História No Trainer's Land - A Fuga (Parte Um)

Acordo no meio da noite, estou muito nervosa e não consigo adormecer novamente, assim começo a pensar mais uma vez sobre o plano, tentando ficar positiva sem pensar em casualidades ou coisas parecidas. Olho debaixo da cama, Toto está dormindo profundamente e está fofo como sempre, enquanto Scyther preferiu ficar nas tubulações acima de nos.
Olho no lado da minha cama e lá está o Yuuto, também acordado, com um olhar sério e pensativo. Já tinha visto ele nesse estado, principalmente quando voltava dos testes noturnos. Ele nunca me falou o que fazia nesses testes, mas pelo visto era alguma coisa traumatizante e dolorosa, porém, uma coisa era certa; quando ele voltava dos testes, ele não parecia o Yuuto que eu conheço, mas sim uma pessoa completamente diferente.
-Também está sem sono? - Ele me pergunta
-Sim... estou preocupada... e se tudo der errado? E se...
-Vai dar tudo certo, não se preocupe - Me interrompe com tom confiante
-Você parece estar bem entusiasta, no que você está pensando?
-Estou pensando somente no meu irmão, não vejo a hora de ver ele
-Você gosta mesmo do seu irmão- exclamo- Como ele se chama? Não vê ele há quanto tempo?
-Ele se chama Yuuta e já fazem cinco anos que não vejo ele
-Cinco anos??
-Sim, cinco anos atrás, Dokutsugi e os seus homens nos capturaram para fazer experiências e estudar os poderes incríveis do meu irmão.
-Que tipo de poderes?
-Ele tinha os genes de um Slowking e dominava as suas habilidades psíquicas com perfeição- Yuuto para de falar por alguns segundos – Sempre tive inveja dos seus poderes... ele me defendia o tempo inteiro... e eu não podia fazer nada... eu era só um moleque covarde, chorão e sem poderes...
-Eu sinto muito...- falo com voz baixa
-Não se preocupe, agora tudo é diferente, eu também tenho poderes e vou poder proteger ele também- exclama feliz
- Mas espera um segundo, você não tinha poderes quando você era pequeno?
-Não, foi o velhote que me deu os poderes quando fomos capturados
-Isso é possível?
-Não sei te explicar, mas sim, em certos casos é possível
-Mudando de assunto, o que vocês vão fazer quando saírem daqui? - Pergunto para descontrair a situação
-Iremos realizar o nosso sonho- responde com entusiasmo- Vamos viajar até o sétimo setor e vamos abrir uma loja de pranchas, só eu, meu irmão, o mar e a natureza.
Fico comovida, levanto da cama, me aproximo perto dele, aperto a sua mão e exclamo:
-Nós vamos conseguir Yuuto, vamos encontrar seu irmão e vamos sair desse inferno
Yuuto fica vermelho de repente e exclama:
-S-s-sim!
Volto na minha cama e começo a dormir com calma, perguntando-me: “E eu... o que vou fazer quando sair daqui? ”.

