma risada infantil da parte dele.

- E você olha o drama que está fazendo! por um machucado em uma pessoa que você nem conhece. Não ligue para um simples corte moça. - fala entre os gracejos.

- Garanhão , já ouviu falar em tétano? 

- Por que "garanhão" ? - pergunta malicioso.

-  Fale logo onde está a caixinha!

Ele me fita por alguns instantes e volta a rir.

- A caixinha do meu coração?  Ela está aqui sente . - ele segura minha mão com a outra livre do corte e a coloca em seu peito.

Rapidamente retiro minha mão do mesmo e levanto desconcertada. 

- Hey Izzy , sabe aonde está a caixinha de primeiros socorros?  - o loiro grita , e ao longe ouço a voz de Izzy responder " Está no armário da cozinha. " 

Dou as costas ao loiro e sigo até a cozinha , meus olhos buscam pelo armário enquanto passam pela pia cheia de garrafas vazias , copos sujos, tudo sujo. Vejo o armário de madeira da minha altura , todo aberto e vazio de comida , exceto pelos biscoitos e pacotes de cigarros . Aperto os lábios e agarro uma caixinha branca no fundo do armário. 

De volta a sala , outra vez  me sento ao lado do loiro e novamente repouso sua mão cortada sobre meu colo. Começo a desinfectar o corte com álcool e os pelinhos do braço dele se arrepiam por conta da ardência.

- Dói ? - pergunto , logo depois fazendo pressão com o algodão.

- Nem um pouco. 

Sorrio e seguro uma pomada ; " Para desinfeccionar " diz o rótulo.  Espremo um pouco no dedo e passo sobre o ferimento. Depois calmamente colo um band-aid.

- É assim que se  faz ,  pessoa que não sei o nome. - guardo as coisas na caixinha e me coloco de pé.

- Michael , mas todos me chamam de Duff. - ele se levanta também - Obrigada pela ajuda.

- Não há de que Duff. - respondo e sigo outra vez para a cozinha.

POV. DUFF

Ester... Seus olhos quase que me hipinotizaram  , não sei o que há de errado  com eles ou o que há de certo mas eles parecem ter um poder inigualável.  Mulher alguma que eu joguei em minha cama tem os olhos mais perfeitos do que essa garota , nenhuma.  Seu olhar de menina inocente me excita , sua delicadesa faz qualquer homem se curvar ao seus pés. 

Se eu não me conhecesse bem eu diria que essa garota acaba de me dominar .Mas não. 

POV. ESTER

(...)

A casa está  limpa , exceto é claro pelos quartos lá de cima. Não me atrevo a entrar em nenhum deles e encontrar seja lá o que for . Eu limpei o chão sujo , incluindo o vomito do tal Duff. Na cozinha eu lavei toda a louça , espremi algumas laranjas em uma jarra de vidro e fiz um suco fresco. 

- Caralho , isso não é mais recinto para machos! Vou pegar minhas malas e sumir! - Axl fala da porta da cozinha , a fumaça de seu cigarro impregnando a casa.

- Tava tudo tão bagunçado que eu resolvi dar uma arrumadinha. - me escoro na pia , agora limpa.

- Até que para uma louca você serve para alguma coisa. - ele ri

Me encho de raiva e atiro um guardanapo sujo em seu rosto. Deixo a cozinha e caminho até a porta da casa , saindo por ela.

Louca é o passado desse ruivo . Odeio quando alguém me rotula como louca , eu não sou e sei bem disso. 

Caminho pelas calçadas estreitas da rua calma. O vento sopra nas copas das avores com seus troncos sinuosos e grossos  , bagunçando todo meu cabelo.  

Paro em frente a floricultura que ontem eu avistei da janela , observo enquanto uma mulher enfiada dentro de um macacão largo monta em uma bicicleta velha e sai com dois vasos de rosas para entrega. Avanço para a porta que diz " Bem vindo" , e a placa ainda está ali. 

Adentro a floricultira e logo um perfume suave das flores  impregnam minhas narinas. Meus olhos brilham ao baterem nas tulipas , minhas flores preferidas. O local todo arejado e magnífico , é preenchido pela voz de um senhor de meia idade que pergunta:

- O que deseja senhorita?

- Eu vim pela vaga de emprego. - digo sem tirar os olhos das flores , permitindo tocar e sentir as petalas macias dos lírios. 

- A vaga é para atender os clientes , já que eu com essa dor nas costas não consigo ficar aqui o tempo todo. - olho para ele só agora notando ele se apoiar em uma bengala.

- Tudo bem. Eu amo flores e esse me parece o trabalho perfeito. - sorrio

- A vaga é sua então senhorita. Pode começar amanhã , são apenas 2 dias na semana.  

Uau mais fácil do que eu pensava , agora vou poder ajudar Izzy e ele não vai precisar me sustentar. 

- Obrigada senhor. - aperto sua mão sorrindo e dou a volta saindo daquele lugar perfumado.

(...)

Assim que subo os dois degraus da varanda e piso na soleira da porta , ouço Johnny Rotten berrando sobre a anarquia no Reino Unido em uma música do Sex Pistols , logo a música é trocada por uma lenta e nem um pouco barulhenta do Elton John. 