NA MANHA SEGUINTE

Acordamos cedo, explico mais uma vez o plano para todo mundo e falo:
-Vamos sair daqui pessoal!
Todos acenam e se dirigem na própria posição, eu e Yuuto deitamos nas nossas camas, enquanto Totodile e Scyther ficam dentro dos tubos de ventilação. Dois “Hoods” entra na sala e Yuuto exclama:
-Não estamos nos sentindo bem, vamos ficar deitados...-
Os dois encapuzados se trocam um olhar e acenam com a cabeça, saem da sala e trancam a porta. O plano começa, emito um assobio e Scyther abri o tubo de ventilação, olho para o Yuuto e ele acena com a cabeça. O garoto começa a se concentrar e repentinamente estou flutuando no ar, até que chego no teto e entro no pequeno buraco. Yuuto pega uma cadeira para subir encima dela e eu estendo a mão para ajudá-lo. Após tudo isso, começamos a nos aventurar entre os tubos e nos dirigimos até o refeitório. Chegamos encima do local e todo mundo está tomando café da manhã, quando vejo que Morso está olhando no seu relógio e repentinamente faz um gesto para um dos seus guarda-costas. O delinquente dirige-se em direção de um grupo de oito pessoas e “acidentalmente” faz cair uma bandeja cheia de comida encima do grupo. Os oitos se levantam, começando a ameaçar o brutamonte que se assemelhava muito a um Ursaring e o próprio dá um soco em um deles, jogando-o até uma outra mesa com outros brutamontes, assim gerando uma grande confusão. Fico bastante surpresa, todo mundo no refeitório está se batendo com alguém e quando os guardas tentam parar a briga, eles são jogados em várias direções com muita facilidade. Morso caminha tranquilamente entre a confusão, enquanto Snowie derruba qualquer um que tente atacar o pequeno chefe. Ele chega até o gerador e grita:
-LIBERDADE!
Morso morde a parede de metal que cobre o gerador e Snowie dá um soco para destruir o aparelho. É o nosso momento, começo a gatinhar junto dos outros entre os tubos de ventilação, quando chegamos encima de um corredor.
-É aqui- exclamo
-Okay- responde Yuuto
Scyther vai na nossa frente e corta as barras de metal do buraco.
Descemos com cuidado e comecamos a caminhar lentamente e com cautela. Dois Hoods estão virados de costas, vigiando o corredor e com voz baixa eu exclamo:
-Toto! Aqua Tail!
Totodile pula e usa o ataque nas nucas dos guardas, nocauteando os dois, ele se vira e com tom orgulhoso, solta um pequeno grito, enquanto Scyther ignora-o e desprezando a estilo de ataque usado.
-Bom trabalho Toto! - falo- Agora vamos, a sala de controle é atrás daquela porta!
Nos dirigimos até a porta e lentamente abro-a, tinham várias telas e paneis, mostrando todas as salas da instalação, tinha uma cadeira de costas no meio das telas e nela estava sentada um sujeito bem alto. Olho para o Totodile e faco um sinal, rapidamente o pequeno Pokémon pula e acerta um “Aqua Tail” bem na nuca do homem, mas o próprio não desmaia, nem nada. Ele levanta da cadeira e se vira falando:
-Que golpe fraco, só me fez cocegas
O homem era gigantesco e era recoberto por uma camada de pedras vermelhas e azuis, parecidas com a de um “Gigalith”, vestia um uniforme militar e parecia ser muito forte.
-O que vocês moleques estão fazendo aqui? Vieram para morrer?
Yuuto parece meio nervoso e me fala:
-Hope, fique atenta, esse cara é um sargento líder desse lugar, ouvi rumores que sua carapaça é impenetrável e que tem uma forca e reflexos incríveis, o nome dele é...
-Roocker- o líder interrompe- Meu nome é Roocker e esse é o último nome que vocês vão ouvir, moleques
Scyther avança com velocidade absurda e acerta em cheio a cabeça do Roocker, porem o homem não é afetado e rapidamente revida com um soco. Scyther fica tonto e Roocker já está perto dele para esmaga-lo com seu pé, quando o Pokémon e puxado em outra direção e salvo pelo Yuuto. Roocker se impressiona e fala:
-Tipo psíquico, interessante!
Roocker abre a sua mão e de um buraco no centro do seu palmo, é atirada uma pedra com pontas afiadas, Yuuto cria uma barreira de energia e bloqueia o projétil e Roocker aproveita a situação para dar um soco na barreira, destruindo-a e acertando Yuuto na barriga. O garoto cai de joelhos no chão e Roocker exclama:
-É so isso que você tem, que decepção
Yuuto se levanta e cobrindo suas mãos de energia, começa a dar socos no Roocker, mas o soldado não é afetado e continua de pé, o garoto está exausto e mal consegue dar socos no adversário, Roocker parece entediado e derruba o Yuuto com chute fraco.
-Não adianta garoto, minha pele é impenetrável, ninguém consegue perfura-la
-Impene... – Yuuto sussurra
-O que você disse? - Roocker pergunta
-Sua pele é impenetrável, certo?
-Sim e daí moleque?
-Isso significa que dentro de você, tem ainda órgãos e carne...
-Você está delirando ga...-
Roocker não consegue terminar a frase, Yuuto acabou de dar dois tapas de energia psíquica , ao mesmo tempo, nos ouvidos do homem.
-O-o-o que... você fez? - pergunta Roocker chocado
-Trasmiti as minhas ondas psíquicas através dos seus ouvidos, atingindo o seu cerebro e resultando em um trauma cerebral. - responde Yuuto com um tom serio
-M-m-maldito...- Roocker desmaia
Corro para perto do Yuuto e ele está de novo com aquele olhar sério e pensativo.
-Você está bem?
-Sim... não se preocupe comigo, abra as portas automáticas e vamos acabar com isso.
Totodile olha para o Scyther caído no chão e parece bem triste.
-Ele vai ficar bem!
Dou um sorriso e me dirijo até o painel de controle, tento entender como funciona o sistema e consigo abrir todas a portas da instalação.
-Vamos nessa - Yuuto exclama.
-Sim- eu respondo.