Passo pela porta e a encosto atrás de mim , meus olhos vão em direção a Steven que parece mais calmo hoje , não há nenhum estresse visível em seu rosto. Ele faz  trocas de beijos e carícias com sua namorada , que se me recordo bem se chama Adriana.

Eles sorriem e Steven parece estar bem apaixonado pela amada , só que ela não demonstra de forma alguma estar apaixonada por ele , essa é minha concepção. 

Paro de observa-los ,   que nem me notam, e vou até a escada . Subos os oito degraus um em um e os contando como quando era criança. Assim que piso no corredor um gemido suave e delicioso de guitarra preenche meus ouvidos , meus passos seguem o som desfrutando da magicalidade que ele oferece aos meus tímpanos.

O som me leva a um quarto no fim do corredor , uma porta estreita e velha de madeira se encontra entre-aberta e um cheiro de baseado exala no local fazendo coçar meu nariz. Empurro de leve a porta e meus olhos seguem na direção de meu primo , Izzy , com uma guitarra rítmica em mãos fazendo dela sair esse som perfeito.

- Ester , bem vinda ao meu mundinho.- ele fala sem tirar os olhos da guitarra.

Coço a cabeça envergonhada , pois não achei que ele fosse perceber minha presença aqui , droga devo estar o atrapalhando.

- Desculpa o incomodo... É que os acordes... me facinaram. - aperto os lábios lembrando da última vez em que vi alguém tocar um instrumento assim ao vivo.  

Difícil lembrar de um passado tão pequeno e de poucas lembranças , difícil principalmente lembrar desse momento... Do meu pai segurando um violão preto , que com muito custo comprou , ele tentava cantar uma música do Led Zeppelin e sua voz rouca caia perfeitamente na música que agora me falha o nome.

- Incomodo nenhum , e fico feliz que gostou dos acordes - ele solta um risinho e apaga o baseado num cinzeiro. 

- Você gosta da guitarra? É sua paixão? - pergunto , imaginando se ele quer isso para a vida dele , se é o que ele quer realmente seguir.  

Gosto de saber os desejos e sonhos da vida de uma pessoa , já que a minha não é nada interessante e nem sonhos eu possuo.

- Ela é minha maior paixão. Eu faço amor com a guitarra para você ter noção.- fala rindo.

- Desde quando começou a se interessar pela música ? 

- Eu sempre fui influenciado por música - ele dá um gole em uma garrafa de vodka - Alice Cooper , The Rolling Stones , Led Zeppelin e uma banda que minha avó tinha. Ganhei uma bateria e eu a tocava , mas depois de um tempo eu conheci a guitarra e me apaixonei.  

- Deve ser maravilhoso isso de ser apaixonada por algo... - balanço a cabeça imaginando.

- Você não é apaixonada por nada?

- Não sei , talvez o frio. -  gracejo

- Frio é bom , eu também gosto. Muito melhor que o calor e o suor. 

POV. IZZY

(...)

Já era noite e eu tentava encontrar algumas constelações no céu estrelado , quando um grito me assustou e fez com que eu me apressasse a sair da janela.  Um grito de Ester.

Corro para fora do quarto , quase escorregando no piso liso e encerado. Paro em frente a porta do quarto onde ela está e olho para o lado quando a porta do quarto de Duff se abre e ele passa pela mesma , com os olhos vermelhos vestindo apenas uma  cueca branca.

- O que ela tem? - ele pergunta

- Isso que eu quero saber. - forço o trinco e o mesmo se encontra aberto , abro a porta e meus olhos miram Ester encolhida no canto do quarto , com a cabeça entre as mãos , enquanto murmura " Ele vai me pegar , ele quer me tocar , ele quer " 

- Eu... Deus , essa maconha do Axl é muito alucinógena.  - Duff fala e corre para seu quarto , se trancando no mesmo.

Reviro os olhos para Duff e volto a atenção para Ester , a janela do quarto está fechada e as cortinas separadas. O quarto está iluminado apenas pela luz da lua que adentra a janela , a mesma lua que a pouco eu admirava. 

Rapidamente me lembro que isso pode ser uma crise dela , como a enfermeira disse ela podeia ter e agora está tendo uma.

Com muita pena na alma eu vou até a gaveta da cômoda e seguro em mãos a anestesia.  Pego o frasco do remédio e perfuro a agulha nele extraindo o líquido. 

Forço meus pés e me aproximo de Ester.

- Ele está vindo. - ela murmura , dói no coração como tudo isso parece ser real para ela.

Retirando forças e coragem eu injeto a anestesia no braço esquerdo dela. Rapidamente ela para de falar e seus olhos se tornam vazios.  Aos poucos seu corpo vai relaxando e ela cai na inconsciência. 

Levanto com ela em meus braços , como uma pluma eu a deito na cama. Sua mão agarra a minha , antes que eu tenha tempo de puxar o cobertor sobre ela. Então metendo o foda - se eu deito de uma vez ao lado dela , a abraçando pela cintura. 

- Tudo vai se acalmar.  - murmuro.
 


Notas Finais


Eeee foi isso
Espero que tenham gostado , e que tenham gostado muito e muitoooo
Até o próximo :3


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